A PORTA ESTREITA

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Todos os nossos humanos desejos, cobiças e paixões – [que moram em nós há milênios] devem ser sacrificados [compreendidos, dominados e eliminados], antes que possamos passar pela Porta Estreita, de tal sorte que o Círculo Restrito se torne ilimitado. [Por mais sincero que seja, nenhum esforço adiantará nada para eliminarmos os nossos desejos, as nossas cobiças e as nossas paixões, se não COMPREENDERMOS o porquê de existirem em nós e de termos tanta dificuldade de nos livrar deles. Sem COMPREENSÃO, nada feito. COMPREENSÃO –› LIBERTAÇÃO –› DIVINIZAÇÃO.] [In: A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.]

 

 

Porta

Simbolicamente Deve Ser ± Assim

 

 

 

Somos preconceituosos,

mas, temos dificuldade em eliminar o preconceito.

 

 

 

 

Somos desejosos,

mas, temos dificuldade em eliminar o desejo.

 

Somos cobiçosos,

mas, temos dificuldade em eliminar a cobiça.

 

Somos corruptos,

mas, temos dificuldade em eliminar as maracutaias.

 

Somos vantagistas,

mas, temos dificuldade em eliminar as vantagices.

 

Somos fanfarrões,

mas, temos dificuldade em eliminar as fanfarronices.

 

Somos golpistas,

mas, temos dificuldade em eliminar o golpismo.

 

Somos antidemocratas,

mas, temos dificuldade em eliminar a antidemocracia.

 

Somos fakenewsistas,

mas, temos dificuldade em eliminar as fake news.

 

 

 

 

Somos Tibiriçás,1

mas, temos dificuldade em eliminar a tortura.

 

 

Pau-de-arara

 

 

Somos acumuladores,

mas, temos dificuldade em eliminar o amontoamento.

 

 

Amontoamento

 

 

Somos fanáticos,

mas, temos dificuldade em eliminar o fanatismo.

 

Somos separadores,

mas, temos dificuldade em eliminar a separatividade.

 

Somos escravizadores,

mas, temos dificuldade em eliminar o despotismo.

 

Somos imisericordiosos,

mas, temos dificuldade em eliminar a imisericórdia.

 

Somos ufanistas,

mas, temos dificuldade em eliminar o patriotismo.

 

Somos xenofóbicos,

mas, temos dificuldade em eliminar a xenofobia.

 

Somos homofóbicos,

mas, temos dificuldade em eliminar a homofobia.

 

Somos negrofóbicos,

mas, temos dificuldade em eliminar a negrofobia.

 

 

BLACK LIVES MATTER

 

 

Somos judeofóbicos,

mas, temos dificuldade em eliminar a judeofobia.

 

Somos islamofóbicos,

mas, temos dificuldade em eliminar a islamofobia.

 

Somos negacionistas,

mas, temos dificuldade em eliminar negacionismo.

 

Somos antivacinistas,

mas, temos dificuldade em eliminar o antivacinismo.

 

Somos flexibilizadores,

mas, temos dificuldade em eliminar o sassarico.

 

Somos aproximadores,

mas, temos dificuldade em eliminar o beijim-beijim-pau-pau.

 

Somos vacinadores de vento,

mas, temos dificuldade em eliminar o mau-caratismo.

 

Somos desrespeitadores,

mas, temos dificuldade em eliminar o desrespeito.

 

Somos derramadores,

mas, temos dificuldade em eliminar o derrame.

 

Somos imitadores,

mas, temos dificuldade em eliminar a imitação.

 

Somos seguidores,

mas, temos dificuldade em eliminar a inocência útil.

 

Somos papagaios de pirata,

mas, temos dificuldade em eliminar a papagaio-piratice.

 

Somos ajoelhadores,

mas, temos dificuldade em eliminar a ajoelhação.

 

 

OrandoOrandoOrandoOrando

 

 

Somos persignadores,

mas, temos dificuldade em eliminar a persignação.

 

Somos pedigonhos,

mas, temos dificuldade em eliminar a pedincharia.

 

Somos medonhos,

mas, temos dificuldade em eliminar a horripilação.

 

Somos encagaçados,

mas, temos dificuldade em eliminar o cagaço.

 

 

Cagaço

 

 

Somos mentirosos,

mas, temos dificuldade em eliminar a mentira.

 

Somos traidores,

mas, temos dificuldade em eliminar a traição.

 

Somos fideístas,

mas, temos dificuldade em eliminar a crendice.

 

Somos antropomorfistas,

mas, temos dificuldade em eliminar o antropomorfismo.

 

Somos sonhadores,

mas, temos dificuldade em eliminar o delírio.

 

Somos mil outras coisas,

mas, temos dificuldade em eliminar todas elas.

 

E continuamos magos negros,

e não conseguimos nos transmutar em Magos Brancos!

 

E continuamos a morrer,

e não conseguimos MORRER!

 

 

Bates Motel

 

 

E continuamos a nascer,

e não conseguimos RENASCER!

 

E continuamos a viver,

e não conseguimos VIVER!

 

E continuamos servos dos nossos demônios,

e não conseguimos nos alforriar do nosso inferno!

 

E continuamos cegos e surdos,

e não conseguimos ver nem ouvir o nosso DEUS INTERIOR!

 

 

 

 

 

 

_____

Nota:

1. Nascido em Santa Maria, em 28 de julho de 1932, Carlos Alberto Brilhante Ustra foi coronel do Exército brasileiro. Entre 1970 e 1974, chefiou o DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo, período em que ficou conhecido como Major Tibiriçá. De acordo com a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, enquanto Ustra esteve à frente do órgão houve 40 mortes em 40 meses, bem como uma denúncia de tortura a cada 60 horas. Em 2008, Ustra se tornou o primeiro militar a ser reconhecido como torturador pela Justiça. O Tribunal de Justiça de São Paulo deu ganho de causa à Ação Declaratória da família Teles, que o acusava do seqüestro e da tortura de César, Maria Amélia, Criméia, Janaína e Edson Teles, estes últimos com apenas 5 e 4 anos respectivamente. A ação teve como objetivo que o Estado Brasileiro declarasse oficialmente que Ustra foi um torturador. A defesa de Ustra apresentou recurso, negado pela Justiça, em agosto 2012. Em junho de 2012, o coronel reformado também foi condenado a indenizar por danos morais a companheira e a irmã de Luiz Eduardo Merlino, morto nas dependências do DOI-Codi, em 1971. O papel central desempenhado por Ustra na repressão a opositores da ditadura veio à tona em 1986, quando a então deputada Bete Mendes, hoje atriz, reconheceu-o no Uruguai, onde ocupava o posto de adido militar do Governo José Sarney. Bete Mendes solicitou sua exoneração, que foi negada. Em resposta, o ex-chefe do DOI-Codi lançou, no ano seguinte, o livro Rompendo o Silêncio, sobre sua passagem pelo órgão. Mais tarde, em 2006, publicou A verdade Sufocada. Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 2013, o militar negou que tivesse cometido algum crime durante o período, e acusou a Presidente Dilma Rousseff de ter integrado quatro grupos terroristas. À mesma Comissão, o ex-sargento do Exército Marival Chaves afirmou que Ustra era o senhor da vida e da morte no DOI-Codi. Durante a vigência da CNV, em 31 de março de 2014, militantes do Levante Popular da Juventude, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram um ato de “escracho” em frente a sua casa. O coronel Ustra morreu no dia 15 de outubro de 2015, aos 83 anos, no Hospital Santa Helena, em Brasília, internado com um câncer. Sua morte, aparentemente serena, impune e ao lado da família, se contrastou com a angústia dos familiares de desaparecidos na ditadura, que até hoje não puderam velar seus entes queridos nem completar a travessia do luto. O velório de Ustra foi aberto para as Forças Armadas e entre 20 a 30 oficiais estiveram presentes em caráter privado. Um general da ativa foi visto por jornalistas portando um crachá do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Na ocasião, a assessoria de imprensa do exército cuidou de afastar os repórteres de outros veículos, bloquear o acesso e orientar os familiares do coronel. No fim da sua vida, com o desenrolar da CNV, o coronel Ustra teria dito que se sentia abandonado pelas Forças Armadas. Contudo, no dia 26 de outubro, a 3ª Divisão do Exército realizou solenidade militar oficial em homenagem póstuma ao torturador. Em 17 de abril 2016, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) homenageou o coronel Ustra em seu voto pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff, gerando revolta das vítimas da ditadura e repercutindo na mídia internacional. A OAB do Rio de Janeiro registrou um pedido de cassação do deputado por quebra de decoro e apologia à tortura, crime considerado inafiançável de lesa-humanidade.

 

Carlos Alberto Tibiriçá Brilhante Ustra

 

 

Fonte desta nota:

http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/ustra/

 

Música de fundo:

Psycho (Theme)
Compositor: Bernard Herrmann

Fonte:

https://www.t7mel.net/t/pt/@api/button/mp/qMTrVgpDwPk

 

Páginas da Internet consultadas:

http://blogdocappacete.blogspot.com

https://blankposter.com

http://laprovitera.blogspot.com

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https://tenor.com

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