PRAZO DE VALIDADE

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

(Aponte o mouse para o diploma)

 

 

 

 

e medicamento e alimento

têm sempre um prazo de validade,

por que banho-de-igreja e doutoramento

também não têm data de expirabilidade?

 

 

m doutor que não publica

– por indolência ou incompetência –

 

 

or este arrazoado, o casamento

tanto quanto o doutoramento

deveriam valer só pela produtividade.

 

 

ão digam que estou malacafento;

acho que tenho, isto sim, bom tento.

Marido? Esposa? Doutor? Só por vaidade?

 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

Bibbidi, Bobbidi, Boo! (Cinderella)

Fonte:

http://rosemck1.tripod.com/kids-corner.html

 

Página da Internet consultada:

http://www.wordinfo.info/words/index/info/view_unit/3321

 

Observação:

Eu não consigo mesmo entender – e muito menos aceitar – que alguém conclua um mestrado ou um doutorado e não mais publique uma simples monografia. Também acho duro de engolir que um membro (mais antigo e, portanto, presumidamente mais informado) de uma fraternidade místico-iniciática qualquer não publique um simples artigo lá uma vez ou outra. Unzinho já seria suficiente! (Não há papa que, pelo menos, não tenha escrito uma encíclica). Ora, não adianta argumentar que não tem inclinação, vocação ou talento para escrever, ou que não domina bem a língua portuguesa, pois isto é o que menos importa; importa, sim, sobremodo, a mensagem, a [fide]dignidade e a boa vontade. Você pode até não concordar – e eu aceito sem objeção! – mas o fato é que dois Elles bonitão foi um presidente culto, falava muito bem e deu no que deu; dois Elles bardudão tem pouca cultura, agride o português a cada frase que pronuncia e, no geral, ainda que pudesse ser bem melhor, está fazendo um bom Governo. Saber falar bem e escrever melhor ainda não indica, obrigatoriamente, que a personalidade e o caráter sejam uma Brastemp, e nem é passaporte para o paraíso. Por isto, voltando ao âmbito da academia, sou favorável a que cursos de pós-graduação, particularmente mestrados e doutorados, tenham prazo de validade, isto é, que valham por determinado período de tempo, por exemplo, por três anos. Decorrido este prazo, o mestre ou o doutor teria que apresentar na universidade em que concluiu o curso a comprovação de suas atividades acadêmicas, com obrigatoriedade de, no mínimo, ter publicado um paper por ano, podendo ser em um congresso, em um seminário, em uma mesa-redonda, em um periódico científico ou em uma revista indexada (nacionais ou internacionais). Isto, para começar, pois há publicações e publicações, pesquisas e pesquisas etc. Certamente, o valor de qualquer profissão ou de um título acadêmico depende, entre outros fatores, do número e da qualidade efetiva das comunicações científicas que seus profissionais divulgam (que não precisam sempre ser absolutamente originais; reestudo vale). Bolas! Mestres e doutores que não publicam são como maridos que não esticam, esposas que só criticam, médicos que não clinicam e espiritualistas que só complicam! É necessário se ter em conta que o conhecimento só se torna ciência após ser publicado, e compartilhar descobertas é dever do pesquisador. Vale a pena dar uma conferida no muito bem elaborado trabalho (em .pdf) de Maria Imaculada Cardoso Sampaio, O Processo de Indexação de Periódicos Científicos: Indexadores Nacionais, Internacionais e seus Critérios. Para lê-lo, clique AQUI.