Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

O Senhor Buddha disse:

 

Não pense que as pequenas transgressões não retornarão em suas vidas futuras. Assim como gotas de água que caem acabarão enchendo um grande recipiente, as pequenas transgressões se acumulam completamente. Não pense que as pequenas virtudes não retornarão em suas vidas futuras. Assim como gotas de água que caem acabarão enchendo um grande recipiente, as pequenas virtudes também se acumulam completamente.

 

Eu digo:

 

Não transgredir por medo do inferno não adianta nada; até é melhor infringir, porque de infringência em infringência vai nascendo a consciência. Ser virtuoso para ir para o céu não adianta nada; até é melhor ser vicioso, devasso e trapaceiro, porque de imperfeição em imperfeição, de licenciosidade em licenciosidade e de má-fé em má-fé vai nascendo a consciência. Mas...

 

Fonte:

http://viewonbuddhism.org/karma.html

 

 

 

 

Prisões Condescendidas
(Desejos... Cobiças... Paixões...)

 

 

 

Um tiquinho de transgressão,

uma existência de tormento.

Um tantinho de permissão,

uma encarnação de lamento.

 

Uma insensata transigência,

um compromisso irredutível.

Uma delirante complacência,

uma compensação inflexível.

 

Você que ouve e não fala,

você que olha e não vê,

eu vou lhe dar uma pala:

pare com esse pagá-devê.

 

Você que lê e não sabe,

você que reza e não crê,

você que entra e não cabe,

só mesmo chá de dambrê.

 

 

 

 

Assim são os quefazeres,

que provocam pungimentos;

outrossim os (bel-)prazeres,

que parem arrependimentos.

 

Acorrentados a zil tresvarios,

contemporizamos e sofremos.

Navegando por impolutos rios,

aparecemos e desaparecemos.

 

Entrementes, pedimos a Deus

que perdoe os pecados nossos,

porém, imundamos nossos Eus,

iterando os mesmos sobrossos.

 

que se deixam influir e dominar;1

e os depois não são temporões,

 

 

 

Nó Infinito

 

 

 

_____

Nota:

1. Lorpa-que-com-os-outros-vai
    meio que oscila-mas-não-cai.
    Vai-que-vem... Vem-que-vai...
    Mas, lá um dia – pimba! – cai.

 

 

 

 

Música de fundo:

A Tonga da Mironga do Kabuletê
Composição e interpretação: Vinícius de Moraes & Toquinho

Fonte:

http://dilandau.eu/bossa%20nova/Toquinho/A%20Tonga%2
0Da%20Mironga%20Do%20Kabulete/download-mp3-1.html

Observação:

Segundo o dicionário Houaiss, tonga é uma palavra angolana que significa campo para capinar, para desbravar. Mironga significa altercação, briga, queixa, injúria, feitiço. E kabuletê (cabuleté), no mesmo léxico, é indivíduo reles, desprezível, vagabundo, bisbórria. Na composição, Vinícius informa, sem que seja comprovado, que a expressão seria uma espécie de xingamento em língua nagô. Na época em que a música foi lançada, o Brasil era governado por uma ditadura fedorentérrima, e esta era uma oportunidade de protestar, sem que a milicada compreendesse. Quem é que entende nagô? Bem, na verdade, tonga da mironga do kabuletê não significa lhufas de lhufas, mas pode significar absolutamente tudo. Há quem diga que esta frase significa o elemento filamentoso, rico em ceratina, que faz parte dos anexos da pele e se distribui por quase toda a superfície do corpo, e, também, como não poderia deixar de ser, no olho do cu da mãe. Sei lá; pode até ser. Mas, tudo vai de quem fala e para quem a coisa é falada. Eu, como sou desbocado até a alma, prefiro mandar o cara para a... Acho tonga da mironga do kabuletê muito diplomático. Pudera! Vinícius era diplomata! Já pensou alguém dizer para outro alguém: — Com todo respeito pela vossa digníssima mãe – que me é muito cara eu, se fosse Vossa Excelência, tomaria um chá-de-bico, vestiria o pijama e iria para a tonga da mironga do kabuletê. Não dá. O pior é se o cara pensa que está levando uma cantada.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.gifs-animados.net/original-130.htm

http://stream1.gifsoup.com/
view2/3403184/jaw-drop-o.gif

http://www.presentermedia.com/index.php?
target=closeup&maincat=animsp&id=6210

http://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Endless-knot-49-crossings.svg

 

Direitos autorais:

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