PERDIGOTOS
Rodolfo Domenico Pizzinga
Perdigotos
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
amontoar pessoas e lançar perdigotos nelas?
Espigoto
(Espirro + Perdigoto)
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
amontoar pessoas e deixar que lançassem perdigotos em mim?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
amontoar pessoas e disseminar o SARS-CoV-2?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
amontoar pessoas e aumentar o número de infectados?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
facilitar o aparecimento de novas variantes?
Coronavírus – Mutações
(Simbolicamente)
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter dito que eu disse, se todos sabem que eu não disse?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter dito que eu não disse, se todos sabem que eu disse?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter dito que eu não fiz, se todos sabem que eu fiz?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter dito que eu fiz, se todos sabem que eu não fiz?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter fingido que eu fiz e não ter feito bulhufas?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter fingido que eu não fiz e ter feito tudo errado?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
não ter feito nada tendo podido ter feito tudo?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
demorar tanto para comprar vacinas da Pfizer?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
cismar com a ,
só porque é uma vacina chinesa?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido tão negligente na compra de vacinas?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
tentar mudar a bula da Cloroquina?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
desrespeitar tanto, tanto, tanto, a ?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
desrespeitar tanto, tanto, tanto, os Ministros da Saúde?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
induzir tanto, tanto, tanto, o desrespeito à Ciência?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
me valer de aconselhamentos paralelos desarrazoados?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
deixar que a crise em Manaus chegasse aonde chegou?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
inventar um aplicativo TrateCov inútil e perigoso?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter acreditado que o aplicativo TrateCov
poderia ter salvo muitas vidas?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
recomendar tratamento precoce inefetivo?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
recomendar irresponsavelmente o uso de
Cloroquina, Azitromicina e Ivermectina?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
defender o uso de medicamentos
impróprios contra a COVID-19?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
defender uma imunização de rebanho?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter evitado tantas mortes e não evitei?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido coveiro de tantos cadáveres desnecessários?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter desesperado tantas, tantas, tantas, famílias?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter deixado tantas, tantas, tantas, crianças órfãs?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter deixado tantas, tantas, tantas, mulheres viúvas?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter deixado tantos, tantos, tantos, pais sem filhos?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter deixado o Brasil tão, tão, tão, desgraçado?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
achar tanta graça no que não tem graça nenhuma?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
deixar acontecer uma série de "crimes sanitários"?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
fazer tantas, tantas, tantas, alegações falsas?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
dar origem a tantas, tantas, tantas, contradições?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
fazer tantas, tantas, tantas, falsas acusações?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
dizer tantas, tantas, tantas, mentiras para a população?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido tão irresponsável no seu enfrentamento?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
permitir que o Brasil ocupasse
o segundo lugar mundial em número de cadáveres?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido contrário ao isolamento social?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido contrário ao distanciamento social?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido contrário à utilização
de álcool etílico hidratado 70º INPM?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido contrário à utilização
obrigatória de máscara facial?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido contrário a tudo
que pudesse desacelerar a COVID-19?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
permitir tantos equívocos e tantas omissões
nos protocolos sanitários?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
criticar a FIOCRUZ
e dizer seus integrantes eram de esquerda?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
inventar essa história de Comunavírus?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
inventar essa história de passar a boiada,
mudar todo o regramento e simplificar as normas?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
usar dinheiro público
para comprar medicamentos inócuos?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
não monitorar o fornecimento
de remédios para os hospitais?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
não monitorar o fornecimento
de kits para entubação para os hospitais?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
afirmar que COVID-19 surgiu numa ação
de guerra química na China?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ofender tanto, tanto, tanto, a China,
o maior parceiro comercial do Brasil no mundo?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido um negacionista tão, tão, tão, compulsivo?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido um antivacinista tão, tão, tão, compulsivo?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido tão falaz e intransparente?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter sido deste jeito tão, tão, tão, horrível
que eu fui?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
não ter sido do jeito que eu deveria ter sido?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter andado apenas de marcha a ré e na contramão?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Como eu pude, nesta PanCOVIDmia mortal,
ter eclipsado a luz do Sol?
— Oh!
Meu Deus! Perdão! Perdão! Perdão!
Ajude-me! Ajude-me! Ajude-me!
Eu não sei o que está acontecendo comigo!
O povão brasileiro não merece nada disto!
Música de fundo:
Grau 10
Composição: Lamartine Babo e Ary Barroso
Interpretação: Francisco AlvesFonte:
Páginas da Internet consultadas:
https://dribbble.com/shots/8139994-Get-Cold
https://wanna-joke.com/perfectly-looped-gif/
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