EU ACHAVA QUE ZEUS...

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Deuses Romanos

 

 

 

Os Deuses existem, disse o filósofo grego do período helenístico Epicuro de Samos (341 a.C., Samos 271 ou 270 a.C., Atenas), mas, eles não são o que a turba supõe Eles sejam. Por cerca de quinze séculos, graças às perseguições brutalmente cegas dos grandes vândalos dos primeiros tempos da História Cristã, particularmente do imperador romano Flavius Valerius Constantinus 272 337) e do imperador bizantino Flavius Petrus Sabbatius Iustinianus Augustus (cerca de 482 565), a Sabedoria Antiga degenerou lentamente, até mergulhar no pântano mais profundo da superstição monacal e da ignorância. O pitagórico conhecimento das coisas que são, a profunda erudição dos gnósticos, os ensinamentos dos grandes filósofos honrados em todo o mundo e em todos os tempos foram rejeitados como doutrinas do anticristo e do Paganismo e levado às chamas. Com os últimos sete homens sábios do Oriente, o grupo remanescente dos neoplatônicos Herméias, Priciano, Diógenes, Eulálio, Damácio, Simplício e Isidoro que se refugiaram na Pérsia, fugindo das perseguições fanáticas de Justiniano, o Reino da Sabedoria chegou ao fim. [In: Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia), Helena Petrovna Blavatsky.]

 

 

 

Sabedoria

 

 

 

Como eu ficava triste,

eu achava que Zeus também ficava triste.

Como eu, às vezes, chorava,

eu achava que Zeus, às vezes, também chorava.

Como eu, às vezes, me lamentava,

eu achava que Zeus, às vezes, também se lamentava.

Como eu, às vezes, vituperava,

eu achava que Zeus, às vezes, também vituperava.

Como eu ficava alegre,

eu achava que Zeus também ficava alegre.

Como eu gostava de brincar,

eu achava que Zeus também gostava de brincar.

Como eu gostava da santa-branca,

eu achava que Zeus também gostava da santa-branca.

Como eu, às vezes, me enganava,

eu achava que Zeus, às vezes, também se enganava.

Como eu era muito bravo e mal-humorado,

eu achava que Zeus também era muito bravo e mal-humorado.

Como eu sentia frio,

eu achava que Zeus também sentia frio.

Como eu sentia calor,

eu achava que Zeus também sentia calor.

Como eu tinha medo do macacão,

eu achava que Zeus também tinha medo do macacão.

Como eu detestava os ateus,

eu achava que Zeus também detestava os ateus.

Como eu, preconceituoso convicto, não tolerava gays,

eu achava que Zeus também não tolerava gays.

 

 

 

 

Como eu odiava terroristas,

eu achava que Zeus também odiava terroristas.

Como eu apoiava o Neonazismo,

eu achava que Zeus também apoiava o Neonazismo.

Como eu achava o Hitler um herói,

eu achava que Zeus também achava o Hitler um herói.

Como eu aprovava o muro do Trump,

eu achava que Zeus também aprovava o muro do Trump.

 

 

 

 

Como eu aplaudia os foguetões do Jong-un,

eu achava que Zeus também aplaudia os foguetões do Jong-un.

 

 

Kim Rocketman Jong-un

 

 

Como eu concordava com o petrolão,

eu achava que Zeus também concordava com o petrolão.

Como eu não suportava o Juiz Moro,

eu achava que Zeus também não suportava o Juiz Moro.

Como eu achava o Lula um injustiçado,

eu achava que Zeus também achava o Lula um injustiçado.

Como eu achava o Cabral um perseguido,

eu achava que Zeus também achava o Cabral um perseguido.

Como eu achava o Cunha um santinho,

eu achava que Zeus também achava o Cunha um santinho.

Como eu achava o Bolsonaro porreta,

eu achava que Zeus também achava o Bolsonaro porreta.

Como eu achava o Papa Francisco legal,

eu achava que Zeus também achava o Papa Francisco legal.

Como eu aceitava as ditaduras,

eu achava que Zeus também aceitava as ditaduras.

Como eu adorava os torturadores,

eu achava que Zeus também adorava os torturadores.

 

 

Carlos Alberto Brilhante Doutor Tibiriçá Ustra1

 

 

Como eu tinha horror de baratas,

eu achava que Zeus também tinha horror de baratas.

Como eu tinha nojo de nabo,

eu achava que Zeus também tinha nojo de nabo.

Como eu queria que pobre explodisse,

eu achava que Zeus também queria que pobre explodisse.

 

 

Chico Justo Veríssimo Anysio

Chico Justo Veríssimo Anysio

 

 

Como eu achava o Gardelon 'muy amigo',

eu achava que Zeus também achava que o Gardelon era amigo.

 

 

Gardelon Soares

 

 

Como eu achava que o Abravanel era coisa nossa,

eu achava que Zeus também achava o Abravanel coisa nossa.

 

 

Senor Silvio Santos Abravanel Coisa Nossa

 

 

Como eu achava o Don Camillo um barato,

eu achava que Zeus também achava o Don Camillo um barato.

 

 

Fernand Fernandel Joseph Désiré Don Camillo Contandin

 

 

Como eu era flamenguista,

eu achava que Zeus também era flamenguista.

Como eu derrapava na pista,

eu achava que Zeus também derrapava na pista.

Como eu precisava dormir,

eu achava que Zeus também precisava dormir.

Como eu roncava,

eu achava que Zeus também roncava.

Como eu precisava comer,

eu achava que Zeus também precisava comer.

Como eu precisava beber H2O,

eu achava que Zeus também precisava beber H2O.

Como eu namorava,

eu achava que Zeus também namorava.

Como eu, às vezes, odiava,

eu achava que Zeus, às vezes, também odiava.

Como eu queria coisas,

eu achava que Zeus também queria coisas.

Como eu castigava,

eu achava que Zeus também castigava.

Como eu premiava,

eu achava que Zeus também premiava.

Como eu perdoava,

eu achava que Zeus também perdoava.

Como eu, às vezes, não perdoava,

eu achava que Zeus, às vezes, também não perdoava.

Como eu, às vezes, implicava,

eu achava que Zeus, às vezes, também implicava.

Como eu presenteava,

eu achava que Zeus também presenteava.

Como eu, às vezes, era egoísta,

eu achava que Zeus, às vezes, também era egoísta.

Como eu, às vezes, duvidava,

eu achava que Zeus, às vezes, também duvidava.

Como eu, às vezes, abracadabrava,

eu achava que Zeus, às vezes, também abracadabrava.

Como eu tinha alguns inimigos,

eu achava que Zeus também tinha alguns inimigos.

Como eu tinha preferências,

eu achava que Zeus também tinha preferências.

Como eu tinha certas ojerizas,

eu achava que Zeus também tinha certas ojerizas.

Como eu pintava o 7, o 77 e o 777,

eu achava que Zeus também pintava o 7, o 77, o 777 e o 7777.

 

 

                 

 

 

Como eu coçava o saco,

eu achava que Zeus também coçava o saco.

Como eu adorava Pasárgada,

eu achava que Zeus também adorava Pasárgada.

Como eu abominava Saramandaia,

eu achava que Zeus também abominava Saramandaia.

Como eu desestimava Maracangalha,

eu achava que Zeus também desestimava Maracangalha.

Como eu tirava meleca,

eu achava que Zeus também tirava meleca.

Como eu dava pum,

eu achava que Zeus também dava pum.

Como eu fazia cocô e xixi,

eu achava que Zeus também fazia cocô e xixi.

Como eu, às vezes, ficava doente,

eu achava que Zeus, às vezes, também ficava doente.

Como eu, às vezes, mentia,

eu achava que Zeus, às vezes, também mentia.

Como eu havia sido criado por Zeus,

eu achava que Zeus havia sido criado por um outro Zeus.

Como eu isto, aquilo e + não sei o quê,

eu achava que Zeus também isto, aquilo e + não sei o quê.

Ora, afinal de contas, convenhamos:

nós não fomos criados à semelhança de Zeus?

Ora, por que nós só umas coisinhas,

e Zeus tantas outras coisonas tão diferentes?

Ora, se somos todos filhos de Zeus,

Zeus é igual a nós e nós somos iguais a Ele.

E não me venha com esse papo que eu estou caduco,

porque eu sou fã do Joaquim Nabuco.1

 

 

 

Zeus e nós – os Zeuses

 

 

 

_____

Nota:

1. Carlos Alberto Brilhante Ustra (Santa Maria, 28 de julho de 1932 – Brasília, 15 de outubro de 2015) foi um coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército (de 1970 a 1974), um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período do ditadura militar no Brasil (1964 a 1985). Também era conhecido pelo codinome Dr. Tibiriçá. Em 2008, Ustra se tornou o primeiro militar condenado pela Justiça Brasileira pela prática de tortura durante a ditadura. Embora reformado, continuou politicamente ativo nos clubes militares, na defesa da ditadura militar e nas críticas anticomunistas. Ele escreveu dois livros de memórias: Rompendo o Silêncio (1987) e A Verdade Sufocada (2006). Em sessão pública da Comissão da Verdade, que aconteceu no auditório do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, o ex-servidor do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de São Paulo, o ex-sargento Marival Chaves, assegurou que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, então capitão, comandava as torturas na repressão. Marival afirmou que Ustra era o senhor da vida e da morte e escolhia quem iria viver ou morrer. O ex-sargento também contou que os corpos dos militantes políticos assassinados em centros de tortura eram exibidos depois para os agentes no DOI-CODI. — Eram exibidos como troféu, ainda com sangue jorrando — disse Marival, encerrando seu depoimento.

2. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 19 de agosto de 1849 – Washington, 17 de janeiro de 1910) foi um político, diplomata, historiador, jurista, orador, memorialista e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Historiador. Joaquim Nabuco foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil (1822 – 1889). Foi educado por uma família escravocrata, mas, optou pela luta em favor dos escravos. — O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a Humanidade, certa vez, sentenciou. Outras máximas de Nabuco:

Em nossa História, não haverá nunca inferno nem sequer purgatório.

Desde muito moço, havia uma preocupação em meu espírito, que, ao mesmo tempo, me atraía para a política e, em certo sentido, era uma espécie de amuleto contra ela: a escravidão.

Procurei na política o lado moral. Imaginei-a uma espécie de cavalaria moderna a cavalaria andante dos princípios e das reformas.

O verso é a mais nobre forma do pensamento.

Primus in orbe deos fecit timor. O temor primitivo criou os deuses na Terra.

A religião não é obstáculo à alegria alguma, à liberdade alguma. São os sistemas negativos, que, quando lançam semente no espírito, o vão abafando lentamente, à maneira das lianas, parasitas, que, de galho em galho, enlaçam a árvore e a dissecam. [Infelizmente, não há religião que não propenda para se tornar um sistema negativo.]

Os anos mais gloriosos das grandes carreiras passarão, muitas vezes, sem registro, e existências obscuras, sob o aspecto humano, merecerão páginas inteiras. [Um exemplo disto foi o caso de Arthur Bispo do Rosário Paes (Japaratuba, Sergipe, 10 de maio de 1909 ou, segundo outras fontes, 16 de março de 1911 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 5 de julho de 1989), um artista plástico brasileiro, considerado louco por alguns e gênio por outros, diagnosticado como esquizofrênico paranóide. A sua figura se insere no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil.]

 

Arthur Bispo do Rosário Paes

Arthur Bispo do Rosário Paes

 

Querer fundar uma religião é o mesmo que querer criar uma língua universal.

O Bem é uma Sugestão Divina; a única feita ao homem.

O pior parlamento é melhor do que a melhor ditadura.

A história da escravidão africana na América é um abismo de degradação e miséria que não se pode sondar.

 

 

Joaquim Nabuco

Joaquim Nabuco

 

Música de fundo:

Hymn To Zeus (Ancient Greek Dorian Mode)
Composição: Michael Levy

Fonte:

https://mp3cc.biz/m/602368-michael-levy/115042
465-hymn-to-zeus-ancient-greek-dorian-mode/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.imagensanimadas.com/

http://lounge.obviousmag.org/

https://pt.wikiquote.org/wiki/Joaquim_Nabuco

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Nabuco

https://oglobo.globo.com/brasil/ex-agente-do-doi-codi-diz-que
-ustra-torturava-que-era-senhor-da-vida-da-morte-8350197

https://www.behance.net/

https://www.teepublic.com/

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