Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Alcmeão de Cróton

Alcmeão de Cróton

 

 

Os homens morrem porque não conseguem unir o princípio ao fim.1

 

Alcmeão de Cróton (VI a.C.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Será que, um dia, o homem

Será que, um dia, o homem

conseguirá unir o princípio ao fim?

 

 

Será que, um dia, o homem,

como Santo Super-homem, virá-a-ser?

Será que, um dia, o homem

excederá o não-ser para poder ser?

 

 

Quando, afinal, este homem

transmutará o quadrado em pentágono?

Será que, depois, este homem

verá florescer um círculo do heptágono?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Enquanto um só ser cinzar,

todos os seres universais estão mortos.

Se um só ser não verticalizar,

todos os seres universais estão tortos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Alcmeão de Crotona – também se registra Alcmeon – (século VI a.C.) foi um filósofo pré-socrático e médico grego de Crotona (hoje na Itália) – o principal centro de estudo e de divulgação do pensamento pitagórico – e um dos mais importantes discípulos de Pitágoras (580 – 497 a.C.). Dedicado à Medicina e às investigações das ciências naturais, realizou a primeira dissecação de um cadáver humano e desenvolveu uma teoria acerca da origem e dos processos fisiológicos das sensações, sugerindo que os sentidos estariam ligados ao cérebro. Segundo escritos da época, foi o primeiro a relacionar o cérebro com as funções psíquicas, a psyqué, ao descobrir, por dissecação, que certas vías sensoriais terminavam no encéfalo, e elaborou uma teoria da desarmonia como causa das enfermidades, o que está de acordo com os Princípios Rosacruzes*. Alcmeão pode ter sido o verdadeiro descobridor das trompas de Eustáquio, além de um pioneiro da embriologia. A ele é atribuída a bela frase: Das coisas invisíveis têm clara consciência os deuses; a nós, enquanto humanos, é permitido apenas conjecturar. Concebeu a saúde como isonomia do equilíbrio ao afirmar que o que conserva a saúde é o equilíbrio das qualidades, que estariam simbolizadas em Poseidon (deus supremo do mar, conhecido pelos romanos como Netuno e pelos etruscos por Nethuns). Da Filosofia, transmitida sob forma de comentário e doxografia, principalmente através da obra de Aristóteles (384-322 a.C.), destacam-se dois pontos importantes: 1) a elaboração de uma tabela de pares de opostos, que funcionariam como princípio, arché, da natureza: limite-ilimitado, ímpar-par, unidade-pluralidade, direito-esquerdo, masculino-feminino, repouso-movimento, reto-torto, luz-sombra, bom-mau, quadrado-oblongo; e 2) uma compreensão da imortalidade da alma, por concebê-la em eterno movimento, à semelhança dos astros e dos entes divinos.

* Para os Rosacruzes, como está definido no Manual Rosacruz, o estado de harmonia do ser-no-mundo denomina-se Harmonium, ou seja, é a unidade de pensamento, a concordância de propósitos, a comunhão direta ou a afinidade de almas. Aplicado à afinidade do Cósmico para com a personalidade-alma significa o estado de êxtase em que o ser-no-mundo se torna consciente da harmonização das forças naturais de seu ser com o Absoluto ou Fonte de onde emanam.

Harmonium. In: Manual Rosacruz. 6ª edição. Supervisão de H. Spencer Lewis. Coordenação de Maria A. Moura. Rio de Janeiro: Editora Renes, s. d., p. 232.

 

Fundo musical:

Somewhere Over The Rainbow
Música: Harold Arlen
Letra: Edgar Y. Harburg

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/http://
geocities.com/BourbonStreet/1114/justjaz3.htm