Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

 

 

 

 

A desgraça de um país não é a sua elite; é não tê-la. (Marina Silva).

 

Qualquer comparação entre ditadura e Democracia só pode partir de quem não dá valor à Democracia Brasileira. (Dilma Rousseff).

 

Até 1932, nosso Estado, em seu brasão, ostentava o lema 'Non Ducor, Duco'. 'Não Sou Conduzido, Conduzo'. Desde então, a divisa passou a ser outra: 'Pro Brasilia Fiant Eximia': 'Pelo Brasil, Façam-se Grandes Coisas.' É o papel deste Estado construído por brasileiros de todas as partes. Esta é a nossa missão! Vamos juntos! O Brasil pode mais! (José Serra).

 

O programa do PSOL é estatizar todos os serviços de saúde, única forma de um homem pobre ter o mesmo tratamento de um rico. (Plínio de Arruda Sampaio).

 

 

 

Dia 3 é dia de eleição!

Pelo sim ou pelo não,

não custa nada, irmão,

ler o Político1 de Platão.

 

 

Pro luce in perpetuum

contra obscurum malum.2

Temos que escolher um

que não seja brumbrum.

 

 

Então, vamos ler Platão!

 

 

Brasileiro: a hora é essa!

Não diga: — votarei depressa!

 

 

 

 

Político (de Platão)
Fragmentos

 

 

 

 

Platão

Platão

 

 

 

Política é a arte que se ocupa da pólis.

 

A forma correta de Governo é de apenas um, de dois ou, quando muito, de alguns, se é que esta forma correta possa se realizar.

 

Um rei, para se manter no poder, não deve recorrer à força das mãos nem ao vigor do seu corpo, mas à força da sua inteligência e da sua alma.

 

Da ciência política e do político, da ciência real e do homem real, façamos uma só unidade.

 

O esforço de toda ciência é, em qualquer domínio, eliminar o mais possível os maus elementos conservando os elementos úteis e bons e – quer sejam semelhantes, quer sejam dessemelhantes – fundi-los todos em uma obra que seja perfeitamente una por suas propriedades e estrutura.

 

O maior só é maior em relação ao menor, e o menor só é menor em relação ao maior. Negar à natureza do maior, qualquer relação que não seja com a natureza do menor será excluí-lo de toda relação com a justa medida,3 e aquilo que se situa aquém ou além da justa medida é uma realidade desagradável; só preservando a medida é que é assegurada a bondade e a beleza. Assim, aquilo que ultrapassa o nível da medida é exatamente o que denuncia a diferença entre os bons e os maus.

 

Somente ao que há de mais divino convém conservar sempre as mesmas qualidades, permanecer no mesmo estado e ser sempre o mesmo. A natureza corpórea não participa desta ordem.

 

A rotação do Universo ora se faz em um sentido, ora em outro. Ao se dar a mudança de sentido, é fatal que a morte faça as suas maiores devastações entre os seres vivos, reduzindo, especialmente, o gênero humano a um número ínfimo de sobreviventes.

 

 

 

 

Tudo o que fazemos é imitar o Universo, seguindo-O, alternando, na eternidade do tempo, a forma de nascer e de viver.

 

Os políticos, sendo, por nascimento, semelhantes aos seus súditos, aproximam-se deles, ainda mais, pela educação e pela instrução que recebem.

 

O ser-no-mundo conhece todas as coisas como sonho, mas, à luz do despertar, se apercebe que nada sabe.

 

Quem parte de uma opinião falsa jamais poderá alcançar uma porção da Verdade4 e chegar à Sabedoria.5

 

Tudo o que fazemos ou adquirimos nos serve ou como meio para uma ação ou para nos prevenir de algum sofrimento.

 

Quando nos apercebermos de que um certo número de coisas possui algo em comum, não devemos abandoná-las antes de haver distinguido, naquilo que têm em comum, todas as diferenças que constituem as espécies; e, com relação às dessemelhanças de todas as espécies, que não podemos observar em uma multidão, não devemos nos desencorajar nem delas nos separar, antes de havermos reunido, em uma única similitude, todos os traços de semelhança que elas encerram, reunindo-as na essência de um gênero.

 

As realidades incorpóreas – que são as maiores e as mais belas – revelam-se à razão e somente à ela.

 

 

 

 

 

O que há de estranho resulta de nossa ignorância.

 

Em toda cidade na qual a força está nas mãos de um pequeno número haverá uma Aristocracia ou uma Oligarquia. Apenas na Democracia é indiferente que a massa domine aqueles que têm fortuna, com ou sem seu assentimento, ou que as leis sejam estritamente observadas (ou desprezadas).

 

Aquele que peca contra a arte política é odioso, mau e injusto.

 

Os políticos sensatos podem fazer tudo, sem risco de erro, desde que observem esta única e grande regra: distribuir, em todas as ocasiões, entre todos os cidadãos, uma justiça perfeita, plena de razão e de ciência, conseguindo não somente preservá-la, mas, também, na medida do possível, torná-la melhor e mais concertada.

 

Uma vez estabelecidas as leis, o Governo jamais deverá agir contra as leis escritas ou contra os costumes nacionais.

 

Se um chefe único age sem levar em conta as leis, os costumes e a letra escrita, a pretexto de assim levar a efeito o bem maior, quando, na verdade, são a cobiça e a ignorância que inspiram sua ação, não merecerá ele, sempre e em qualquer parte, o nome de tirano?

 

Um monarca digno governará sempre com virtude e ciência, distribuindo a todos, imparcialmente, justiça e eqüidade, sem injuriar ou maltratar a quem lhe aprouver, em todas as ocasiões. Um monarca digno governará e regerá sempre tendo por divisa a absoluta retidão.

 

É na Democracia que se vive melhor.

 

Quando um tipo de virtude é diferente, em um certo sentido, de um outro tipo de virtude, oferece, com efeito, bela matéria de contenda aos trapaceiros do discurso, que apelam para as opiniões populares.

 

 

 

 

Se algo realmente verdadeiro e firme se estabelece nas almas, a propósito do Belo, do Bom e do Justo e de seus opostos, algo de divino se realizou em uma raça demoníaca.

 

A verdadeira ação política deve abranger todo o povo, assegurando a todos, sem falta ou desfalecimento, toda a felicidade de que seja possível desfrutar.

 

 

 

 

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Outros Fragmentos

 

 

 

Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos Filósofos chegue ao poder, ou antes que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente. (Platão, Carta Sétima).

 

Na cidade, cada um deve se ocupar de uma única tarefa, aquela para a qual é melhor dotado por natureza. (Platão, A República).

 

O que dá nascimento a uma cidade é, creio, a impotência de cada indivíduo de se bastar a si próprio e a sua necessidade de uma multidão de coisas. Assim, pois, um homem traz consigo outro homem para determinado emprego e outro ainda para um outro emprego, e a multiplicidade das necessidades reúne em uma mesma residência grande número de associados e de auxiliares; a este estabelecimento comum damos o nome de cidade. (Platão, A República).

 

Sois todos irmãos, vós que fazeis parte do Estado. (Platão, A República).

 

É impossível combinar bem duas coisas sem uma terceira: é preciso haver entre elas um elo que as aproxime, e o elo melhor é o que estabelece a mais perfeita unidade entre o que ele une e ele mesmo. (Platão, Timeu).

 

Jamais se deve proceder contra a justiça, nem mesmo retribuir a injustiça com a injustiça, como pensa a multidão, pois o procedimento injusto é sempre inadmissível. (Platão, Críton).

 

O Ser e o Uno pertencem àquilo mesmo que supusemos, a saber, o Um-que-é. Será então, forçoso constituir um todo este Um-que-é, vindo a ser, justamente, suas partes tanto o Uno como o Ser. (Platão, Parmênides).

 

Aqueles dentre vós, ó homens, são sapientíssimos os que, como Sócrates, tenham reconhecido que, em realidade, não têm nenhum mérito quanto a Sabedoria. (Platão, Apologia de Sócrates).

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Político é um diálogo de Platão (428/427 – Atenas, 348/347 a.C.) que examina, como o nome indica, o perfil do homem político. Este diálogo platônico visa analisar o conhecimento essencial e indispensável do político, para que ele possa exercitar um governo justo e bom, ou seja, ancorado naquilo que, no século XVIII, Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg, 12 de fevereiro de 1804), um dos mais conhecidos expoentes do pensamento iluminista e o último grande filósofo dos princípios da era moderna, viria a denominar de Imperativo Categórico – Age de tal modo que a máxima da tua ação possa se tornar o princípio norteador de uma legislação universal.

2. Pela luz, eternamente, contra o mal sombrio. (Divisa do Convento Bannockburn).

3. Justa medida, como está explicado na obra platônica ora examinada, é tudo aquilo que é conveniente, oportuno e devido, enfim, tudo o que conserva o meio entre dois extremos. A questão é que, para os seres humanos, geralmente, não há concordância no que possa ser, para as coisas, justa medida. A confusão entre conhaque de alcatrão e catraca de canhão é sesquipedal!

4. Sim, porção da Verdade, porque toda e qualquer verdade assimilada mentalmente será sempre relativa, mas jamais poderá ser obtida a partir de uma opinião falsa.

5. Sabedoria no sentido de SOPhIa.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.4shared.com/document/
eC1w4SCn/Plato_-_POLTICO.html

http://bocc.ubi.pt/pag/
domingues-zeto_paradigma.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Plat%C3%A3o

http://www.e-dershane.biz/
dersler/kavramlar.php?q=6