Este
trabalho-estudo teve por objetivo garimpar exclusivamente em diversos exemplares
da revista O Rosacruz – uma publicação da Jurisdição
de Língua Portuguesa da Antiga
e Mística Ordem Rosæ Crucis - AMORC
– fragmentos de textos ali divulgados escritos por Rosacruzes. Para
os que não conhecem a Ordem e suas finalidades, o Website
oficial da AMORC no Brasil, resumidamente, define a Ordem da seguinte forma:
A Ordem Rosacruz, AMORC, é uma organização internacional
de caráter místico-filosófico, que tem por missão
despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento,
em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual,
dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz.
Metodologia
Dos
textos consultados, foram retirados vinte e dois excertos de Pensadores
Rosacruzes – sem que tenha havido preocupação com uma
cronologia específica. Ao final de cada excerto, foi apresentada
a referência bibliográfica para eventual consulta. Informo,
finalmente, que, muito superficialmente, quando foi necessário, em
alguns casos, editei os excertos para acomodá-los a este tipo de
apresentação. Entretanto, obviamente, não interpolei
ou modifiquei o pensamento neles expressados. Os excertos abaixo listados
representam exatamente o pensamento do autor citado. Se, porventura, fosse
diferente, isto seria um contra-senso.
Excertos
de Pensadores Rosacruzes
O
autodomínio
não traz isolamento nem separação, mas associação
e companheirismo; o maior mestre entre os seres vivos é o que melhor
serve a eles, que os ama ao máximo e que deles faz parte.
[LEWIS, H. Spencer. Almas
livres. O Rosacruz. Curitiba, Paraná,
24-25, jul./ago., 1986.]
O
místico é sempre mais identificado com o semelhante ao seguir
o conceito do filósofo que olhou para um rebotalho humano, desprezado
por todos e derrotado ante as circunstâncias que o cercavam, e disse
a si mesmo: 'Se não fosse pela graça de Deus, este seria eu'!
Esta idéia é o mais seguro preceito para a vida do místico,
em todas as atividades, e elimina qualquer tendência de ser tomado
por um complexo de superioridade. [LEWIS,
H. Spencer.
Que são interesses egoísticos? O
Rosacruz. Curitiba, Paraná, vol. XXIII, nº 4,
87-89, abr.,
1981.]
Compete-nos
alargar a nossa compreensão. Devemos nos tornar conscientes de tantas
coisas quantas forem possíveis, a fim de conhecermos o nosso teatro,
o nosso palco e o papel que devemos desempenhar. [LEWIS,
Ralph M. A doutrina da relatividade. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, (262): 20-24,
out./dez., 2007.]
No
momento da transição, a Personalidade-anímica é
admitida no Templo do Invisível. Em linguagem simbólica, existe
uma antecâmara neste Templo. É neste local que aguardamos,
que nos adaptamos e que aprendemos a renascer em um estado diferente e mais
elevado. Depois, nos apresentamos na antecâmara do Portal, onde fazemos
nós mesmos o balanço do bem que realizamos assim como dos
erros e das faltas que cometemos. Sempre – de um ponto de vista Rosacruz
– este período, que se assemelha à introspecção
intelectual que conhecemos no plano humano, é uma forma de reflexão
a partir da verdade total sobre nós mesmos, já que não
estamos mais limitados pelas imperfeições de nossos sentidos
físicos. Podemos dizer que, nesse momento, sabemos que o que experimentamos
é a verdade. Não podemos mais nos enganar com raciocínios
equivocados. As conseqüências que acarretamos das experiências
humanas são percebidas intensamente por nossa Personalidade-alma.
Mas este período é breve, e entramos, em seguida, no Templo
propriamente dito. Nesta etapa do processo, somos 'elevados', segundo uma
expressão tradicional. [BERNARD,
Christian. A transição. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, (257): 18-20,
jul./set., 2006.]
Acreditamos
na existência de Mestres Cósmicos, como Kut Hu Mi, Jesus, Mória
e outros, como personalidades desencarnadas e exercendo sua missão
no Plano Cósmico; mas relutamos em aceitar a idéia de que
estariam sempre à disposição para resolver nossas questões,
que devem ser respondidas por nós diretamente, até como condição
de evolução pessoal ou de aprendizado cármico.
[PARUCKER,
Charles, Vega. A experiência mística. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, 6-7, set./out.,
1989.]
O
acelerado desenvolvimento da civilização material de nenhum
modo implica que os seres humanos tenham se aproximado da meta que devem
atingir, segundo o Plano Cósmico. Obviamente,
não devemos considerar inútil e desprezível o progresso
material. Não devemos rejeitar as descobertas científicas,
nem considerá-las nocivas. Desde que construtivas, têm lugar
em nosso mundo. A Humanidade, porém, deve se reabilitar e deixar
de se adaptar às fases mutáveis de sua natureza material.
A Humanidade deve primeiro se dominar a si mesma, para depois dominar aquilo
que o Primeiro Princípio colocou à disposição
do ser humano. [BERNARD, Raymond. O místico de hoje.
O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (183): 23-26,
jan./fev., 1989.]
Não
há fracasso, exceto em parar de tentar. Não há derrota,
exceto em nosso próprio interior. Não há barreira realmente
insuperável, exceto por nossa própria fraqueza de determinação.
[HUBBARD,
Elbert. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, 45,
dez., 1980.]
Que
sobre teu corpo reine e brilhe a inteligência, para que te ascendendo
ao éter fulgurante, mesmo entre os imortais, consigas ser um Deus!
[Pitágoras.
Apud FRIGERI, Maria Aparecida. Sobre Pitágoras (Versos
de Ouro: Perfeição). In: O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, 42-47, out./dez., 2004.]
As
formas, as cores e os sons podem auxiliar a evolução humana
ou, se usados erradamente, bloquear completamente os canais por onde devem
fluir as forças da Natureza e a divina sabedoria do Eu interior.
[GUIMARÃES, José
Maurício. Arqueômetro, o mistério das formas, sons
e luzes. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (263):
4-7, jan./mar., 2008.]
Os
passos da Grande Obra correspondem aos da criação do Mundo,
demonstrando uma analogia entre microcosmo e macrocosmo. Mas isto é
apenas uma analogia, porque, segundo os sábios antigos, o 'Magisterius'
não é criação, e, sim, um processo gerador realizado
pelo Artista – que é conduzido pela Natureza – e está
apenas acelerando seu próprio trabalho de purificação.
[BALISTER,
Christian. A arte hermética. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, (193): 20-24,
set./out., 1990.]
O
fanático só tem certezas; o místico, na maioria das
vezes, está cheio de dúvidas. [SALES,
Mario. O texto esotérico não tem que ser hermético.
O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (263): 40-45,
jan./mar., 2008.]
O
carma explica muitas coisas; é uma 'resposta' em
si mesmo. Abre portas que, com pouco esforço de nossa parte, esclarecem
toda uma nova dimensão de aprendizado. Mas o carma é também
uma 'pergunta', porque 'abre' portas. Mas, os indivíduos que não
estão buscando respostas prontas ou simples frases que expliquem
suas circunstâncias verão o carma não como um fim, mas
como um meio, como uma ferramenta a ser usada para encontrar soluções.
[STEWART,
Gary L. O verdadeiro serviço. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, (176): 7-9,
nov./dez., 1987.]
Para
operar a magia do toque há um guia para todos nós: 'que
tudo sempre provenha do Coração.' Que nosso Coração
toque as pessoas. O núcleo da fraternidade dos homens é a
fraternidade dos Corações. Somos mais integrados quando nosso
Coração é expresso em nossas obras e quando nosso Coração
é tocado pelas obras dos outros. (Grifo
meu). [PALO, John. A magia do contato. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, 9-11, jul./ago.,
1986.]
Com
a disciplina ética, aprendemos a compaixão, que quer dizer:
preocupar-se com os outros e partilhar do sofrimento deles. [Dalai
Lama. Apud MAIN, Betty. Dalai Lama: a ética e o místico.
In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (262): 4-9,
out./dez., 2007.]
A
cada dia, estamos movimentando nossa 'balança cármica' com
o nosso livre-arbítrio. Quando no uso do mesmo cedemos às
pressões negativas do mundo que nos cerca, é como se, deliberadamente,
passássemos da luz para as trevas. [PESSOA,
Clarice N. V. Lei do carma: aprendizado e evolução.
O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (262): 28-33,
out./dez., 2007.]
O
viver em harmonia com o Cósmico requer mais do que simplesmente meditar
por alguns minutos todos os dias e ler literatura mística. Implica
em levarmos uma vida mística, vivendo segundo as condições
que ela de nós exige. Estas condições consistem em
que devemos nos tornar tão tolerantes como o Cósmico, tão
mentalmente abertos como o Cósmico, tão amorosos como o Cósmico
e, igualmente, abrangentes ou universais em nossos pensamentos e em nossa
conduta. [DANIELS,
Robert E. Em tempos difíceis. O Rosacruz.
Curitiba, Paraná, vol. XXIV, nº1, 11-12,
out., 1981.]
Que
a Divina Essência do Cósmico me purifique de todas as impurezas
da mente e do corpo para que eu possa comungar com a Consciência Cósmica.
Que minha consciência mortal seja tão iluminada que quaisquer
imperfeições do meu pensamento possam me ser reveladas e me
seja dado o poder da vontade para corrigi-las. Humildemente peço
que eu possa perceber a abundância da Natureza e dela partilhar, sempre
de acordo com a Vontade Cósmica. Assim seja! [MOURA,
Maria A. A concepção mística da prece. O
Rosacruz. Curitiba, Paraná, (256): 4-8,
abr./jun., 2006.]
O
único Mestre a ser procurado e contatado é o nosso Mestre
Interior – o Deus no Coração de cada ser humano. Só
a Ele devemos toda a veneração... [NAVARR,
Richard. Mestres Cósmicos: a realidade e a ficção.
O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (260): 38-43,
abr./jun., 2007.]
O
carma de uma pessoa jamais poderá ser anulado, apagado ou diminuído
por orações, visualizações, irradiações,
bênçãos etc. [NAVARR,
Richard. Mestres Cósmicos: a realidade e a ficção.
O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (260): 38-43,
abr./jun., 2007.]
Acontecimentos
e circunstâncias mudam. O tempo e o espaço são imateriais,
no que diz respeito às lições que devemos aprender.
Contudo, nosso maior avanço será conseguido apenas quando
aceitarmos as lições que devemos aprender e superarmos a amargura
e a arrogância geradas pelos testes que nos são apresentados
na senda. Homem algum tem qualquer monopólio sobre o sofrimento;
ninguém pode dizer que suas provas foram mais rigorosas do que as
de outro. Ninguém, na longa fila da avaliação cósmica,
pode se classificar como superior a outro na espiral da evolução
espiritual. [Rosicrucian
Forum (03/2005). Lições que nos vêm do Cósmico.
In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (259): 16-17,
jan./mar., 2007.]
O
ouro não terá brilho e será simplesmente impureza,
se for extraído das lágrimas dos homens. [Apolônio
de Tiana. Apud JR. Ben Finger. Apolônio: homem e mito.
In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (252): 16-21,
abr./jun., 2005.]
Daqui
em diante, não existe uma harmonia feita somente para o benefício
de nosso Planeta, mas a canção que o Cosmo canta a seu Senhor
e Centro – o Logos Solar. [Johannes
Kepler.
Apud MARQUES, Adilio Jorge. A
Teoria do Gig Bang. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná,
(258): 36-41, out./dez., 2006.]
Fundo
musical:
Prelude
a L'après-midi d'un Faune (Prelúdio à Tarde de
um Fauno) – Claude-Achille
Debussy
Fonte:
http://kunstderfuge.com/debussy.htm
Observação:
Claude-Achille
Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de agosto de 1862 – Paris, 25 de
março de 1918) foi um músico e compositor francês que
esteve vinculado ao Movimento Rosa+Cruz do seu tempo. Entre 1892 e 1894,
compôs uma das suas obras mais festejadas, Prélude à
L'après-midi d'un Faune (Prelúdio à Tarde de um
Fauno*), um poema sinfônico inspirado em uma obra
do poeta e crítico literário francês Stéphane
Mallarmé (Paris, 18 de março de 1842 – Valvins,
9 de setembro de 1898), escrito em 1865 e publicado em 1876, com ilustrações
do pintor impressionista francês, Édouard Manet (Paris,
23 de janeiro de 1832 – Paris,
30 de abril de 1883). O poema conta a história, em um clima sensual,
de um fauno que toca sua flauta nos bosques e fica excitado com a passagem
de ninfas e náiades, tentando alcançá-las em vão.
Então, muito cansado e fraco, cai em um sono profundo e passa a sonhar
com visões que o levam a atingir os objetivos que dentro da realidade
não tinha alcançado. A música de Debussy e a poesia
de Mallarmé inspiraram um balé, criado por Vaslav Nijinski
(Kiev, 28 de dezembro de 1889 – Londres,
8 de abril de 1950), , em 1912, revolucionário
para a época por sua sensualidade, denominado L'Après-midi
d'un Faune. O Prélude à L'après-midi d'un
Faune estreou em Paris, na Société
Nationale de Musique, no dia 22 de dezembro de 1894, sob a direção
de Gustave Doret (Aigle, 20 de setembro de 1866 – Lausanne,
19 de abril de 1943). Alguns críticos consideram sua apresentação
como marco inicial da música moderna. Prélude à
L'après-midi d'un Faune é considerada um dos expoentes
da música impressionista.
Editado
das fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9lude_
%C3%A0_l'apr%C3%A8s-midi_d'un_Faune
http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Debussy
*
Faunos são personagens presentes na mitologia romana – divindades
campestres (metade homem, metade animal) com pés de cabra e cornos
que viviam nos bosques e protegiam os rebanhos. Semelhantes aos sátiros
(divindades campestres dotadas de orelhas grandes e pontiagudas, nariz achatado,
chifres pequenos, com rabo e pernas de cabra), são da cintura para
cima homens e o resto é um corpo de bode. Não tão luxuriosos
como os sátiros, os faunos gostam de dançar com as dríades
(ninfas das árvores) nas campinas e nos bosques, bebem vinho aromático
e tocam instrumentos de sopro – como
a flauta de Pã (na mitologia grega,
Deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores). Acompanham o
Deus Baco (Deus do vinho e da folia, era o filho do Deus Olímpico
Júpiter e da mortal Sêmele) e as mênades (ninfas campestres
que participavam das festas de Baco) em suas aventuras.
Editado
da fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fauno