A
cada século que se passa na face deste planeta de dores e provações,
mas também de alegrias e realizações –
a Terra – mais me assombro com o fantástico poder de
criação mental dos primatas humanos. Quando penso que
o Grande Ancestral, o originador desses dois ramos – macacos
e homens – proveio de uma simples ameba, e que esta resultou
da geração espontânea de vida animada pela infusão
de consciência abstrata na matéria densa, imagino que
exista não um plano de algum tipo de Criador para este Universo
mas, sim, um destino natural, que se vai cumprindo aos poucos, porém
inexoravelmente, nas incontáveis voltas da Espiral Sagrada
em que se constitui a chamada (pelos místicos) Grande Obra.
O Abstrato adquire contornos e estes tendem a retornar à abstração,
como em um ciclo, pulsando.
Fonte:
http://astroclub.net/mercure/centre.astro/galerie2.htm
Como
já tive ocasião de expor em numerosos escritos anteriores,
seres animados, ou criaturas, são, em última análise,
unidades individuais e, até certo ponto, autônomas de consciência
manifestadas no mundo fenomênico, não para um propósito
– tal como o homem de hoje considera o que seja um propósito
– mas, como eventos naturais no imensurável caleidoscópio
do Existir. Há um trecho muito interessante do ritual de abertura
de convocações ritualísticas nos Templos da Ordem
Rosacruz AMORC, que evoca e explica sucinta e magnificamente, com extraordinária
simplicidade, o ato sagrado de Existir, no qual o Ser se revela a Si
mesmo através da multiplicidade de suas manifestações.
Obviamente, não irei transcrever aqui esse trecho, e quem quiser
conhecê-lo ao vivo poderá se afiliar à AMORC e aguardar
convite para freqüentar uma Loja R+C sua...
Assim,
creio ter deixado claro que aos estudantes de Misticismo sinceramente
empenhados em entender e compreender o Mistério da Vida, revelações
são feitas de maneira simples e direta, ao alcance de todas as
mentes, mesmo porque não são aferidas pela inteligência,
mas, sim, pela sensibilidade mística. Nesse particular, gostaria
de relatar aqui que tive a oportunidade de conhecer numerosos animais
de quatro patas e de duas patas (como aves) que se mostravam dotados
de inteligência e sensibilidade emocional, com grande capacidade
de interação afetiva. Nenhum deles, porém, me pareceu
capaz de produzir algum tipo de criação mental, como Deus,
por exemplo.
Durante
mais de oito anos fui eremita, seguindo regras ascéticas, orando
metodicamente e trabalhando duro, sol a sol, vivendo na companhia de
vários tipos de animais. Durante esse período, desenvolvi,
inconscientemente, uma certa capacidade de me entender mentalmente com
bichos e plantas, mas quero deixar claro que isso não poderia
ser classificado como ‘conversar’. O entendimento mental
com animais e seres vegetais se desenrola em um ambiente interativo
parecido com o que se vivencia ao contatar e interagir com criaturas
de outros planetas, físicos e quadridimensionais (esferas planetárias
da Quarta Dimensão — a dimensão das vibrações
eletrônicas).
Em
uma dessas ‘conversas’, que mantive com um papagaio, este
me explicou o motivo pelo qual se recusava terminantemente a comer ovos
cozidos, mexidos, preparados de qualquer forma ou simplesmente crus.
De acordo com o que ele me ‘explicou’, aquilo era uma espécie
de tabu, pois ‘o início de tudo provinha dali, do ovo’
— mas é interessante notar que nessa conceituação
rudimentar não havia qualquer conotação religiosa,
embora fosse uma idéia francamente mística, provavelmente
plasmada no DNA da espécie e transmitida de geração
para geração, desde que os papagaios eram dinossauros,
provavelmente ovíparos.
Já
em outro extremo dessas experiências, mantendo contato com um
ser de outro planeta ao qual viajei através de projeção
da consciência, segundo um método Rosacruz inventado pelo
Dr. Harvey Spencer Lewis (Mestre Alden), conforme descrevo no livro
digital ‘Macrocosmo Iluminado’, disponível ’online’
e para ‘download’ (gratuito) na Biblioteca Digital da Ordo
Svmmvm Bonvm (OS+B), em:
http://svmmvmbonvm.org/livrariaos+b/
,
tal criatura mostrou-se incapaz de entender o que viesse a ser uma criação
mental como Deus, muito embora usasse poderes mentais para corporificar
sua individualidade na aparência que mais lhe aprouvesse, a fim
de se tornar visível e inteligível à percepção
de terráqueos, ou de outros seres de outros planetas que não
fossem o seu.
Hoje
em dia, quando comparo animais não-humanos e seres de outros
planetas (muito mais adiantados do que o homem) com as criaturas humanas,
fico realmente maravilhado com a extraordinária capacidade mental
que os primatas humanos desenvolveram e que lhes permitem criar um Criador,
uma Criação, hostes e mais hostes de seres espirituais
metódica e ordenadamente agrupados em hierarquias, estabelecendo
propósitos e regras para poder entender um Universo aparentemente
misterioso. E o mais fantástico disso tudo é que tudo
isto, depois de criado mentalmente, passa a existir em um Plano Superior,
que é igualmente produzido pela mente humana. E, então,
assombro dos assombros, o Criador criado e o Plano Superior engendrado
passam a atuar de forma dominante sobre os primatas que os geraram.
Quão magnífico é o Existir, ó Luz Eterna
e Incriada, reflexo do Nada Absoluto manifestado como Tudo, para maravilha
de uns e estarrecimento de outros!
Neste
contexto, não poderia deixar de citar tantos Mestres Cósmicos
que foram criados mentalmente por místicos e por ocultistas,
que ao fazer a transição para o Plano Cósmico neles
se tornaram, consubstanciando uma existência praticamente imortal
que já estava perfeitamente definida, independentemente daquela
simbiose final e grandiosa. Foi assim, exatamente como aqui está
descrito, que se manifestaram no Plano da Existência Eterna o
Mestre Kut-Hu-Mi (Koot-Hoomi), criação mental de Madame
Blavatsky, e o Mestre Aum-Rah, produzido por um Rosacruz cujo nome não
estou autorizado a revelar, e que é do conhecimento, apenas para
efeito de estudos, dos 144 Membros da Ordo Svmmvm Bonvm manifestados
no Plano Físico, além, é claro, dos 12 (que na
realidade são 13) e que estão na Vida Eterna, diante da
Face (refletida) do Grande Sol Central.
Quando
penso que seres evoluídos de um antropóide primordial
– o Grande Ancestral – chegaram a esse ponto, com tais primores
de criação mental, não posso deixar de cogitar
que em algum momento da evolução, em algum ponto de seu
desenrolar, talvez tivesse havido interferência externa à
Terra, provavelmente de seres de planetas muito evoluídos, que
ascenderam com todas as suas criaturas à esfera quadridimensional,
como ‘planetas espirituais’. Evidentemente, isto é
apenas uma suposição longínqua e hipotética,
uma mera hipótese, mas não posso deixar de pensar nela.
Ao
mesmo tempo, quando vejo toda essa estrutura espiritual montada pelo
homem, fugindo ao seu controle e sendo usada para finalidades torpes
e cruéis – como a guerra e o terrorismo – me vem
à mente a certeza de que cada um de nós, místicos
e/ou ocultistas, deve se esforçar ao máximo para produzir
a rápida e a segura recuperação desse controle,
e que a formação de seres com essa capacidade deve ser
a missão de todas as Ordens e Fraternidades esotéricas
e iniciáticas manifestadas neste planeta. É nisso que
se constitui a verdadeira Alta Magia, e se (re)apossar do controle das
criações mentais é, talvez, o mais importante ofício
do Mago. Ufologistas sérios tentam, por seu turno, encontrar
o elo perdido para chegar ao ponto em que o primata humano passou a
se tornar capaz de fazer criações mentais portentosas.
Talvez, quando essa chave vier a ser encontrada, o homem possa entender
melhor quem ele na realidade é e, com isso, possa conduzir melhor
o seu destino.
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(*) O Frater Vicente Velado é Abade Especial da Ordo Svmmvm Bonvm
para o Terceiro Mundo, e este texto é parte do livro digital
‘Abrindo a Mente’, que será publicado em breve pela
Ordem de Maat para a Biblioteca Digital da Ordo Svmmvm Bonvm (o capítulo
original, do qual o presente texto foi extraído, contém
um experimento que envolve criação mental, e que pode
ser realizado por qualquer esoterista).
Reprodução permitida, citando-se a fonte:
http://svmmvmbonvm.org/
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