Não
há arauto mais perfeito da alegria do que o silêncio.
William
Shakespeare
Apenas
o silêncio é grande, tudo o mais é debilidade.
Alfred de Vigny
O
silêncio está tão repleto de sabedoria e de
espírito em potência como o mármore não
talhado é rico em escultura.
Aldous Huxley
Fala
se tens palavras mais fortes do que o silêncio ou, então,
guarda silêncio.
Eurípedes
Se
beberes água, por tudo e por nada, não digas que bebeste
água.
Epicteto
A
palavra é tempo; o silêncio é eternidade.
Maurice Maeterlinck
Aquele
que se cala com proveito raramente age contra a sua consciência.
Jan
Hus
O
melhor uso que se pode fazer da palavra é calar.
Chuang
Tzu
O
que se faz de grande se faz em silêncio.
Erik Geijer
Calar-se
é a única sabedoria.
Luc Brabant
Penso
noventa e nove vezes, e nada descubro. Deixo de pensar, mergulho
em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela.
Albert
Einstein
O
silêncio é a maior sabedoria do homem.
Píndaro
O
silêncio é o santuário da prudência.
Baltasar Gracián y Morales
O
silêncio não é o vazio, é a plenitude.
Clarice Lispector
Nunca
quebres o silêncio se não for para o melhorar.
Ludwig
van Beethoven
O
silêncio é o pudor dos grandes caracteres.
José Martí
As
grandes verdades só são comunicadas através
do silêncio.
Paul Claudel
O
silêncio é o melhor salvo-conduto da
mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.
Marquês de Maricá
Da
árvore do silêncio pende seu fruto: a paz.
Arthur Schopenhauer
As
horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,
Vestes
de seda sonhada
Pela alameda alongada
Sob
o azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar –
A
expirar mas nunca expira –
Uma flauta que delira,
Que
é mais a idéia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranqüila
Pelo
ar a ondear e a ir...
Silêncio a tremeluzir...
Fernando
Pessoa
Aprendi
o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes,
a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou
grato a esses professores.
Gibran Khalil Gibran
Quando
um falastrão sofre em silêncio, é porque está
sem crédito no celular.
O
que é o que é que acaba logo que alguém fala?
Resposta: O silêncio.
Conta
a história da piratagem que, há muito, muito tempo
– mais ou menos no tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça
–
havia um homem que navegava
pelos sete mares
– o fabuloso Capitão Monórquido Roncolho. Era
tido como fabuloso porque, com um único testículo,
havia fabricado 479 filhos! Mas, vivendo a maior parte do tempo
no mar, eu duvido (e faço pouco!) que aquela filharada era
toda dele. Seja como for, louvavam sua valentia, e diziam que jamais
teve medo diante de um inimigo.
Certa vez, navegando perto da Ilha de Tortuga, no Caribe, o vigia
da embarcação, que estava na gávea do caralho
– uma gávea caralhal elevada aos píncaros, mas,
certamente, sem qualquer dúvida, não era, de jeito
maneira, do caralho estar naquela gávea daquele caralho macroscópico
– viu que um barco pirata se aproximava, e avisou o seu Capitão:
— Piratas
à vista desarmada!
O Capitão
Bravo gritou: —
Piratas?
Deixa comigo! Tragam a minha camisa vermelha!
E, vestindo-a,
ordenou aos seus homens: —
Ataquem!
Ataquem! Vençam os piratas! Matem todos eles!
Uns dias mais
tarde, o vigia avistou dois barcos
piratas.
O velho Capitão
pediu novamente sua camisa vermelha, e a vitória voltou a
ser arrasadora.
Naquela mesma
noite, seus homens perguntaram o
porquê de ele sempre pedir aquela camisa vermelha antes de
entrar em combate. E o Capitão respondeu: —
Se sou ferido
em combate, a camisa vermelha não deixa que ninguém
veja o meu sangue escorrer, e, assim, vocês, meus soldados,
continuam lutando sem medo.
Todos os homens,
diante daquela declaração, ficaram em reverencioso
silêncio, maravilhados com a coragem de seu Capitão.
Honrava mesmo o nome e o sobrenome que tinha!
Logo ao amanhecer
do dia seguinte, o vigia viu não um, mas dez barcos piratas
que se aproximavam.
Em silêncio,
toda a tripulação dirigiu os olhos para o seu Capitão,
que, com voz esganiçada, mas, sem demonstrar qualquer medo,
desafinou:
— Tragam
minha calça marrom!
Calar
quando é
impreterível falar é covardia; falar quando é
imperioso calar é arrelia.
Rodolfo
Pizzinga
Observação:
Não
sei se está correto, mas, há quem afirme que caralho
designava a pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros
das caravelas, também conhecida como gávea. Era lá
do alto do caralho que se avistavam as novas terras, os navios piratas
e as sirenas também. O caralho era também um lugar
de punição para os marinheiros que violavam ou que
se insurgiam contra as normas de bordo, pois, eram, então,
obrigados a ficar horas ou dias empoleirados no caralho. Quando
desciam do caralho, totalmente encaralhados, a má disposição
era tão caralhossal, que ficavam tão mansos e baliam
como cordeiros! Daí a expressão:
'Vai pro caralho, porra!