POSSÍVEL, EXEQÜÍVEL E REALIZÁVEL

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a mais-valia havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o sobretrabalho havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a escravização havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a desigualdade social havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o racismo estrutural havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a xenofobia havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a homofobia havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a outrofobia havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a fome e a miséria haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a inflação e a carestia haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o desrespeito ambiental havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o massacre de animais havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no Brasil, a polarização política havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no Brasil, o foro privilegiado havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no Brasil, o orçamento secreto havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no Brasil, a antidemocracia havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no Brasil, o anti-republicanismo havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no Brasil, o anti-Estado Democrático de Direito havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a intolerância religiosa havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a fabricação de havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, as dissensões haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a imitação havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a inocência útil havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, os imperativos hipotéticos haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o fiat voluntas mea havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a sujeição ao demônio interior havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, todas as formas de crueldade haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, as guerras santas haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, todos os egoísmos haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, na Ucrânia, o genocídio putiniano havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, os crimes contra a Humanidade haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a
Grande Heresia da Separatividade havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a desfraternidade havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a intolerância havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, as news haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, as tiranias haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, as máfias haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a corrupção havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a magia negra havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a PanCOVIDmia havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o antivacinismo havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o negacionismo havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o terraplanismo havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o medievalismo havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o medo da morte havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o medo de tudo havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, o-que-não-é havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, as gaiolas haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, os grilhões haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

A pena capital é uma abominação inútil.

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a pedofilia e os estupros haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, os karmas individual e coletivo haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a prevalência do Manipura havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, os desastres naturais haviam acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a irresponsabilidade havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, a fome dos lobos havia acabado.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

 

 

 

 

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo, todos haviam recebido a 3ª Iniciação.
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes.

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que, no mundo,
Acordei, e, decepcionado, constatei que tudo, ainda,
como lá, naquele Quartel, continuava como dantes:

Sonhei
o sonho possível, exeqüível e realizável,
que todos esses sonhos, ainda em gestação,
haviam, enfim, se tornado realidade.
E não é que se tornaram mesmo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

The Impossible Dream (The Quest)
Composição: Mitch Leigh (música) & Joe Darion (letra)
Interpretação: Frank Sinatra

Fonte:

https://mp3store.cc/get-music/frank-sinatra-dream/

 

Páginas da Internet consultadas:

https://whoopsies.wordpress.com/

https://www.folha.uol.com.br/

https://www.infomoney.com.br/

https://tuliogadelha.com.br/

https://imagensemoldes.com.br/skull-png/

https://www.change.org/

https://setentaequatro.pt/node/96

https://tenor.com/

https://pt.dreamstime.com/

https://gifer.com/pt/gifs/isis

http://olaszmida.com/

https://giphy.com/

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.