Quando
eu tiver caído, vítima do que estou decidido a combater, terei
ao menos a consolação de pensar que quando a minha voz se
calar o meu pensamento obterá justiça, e que, cedo ou tarde,
os meus próprios inimigos serão meus apologistas.
A
propriedade
é um roubo.
Ser
governado significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado,
regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado,
comandado, e por criaturas que, para isso, não têm o direito,
nem a sabedoria, nem a virtude... Ser governado significa que todo movimento,
operação ou transação que realizamos é
anotada, registrada, catalogado em censos, taxada, selada, avaliada monetariamente,
patenteada, licenciada, autorizada, recomendada ou desaconselhada, frustrada,
reformada, endireitada, corrigida. Submeter-se ao Governo significa consentir
em ser tributado, treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido,
pressionado, mistificado, roubado, tudo isto em nome da utilidade pública
e do bem comum. Então, ao primeiro sinal de resistência, à
primeira palavra de protesto, somos reprimidos, multados, desprezados, humilhados,
perseguidos, empurrados, espancados, garroteados, aprisionados, fuzilados,
metralhados, julgados, sentenciados, deportados, sacrificados, vendidos,
traídos e, para completar, ridicularizados, escarnecidos, ultrajados
e desonrados. Isto é o Governo, esta é a sua justiça
e sua moralidade! Oh!, personalidade humana! Como pudeste te curvar à
tamanha sujeição durante sessenta séculos?
O
homem
pode amar o seu semelhante até o ponto de morrer por ele; mas, não
o ama tanto que trabalhe em seu favor.
Aquele
que botar as mãos sobre mim para me governar é um usurpador,
um tirano. Eu o declaro meu inimigo.
O
salário é um tipo de submissão.
Atuar
é combater.
Quer
dizer, então, que Deus nos teria transmitindo, durante seis mil anos,
uma idéia que podia poupar milhões de vítimas, a distribuição
a um tempo espacial sintética do trabalho! Em contrapartida, \ele
nos teria dado, por meio de seus servidores Moisés, Buddha, Zarathustra,
Mohammed e outros, esses insípidos rituais, opróbrio de nossa
razão, que fizeram degolar mais homens que os números possam
conter!
Os
grandes só nos parecem grandes porque estamos de joelhos. Levantemo-nos.
Pereça
a pátria e salve-se a Humanidade
A
política é a Ciência da Liberdade.
Os
jornais são os cemitérios das idéias.
A
vida do homem se divide em cinco períodos: infância, adolescência,
mocidade, virilidade e velhice. No primeiro período o homem ama a
mulher como mãe; no segundo, como irmã; no terceiro, como
amante; no quarto, como esposa; no quinto, como filha.
O
luxo pode ser definido fisiologicamente da seguinte forma: a arte de nos
alimentarmos pela pele, pelos olhos, pelos ouvidos, pelas narinas e pela
imaginação.
Um
povo que julga garantir a liberdade exilando sucessivamente os cidadãos
mais idôneos e que melhor o serviram, prova, por isto só, que
é indigno da liberdade.1
Suprimamos
as tarifas, e assim será declarada a aliança dos povos, reconhecida
a sua solidariedade e proclamada a sua igualdade.
A
paz obtida com a ponta de uma espada não passa de uma simples trégua.
Todas
as minhas idéias econômicas desenvolvidas ao longo de vinte
e cinco anos podem ser resumida nas palavras: federação-agrícola-industrial.
Todas as minhas idéias políticas se resumem a uma fórmula
semelhante: federação-política ou descentralização.
Protesto
contra toda a ordem com que alguma autoridade pode se sentir satisfeita
com base na alegada necessidade de algum excesso de governar o meu livre
arbítrio.
As
leis: nós sabemos o que são e o que representam! Elas são
teias de aranha, verdadeiras as correntes de aço dos ricos e dos
poderosos para os pobres e os fracos, redes de pesca nas mãos do
Governo.
O
que é a escravidão? Em uma palavra: é assassinato.
O poder de tirar de um homem seu pensamento, sua vontade e sua personalidade
é um poder de vida e morte. Escravizar o homem é matá-lo.
O
que é a propriedade! É roubo!
Meu
nome e o seu são candidatos à verdade.
A
eternidade
nos precedeu, a eternidade nos seguirá.
Eu
não construí nenhum sistema. Peço apenas o fim dos
privilégios, a abolição da escravatura, a igualdade
de direitos e o reino da lei. Peço justiça, nada mais –
que é o alfa e o ômega de qualquer argumentação.
A
ignorância é a única causa da pobreza que nos devora
e de todas as calamidades que afligem a raça humana.2
Os
elementos da Justiça são idênticas aos da Álgebra.
A
propriedade é o direito de aumento reivindicado pelo proprietário
sobre qualquer coisa que ele tenha carimbado como sua.
O
proprietário, nada produzindo, nada implementando e tudo recebendo
em troca de nada, ou é um parasita ou é um ladrão.
O
Comunismo é uma desigualdade, mas, não como
é a propriedade. A propriedade é a exploração
dos fracos pelos fortes. O Comunismo é a exploração
dos fortes pelos fracos.
O
Comunismo é essencialmente oposto ao livre exercício de nossas
faculdades, aos nossos desejos mais nobres, aos nossos sentimentos mais
profundos.
O
Comunismo viola a soberania da consciência e a
afirmação
da igualdade. A primeira (a
soberania da consciência), ao restringir a espontaneidade
da mente e do coração, bem como a liberdade de pensamento
e de ação. A segunda (a
afirmação
da igualdade),
colocando o trabalho e a preguiça, a habilidade e a estupidez, e
até mesmo o vício e a virtude em pé de igualdade, no
ponto de conforto. Quanto ao resto, se a propriedade é impossível
por conta do desejo de acumular, o Comunismo logo se tornaria igual através
do desejo de fugir.
Da
mesma forma que o homem procura justiça na igualdade, assim também
a sociedade busca ordem no Anarquismo.3
Anarquismo
é ordem sem Poder; Governo é guerra civil.
Deus
– o grande desconhecido –
tornou-se para mim uma hipótese, quero dizer, um instrumento
dialético necessário.
O
trabalho, como toda mercadoria, está sujeito a flutuações.
Daí, os riscos do proletariado.
O
Poder
–
instrumento de força coletiva criado
pela sociedade para servir como mediador entre o Capital e o trabalho
–
tornou-se inevitavelmente acorrentado ao Capital
e dirigido contra o proletariado.
A
merda
toda é a seguinte: os
homens mais ignorantes e menos competentes de um país são,
quase sempre, os que o representam.
[E toca de ajuste
fiscal! E
toca de bandeirinha na conta de luz! E
toca de corrupção! E
toca de tráfico de influência! E
toca de inside
information! E
toca de contas
em paraísos fiscais! E toca de mensalão! E toca de petrolão!
E toca de Lava
Jato! E toca de
não-fui-eu! E
toca de enfiada de mentiras! E toca de
o povão pagar
a conta! E
toca de mal-estar!
E
toca de sei-lá-mais-o-quê!]
A
liberdade não é a filha de ordem, mas, a mãe de ordem.
Quando
os atos falam, as palavras não são nada.
No
Comunismo, a desigualdade vem colocando a mediocridade em um nível
de excelência.
Todos
os Partidos, sem exceção, quando buscam o Poder, são
variedades de Absolutismo.
Os
bens dos ricos são propriedades roubadas.4
A
verdade cristã não ultrapassou a idade dos apóstolos;
o Evangelho, comentado e simbolizado por gregos e romanos, repleto de fábulas
pagãs, tornou-se um sinal de contradição; e até
hoje o reinado da igreja infalível apenas engendrou um grande obscurecimento.
Outrora,
a nobreza e o clero não contribuíam para as despesas do Estado,
senão a título de ajuda voluntária e doações.
Os seus bens eram inacessíveis, mesmo para pagamento de dívidas,
enquanto o plebeu, sobrecarregado de tributos e de impostos era incomodado
sem descanso, tanto pelos cobradores do rei como pelos dos nobres e do clero.
Portanto,
tudo o que transaciona das mãos do ocupante para as do proprietário,
a titulo de lucro e como preço da licença para ocupar, é
irrevogavelmente adquirido pelo segundo, perdido pelo primeiro, nada podendo
voltar a este senão como doação, esmola, salário
de serviços ou pagamento de mercadorias por ele entregues.
O
trabalhador conserva, mesmo depois de receber seu salário, um direito
natural de propriedade sobre a coisa que ele produziu. O trabalho dos operários
criou um valor, logo, este valor é propriedade destes.
[Os
mutualistas]
reconhecem de bom gosto, como os economistas da escola puramente liberal,
que a liberdade é a primeira das forças econômicas,
e a esta se deve confiar tudo o que pode fazer por si só; contudo,
onde a liberdade não pode chegar, domina o bom senso, a justiça
e os interesses gerais, que intervenha a força coletiva, que não
é esta senão a mutualidade mesma…
Não
é possível vender por muito tempo nenhuma mercadoria acima
do preço justo. Se isto ocorre, é porque o consumidor não
é livre. A moral pública e a regularidade das transações
ganhariam se e somente se generalizasse a venda a preço fixo; os
negócios iriam melhorar para todos. Não haveria tão
grandes e rápidas fortunas, mas, haveria menos quebras e falências,
menos indivíduos arruinados e desesperados. Um país onde se
vendessem as coisas só pelo que valem, sem especulações,
haveria resolvido o duplo problema do valor e da igualdade.
A
educação constitui uma arte, a mais difícil de todas
as artes. É uma ciência – a mais complexa de todas as
ciências –
já que consiste em informar as mesmas verdades dos
espíritos que não são semelhantes; a ter os mesmos
deveres dos corações que não se abrem do mesmo lado
da Justiça.
O
homem não é homem senão pela sociedade, a qual, por
sua vez, não se mantém senão pelo equilíbrio
e pela harmonia das forças que a compõem.
A
Justiça não é somente uma idéia. Ela é
também uma realidade. A condição de ser previamente
uma realidade é o que faz com que ela possa se tornar uma idéia.
É por isto, enfim, que o Direito e o Dever (em suma, a Lei Moral)
se tornam obrigatórios, constituindo a essência do nosso ser,
o que não seria possível se fossem reduzidos apenas a uma
idéia pura.
A
Justiça
não é, pois, uma representação sem conteúdo,
mas, uma forma de prática social. Ela reside na relação
de igualdade e de reciprocidade: é uma modalidade da ação,
esse ato no qual os homens se reconhecem nas suas dignidade e igualdade,
participando igualmente em uma obra coletiva na reciprocidade dos seus interesses.
Propriedade
e autoridade: princípios causadores da miséria e da opressão.
Nem
a hereditariedade, nem a eleição, nem o sufrágio universal,
nem a excelência do soberano, nem a consagração da religião
fazem a realeza legítima. Sob qualquer forma que se apresente, monárquica,
oligárquica ou democrática, o governo do homem pelo homem
é ilegal e absurdo.
A
negação da propriedade é necessária para a abolição
da miséria e para a emancipação do proletariado.
Eu
defino liberdade como o direito de fazer qualquer coisa que não prejudique
outros.
A
vida, a saúde e o vigor dependem da ação. É
pela ação do que um organismo desenvolve as suas faculdades,
aumenta a sua energia e alcança o cumprimento de seu destino.
Um
perigo comum tende a conduzir à concórdia.5
Todas
as constituições políticas, todos os sistemas de Governo,
incluindo o Federalismo, podem se resumir a esta fórmula: o equilíbrio
da autoridade pela liberdade e vice-versa. É devido a isto que as
categorias adotadas desde Aristóteles pela imensidão dos autores
e com a ajuda dos quais os Governos se classificam, os Estados se diferenciam,
as nações se distinguem...
Se
o Absolutismo Democrático é instável, o Constitucionalismo
Burguês não o é menos. O primeiro era retrógrado,
desenfreado, sem princípios, desdenhoso do direito, hostil à
liberdade, destruidor de toda a segurança e confiança. O Sistema
Constitucional, com as suas formas legais, o seu espírito jurídico,
o seu temperamento contido, as suas solenidades parlamentares, mostra-se
nitidamente, no fim de contas, como um vasto sistema de exploração
e intriga, no qual a política pende para a agiotagem, no
qual o imposto não é senão
a lista civil de uma casta e o poder monopolizado o auxiliar de um monopólio.
A
verdade, repito, é que não existem nem podem existir Governos
de primeira espécie (puros) senão em teoria: todo o Governo,
de fato, é necessariamente misto, que lhe chamem Monarquia ou Democracia,
pouco importa. Esta observação é importante; ela, por
si só, permite transportar a um erro de dialética as inumeráveis
decepções, corrupções e revoluções
da política.
Não
acrediteis na palavra dos agitadores que gritam: Liberdade, Igualdade, Nacionalidade.
Eles não sabem nada: são mortos que têm a pretensão
de ressuscitar mortos. O público os escuta um instante, como faz
com os bobos e os charlatões; depois, se vai, com a razão
vazia e a consciência desolada.
Na
evolução dos Estados, a Autoridade e a Liberdade estão
em sucessão lógica e cronológica; a primeira está
em recessão contínua, a segunda em ascensão. O Governo,
expressão da Autoridade, é insensivelmente subalternizado
pelos representantes ou órgãos da Liberdade, a saber: o Poder
Central pelos deputados dos departamentos ou províncias; a autoridade
provincial pelos delegados das comunas, e a autoridade municipal pelos seus
habitantes. Deste modo, a liberdade aspira a se tornar preponderante, a
autoridade a se tornar serva da liberdade, e o princípio contratual
a substituir por todo lado.
Não
é de se estranhar que a idéia de Federação tenha
permanecido até nossos dias como que perdida no esplendor dos grandes
Estados. Até nossos dias, os preconceitos e os abusos de toda espécie
abundam e punem nos Estados Federativos com a mesma intensidade que nas
Monarquias Feudais ou Unitárias, preconceitos de nobreza, privilégios
de burguesia, autoridade da Igreja, resultando daí opressão
do povo e a escravidão do espírito. A Liberdade sempre ficou
como que nas malhas de uma camisa-de-força, e a civilização
mergulhada em um invencível status quo. A idéia federalista
mantinha-se despercebida, incompreensível, impenetrável...
E,
trajado com a ganância,
vou abusando
da ignorância
e amontoando
bens ao luar
–
u'a Ferrari na sala de estar!
A
sociedade se encontra dividida em duas classes: uma de proprietários-capitalistas-empreiteiros,
outra de proletários-assalariados; uma, de ricos, outra, de pobres.
Por isto, o edifício político será sempre instável.
Todas
as “cracias” são gangrenas das nações e
espantalhos da liberdade.
Buscar
uma origem racional e legítima ao que não é nem pode
ser senão roubo, peculato e rapina constitui o cúmulo da loucura
proprietária, o mais alto grau de encantamento com que a perversidade
do egoísmo pode enganar as pessoas, aliás, ditas esclarecidas.
Ou
os aforismos da Economia Política são falsos ou a propriedade,
que os contradiz, é impossível.
A
concorrência não é senão um duelo decidido pelo
dinheiro.
Por
que os homens deixariam de fazer a guerra, quando seu pensamento está
repleto dela? Quando seu entendimento, sua imaginação, sua
dialética, sua indústria, sua religião, suas artes,
relacionam-se com ela, quando tudo, neles e em torno deles, é oposição,
contradição, antagonismo?
Guerra
Monstro Infernal.
É
em parte à tendência dos espíritos para a paz, a essa
antiga esperança de uma compressão das discórdias,
que se deve o movimento messiânico do qual Augusto foi o ator principal,
Virgílio, o cantor, o Evangelho, o código e Jesus Cristo,
o Deus.
O
Pacificador também é um conquistador, cujo reino se estabelece
pelo triunfo.
Bispos,
abades e religiosos tomados por um fervor guerreiro... Uma blasfêmia
contra o Cristo.
O
que comprometeu a paz de Viena foi a própria paz, ou seja, as idéias
que ela expressava e que podem ser todas reduzidas a um termo único
– o estabelecimento das Monarquias Constitucionais.
O
que um país ganha com a guerra? Nada!
A
guerra e a paz, uma correlativa à outra, afirmando igualmente sua
realidade e sua necessidade, são duas funções mestras
do gênero humano. Elas se alternam na história como, na vida
do indivíduo, a vigília e o sono. Como no trabalhador, o dispêndio
de forças e sua renovação; como na Economia Política,
a produção e o consumo. Portanto, a paz é ainda a guerra,
e a guerra é a paz; é pueril imaginar que elas se excluam.
Existem
pessoas, afirma o Sr. De Ficquelmont, que parecem conceber o curso do mundo
como um drama dividido em atos. Elas imaginam que durante os entreatos podem
se entregar, sem medo de serem perturbadas, a seus prazeres e seus negócios
particulares. Elas não enxergam que estes intervalos, durante os
quais os acontecimentos parecem interrompidos, são o momento interessante
do drama. É durante esta calma aparente que se preparam as causas
do ruído que será feito mais tarde. São as idéias
que formam a corrente dos tempos. Aqueles que só vêem as coisas
grandes, que só escutam as detonações, não compreendem
nada da História.
Segundo
Aristóteles, a guerra mais natural é aquela feita contra os
animais ferozes e contra os homens que se assemelham a eles.
Qualquer
hostilidade é bozerra
–
misto de insanidade e afronta.
Um
vivo não ganha uma guerra;
quem
se estupora paga a conta.
Não
existe uma guerra
natural:
isto
é aristotelicidade-aristotélica.
Qualquer
guerra é contranatural;
não
há guerra que seja benéfica.
Segundo
a tradição filosófica doutrinária, o direito
de guerra não passa de uma ficção.
Hugo
Grotius vê na guerra o
efeito da ausência de qualquer justiça, a negação
de qualquer autoridade judiciária.
Samuel
Pufendorf declara que a
paz é o que distingue o homem dos animais.
Emer
de Vattel admitia que a
guerra é esse estado no qual se persegue o próprio direito
pela força.
A
guerra, reduzindo-se unicamente aos meios de rigor, sem julgamento prévio,
é tudo o que há de mais oposto à justiça. É
um efeito da ausência de justiça e de autoridade internacional.
Quer
se trate de destruir as forças do inimigo, quer simplesmente de paralisá-las,
o que é menos desumano, é evidente que a guerra será
sempre um estado extrajudiciário.
O
direito da guerra é uma palavra vazia, no máximo, uma ficção
legal... Considerar a guerra como uma forma de judicatura seria ultrajar
a justiça.
Todo
o aparelho jurídico
que justifica uma guerra recobre um puro nada.
Johann
Peter Friedrich Ancillon dizia que a
força e o direito são idéias que se repelem: uma nunca
poderia fundar a outra.
Não,
a força nunca pode fazer o Direito. Se, por vezes, ela intervém
nas obras da justiça, é como meio de suplício ou de
constrição, como a algema do policial e o machado do carrasco.
Seria monstruoso ver aí a base ou a expressão de um Direito.
Capital,
no campo político é análogo a Governo... A idéia
econômica de Capitalismo, as políticas de Governo ou de autoridade,
e a idéia teológica de igreja são três ideais
idênticos, de várias formas, vinculados. Atacar uma delas é
o equivalente a atacar todas elas. O que o Capital faz ao trabalho, e o
Estado à Liberdade, a Igreja faz com o espírito. Esta trindade
do Absolutismo é tão perniciosa na prática quanto o
é na Filosofia. O meio mais efetivo de oprimir os povos seria simultaneamente
escravizar seu corpo, sua vontade e sua razão.
Propriedade,
atuando pela exclusão e pela
transgressão, frente a uma população
em crescimento, tem sido o princípio vital e a causa definitiva de
todas as revoluções.
A
queda e a morte de sociedades se dão devido ao poder de acumulação
implicado na propriedade.
Eis
a totalidade do meu sistema: liberdade de consciência, liberdade de
imprensa, liberdade de trabalho, livre troca, liberdade na educação,
livre competição, livre disposição dos frutos
do trabalho e da indústria, liberdade ad infinitum, liberdade absoluta,
liberdade para todos e sempre.
Repetecos
Repetitivos
(Contudo, Educativos)
Imposto
não cai no goto
nem de
velho gagá nem de garoto.
E quem
suporta censura?
Nunca
mais esse cocô de ditadura!
Quem
topa submissão?
Nem santo
nem moleque-do-surrão!
Ora,
nem por um peido lisonjeado!
Mas,
Anarquismo não solve,
e desobediência
civil só convolve.
Então,
haverá uma solução?
Só
faço repetir: a Voz do Coração.
Todavia,
reinam os moucos
(pois,
dessurdos são muito poucos)
que só
pensam em esborniar
–
dê a surubada no que tiver de dar!
E,
de raça-raiz em raça-raiz,
a coisa
só não esboroa por um triz!
Mas,
não se vive eternamente
sem
enfrentar o Espelho de frente!
E
aí, a porca torcerá o rabo,
seja
ricalhaz, seja burro-sem-rabo.
Ou será
que alguém pensa
que se
ajoelhar e rezar dispensa?
Corações
Melancólicos