Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este trabalho-estudo teve por objetivo garimpar exclusivamente em diversos exemplares da revista O Rosacruz – uma publicação da Jurisdição de Língua Portuguesa da Antiga e Mística Ordem Rosæ Crucis - AMORC – fragmentos de textos ali divulgados escritos por Rosacruzes. Para os que não conhecem a Ordem e suas finalidades, o Website oficial da AMORC no Brasil, resumidamente, define a Ordem da seguinte forma: A Ordem Rosacruz, AMORC, é uma organização internacional de caráter místico-filosófico, que tem por missão despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz.

 

 

 


 

 

Metodologia

 

 

 

Dos textos consultados, foram retirados vinte e dois excertos de Pensadores Rosacruzes – sem que tenha havido preocupação com uma cronologia específica. Ao final de cada excerto, foi apresentada a referência bibliográfica para eventual consulta. Informo, finalmente, que, muito superficialmente, quando foi necessário, em alguns casos, editei os excertos para acomodá-los a este tipo de apresentação. Entretanto, obviamente, não interpolei ou modifiquei o pensamento neles expressados. Os excertos abaixo listados representam exatamente o pensamento do autor citado. Se, porventura, fosse diferente, isto seria um contra-senso.

 

 

 

 

Excertos de Pensadores Rosacruzes

 

 

 

 

 

 

 

O autodomínio não traz isolamento nem separação, mas associação e companheirismo; o maior mestre entre os seres vivos é o que melhor serve a eles, que os ama ao máximo e que deles faz parte. [LEWIS, H. Spencer. Almas livres. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, 24-25, jul./ago., 1986.]

 

O místico é sempre mais identificado com o semelhante ao seguir o conceito do filósofo que olhou para um rebotalho humano, desprezado por todos e derrotado ante as circunstâncias que o cercavam, e disse a si mesmo: 'Se não fosse pela graça de Deus, este seria eu'! Esta idéia é o mais seguro preceito para a vida do místico, em todas as atividades, e elimina qualquer tendência de ser tomado por um complexo de superioridade. [LEWIS, H. Spencer. Que são interesses egoísticos? O Rosacruz. Curitiba, Paraná, vol. XXIII, nº 4, 87-89, abr., 1981.]

 

Compete-nos alargar a nossa compreensão. Devemos nos tornar conscientes de tantas coisas quantas forem possíveis, a fim de conhecermos o nosso teatro, o nosso palco e o papel que devemos desempenhar. [LEWIS, Ralph M. A doutrina da relatividade. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (262): 20-24, out./dez., 2007.]

 

No momento da transição, a Personalidade-anímica é admitida no Templo do Invisível. Em linguagem simbólica, existe uma antecâmara neste Templo. É neste local que aguardamos, que nos adaptamos e que aprendemos a renascer em um estado diferente e mais elevado. Depois, nos apresentamos na antecâmara do Portal, onde fazemos nós mesmos o balanço do bem que realizamos assim como dos erros e das faltas que cometemos. Sempre – de um ponto de vista Rosacruz – este período, que se assemelha à introspecção intelectual que conhecemos no plano humano, é uma forma de reflexão a partir da verdade total sobre nós mesmos, já que não estamos mais limitados pelas imperfeições de nossos sentidos físicos. Podemos dizer que, nesse momento, sabemos que o que experimentamos é a verdade. Não podemos mais nos enganar com raciocínios equivocados. As conseqüências que acarretamos das experiências humanas são percebidas intensamente por nossa Personalidade-alma. Mas este período é breve, e entramos, em seguida, no Templo propriamente dito. Nesta etapa do processo, somos 'elevados', segundo uma expressão tradicional. [BERNARD, Christian. A transição. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (257): 18-20, jul./set., 2006.]

 

Acreditamos na existência de Mestres Cósmicos, como Kut Hu Mi, Jesus, Mória e outros, como personalidades desencarnadas e exercendo sua missão no Plano Cósmico; mas relutamos em aceitar a idéia de que estariam sempre à disposição para resolver nossas questões, que devem ser respondidas por nós diretamente, até como condição de evolução pessoal ou de aprendizado cármico. [PARUCKER, Charles, Vega. A experiência mística. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, 6-7, set./out., 1989.]

 

O acelerado desenvolvimento da civilização material de nenhum modo implica que os seres humanos tenham se aproximado da meta que devem atingir, segundo o Plano Cósmico. Obviamente, não devemos considerar inútil e desprezível o progresso material. Não devemos rejeitar as descobertas científicas, nem considerá-las nocivas. Desde que construtivas, têm lugar em nosso mundo. A Humanidade, porém, deve se reabilitar e deixar de se adaptar às fases mutáveis de sua natureza material. A Humanidade deve primeiro se dominar a si mesma, para depois dominar aquilo que o Primeiro Princípio colocou à disposição do ser humano. [BERNARD, Raymond. O místico de hoje. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (183): 23-26, jan./fev., 1989.]

 

Não há fracasso, exceto em parar de tentar. Não há derrota, exceto em nosso próprio interior. Não há barreira realmente insuperável, exceto por nossa própria fraqueza de determinação. [HUBBARD, Elbert. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, 45, dez., 1980.]

 

Que sobre teu corpo reine e brilhe a inteligência, para que te ascendendo ao éter fulgurante, mesmo entre os imortais, consigas ser um Deus! [Pitágoras. Apud FRIGERI, Maria Aparecida. Sobre Pitágoras (Versos de Ouro: Perfeição). In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, 42-47, out./dez., 2004.]

 

As formas, as cores e os sons podem auxiliar a evolução humana ou, se usados erradamente, bloquear completamente os canais por onde devem fluir as forças da Natureza e a divina sabedoria do Eu interior. [GUIMARÃES, José Maurício. Arqueômetro, o mistério das formas, sons e luzes. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (263): 4-7, jan./mar., 2008.]

 

Os passos da Grande Obra correspondem aos da criação do Mundo, demonstrando uma analogia entre microcosmo e macrocosmo. Mas isto é apenas uma analogia, porque, segundo os sábios antigos, o 'Magisterius' não é criação, e, sim, um processo gerador realizado pelo Artista – que é conduzido pela Natureza – e está apenas acelerando seu próprio trabalho de purificação. [BALISTER, Christian. A arte hermética. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (193): 20-24, set./out., 1990.]

 

O fanático só tem certezas; o místico, na maioria das vezes, está cheio de dúvidas. [SALES, Mario. O texto esotérico não tem que ser hermético. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (263): 40-45, jan./mar., 2008.]

 

O carma explica muitas coisas; é uma 'resposta' em si mesmo. Abre portas que, com pouco esforço de nossa parte, esclarecem toda uma nova dimensão de aprendizado. Mas o carma é também uma 'pergunta', porque 'abre' portas. Mas, os indivíduos que não estão buscando respostas prontas ou simples frases que expliquem suas circunstâncias verão o carma não como um fim, mas como um meio, como uma ferramenta a ser usada para encontrar soluções. [STEWART, Gary L. O verdadeiro serviço. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (176): 7-9, nov./dez., 1987.]

 

Para operar a magia do toque há um guia para todos nós: 'que tudo sempre provenha do Coração.' Que nosso Coração toque as pessoas. O núcleo da fraternidade dos homens é a fraternidade dos Corações. Somos mais integrados quando nosso Coração é expresso em nossas obras e quando nosso Coração é tocado pelas obras dos outros. (Grifo meu). [PALO, John. A magia do contato. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, 9-11, jul./ago., 1986.]

 

Com a disciplina ética, aprendemos a compaixão, que quer dizer: preocupar-se com os outros e partilhar do sofrimento deles. [Dalai Lama. Apud MAIN, Betty. Dalai Lama: a ética e o místico. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (262): 4-9, out./dez., 2007.]

 

A cada dia, estamos movimentando nossa 'balança cármica' com o nosso livre-arbítrio. Quando no uso do mesmo cedemos às pressões negativas do mundo que nos cerca, é como se, deliberadamente, passássemos da luz para as trevas. [PESSOA, Clarice N. V. Lei do carma: aprendizado e evolução. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (262): 28-33, out./dez., 2007.]

 

O viver em harmonia com o Cósmico requer mais do que simplesmente meditar por alguns minutos todos os dias e ler literatura mística. Implica em levarmos uma vida mística, vivendo segundo as condições que ela de nós exige. Estas condições consistem em que devemos nos tornar tão tolerantes como o Cósmico, tão mentalmente abertos como o Cósmico, tão amorosos como o Cósmico e, igualmente, abrangentes ou universais em nossos pensamentos e em nossa conduta. [DANIELS, Robert E. Em tempos difíceis. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, vol. XXIV, nº1, 11-12, out., 1981.]

 

Que a Divina Essência do Cósmico me purifique de todas as impurezas da mente e do corpo para que eu possa comungar com a Consciência Cósmica. Que minha consciência mortal seja tão iluminada que quaisquer imperfeições do meu pensamento possam me ser reveladas e me seja dado o poder da vontade para corrigi-las. Humildemente peço que eu possa perceber a abundância da Natureza e dela partilhar, sempre de acordo com a Vontade Cósmica. Assim seja! [MOURA, Maria A. A concepção mística da prece. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (256): 4-8, abr./jun., 2006.]

 

O único Mestre a ser procurado e contatado é o nosso Mestre Interior – o Deus no Coração de cada ser humano. Só a Ele devemos toda a veneração... [NAVARR, Richard. Mestres Cósmicos: a realidade e a ficção. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (260): 38-43, abr./jun., 2007.]

 

O carma de uma pessoa jamais poderá ser anulado, apagado ou diminuído por orações, visualizações, irradiações, bênçãos etc. [NAVARR, Richard. Mestres Cósmicos: a realidade e a ficção. O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (260): 38-43, abr./jun., 2007.]

 

Acontecimentos e circunstâncias mudam. O tempo e o espaço são imateriais, no que diz respeito às lições que devemos aprender. Contudo, nosso maior avanço será conseguido apenas quando aceitarmos as lições que devemos aprender e superarmos a amargura e a arrogância geradas pelos testes que nos são apresentados na senda. Homem algum tem qualquer monopólio sobre o sofrimento; ninguém pode dizer que suas provas foram mais rigorosas do que as de outro. Ninguém, na longa fila da avaliação cósmica, pode se classificar como superior a outro na espiral da evolução espiritual. [Rosicrucian Forum (03/2005). Lições que nos vêm do Cósmico. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (259): 16-17, jan./mar., 2007.]

 

O ouro não terá brilho e será simplesmente impureza, se for extraído das lágrimas dos homens. [Apolônio de Tiana. Apud JR. Ben Finger. Apolônio: homem e mito. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (252): 16-21, abr./jun., 2005.]

 

Daqui em diante, não existe uma harmonia feita somente para o benefício de nosso Planeta, mas a canção que o Cosmo canta a seu Senhor e Centro – o Logos Solar. [Johannes Kepler. Apud MARQUES, Adilio Jorge. A Teoria do Gig Bang. In: O Rosacruz. Curitiba, Paraná, (258): 36-41, out./dez., 2006.]

 

 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

Prelude a L'après-midi d'un Faune (Prelúdio à Tarde de um Fauno) – Claude-Achille Debussy

Fonte:

http://kunstderfuge.com/debussy.htm

 

Observação:

Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de agosto de 1862 – Paris, 25 de março de 1918) foi um músico e compositor francês que esteve vinculado ao Movimento Rosa+Cruz do seu tempo. Entre 1892 e 1894, compôs uma das suas obras mais festejadas, Prélude à L'après-midi d'un Faune (Prelúdio à Tarde de um Fauno*), um poema sinfônico inspirado em uma obra do poeta e crítico literário francês Stéphane Mallarmé (Paris, 18 de março de 1842 – Valvins, 9 de setembro de 1898), escrito em 1865 e publicado em 1876, com ilustrações do pintor impressionista francês, Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 – Paris, 30 de abril de 1883). O poema conta a história, em um clima sensual, de um fauno que toca sua flauta nos bosques e fica excitado com a passagem de ninfas e náiades, tentando alcançá-las em vão. Então, muito cansado e fraco, cai em um sono profundo e passa a sonhar com visões que o levam a atingir os objetivos que dentro da realidade não tinha alcançado. A música de Debussy e a poesia de Mallarmé inspiraram um balé, criado por Vaslav Nijinski (Kiev, 28 de dezembro de 1889 – Londres, 8 de abril de 1950), , em 1912, revolucionário para a época por sua sensualidade, denominado L'Après-midi d'un Faune. O Prélude à L'après-midi d'un Faune estreou em Paris, na Société Nationale de Musique, no dia 22 de dezembro de 1894, sob a direção de Gustave Doret (Aigle, 20 de setembro de 1866 – Lausanne, 19 de abril de 1943). Alguns críticos consideram sua apresentação como marco inicial da música moderna. Prélude à L'après-midi d'un Faune é considerada um dos expoentes da música impressionista.

Editado das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9lude_
%C3%A0_l'apr%C3%A8s-midi_d'un_Faune

http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Debussy

 

* Faunos são personagens presentes na mitologia romana – divindades campestres (metade homem, metade animal) com pés de cabra e cornos que viviam nos bosques e protegiam os rebanhos. Semelhantes aos sátiros (divindades campestres dotadas de orelhas grandes e pontiagudas, nariz achatado, chifres pequenos, com rabo e pernas de cabra), são da cintura para cima homens e o resto é um corpo de bode. Não tão luxuriosos como os sátiros, os faunos gostam de dançar com as dríades (ninfas das árvores) nas campinas e nos bosques, bebem vinho aromático e tocam instrumentos de sopro como a flauta de Pã (na mitologia grega, Deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores). Acompanham o Deus Baco (Deus do vinho e da folia, era o filho do Deus Olímpico Júpiter e da mortal Sêmele) e as mênades (ninfas campestres que participavam das festas de Baco) em suas aventuras.

Editado da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fauno