PRIMAVERA ÁRABE!

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Se a liberdade e a Democracia não são termos equivalentes, certamente são complementares: sem liberdade, a Democracia é despotismo; já a Democracia sem a liberdade é uma ilusão.

 

Octavio Paz (1914 – 1998)

 

A ditadura é um Estado em que todos têm medo de um e um tem medo de todos.

 

Alberto Moravia (1907 – 1990)

 

O despotismo perpetua a ignorância e a ignorância perpetua o despotismo.

 

Anne Robert Jacques Turgot (1727 – 1781)

 

 

 

 

Primavera Árabe

 

 

Bendita Internet que instrui!

Bendita informação que derrui!

Bendita volição que desemperra!

Bendita Primavera que descerra!

 

Fim da absência de liberdades!

Fim das cruentas barbaridades!

 

Basta de tanta malversação!

Basta de tanta não-aplicação!

Basta dessa fedegosa tirania!

Basta dessa nula Democracia!

 

Fez-se poderosa a Rua Árabe!

Entreluziu a Primavera Árabe!

Tardará um pouco, mas ficará!

 

Ela precisa, porém, ser amada,

e, acima de tudo, respeitada.

É preciso dominar a tentação

 

Com o intuito de fazer o bem,

pode-se espigar o mal também.

Todavia, isto poderá ser evitado,

se a vanidade for posta de lado.

 

Oh!, povo árabe! Paz Profunda!

Que chegue ao fim a barafunda.

Um dia, todos haveremos de Ver:

 

 

 

 

Primavera Árabe

 

 

 

 

Observação:

A Primavera Árabe (Arab Spring) é o movimento/anseio popular legítimo que vem se manifestando crescentemente pela Democracia (right to Democracy) em todos os países islâmicos (Mundo Árabe), tendo timidamente iniciado em 2005, durante a Administração do Presidente dos Estados Unidos George W. Bush. Atualmente, pode-se dizer que este movimento democrático está em sua segunda onda, que começou a se intensificar no Oriente Médio e no norte da África, notadamente entre o final de 2010 e início de 2011, durante o Governo do Presidente norte-americano Barack Obama, quando Tarek al-Tayyib Muhammad ibn Bouazizi (1984 – 2011) ateou fogo a si mesmo depois de encharcar o corpo com thinner, no dia 17 de dezembro de 2010, como um ato de desespero depois de ter sido publicamente humilhado e de ter suas mercadorias confiscadas pelas autoridades policiais da Tunísia. O ato do jovem vendedor de rua serviu de gatilho para a segunda onda da Primavera Árabe. Menos de um mês depois, o Presidente Zine El Abidine Ben Ali (3 de setembro de 1936) – há mais de duas décadas no comando do país africano – foi colocado para correr e os portões do inferno foram escancarados para todos os déspotas da região. A Primavera Árabe é certamente um movimento democrático associado à globalização da informação e aos novos meios de comunicação, em especial, a bendita Internet. O amplo acesso à informação no mundo atual tem tornado cada vez mais difícil a permanência e a sustentação de regimes autoritários e totalitários, tendo em vista que a Internet retira dos regimes não-democráticos a capacidade de controlar a informação. Esparramada a informação, é desacolchetado o desejo legítimo de liberdade.

 

 

Observação editada das fontes:

http://www.cartamaior.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mohamed_Bouazizi

http://jus.uol.com.br/revista/texto/

 

 

Homenagem a Tarek Bouazizi durante um protesto
na Avenida Habib Bourguiba em Túnis, Tunísia

 

Fundo musical:

Le Quattro Stagioni: Primavera
Compositor: Antonio Lucio Vivaldi

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://www.claudenadeau.net/ecouter.html