PERDEU, CARA!

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Música de fundo: Tea For Two
(Irving Caesar/Vincent Youmans)
Fonte:
http://www.jbott.com/tea42.html

 

— Perdeu cara!

Perdi, não. Ganhei!

Tá tirando uma, peça rara?

Não estou. Eu sempre amei!

 

 

Não tô te entendendo!?

Você é meu irmão.

Irmão? Nem fodendo!

Consulte seu coração.

 

 

Eu quero é o dinheiro.

E anda logo parceiro

Prá não ver o Sol deitado.

 

 

— O.k. Você está no comando.

Mas, quando você for andando,

Lembre-se de que somos irmãos. Obrigado.

 

 

CONSIDERAÇÕES

 

Eu não sei se alguém que já foi assaltado, ou se alguém que venha a passar pela experiência de ser assaltado, teve ou terá a coragem de ter um diálogo semelhante a esse com o ladrão. Tenho lá minhas dúvidas se isso é importante no momento do lance, e, mesmo, se essa conversa teria cabimento ou se seria adequada. Isso vai de cada um; por isso, não sugiro nem recomendo nada. E coragem não é enfrentar um tratante armado. Isso é burrice e só costuma dar certo no cinema. Quando dá! Às vezes lá dá errado também. Coragem é não julgar nada nem ninguém. Isso, sim; isso é realmente mais do que coragem!

Mas, o que eu tenho certeza é de que, na hora do assalto ou imediatamente depois, algum tipo de oração1 – exemplificada acima na forma de um poema – deverá ser praticado, com o olhar voltado para o (nosso) Coração Universal, no qual podemos (devemos?) visualizar o outro conversando conosco. Precisamos estar conscientes de que, no caso, o assaltante é (mais) um instrumento para o nosso aprendizado. É doloroso? É. Mas é um aprendizado como outro qualquer. E mais: queiramos ou não o ladrão é nosso irmão, e temos que compreendê-lo (e a nós também) porque ele não sabe (cosmicamente) o que está fazendo. Ora, nem nós sabemos algumas (ou muitas) vezes o que fazemos. Que dirá um transtornado!

Pode parecer uma loucura, mas quando odiamos alguém, odiamos a nós em primeiro lugar. E quando fazemos qualquer tipo de maldade, consciente ou inconscientemente, os primeiros a sofrer as conseqüências somos nós. Objetivamente, pode dar a impressão de que é (ou foi) o outro quem padece (ou padeceu) primeiro, mas não é assim. Na Memória Cómica até uma intenção fica registrada. E fica registrada no exato momento da intencionalidade. Desta forma, o primeiro pecado contra a Consciência é pelo pensamento. Assista ao *pps disponibilizado no final e confira.

Sugestão: Chá com petits fours para dois. Petits fours? Isso é muita frescura. Pão com manteiga está muito bom.

Para pensar: Alguém (ou quem) perdeu? Alguém (ou quem) ganhou? Se alguém (ou quem) perdeu, perdeu o quê? Se alguém (ou quem) ganhou, ganhou o quê? O que é perder? O que é ganhar?

Minha opinião: Toda vez que alguém perde alguma coisa, na realidade, está ganhando mais do que perdendo. E vice-versa. E quanto a esse mercado financeiro maluco – ou a qualquer outro tipo de transação envolvendo o que quer que seja – é um fato óbvio que se alguém ganhar alguém terá que perder; mas, perde mais aquele que ganha, do que aquele que perde. Se se inverter o raciocínio comumente utilizado, cosmicamente perde quem ganha; ganha quem perde. Cosmicamente, quem leva vantagem só leva para o seu balaio de ilusões uma tremenda desvantagem! Será que eu enlouqueci? Não. Pondo entre parêntesis o aspecto místico, a história tem mostrado isso de montão! Basta o tempo passar um pouquinho. Atenção senhores representantes do povão que andaram se beneficiando do mensalão fedorentão às custas do dinheiro do povão: Vossas Excelências irão, 'derrepentemente', aprender uma lição 'durissíssima' – como diria o velho político Odorico Paraguaçu!!! Se alguém me furtar R$ 100,00 não muda nada; mas se alguém furtar R$ 100,00 de um trabalhador que ganha essa miséria de salário-mínimo que se paga no nosso Patropi, vai fazer uma diferença gigantesca! Ai, ai, ai, ai, ai!

 

 

*pps

 

 

Assista a este *pps levinho (160 kb) e confira. Clique

 

 

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Nota:

1. Conversar mentalmente com o outro é também uma forma de oração!

 

 

Websites Consultados

 

http://tomarpartido.weblog.com.pt/arquivo/2004_10.html

http://inet.sitepac.pt/body_simbolo_2.html

http://www.mariomoraes.com/anteriores.asp?page=6&intervalo=20