PLÁGIO INCONSCIENTE,
OBRAS LITERÁRIAS
E SERVIÇO MÍSTICO

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Música de fundo: What Kind Of Fool Am I
(Leslie Bricusse & Anthony Newley)

Fonte: http://home.arcor.de/dinoandfriends/frank_midis.htm

 

 

 

 

 

Às vezes lemos uma obra literária;

Outras participamos de uma conferência.

Tudo fica registrado em nossa memória

No nível de nossa subconsciência.

 

 

Um dia resolvemos publicar uma matéria

Porque tivemos uma idéia inspiradora.

O sangue pulsa acelerado em cada artéria

E divulgamos uma tese orientadora.

 

 

Isso é um plágio inconsciente

De algo que já sabíamos.

Reproduzimos no plano consciente

Um tema que já conhecíamos.

 

 

Mas nada valerá mesmo a pena1

Nem surtirá seus devidos efeitos,

Se a alma for muito pequena1a

E um balaio de aflitivos defeitos.

 

 

Todos os homem têm seus longes

Que carregam dentro do peito.

E mesmo os mais lídimos monges

Têm algum recôndito desjeito.

 

 

A vaidade é uma triste fraqueza

Que desmobiliza sem parar;

E essa retardante infirmeza

Sempre autentica o adulterar.

 

 

Só com o carimbo da humildade

O homem conhecerá a libertação,

Pois a vanglória é uma forma de inanidade

Que compromete e provoca subversão.

 

 

Então, como escreveu Miguel Torga,

É em nosso interior que está a Liberdade.

E a vaidade é uma forma de borga

Que cimenta a infirmidade.

 

 

Mas, quando o objetivo é Servir,

A Inspiração vem de outra Esfera;

E todos os que sabem Ouvir

Estão construindo2 uma Nova Era.

 

 

Entretanto, essa Santa Inspiração

Não pode ser motivo de escândalo.

Ó indiscreto falastrão

Por que te comportas como um vândalo!

 

 

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Notas

1 e 1a. Plágio consciente e confessado de um Pensamento do Poeta Fernando Pessoa.

2. Construindo e auxiliando a construir.

 

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Observação: A Cruz Invertida simboliza a mais irrestrita e irredutível humildade. Os vaidosos, um dia, haverão de dizer: Que espécie de tolo eu sou? Disso eu tenho certeza porque, um dia, eu enunciei essa frase. Ainda bem! O grave – o gravíssimo – é morrer sem enunciá-la.