Uma contribuição
de
Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Introdução

 

 

 

RAUMSOL

RAUMSOL

 

 

 

A Logosofia é uma doutrina ético-filosófica desenvolvida pelo pensador e humanista argentino Carlos Bernardo González Pecotche (Buenos Aires, 11 de agosto de 1901 – 4 de abril de 1963), também conhecido como RAUMSOL, que oferece ferramentas de ordem conceitual e prática para obter o auto-aperfeiçoamento, por meio de um processo de evolução consciente que conduz ao conhecimento de si mesmo.

 

A Logosofia estabelece que os pensamentos são autônomos e independentes da vontade individual, e que nascem e cumprem suas funções sob a influência de estados psíquicos ou morais, próprios ou de outrem. Tem como finalidade libertar as faculdades mentais das influências sugestivas, para que o indivíduo, pensando melhor, compreenda os verdadeiros objetivos da vida.

 

A Logosofia apresenta-se como uma ciência nova e concludente, por dar a conhecer um método e um conjunto próprio de disciplinas que objetivam levar o homem ao conhecimento de si mesmo, dos semelhantes, de Deus, do Universo e suas leis eternas, e, ainda, como uma nova forma de sentir e de conceber a vida, por apresentar uma nova concepção do homem, de sua organização psíquica e mental e da vida humana em suas mais amplas possibilidades e projeções.

 

Seu nome reúne numa só palavra os elementos gregos Logos e Sofia [SOPhIa], que o autor adotou, dando-lhes a significação de Verbo Criador ou manifestação do Saber Supremo, e Ciência Original ou Sabedoria, respectivamente, para designar uma nova linha de conhecimentos, uma doutrina, um método e uma técnica que lhe são eminentemente próprios.

 

A Logosofia surgiu em 1930, com a criação da primeira sede da Fundação Logosófica na cidade de Córdoba, Argentina.

 

Este despretensioso rascunho é uma breve e incompleta recensão da obra Curso de Iniciação Logosófica (Estudo e Prática que o Integram), de autoria de Carlos Bernardo González Pecotche.

 

 

 

 

Fragmentos Logosóficos

 

 

 

 

 

 


Os gozos estéticos que se experimentam – ao sentir-se cada um dono de recursos internos que superam tudo o que foi imaginado sobre uma vida melhor – são infinitamente mais densos do que os gozos materiais podem oferecer, inclusive os afagos e satisfações pessoais, que só duram um instante.

 

O conhecimento desperta a consciência individual para a realidade que o substancia, fluindo daquela como aptidões adquiridas toda vez que as circunstâncias o demandem. O exercício habitual das aptidões conscientemente adquiridas as vai aperfeiçoando. Assim é como o uso diário concorre para gravar no ser, com caracteres indeléveis, o emblema arquetípico da espiral, representado pelo método psicodinâmico que a Logosofia instituiu para os processos vivos e ultracientíficos, destinados ao desenvolvimento das qualidades superiores da espécie.

 

O homem jamais se arrependerá de haver proporcionado a seu Espírito todo elemento de juízo requerido pelo desenvolvimento pleno de suas aptidões e pelo exercício sem limitações de sua inteligência.

 

Causas que prenunciam a inevitável decadência da cultura vigente – ocidental ou oriental: a) não foi nem é capaz de ensinar ao homem a conhecer a si mesmo; b) não lhe ensinou a conhecer o mundo mental que o rodeia, interpenetra e influi poderosamente em sua vida; e c) não lhe ensinou a compreender, amar e respeitar o Autor da Criação, nem a descobrir Sua Vontade através de Suas Leis e das múltiplas manifestações de Seu Espírito Universal.

 

A maioria dos seres não organizou seu sistema mental de modo que todas as faculdades de seu mecanismo inteligente funcionem, alternada e ativamente, no ofício construtivo que devem desempenhar.

 

Em vão se atribuirá ao fatalismo a decadência da atual civilização. Quando tudo tiver passado pelo crisol das mudanças que se devem operar no acontecer evolutivo da humanidade, ver-se-á, com inequívoca lucidez, quais foram e quais são os responsáveis, e por quê. O que agora importa é salvar as reservas morais e espirituais do gênero humano; mais claramente, as que ainda não foram lesadas pelos extremismos ideológicos ou sectários, incompatíveis com a evolução ativa e consciente a que o homem tem direito, e que é prerrogativa de toda a Humanidade. Ao dizer “reservas morais e espirituais”, estamos nos referindo às zonas virgens de nossa estrutura mental e psicológica, que registram nossa própria herança, como, por exemplo, as aptidões que, sem florescerem ainda, esperam o momento de sua manifestação.

 

É imprescindivelmente necessário renovar os centros energéticos desgastados pelo tempo e reorganizar a estruturação psíquica, mental e espiritual do homem, estendendo seus benefícios a toda a Humanidade.

 

Para a Logosofia, Deus é o Supremo Criador da Ciência Universal, porque todos os processos da Criação se cumprem seguindo os ditados de sua Sabedoria. A ciência do homem é só um débil reflexo daquela, fonte permanente de todas as suas inspirações. Esta é a causa pela qual a Logosofia menciona com freqüência o nome de Deus. Um Deus despojado de artifícios, que mostra ao súdito terrestre a plenitude de seu esplendor natural em sua Magna Ciência e em sua Verdade Absoluta.

 

Objetivos logosóficos: 1) evolução consciente do homem, mediante a organização de seus sistemas mental, sensível e instintivo; 2) conhecimento de si mesmo, que implica no domínio pleno dos elementos que constituem o segredo da existência de cada um; 3) integração do espírito, para que o ser possa aproveitar os valores que lhe pertencem, originados em sua própria herança; 4) conhecimento das leis universais, indispensável para ajustar a vida a seus sábios princípios; 5) conhecimento do mundo mental, transcendente ou metafísico, onde têm origem todas as idéias e pensamentos que fecundam a vida humana; 6) edificação de uma nova vida e de um destino melhor, superando ao máximo as prerrogativas comuns; 7) desenvolvimento e domínio profundo das funções de estudar, de aprender, de ensinar, de pensar e de realizar, com o que o método logosófico se transubstancia em aptidões individuais de incalculável significado para o porvir pedagógico na educação da Humanidade.

 

A prática e o estudo logosóficos, no plano individual (ainda que o estudo individual seja, até certo ponto, inseparável do coletivo) compreende três etapas que se estendem ao longo da vida, reiterando-se em progressão ascendente. Nos trechos iniciais, sua especificação é a seguinte: a) Primeira etapa: compreende o estudo interpretativo dos temas que configuram o programa de estudo, sem exclusão de outros que interessem particularmente ao estudante. Inicia-se com um repasse geral dos livros logosóficos, a fim de se ter uma idéia, geral também, da concepção que os inspira. Em seguida vem o estudo minucioso dos tópicos compreendidos no programa, com indicações precisas a respeito da realização logosófica. À medida que se avança na leitura e no aprofundamento dos temas, cada um se perguntará o que compreendeu, e o anotará. Tal prática é muito recomendável, porquanto permite ir somando os passos progressivos na captação dos valores que cada conhecimento encerra. Este aspecto do processo, que se documenta para guia de si mesmo, também contribui, com grande eficácia, para o esclarecimento de idéias e conceitos; b) Segunda etapa: caracteriza-se por uma maior aplicação ao estudo, com vistas à formação consciente, vigiando as oscilações temperamentais, os fatores que nelas incidem etc. O ensinamento é tratado mais a fundo, somando-se desta vez, ao adestramento, sua aplicação à vida nos diferentes e variados setores onde cada um desenvolve suas atividades cotidianas; e c) Terceira etapa: completa o ciclo, configurando o domínio de conhecimentos e a criação de novas aptidões, para serem usadas em favor do processo individual de evolução consciente. Compreender-se-á, sem dificuldades, que se alcança maturidade logosófica quando, depois do aprendizado técnico, se elaboram compreensões básicas sobre os ensinamentos que em seguida são levados ao campo experimental da própria vida. O acerto na aplicação converte o ensinamento em conhecimento. O conhecimento desperta a consciência individual para a realidade que o substancia, fluindo daquela como aptidões adquiridas toda vez que as circunstâncias o demandem.O exercício habitual das aptidões conscientemente adquiridas as vai aperfeiçoando. Assim é como o uso diário concorre para gravar no ser, com caracteres indeléveis, o emblema arquetípico da espiral, representado pelo método psicodinâmico que a Logosofia instituiu para os processos vivos e ultracientíficos, destinados ao desenvolvimento das qualidades superiores da espécie.

 

O esquecimento de si mesmo equivale a uma escura masmorra psicológica, onde involuntariamente cada um encarcera seu próprio espírito.

 

Habitualmente, devemos praticar um rigoroso exame dos pensamentos que tenham maior influência sobre nós, com suas conseqüências bem determinadas, extensivo aos pensamentos que governam nossa mente – e, portanto, nossa vida.

 

Nada é mais adequado do que transformar um objetivo em pensamento-autoridade. Este pensamento nos fará recordar a cada instante o que nos propusemos e, ao mesmo tempo, regerá os demais pensamentos. Sem este ato de nossa vontade, isto é, sem instituir o pensamento-reitor da evolução consciente, não convém empregar as energias internas nos estudos profundos, nem na sua aplicação à vida, porque malgastaríamos nossos melhores esforços.

 

Ao se prevenir contra os riscos do estudo individual com prescindência ou exclusão do coletivo, o egoísmo não se enraíza na alma daquele que estuda.

 

Quem inicia estudos sobre evolução consciente deverá se abster do inveterado hábito de memorizar. Uma vez compreendido a fundo o ensinamento, cumpre assimilá-lo e fazê-lo servir aos fins do auto-aperfeiçoamento. Disto se depreende que o ensinamento deve ser encarado de forma positiva, isto é, com o concurso da consciência. Descarta-se, assim, todo intento de receptividade mnemônica, a título de ilustração, porque é inoperante.

 

A evolução consciente requer uma vigilância constante das alternativas do processo de evoluir conscientemente.

 

Em geral, na maior parte do dia, o homem não é consciente do que pensa e faz ou deixa de fazer, ou seja, não está atento a tudo quanto vai acontecendo dentro dele. Distrai-se com suma facilidade ou busca desnecessariamente motivos de distração. Por outra parte, descuida-se de muitas coisas que deveriam merecer sua atenção, essa atenção consciente que inclui o estudo de cada situação, a análise detalhada das circunstâncias que a criaram, a responsabilidade que lhe incumbe em cada caso etc. Há quem aja com pressa, como se fugisse de si mesmo, e quem o faz com despreocupada lentidão. Teme-se o esforço que o ato de pensar demanda, e a miúdo se confia ao acaso a solução dos problemas. Afora os momentos de ócio ou de descanso, breves ou prolongados, a maioria procura amenizar ao máximo seu tempo com entretenimentos e diversões. Que consciência pode pôr de manifesto um ser que vive da forma descrita? Esta pergunta leva a definir o caráter ambíguo de seu comportamento, que reflete não somente ausência de domínio, mas também falta de senso a respeito da direção que deve imprimir à vida.

 

Se a consciência não intervém diretamente, não se poderá praticar atentamente um ensinamento e extrair de seus resultados a necessária valorização do sistema. E para que ela intervenha, não basta saber que se está aplicando o ensinamento por mero interesse em saber como se faz ou para experimentar a alegria do êxito, se ocorrer o acerto. É necessário manter viva a conexão voluntária e firme com a consciência, para evitar precisamente que cada um defraude a si mesmo.

 

A evolução consciente não pode ficar confiada ao acaso da memória nem da sorte, por ser o interessado mesmo quem deve se converter em sua própria providência.

 

A desatenção e a distração são sinais inconfundíveis do estado não-consciente que o ser acusa. Neste estado, a faculdade de observar atua deficientemente. O tempo passa sem que dele se obtenha o alto benefício que é dado alcançar quando é aproveitado de forma lúcida e consciente. É necessário recordar, repetidamente durante o dia, que se está empenhado em um extraordinário e formoso labor, que não só reconstrói a vida com os mais sólidos elementos do saber, mas que também se está forjando um novo e luminoso destino.

 

Para a Logosofia, consciência é algo mais do que uma mera expressão filosófica ou literária. É uma realidade da qual está alheia a imensa maioria dos seres humanos. E está alheia porque a ninguém ocorre que, para ser verdadeiramente consciente em todos os instantes da vida – isto é, quando se pensa, quando não se pensa, quando se trabalha ou não se faz nada, quando se estuda ou não – bem como em todos os movimentos que executamos durante o dia – quando andamos, nos sentamos, comemos, bebemos, lemos, rimos ou estamos de mau humor – é necessário que nossa consciência esteja atenta e nos recorde que, para nos constituirmos em autênticos donos de nossa vida, devemos fazer dela uma sucessão de fatos felizes, que aumentem o valor de seu conteúdo. Para isto, é de todo importante que nada escape ao controle imediato da mesma. Este controle é acionado quando nossa faculdade de pensar e nossos pensamentos, atuando sob a direção inteligente de um grande propósito, como é o de evoluir conscientemente, não omitem esforço algum para alcançar as alturas do saber transcendente, que é aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, invulnerabilidade mental, moral e espiritual. (Grifo meu).

 

Prestar atenção a tudo quanto pensemos e façamos significa que é a nossa consciência que atua. Isto deverá ser muito praticado porque o esquecimento costuma postergar a realização de nossos melhores propósitos, quando variamos constantemente o que nos propusemos. Para viver em plenitude consciente, é necessário que a consciência se manifeste com permanente atenção; que vigie e intervenha em tudo o que pensemos e façamos. Por outro lado, o exercício contínuo desta prática vigoriza a memória, que é a faculdade de recordar, e já não haverá o temor de que se debilite, se perca ou degenere.

 

A vida se transforma, certamente, com a simples troca dos pensamentos que a sustentam moral, psicológica e espiritualmente. Se alguém crê desnecessário mudar a vida que leva e está de acordo em suportá-la, que faça o que lhe agrade ao entendimento e à sensibilidade; mas devemos fazê-lo notar, isso sim, que perde uma inestimável oportunidade: a de tomar contato com uma nova realidade, que corresponde a outro modo de viver e de apreciar a vida, em dimensões muito superiores ao que é conhecido.

 

O tempo pressiona quando é desaproveitado; e este desaproveitamento ocorre quando não se pensa. Conclui-se, daí, que o aproveitamento do tempo caminha paralelamente à função de pensar. Pensar em quê? Em tudo quanto, direta ou indiretamente, conspire contra o auspicioso propósito de aperfeiçoamento integral. São, pois, os inconvenientes e problemas cotidianos – tanto os do âmbito familiar como os do trabalho ou da profissão, ou os do próprio mundo interno – os insaciáveis devoradores de tempo. E seguirão sendo tais, enquanto a vida continuar aprisionada nos estreitos limites impostos por eles. Neste caso, a função de pensar se concretiza na oportunidade de resgatar dali a vida individual, criando soluções capazes de abrir com êxito as portas da libertação psíquica. E assim, o tempo e as energias passam agora para as mãos de seu dono, para o uso que seu bom critério e seus afãs de saber determinem.

 

A única concessão possível ao ato de crer é a que surge espontaneamente como antecipação do saber. Em outras palavras: só se deverá admitir aquilo de que ainda não se tem conhecimento, mas durante o tempo mínimo requerido por sua verificação através da própria razão e sensibilidade.

 

O preconceituoso sofre uma espécie de feitiço, que costuma durar por toda a sua vida. Aterroriza-o o simples fato de pensar que se poderia contradizer o que lhe foi inculcado ou o que ele, em sua ingenuidade, admitiu... O curioso é que muitos preconceitos provêm de fontes duvidosas, na maioria das vezes por ter o homem 'acreditado' em meras suposições. Acreditou de boa-fé, sem pensar que, em certos casos, sua própria imaginação o enganava, e em outros, a imaginação dos demais. Daí a origem de muitos preconceitos. Entretanto – eis aqui algo paradoxal – quem suporta o engano é também o mais desconfiado, quando aos olhos de seu entendimento e de sua razão se faz aproximar a verdade mesma, para que a examine, a estude e exercite sobre ela seu critério.

 

Não é possível levar a bom termo a formação consciente da individualidade, se antes não se coloca, ante a própria razão, a necessidade impostergável de promover uma franca revisão de conceitos. Desta maneira, se poderá fazer um detido exame dos mesmos e de seus fundamentos, se existirem, vendo em que se baseiam e o porquê de terem sido admitidos.

 

O desamparo mental começa a ser experimentado na infância, segue na juventude e continua na fase adulta. Nunca houve na educação primária, no ciclo médio nem nas universidades ensinamento algum que instruísse o homem, desde tenra idade, sobre a forma de resguardar sua integridade psicológica, mental e moral. Não lhe foi ensinado a buscar e encontrar os recursos imponderáveis que sua mente contém e, de modo especial, a conhecer o uso de suas defesas mentais. Caso essa preparação tivesse sido instituída no ensino comum, a Humanidade não teria chegado à encruzilhada lamentável e perigosa em que hoje se encontra. Existiu sempre, não resta dúvida, uma injustificável indiferença por parte dos responsáveis pela condução docente ou então um desconhecimento absoluto das possibilidades humanas a respeito de suas próprias defesas mentais.

 

Está plenamente comprovado o quão difícil é convencer a quem se acha identificado com o erro de que vive fora da realidade. Achar-se identificado com o erro é viver sob uma permanente sugestão que a tudo deturpa ou tergiversa. Exemplo eloqüente temos no campo político. Quantos não se deixaram enganar pelas afirmações dos líderes totalitários, que se proclamam paladinos da Democracia, da liberdade e do direito? Nem mesmo vendo todo o contrário, as pessoas saem de seu erro, tal é a obstinação e a invalidez mental que as dominam. No campo religioso, os erros se fundamentam em uma pregação de fatos absurdos, que os adeptos admitem sem reflexão nem julgamento. Grave é a cegueira do crente, cuja inteligência não pode discernir entre o verdadeiro e o falso. Conforma-se em crer que está no certo e rechaça toda idéia emancipadora de sua incondicional submissão ao dogma, porque o aterroriza o simples fato de pensar que poderia estar equivocado. No social, à semelhança do político e do religioso, abraça-se com fanatismo uma ideologia e, embora esta se estruture sobre falsidades e ponha de manifesto embustes inqualificáveis, acredita-se docilmente que ali está a verdade, caindo sob o feitiço sedutor de suas promessas, como o pássaro na armadilha.

 

A evolução consciente permite ao homem defender-se do engano onde quer que este o espreite, porque fundamenta sua defesa no conhecimento das causas que o engendram. Assim, por exemplo, sabe que é impostura o que não concorda com a realidade e o que se esquiva à verificação individual, à qual todo ser tem direito. As verdades, quando o são, não se ocultam nem se impõem; revelam-se à luz da razão, com o objetivo de que o homem tome consciência delas e as use para se emancipar da ignorância. O que se pretende impor como verdade só tem um fim: escravizar o ente humano, para convertê-lo em instrumento passivo daqueles que exploram sua credulidade. (Grifo meu).

 

 

 

 

 

 

 

Em Jeito de Conclusão

 

 

 

Não sou logósofo, mas concordo com muitos princípios logosóficos. E, portanto, concluo assim:

 

 

 

 

 

A cada chaga que nasce,

em nosso Coração renasce

o advertimento da Esfinge:

 

 

Oh!, torpente sono milenar!

Oh!, é necessário navegar!

Mas, dormindo... Será não.

Surdo... Mudo... o Coração.

 

 

O tapa-olho e a mordaça

– por apenas ou de graça –

como serão exonerados?

Persistirão só quatro lados.

 

 

Mas, da areia movediça,

da vida-de-lopes derriça,

haverá de nascer um lódão

ad æternum, o acórdão.

 

 

Cabe tão-só a cada um

transmutar o 1001 em 1.

A seu tempo, o oroboro

conformará o dissonoro.

 

 

 

 

 

Fragmentos coligidos e editados da obra:

PECOTCHE, Carlos Bernardo González (RAUMSOL). Curso de Iniciação Logosófica (Estudo e Prática que o Integram). Tradução de filiados da Fundação Logosófica. São Paulo: Logosófica, 2008.

Para baixar a obra:

http://www.logosofia.org.br/livro/default.aspx?codigo=58

 

Página da Internet consultada:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Logosofia

 

Música de fundo:

Exile (Enya)

Fonte:

http://www.angelfire.com/ny5/
davesworld56/EnyaMidis.html