Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Pax vel iniusta utilior est quam iustissimum bellum.1 (Cícero))


 

 

 

 

Immanuel Kant (1724 – 1804)
(Fragmentos)

 

 

 

Kant

Kant

 

 

 

Duas coisas que me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e freqüentemente o pensamento dela se ocupa: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.

 

Todo conhecimento nasce no sentido, passa pelo entendimento e termina na razão.

 

A Democracia constitui necessariamente um despotismo, porquanto estabelece um poder executivo contrário à vontade geral. Sendo possível que todos decidam contra um cuja opinião possa diferir, a vontade de todos não é, portanto, a de todos, o qual é contraditório e oposto à liberdade.

 

A liberdade é aquela faculdade que aumenta a utilidade de todas as demais faculdades.

 

Não é de se esperar que reis filosofem ou que filósofos se tornem reis, mas tampouco é de se desejar, porque a posse do poder corrompe inevitavelmente o livre julgamento da razão. Porém, é indispensável, para iluminar sua ocupação, que reis ou povos reais (que governam a si mesmos segundo leis de igualdade) não atrofiem ou emudeçam a classe dos filósofos, mas a deixem falar publicamente...

 

Não se ensina Filosofia; ensina-se a filosofar.

 

Pensamentos sem conteúdos são vazios; intuições sem conceitos são cegas.

 

O Direito é o conjunto de condições que permitem à liberdade de cada um acomodar-se à liberdade de todos.

 

Uma proposição incorreta é forçosamente falsa, mas uma proposição correta não é forçosamente verdadeira.

 

A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina a como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.

 

É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da Humanidade.

 

Podemos julgar o Coração de um homem pela forma como ele trata os animais.

 

O conceito de dever não precisa, para se fundar, de nenhum fim particular, mas, sim, pelo contrário, que suscite um outro fim para a vontade do homem, a saber: contribuir por todos os meios para o soberano bem possível no mundo (a felicidade geral no Universo associada à mais pura moralidade e conforme com ela).

 

Só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são, sobretudo, perigosos para as escolas e dificilmente se propagam no público.

 

Age de tal modo que a máxima da tua ação possa se tornar princípio de uma legislação universal.

 

Age de modo que consideres a Humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como objetivo, nunca como simples meio.

 

Como o caminho terreno está semeado de espinhos, Deus deu ao homem três dons: o sorriso, o sonho e a esperança.

 

O Iluminismo significa a saída do homem de sua menoridade, da qual o culpado é ele próprio. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a sua causa não estiver na ausência de entendimento, mas na ausência de decisão e de coragem para se servir de si mesmo sem a direção de outrem.

 

 


 

 

 

 

 

 

 

A paz é uma condição vibratória negativa;

a guerra é uma condição vibratória positiva.

A paz é um estado harmônico, construtivo;

a guerra é um estado inarmônico, destrutivo.2

 

 

Falamos de paz, mas ignoramos o que é;

vemos a guerra e sabemos bem o que é.

No Coração, coexistem a paz e a guerra:

a paz que repatria e a guerra que desterra.

 

 

A paz que repatria transmuta e ascensiona;

a guerra que desterra abruta e turbilhona.

Na paz, a Cruz fica encoberta, se absconde;

na guerra, a Rosa quer, mas não acha onde.3

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. A paz, mesmo injusta, é mais útil do que a guerra justíssima.

2. Mas poderá se dar exatamente o contrário: a paz poderá tanto construir quanto destruir, e a guerra poderá tanto destruir quanto construir. Um simples exemplo metafísico deste conceito está relacionado com os nossos demônios interiores; lutamos, guerreamos, para dominá-los ou destruí-los. Logo, a dominação ou destruição da legião de demônios pelo nosso Eu Interior que, consciente ou inconscientemente, engendramos ao longo das eras é uma construção positiva. Por outro lado, um exemplo prático de paz hipócrita e destruidora é quando, para não nos aborrecermos ou seja lá pelo motivo que for, silenciamos e fingimos não ver o mal se esparramar. A guerra, no primeiro exemplo, é misticamente justa; já no segundo exemplo, este tipo de paz é uma paz ilusória e de merda. Não precisamos pegar em armas para combater a injustiça e o mal; podemos, por exemplo, dialeticamente, combatê-los com idéias. Você quer um exemplo? Se ainda não conhece, visite o Website da Ordo Svmmvm Bonvm:

http://svmmvmbonvm.org

3. A guerra, aqui, simbolicamente, pode ser entendida como a Noite Negra da Alma. Na transcursão do Conticínio, tudo é treva, dor e vergonha. Só depois de ultrapassada a Meia-noite, com os primeiros raios da Aurora, a Rosa, em processo de libertação, [re]encontrará seu Caminho.

 

 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

Nocturne nº 1 in Bb m, Op. 9 nº 1
Compositor: Chopin

Fonte:

http://www.geocities.com/Vienna/4279/MIDI.html