Para
podermos Escutar Ilimitadamente, será necessário haver aquela
Afeição, aquela Chama que destrói o passado, [as
nossas prisões e os nossos grilhões]. O Amor está
sempre no presente; não é uma lembrança. [O
Amor esteve, está e estará sempre no Eterno Sempre.] [In:
A Suprema Realização, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
Eu
posso resistir a tudo, menos à tentação.
[Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde].
|
—
Prisioneiro do presente das coisas passadas,1
eu não resistia às reminiscentes tentações e
afundava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do presente das coisas passadas,
eu gemia, choramingava e ajoelhava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro de Saramandaia,
na Dona Redonda e no Zico Rosado eu só pensava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro das maracutaias,
eu só me corrompia, açambarcava e vantajava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro na caverna escura do meu
karma,
eu nunca me esforçava nem diligenciava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro de um hipotético futuro,
eu esquizofrenizava, sonhava e delirava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha fé,
eu discursava, inventava e vociferava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha religião,
eu acreditava, orava e rogava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do meu ultramontanismo,2
eu justificava, apologizava e ameaçava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro dos meus demônios,
a peido de Varanus komodoensis
eu malcheirava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro das minhas utopias,
eu idealizava e imaginava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro das minhas convicções,
eu achava e conjecturava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha irresponsabilidade,
eu marianava
e brumadinhava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha sexualidade,
eu me exaltava, mandava brasa e derramava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do meu ressentimento,
eu remastigava e rancorizava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha ignorada ignorância,
igualzinho ao
do Ziraldo, eu claudicava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da meu egoísmo,
igualzinho ao Tio Patinhas, eu só acumulava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
Bufunfa
—
Prisioneiro da autoridade autoritária,
igualzinho a um inocente útil, eu me escravizava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro de um affaire
esbandalhado,
eu me desesperançava e choramingava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do meu patriotismo,
eu panegiricava, defendia e pugnava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do meu isolacionismo,
eu me insulava e desirmanava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do Bolivarianismo,3
ao Sr. Nicolás Maduro eu apoiava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
Señor
Presidente Nicolás Maduro Moros
(Hugo Chávez mirando y disfrutando)
—
Prisioneiro da ansiedade e do medo,
eu me encagaçava e todinho me mijava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro dos meus preconceitos,
eu acriminava e não perdoava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha intolerância,
eu julgava e condenava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha ganância,
eu ludibriava e explorava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da minha separatividade,
eu amuralhava e distanciava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
República
Popular Democrática da Coréia
e
República da Coréia
—
Prisioneiro do autocídio,
sem saber, eu assassinava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do assassinato,
sem saber, eu me suicidava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do deserto das minhas ilusões,
eu desertificava e fantasiava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da branquinha,
eu sentava a pua e, a vera, eu cafungava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
Cocaína
—
Prisioneiro da tirania,
eu atormentava e torturava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na
mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do canalhismo,
eu mentia e atraiçoava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do meu coisismo,
eu não ascensionava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro das trevas,
eu não me Illuminava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro do meu ,
eu não mudançava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da Noite Negra,
eu apenas cegava e meia-noitava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Prisioneiro da Grande Loja Negra,
como um babaca marca roscofe, eu só acolitava,
e, surdo como uma porta, não avançava.
Na mesma sempre dancei e sempre dancei na mesma.
—
Alforriado da Noite, do meu ego e das
tentações,
pude,
enfim, matar a fome que me matava:
— Oh!, Liberdade Interior! Bendito seja o Seu Nome.4
Então
mudei de dança e ascensionei!
—
Hoje, amorosa e fraternalmente,
divulgo
tudinho o que aprendi e o que estou aprendendo,
e
digo e repito, repito e digo:
somos
responsáveis por tudo.
______
Notas:
1.
É impróprio afirmar que os tempos são três: passado,
presente e futuro. Mas, talvez, fosse próprio dizer que os tempos
são três: o presente das coisas passadas..., o presente das
coisas presentes... e o presente das coisas futuras... Existem, pois, na
minha mente, três tempos que não vejo em outra parte: lembrança
presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes
e esperança presente das coisas futuras. (Santo Agostinho).
2. O
ultramontanismo é um conjunto de doutrinas e de idéias que
têm relação com o desempenho da Igreja e com a atuação
do (poder do) papa. O termo vem de ultra
ou além e mons,
montanha, isto é, além das montanhas.
Na Idade Média,
os ultramontanos defendiam o papa em face do poder imperial. Mais tarde,
na Idade Moderna, eles se tornaram aqueles que no Concílio de Trento
interpretaram a Igreja como uma Monarquia. O ultramontanismo combateu as
teorias que defendiam o poder dos Estados absolutos frente à Igreja,
como o Galicanismo francês (movimento originado na França,
que defendia a independência administrativa da Igreja Católica
romana de cada país com relação ao controle papal,
e que provém do Governo Absolutista de Luís XIV e das idéias
de Jacques-Bénigne Bossuet) e o Regalismo espanhol (doutrina que
concedia aos reis o direito de interferência em questões religiosas).
Tanto um quanto outro, mantendo estritamente a fé católica,
sempre consideraram que a Coroa poderia intervir nos assuntos terrenos de
suas respectivas Igrejas.
Além disto, o
ultramontanismo defendia a autoridade absoluta e a supremacia do papa diante
do poder colegial dos bispos, das igrejas nacionais e até das decisões
que poderiam ser tomadas nos Conselhos.
Quando as revoluções
liberal-burguesas ocorreram, o ultramontanismo adquiriu um forte componente
conservador e fundamentalista contra os Estados modernos. Roma não
aceitou a nova situação política gerada pelo triunfo
do Liberalismo, pelo avanço do Secularismo, pela crescente secularização
da sociedade, nem, é claro, o anticlericalismo, cada vez mais difundido.
O ultramontanismo foi fomentado pelo Papa Pio IX, nascido Giovanni Maria
Mastai-Ferretti (Senigália, 13 de maio de 1792 – Roma, 7 de
fevereiro de 1878. O Vaticano, com essa idéia ultramontanista, perseguia
libertar o papado da dependência dos poderes civis e dar mais liberdade
para a Igreja, especialmente quando os papas se consideravam prisioneiros
em Roma, já que a recém-criada Itália lhes havia despojado
dos Estados Pontifícios. Além disto, o papado viveu um intenso
século XIX, com as pressões de Napoleão e as lutas
e os conflitos inerentes ao processo italiano de unificação.
Enfim, o ultramontanismo defende o dogma da infalibilidade papal, que se
estabeleceu neste mesmo papado (do Papa Pio IX).
Fonte:
https://cadiznoticias.es/ultramontanismo/
Papa
Pio IX
(Fazendo pose de Papa ultramontano)
3. O
Bolivarianismo é um conjunto de doutrinas políticas que vigora
em partes da América do Sul, especialmente na República Bolivariana
da Venezuela. O termo bolivarianismo provém do general venezuelano
do século XIX Simón José Antonio de la Santísima
Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco (Caracas, 24 de
julho de 1783 – Santa Marta, 17 de dezembro de 1830), comumente conhecido
como Simón Bolívar, libertador que liderou a luta pela independência
em grande parte da América do Sul, e especificamente nos países
historicamente bolivarianos (Bolívia, Colômbia, Peru, Equador,
Panamá e Venezuela). Aqueles que se fazem chamar bolivarianos dizem
seguir a ideologia expressa por Simón Bolívar nos documentos
da Carta de Jamaica, do Discurso de Angostura e do Manifesto de Cartagena,
entre outros documentos. Entre suas idéias estão a promoção
da educação pública gratuita e obrigatória e
o repúdio à intromissão estrangeira nas nações
americanas e à dominação econômica européia.
Propõem, principalmente, a união dos países latino-americanos.
Simón
Bolívar
4.
Até que um dia,
corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome. [In: Liberdade,
Miguel Torga.]
Música
de fundo:
Prisoner
of Love
Composição: Russ Columbo & Clarence Gaskill (música);
Leo Robin (letra)
Interpretação: Billy Eckstine
Fonte:
http://tut-audio.ru/music-file/eckstine-billy
Páginas
da Internet consultadas:
https://www.folha.uol.com.br/
https://theintercept.com/
http://www.afbnb.com.br/
https://media4freedom.wordpress.com/
http://fremont.libnet.info/event/884165
https://www.jccwatch.org/
http://teded.tumblr.com/
https://www.picsbud.com/
https://br.pinterest.com/pin/364580532315947072/
http://www.thesocialist.us/
https://giphy.com/
https://www.amazing-animations.com/
https://gifer.com/en/4GZA
https://gifer.com/en/ZBSL
https://vivimetaliun.wordpress.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Galicanismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Pio_IX
https://tenor.com/search/donkey-gifs
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