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Notas:
1. La
Carmagnole foi a canção mais popular da Revolução
Francesa. Ela data de 1792; surgiu mais ou menos no momento em que a Assembéia
votava a convocação da Convenção e a prisão
do rei. Mas, depois, foi resgatada em todos os períodos revolucionários
franceses do século XIX, particularmente em 1830 e em 1871. Na Revolução
de Julho de 1830, a dinastia Bourbon foi finalmente derrubada na França.
Esta Revolução serviu de pano de fundo para o romance Os
Miseráveis, de Victor Hugo. Em 18 de março de 1871, estourou
uma insurreição popular na qual a Comuna de Paris veio no
bojo – primeiro Governo Operário da História fundado
na capital francesa por ocasião da resistência popular ante
à invasão alemã. A Comuna de Paris decretou: a) o alistamento
obrigatório é abolido; b) a Guarda Nacional é a única
força militar permitida em Paris; e c) todos os cidadãos válidos
fazem parte da Guarda Nacional. Bem, isto é História, mas
eu não consigo compreender nem justificar qualquer forma de violência.
Então, no poema, quando digo que traidores e mariolas destoam a própria
Carmanhola, isto, ainda que verdadeiro, é meramente simbólico.
Como disse Marcus Tullius Cicero (106 a.C. – 43 a.C.), e com quem
concordo, uma
paz injusta é melhor do que uma guerra justa.
2. Feder,
eu sei que esses caras fedem a quilômetros; quanto a saber a bostarro
(mistura de bosta com catarro), eu imagino que saibam mesmo. Isto me fez
lembrar de um fato, que é dado como verídico. Um certo magano,
que tinha um mau hálito infernal, marcou um encontro com uma linda
garota, que, não sei como, conhecera por telefone. Como esse fulano
sabia que tinha hálito de cu, antes do encontro, se encheu de perfume,
comprou uma caixa de chicletes de hortelã e meteu uns três
ou quatro na boca. Logo que encontrou a moça, foi logo perguntando:
— Fofinha, advinhe o que
eu estou mastigando?
A lindinha nem pestanejou: Cocozinho.
Acertei fedor?
3. Deve-se
ficar em silêncio quando é necessário ficar em silêncio;
deve-se falar quando for necessário falar. Falar quando se deve calar
e calar quando se deve falar é coisa de grulha bêbado! Nem
sempre o silêncio é de ouro, como nem sempre a palavra é
de prata; algumas vezes a palavra é de ouro e o silêncio é
de prata! Mas a balbúrdia será sempre de lata!
(Esta nota foi a mais tolente* que escrevi em minha vida. Apesar
de tolente, foi escrita porque há certos alguéns
por aí – por incrível que pareça! – que
ainda não aprenderam esta elementaridade primária. Há
quem chegue ao ridículo de querer fazer discurso em convenção
de surdos, e há quem, por covardia ou interesse, fique calado diante
das mais irracionais aberrações.)
* Tolente
= mistura de coisa tola + coisa evidente.
Fundo
musical:
La
Carmagnole
Fonte:
http://thierry-klein.nerim.net/lacarmag.htm
Madam’ Veto avait promis (bis)
De faire égorger tout Paris (bis)
Mais son coup a manqué
Grâce à nos canonniers.
Refrão
Dansons
la Carmagnole
Vive le son (bis)
Dansons la Carmagnole
Vive le son du canon!
Dansons
la Carmagnole
Vive le son (bis)
Dansons la Carmagnole
Vive le son du canon!
Ah
! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s à la lanterne
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s on les pendra.
Monsieur
Veto avait promis (bis)
D’être fidèle à son pays (bis)
Mais il y a manqué,
Ne faisons pas de quartier.
Antoinette
avait résolu (bis)
De nous faire tomber sur le cul (bis)
mais son coup a manqué,
Ne faisons pas de quartier.
Amis,
restons unis (bis)
Ne craignons pas nos ennemis (bis)
S’ils viennent nous attaquer,
Nous les ferons sauter.
Oui,
nous nous souviendrons toujours (bis)
Des sans-culottes des faubourgs (bis)
A leur santé buvons,
Vivent ces francs lurons.