PIRÓLISE
OU ELETRÓLISE
(Pesadelo de Repetição)
Rodolfo Domenico
Pizzinga
Kim
Phúc
Os
homens fazem a sua própria história, mas, não
a fazem como querem. Como um pesadelo, a tradição
de todas as gerações mortas oprime o cérebro
dos vivos.
Karl
Heinrich Marx
Observação:
Na
animação acima, Phan Thi Kim Phúc, também
conhecido como Kim Phúc (nascida em 1963), é Embaixadora
da Boa Vontade da UNESCO. Entretanto, é conhecida como a
garota que apareceu em uma foto da Guerra do Vietnã (1955
a 1975). Kim Phúc possuía cerca de nove anos na época
da imagem, em que fugia de seu povoado, que estava sofrendo um bombardeiro
de NAPALM. Até hoje, esta imagem, tirada em 8 de junho de
1972, é lembrada como uma das mais terríveis da Guerra
do Vietnã. A fotografia foi tirada por Huynh Cong Ut, da
agência Associated Press, e recebeu o Prêmio Pulitzer
de 1973. Atualmente, Kim Phúc reside no Canadá e possui
dois filhos. Relato de Kim Phúc à British Broadcasting
Corporation (BBC): Em
1972, os americanos lançaram uma bomba de NAPALM em meu povoado,
no sul do Vietnã. Um fotógrafo, Nick Ut, tirou uma
foto minha fugindo do fogo – a foto que hoje é tão
famosa. Eu me lembro que tinha 9 anos; era apenas uma menina. Naquela
noite, nós do povoado, havíamos ouvido que os vietcongues
estavam vindo, e que eles queriam usar a vila como base. Então,
quando já era dia, eles vieram e iniciaram os combates no
povoado. Nós estávamos muito assustados. Eu me lembro
que minha família decidiu procurar abrigo em um templo, porque
nós acreditávamos que lá era um lugar sagrado.
Nós acreditávamos que, se nos escondêssemos
lá, estaríamos a salvo. Eu não cheguei a ver
a explosão da bomba de NAPALM;
só me lembro que, de repente, eu vi o fogo me cercando. De
repente, minhas roupas todas pegaram fogo, e eu sentia as chamas
queimando meu corpo, especialmente meu braço. Naquele momento,
passou pela minha cabeça que eu ficaria feia por causa das
queimaduras, que eu não iria mais ser uma criança
como as outras. Eu estava apavorada, porque, de repente, não
vi mais ninguém perto de mim, só fogo e fumaça.
Eu estava chorando e, milagrosamente, ao correr, meus pés
não ficaram queimados. Só sei que eu comecei a correr,
correr e correr. Meus pais não conseguiriam escapar do fogo;
então, eles decidiram voltar para o templo e continuar abrigados
por lá. Minha tia e dois primos meus
morreram.
Um deles tinha 3 anos e o outro só 9 meses; eram dois bebês.
Então, eu atravessei o fogo. Quem
não chorar um pouquinho com um relato destes não tem
coração! Bem, pior do que NAPALM só mesmo bomba
nuclear!
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Perversidades
Inomináveis
ns adoram pir(o)-
-lise;
outros, sórdidos,
eletr(o)-
-lise.
Alguns saboreiam vivisseccionar;
outros, crudelíssimos,
transtornar.
Uns
orgasmam com corrupção;
outros, prestam culto
ao dragão.
Alguns lhufas querem aprender;
outros, dão pão-de-ló
ao não-ser.
Tudo
isto – sem tirar nem pôr –
é pioríssimo
que filme de horror,
e, colado, depois da defunção...
Toma de pesadelo de repetição!
E,
quanto tempo isto irá durar?
Sei não; até
o Íntimo transmudar.
À aversão,
à partição e à paixão
o Eu-Coração
precisa dizer não!
Eu
já falei tanto deste abisso,
que já não
peço mais permisso.
Mas, abre o olho Seu Madureira
Espia só
Seu Madureira,
que deu em feia caveira,
meio sem eira nem beira!
Terá sido numa
6ª-feira?
Eta!, afligente porqueira!
O truque é subir a ladeira!