PONTINHOS A PONDERAR

 

 

 

 Sapatos

Sapatos? Só pra quem tiver pé!

 

 

 

Muleta? Só pra quem tiver sovaco!

 

 

 

Óculos

Óculos? Só pra quem puder enxergar!

 

 

 

Compreensão

Compreensão? Só pra quem souber abrir o Livro!

 

 

 

Libertação

Libertação? Só pra quem se esforçar e merecer!

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Quando não há riqueza interior, as coisas mundanas se tornam demasiado importantes, levando, de várias formas, à destruição e ao sofrimento. [In: A Educação e o Significado da Vida, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

 

 Autodestruição e Sofrimento

Autodestruição e Sofrimento

 

 

Sem o ensino correto, a ilusão é tomada pela realidade, e o indivíduo se vê em uma ambivalência perene dentro em si mesmo, e, conseqüentemente, em conflito nas suas relações com os outros, que constituem a sociedade. Só o autoconhecimento, e não os dogmas e os ritos da religião organizada, pode produzir espíritos tranqüilos. A [nossa] criação, a Verdade e Deus [em nosso Coração] só poderão se manifestar depois de serem transcendidos o ego e o meu. [Ibidem.]

 

 

Desafaste, cara.
Esse carro é meu.
Tá olhando o quê?
Essa mulher é minha.
Não toque nele.
Esse cachorro é meu.
Saia já pra lá.
A saúde é minha.
Não dou nadinha.
Custei muito pra ganhar.
É você bem pra lá
e eu bem pra cá.
É lé com lé, cré com cré,
sapato só pra quem tiver pé.
Quem for perna-de-pau
nunca será um Rei Pelé.
E quem nasceu Pongetti
não será um Pitigrilli.
1
Eu-nasci-eu;
você-nasceu-você.
Eu nasci pra dividir,
jamais irei me ligar.
Eu prefiro morrer morfético
do que perder a minha pose!

 

 



Particularmente, a solução do problema do sexo [que, na realidade, não é um problema] está em compreendermos que a criação não é efeito da atividade intelectual. Ao contrário, só poderá haver criação se/quando o intelecto estiver inativo. [Ibidem.]

 

O intelecto só é capaz de repetir, de recordar, e está sempre fabricando palavras novas e reajustando palavras velhas. E, em geral, como nós só sentimos e experimentamos pelo cérebro, vivemos exclusivamente de palavras e de repetições mecânicas. Isto, evidentemente, não é criação, e visto que não somos criadores, o único meio de criação que nos resta é o sexo. O sexo é coisa da mente, e o que é da mente exige satisfação, pois, do contrário, vem a frustração.[Ibidem.]

 

 

          

 

 

Vem cá.
Não vou.
Vou te pegar.
Não vai.
Dá um tiquinho.
Nunquinha.

 

 

Nossos pensamentos e nossas vidas são estreitos, áridos, vazios, inúteis. Emocionalmente, estamos em estado de inanição. Religiosa e economicamente nos submetemos à disciplina e ao controle. Não somos entes felizes, não temos vitalidade nem alegria. No lar, nos negócios, na igreja, na escola, nunca experimentamos um “estado de ser” criador, nunca há um desafogo profundo em nossos pensamentos e ações de cada dia. Presos e tolhidos de todos os lados, o sexo, naturalmente, se torna a única via de escape, uma experiência que temos de buscar continuamente, porque nos oferece, por um instante, aquele estado de felicidade que se manifesta na ausência do ego. Portanto, o sexo não se constitui em um problema, mas, sim, o desejo de recobrar o estado de felicidade, o desejo de alcançar e de conservar o prazer sexual ou de outra espécie. [Ibidem.] [Por tudo isto, há muitos anos, escrevi um poeminha, que reproduzo abaixo:]

 

 

Sei que sou cosmicamente andrógino.
Sei que tudo e todos são andróginos.
Mas, esta saudosa Androginia
não pode se manifestar agora,
conforme aconteceu outrora.
Daí, essa casual agonia,
que sinto nos endógenos
– porque sou e não sou andrógino.

 

 

Splendor Solis

Splendor Solis

 

 

Um dos empecilhos ao viver criador é o medo, e a respeitabilidade constitui a manifestação deste medo. E, por isto, vivemos encerrados dentro dos muros da nossa presumida virtude [uma falsa virtude que construímos, um mundo de miragens e de ilusões, uma espécie de moralidade de vidraças coloridas, com base em ideais e crenças religiosas, que nada têm em comum com a Realidade], nada podendo enxergar além destes muros. Tudo isto só gera em confusão, sofrimento e conflito. [Ibidem.]

 

Viver criativamente é viver em Liberdade, que significa ser sem medo e liberto das garras do desejo e da satisfação do desejo. Só quando não há Amor, a sensação se torna um problema obsessivo. [Ibidem.]

 

 

Liberdade

 

 

Agora, o mais contraditório de tudo é que, ao mesmo tempo que, de todos os modos possíveis, se estimula a sensualidade, prega-se o ideal de castidade. Forma-se, assim, uma contradição dentro em nós, e, estranhamente, esta mesma contradição é incentivante. [Ibidem.]

 

Esforçar-se para ser casto não adianta lhufas nem bulhufas. A virtude só virá com a Liberdade, ou seja, com a Compreensão do que é, [do que sempre foi e do que sempre será.] [Ibidem.]

 

É curioso, mas, as religiões organizadas, uma vez que fazem parte do ambiente que criamos, dependem, para sua própria existência, dos nossos temores, das nossas esperanças, da nossa inveja e do nosso separatismo. [Ibidem.]

 

 

Perdi o medo das coisas,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.
Perdi a vontade de ir para o céu,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.
Perdi o sentimento de inveja,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.
Perdi o preconceito separatista,
e todas as religiões
nada mais significam para mim.

 

 

Quando serve como meio de autoperpetuação e como defesa da nossa importância pessoal, a própria a família se torna um centro de separatismo e de atividades anti-sociais. [Ibidem.]

 

Nós não somos máquinas para sermos compreendidos e ajustados por especialistas [ou por quem quer que seja]. Somos o resultado de uma longa série de influências e de acidentes [Reencarnações], e a cada um de nós compete descobrir e compreender, por si mesmo, o imbróglio da sua própria natureza. [Ibidem.]

 

 

Caramba! Nós não somos máquinas.
Nós não somos robôs de produção.
Nós não somos engates de reboque.
Nós não somos macacos hidráulicos.
Nós não somos pneus sobressalentes.

 

 

 


Nós não somos parafusos sem fim.
Nós não somos arruelas de pressão.
Nós não somos dedais de costureiras.
Nós não somos agulhas de tricô.
Nós não somos pregos nem martelos.
Nós não somos chaves de fenda nem de grifa.
Nós não somos motores de combustão interna.
Nós não somos roscas helicoidais.
Nós não somos rejuntes de azulejos.
Nós não somos calafetos de frinchas.
Nós não somos inocentes úteis.

 

 

 Inocente Útil?

Inocente Útil?

 


Nós não somos paus-mandados.
Nós não somos maria-vai-com-as-outras.
Nós não somos zés-dos-anzóis-carapuça.
Nós não somos joões-balões.
Nós não somos massas de manobra.
Nós não somos lacaios de barão.
Nós não somos valetes de arquiduque.
Nós não somos remadores do Barco do Caronte.
Nós não somos mordomos de vampiro.
Nós não somos almofadinhas de oração.
Não somos cotonetes de orelha.
Nós não somos paninhos de menstruação.
Nós não somos suspensórios de testículo.
Nós não somos esparadrapos de ferida.
Nós não somos papagaios de pirata.

 

 

 


Nós não somos iscas de anzol.
Nós não somos buchas de canhão.
Nós não somos balas de metralhadora.
Nós não somos contas de rosário.
Nós não somos ebós de orixá.
Nós não somos batinas de padre.
Nós não somos batinas de padre.
Nós não somos Quipá de rabino.
Nós não somos guias de filha-de-santo.
Nós não somos zodíacos de astrólogo.
Nós não somos bolas de cristal de vidente.
Nós não somos águas bentas de vaso de barro.
Nós não somos baralhos da sorte de cartomante.
Nós não somos babás de lobisomem.
Nós não somos espantalhos de plantação.
Nós não somos vagões de comboio.
Nós não somos amordaçados de Nicolás.
Nós não somos apoiadores de Bashar.
Nós não somos desrespeitados de João de Deus.
Nós não somos fanáticos de Jim Jones.
Nós não somos sorrisonhos de Guantánamo.
Nós não somos águas de barrela.
Nós não somos abduzidos de ETs.
Nós não somos pulgas-de-galinha.
Nós não somos ácaros de travesseiro.
Nós não somos carrapatos-do-porco-espinho.
Nós não somos ratos de laboratório.
Nós não somos chulés de dragão-de-komodo.
Nós não somos arrotos de dromedário.
Nós não somos peidos de urubu.
Nós não somos embusteiros de trinta-e-um.
Nós não somos pererecas da vizinha.
Nós não somos pirogas do Boi Xavante.
Nós não somos tridentes de Netuno.
Nós não somos bostas de vaca.
Nós não somos cobras da Medusa.

 

 

Medusa

Medusa

 


Nós não somos caldeirões de bruxa.
Nós não somos torquemadinhas do Torquemada.

 

 

Tomás de Torquemada2 e os Torquemadinhas
(Dante Alighieri me confidenciou reservadamente que estão todos no inferno!)

 

 


Nós não somos sabujos de tiranos.
Nós não somos babaquaras sem raciocínio.
Nós não somos repetidores de 'sieg heil'.
Nós não somos 'fantoccios' do 'Duce'.

 

 

Benito Mussolini

Benito Mussolini, o Duce italiano
(Pintura Il Duce, de Gerardo Dottori)

 


Nós não somos mentiras do Pantaleão.

 

 

Pantaleão

Chico Pantaleão Anysio

 


Nós não somos zerolhfas sem propósito.
Nós não somos instrumentos de ideologias.
Nós não somos obsequiadores de corruptos.
Nós não somos bonequitos de engonço.
Nós não somos bonecos de ventríloquo.
Nós não somos mamulengos de sacanocratas.
Nós não somos marionetes de canalhocratas.
Nós não somos 'picciottos' de Don Corleone.

 

 

Picciotto

Picciotto

 


Nós não somos laranjas de rigolboche.
Nós não somos coroinhas de missa negra.
Nós não somos capatazes do demônio.
Nós não somos soldados da G.'. L.'. N.'.
Nós não somos donos de nada,
porém, na verdade, somos sócios em tudo.
Afinal, o que somos? Quem somos?
Nós somos Deuses 'in potentia'.
Se
/quando tivermos vergonha na cara,
então, nós seremos Deuses 'in actu'.
Todavia, isto só depende de nós.
Precisamos lutar o Bom Combate.

 

 

Nós não somos máquinas.

 

 

 

______

Notas:

1. Uma das frases mais interessantes do escritor italiano Dino Segrè, também conhecido pelo pseudônimo Pitigrilli (Turim, 9 de maio de 1893 – Turim, 8 de maio de 1975), é: Estatística: a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um.

2. Tomás de Torquemada (1420 – 1498) – o Grande Inquisidor – foi, no século XV, o Inquisidor-geral dos Reinos de Castela e Aragão e o confessor da Rainha Isabel, a Católica. Durante os primeiros estágios da fedorenta Inquisição Espanhola, Torquemada foi famosamente descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como O martelo dos hereges, a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra da sua Ordem. Sinceramente? Eu acho isto uma honra de merda elevada à enésima potência. Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e os muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé (cerimônia em que eram proclamadas e executadas as sentenças do Tribunal de Inquisição) durante o mandato de Torquemada como Inquisidor é muito controverso, mas, o número mais aceito é normalmente 2.200. Será que foi só isso?

 

 

Honra de Merda

Honra da sua Ordem – Honra de Merda Elevada à Enésima Potência

 

 

Música de fundo:

Lé com Lé, Cré com Cré (SDRUWS)
Composição e interpretação: Juca Chaves

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=uXIyYQFtgvY

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.123rf.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Duce

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Torquemada

https://www.bokus.com/bok/9780486122694/
malleus-maleficarum-of-heinrich-kramer-and-james-sprenger/

https://twitter.com/torquemada_tom

http://pederneirasdefato.blogspot.com/

http://www.pontocinco.com/

https://www.wtps.org/Page/7680

https://www.magazineluiza.com.br/

https://br.pinterest.com/pin/455004368582159234/

http://pelotasdeportasabertas.blogspot.com/2013
/01/pantaleao-chegara-em-pelotas-domingo.html

http://bear-art.dubon.eu/picciotto/

https://www.amazon.com/

https://br.pinterest.com/pin/571746115168483484

https://giphy.com/

https://www.pensador.com/frase/MTYwNDk0Mw/

https://www.skoob.com.br/autor/3464-pitigrilli

https://rubem.wordpress.com/2014/10/29/10-
cronistas-que-talvez-voce-nao-conheca/

https://imgur.com/gallery/3Fv2jek

 

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