PARADOXO

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O texto a seguir (título original: The Great Paradox) foi publicado pela primeira vez em 1887. É traduzido de Collected Writings de Helena Petrovna Blavatsky, TPH, India/USA, volume VIII, pp. 125 a 129.

 

 

O Grande Paradoxo
(Viver no Eterno e Vigiar o que é Momentâneo)

 

 

 

O paradoxo parece ser a linguagem natural do Ocultismo. Mais do que isso, ele parece penetrar profundamente no coração das coisas, e, assim, parece ser inseparável de qualquer tentativa de colocar em palavras a Verdade – a Realidade que está na base das aparências externas da vida.

 

E o paradoxo acontece não somente nas palavras, mas, na ação, na própria conduta da vida. Os paradoxos do Ocultismo devem ser vividos, não falados apenas. Aqui reside um grande perigo, porque é muito fácil se perder na contemplação intelectual do Caminho, e assim se esquecer de que a Estrada só pode ser conhecida quando se caminha por ela.

 

 

Ilusão

 

 

Um paradoxo assustador se apresenta ao estudante já no início, e o confronta assumindo novas e estranhas formas em cada curva do Caminho. Talvez, esse estudante tenha procurado o Caminho desejando uma orientação, uma regra sobre o que é certo para a conduta em sua vida.

 

Ele aprende que o alfa (o começo) e o ômega (o final) da vida é Altruísmo. E ele acaba sentindo a veracidade da afirmação de que somente na profunda inconsciência do auto-esquecimento a Verdade e a Realidade do ser podem se revelar ao seu Coração sedento. [E assim, desaparecem, simultaneamente, a separatividade e a ofensividade.]

 

 

 

 

O estudante aprende que esta é a Lei única do Ocultismo, e, ao mesmo tempo, a Ciência e a Arte do Viver, guias para a meta que ele deseja alcançar. Ele está cheio de entusiasmo e entra bravamente na Trilha da Montanha. Então, ele descobre que seus Instrutores não encorajam seus vôos ardentes de sentimento, seu anseio pelo Ilimitado, que o faz esquecer de tudo, seja no plano externo, seja no plano factual da sua vida e da sua consciência. Pelo menos, se não eliminam seu entusiasmo, eles lhe apontam, como primeira e indispensável tarefa, vencer e controlar seu corpo. O estudante descobre que, longe de ser encorajado a viver nos pensamentos sublimes de seu cérebro e fantasiar que alcançou o éter onde está a Verdadeira Liberdade com o esquecimento do seu corpo, das suas ações exteriores e do seu ego a ele são atribuídas tarefas muito mais terrenas. Toda a sua atenção e a sua vigilância são requeridas no plano exterior; ele não deve nunca se esquecer de si mesmo, nunca descuidar do seu corpo, da sua mente e do seu cérebro. Ele deve aprender a controlar a expressão de cada detalhe, verificar a ação de cada músculo e dominar o mais leve movimento involuntário. A vida diária à sua volta e dentro dele mesmo é assinalada como objeto do seu estudo e da sua observação. Em vez de esquecer o que geralmente são chamadas de banalidades, pequenos descuidos e erros acidentais da língua e da memória, ele é forçado a se tornar, a cada dia, mais consciente destes lapsos, até que, finalmente, eles parecem envenenar o ar que ele respira e o sufocar, até que ele parece perder a visão e o contato com o Grande Mundo de Liberdade pelo qual está lutando, até que cada hora e cada dia parecem cheios do amargo sabor do ego, e seu Coração se sente doente com a dor e com a luta do desespero. E a escuridão fica ainda mais profunda, porque a Voz Interior grita incessantemente: Esqueça de si mesmo. Cuidado, do contrário você se torna autocentrado, e a erva gigante do egoísmo espiritual firmemente se enraizará em seu Coração. Cuidado! Cuidado! Cuidado!

 

 

Cuidado! Cuidado! Cuidado!

 

 

A Voz leva seu Coração até suas profundezas, porque ele sente que as palavras são verdadeiras. Sua batalha diária e contínua o ensina que estar autocentrado é a fonte do sofrimento, a causa da dor, e sua alma está cheia de desejo de liberdade.

 

Assim, o Discípulo é tomado pela dúvida. Ele confia em seus Instrutores, porque sabe que através Deles fala a mesma Voz que ele ouve em seu Coração. Mas, agora, Eles dizem palavras contraditórias: a Voz Interna, a única, recomenda esquecer de si mesmo totalmente, em prol da Humanidade; a outra, a palavra falada por Aqueles de quem ele busca orientação, recomenda primeiro dominar seu corpo, seu eu exterior. E a cada hora ele vê mais claramente como é difícil aquela batalha com a Hidra, e vê sete cabeças crescerem novamente no lugar de cada uma que ele decepou.

 

 

Hidra
(Símbolo do Egoísmo
Espiritual)

 

No começo, ele oscila entre as duas coisas, ora obedecendo a uma, ora obedecendo à outra. Mas, logo ele aprende que isto é infrutuoso, porque o sentido de liberdade e de leveza que, no princípio, vem quando ele deixa seu eu externo sem vigilância, para que possa procurar internamente ar puro, logo perde sua intensidade, e um choque repentino lhe revela que ele escorregou e caiu no Caminho que vai Montanha acima. Então, em desespero, ele se lança sobre a traiçoeira serpente do ego, e luta para sufocá-la até a morte. Mas, seus anéis espiralados, sempre fugidios, evitam suas mãos. As tentações insidiosas de suas escamas brilhantes cegam sua visão e, novamente, ele se envolve no turbilhão da batalha que o vence dia-a-dia, e que, finalmente, parece preencher o mundo inteiro, apagando tudo o mais, exceto sua consciência.

 

 

 

 

Ele está cara a cara com um paradoxo esmagador, cuja solução deve ser vivida antes que possa ser realmente entendida.

 

Em suas horas de meditação silenciosa, o estudante descobrirá que há um espaço de Silêncio dentro de si, em que ele pode se refugiar dos pensamentos e dos desejos, do turbilhão dos sentidos e das ilusões da mente. Mergulhando sua consciência profundamente em seu Coração [Espiritual], ele pode alcançar este lugar, a princípio, somente quando ele está sozinho em silêncio e na escuridão. Mas, quando a necessidade de silêncio cresce, ele O procurará mesmo no meio da batalha com o ego, e O encontrará. Ele apenas não deve abandonar seu eu exterior nem seu corpo. Deve aprender a se retirar para a sua Cidadela, quando a batalha se torna árdua. Mas, precisa fazê-lo sem perder de vista a Batalha o Bom Combate – sem se permitir fantasiar. E assim, ele vencerá. Esta vitória só se conquista quando tudo é Silêncio fora e dentro da Cidadela Interior. Lutando deste modo, dentro do Silêncio, o estudante descobrirá que resolveu o primeiro grande paradoxo.

 

 

Paradoxo

Paradoxo

 

 

Todavia, o paradoxo ainda o segue. Quando ele consegue se retirar para dentro de si mesmo, lá, ele busca apenas se refugiar da tempestade em seu Coração. E quanto mais ele luta para controlar as ondas de paixão e de desejo, mais ele compreende que gigantescos poderes ele jurou vencer. Ele ainda se sente, quando não está em Silêncio, muito parecido com as forças da tempestade. Como sua força insignificante poderá competir com esses tiranos de natureza animal?

 

Esta pergunta é difícil de responder em palavras diretas, caso haja uma resposta para ela. Mas, a analogia pode apontar o caminho onde a solução deverá ser procurada.

 

Ao respirar, colocamos uma certa quantidade de ar nos pulmões e, com isto, podemos imitar, em pequena escala, o poderoso vento do céu. Podemos produzir uma fraca imagem da Natureza: uma tempestade em copo d’água, uma brisa para soprar ou mesmo afundar um barco de papel. E podemos dizer: Eu faço isso, isso é minha respiração. Mas, não podemos soprar nossa respiração contra um furacão, menos ainda prender o vento em nossos pulmões. No entanto, os poderes do céu estão dentro de nós; a Natureza das Inteligências que guiam a força do mundo está unida à nossa natureza, e se entendermos isto e nos esquecermos de nosso ego exterior, esses ventos poderão ser nossos instrumentos.

 

 

Energia Eólica

Energia Eólica

 

 

Assim é na vida. Enquanto o ser-humano-aí-no-mundo se apegar ao seu ego exterior e se apegar a cada forma que ele assume quando sua pele mortal é deixada de lado ele estará tentando afastar um furacão com o sopro dos seus pulmões. Tal esforço é inútil e vão, porque os grandes ventos da vida, cedo ou tarde, o dominarão. Mas, se ele mudar sua atitude dentro de si mesmo, se ele agir sabendo que seu corpo, seus desejos, suas paixões e seu cérebro não são ele mesmo embora ele esteja a cargo deles e seja responsável por eles se ele tentar lidar com eles como partes da Natureza, então, poderá ter a esperança de se tornar uno com as grandes marés do Ser, e de alcançar, finalmente, o lugar pacífico do auto-esquecimento.

 

 

 

 

 

 

Eu queria conhecer a Estrada

que leva à Illuminação,

mas, não queria por Ela caminhar,

com medo dum vampirão.

 

Um dia, me enchi de coragem,

e me pus em caminho.

Acabei me perdendo numa curva,

e terminei sozinho.

 

Vivi mais preocupado comigo

do que com a Estrada.

Por isto, eu jamais completei

a Nobre Caminhada.

 

E assim, escorregando e caindo,

com medo de mim mesmo,

sempre recuando, nunca avançando,

vivi totalmente a esmo.

 

Decepcionado e abichornado,

aprendi esta lição:

na Estrada, o egoísmo emudece

a Voz do Coração.

 

Egolatria = Fonte do Sofrimento

+ Causa das Dores.

E muitas encarnações são perdidas!

E não mudam as cores!

 

Mas, acabei vencendo os apegos

e à Estrada retornei.

Hoje – já liberado e Illuminado –

 

Oh!, querido Irmão Universal!

Irmão de Caminhada!

Se você, como eu, um dia falhou,

retorne já à Estrada!

 

Enfim, esqueça de si mesmo,

do passado e do futuro.

Esqueça os reveses e os estorvos.

Imploda o velho muro!

 

Não espere o avião decolar!

Atualize o passaporte.

Seja um Fernão Capelo

Mude hoje a sua sorte!2

 

 

 

Oh! Por que eu não consigo levantar vôo?

 

 

 

______

Notas:

1. Fernão Capelo Gaivota é um romance do escritor de norte-americano Richard Bach (Oak Park, Illinois, 23 de junho de 1936), publicado em 1970. Resumidamente, o livro apresenta uma gaivota de nome Fernão, que decide que voar não deve ser apenas uma forma para a ave se movimentar. A história se desenrola sobre o fascínio de Fernão pelas acrobacias. É uma história sobre liberdade, aprendizagem e amor. Enfim, deveríamos abolir o advérbio apenas (ou apenasmente, como diria S. Ex.ª odorífica, o Sr. Prefeito de Sucupira Odorico Paraguaçu) do nosso vocabulário, pois, ele só serve para nos limitar.

 

Apenas nasci.
Não sei quem eu sou.
A
penas vivi.
Nunca soube quem sou.
Apenas morri.
Sem saber quem eu sou.

 

2. Eu estou cansado de digitar e você sabe muito bem que não existem azar, sorte, acaso, porventura, mau-olhado, saci-pererê, mula-sem-cabeça, lobisomem nem moleza com o Ex.mo Sr. Juiz, hoje, Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Fernando Moro. Não existem imprevisibilidade, casualidade, eventualidade e predestinabilidade. Isso tudo é papo-furado de quem está mais por fora do que o umbiguinho da Virgínia Lane, quando era namorada do ex-presidente Getúlio Dornelles Vargas (São Borja, 19 de abril de 1882 – Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954). Então, leia esta frase assim: Domine seu ego! Ouça a Voz do seu Deus Interior! Cara, se manque! Atualize seu passaporte! Faça a Hora acontecer! Hojinho! Jazinho! Agorinha!

 

 

Sérgio Fernando Moro

Não adianta chiar.
Não adianta bufar.
Não adianta lagrimar.
Não adianta peidar.
Com Moro ou sem Moro,
implodirá o indecoro.
Com ou sem ,
o afano não ficará barato,
a corrupção irá zerar
e o Brasil irá avançar.
Como 222 + 222 = 444,
acabará todo esse atro,
ou não existe o joão-galafoice,
o Sinatra não era o The Voice,
eu não nasci e não me chamo Rodolfo
e a Rogéria não era o Sr. Astolfo!

 

 

Rogéria e Sinatra

Rogéria, Sr. Astolfo Barroso Pinto
e o desconhecido
The Voice, Francis Albert Sinatra

 

 

Música de fundo:

Hydra

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=Mqm41gCv71M

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.5tjt.com/

http://www.casapark.com.br/

https://www.oantagonista.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Moro

https://veja.abril.com.br/

https://br.pinterest.com/pin/421931058835958343/

https://www.todoestudo.com.br/

https://www.verywellmind.com/

https://br.depositphotos.com/

http://www.pngall.com/

https://giphy.com/

https://www.flaironline.nl/

https://www.canstockphoto.com.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Capelo_Gaivota

https://ohthisway.co.uk/

http://www.gifmania.co.uk/

 

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