Um: — Ou Vossa Excelência me dá um pichulé ou vou contar pra todo mundo.

 

O outro: — Mas, Vossa Excelência vai contar o quê? Como todo mundo, eu também sou inocente!

 

Um: — Inocente é o cacete! Inocente é a Madre Teresa de Calcutá! Ou Vossa Excelência me dá um pichulé ou vou contar pra todo mundo que ele mandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele ordenou e Vossa Excelência não comprou. Que ele determinou e Vossa Excelência demorou. Que ele desmandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele contramandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele comandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele cirandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele demandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele tresandou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele pediu e Vossa Excelência obedeceu. Que ele insinuou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele sugeriu e Vossa Excelência obedeceu. Que ele sonhou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele delirou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele rosnou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele exigiu e Vossa Excelência obedeceu. Que ele ameaçou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele deu uma de ventríloquo e Vossa Excelência obedeceu. Que ele nadificou e Vossa Excelência obedeceu. Que ele 'tudificou' e Vossa Excelência obedeceu. Que ele peidou e Vossa Excelência cheirou. Que ele se encalacrou e Vossa Excelência blindou. Que ele se safou e Vossa Excelência se ferrou.

 

O outro: — Sabe que Vossa Excelência está com a razão. Eu morria de medo: dele e de ser exonerado. Toma aí um pichulé, mas, não conta pra ninguém.

 

 

 

Pichulé