Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Os incapazes de atacar um pensamento,

atacam o pensador.1

É um terrível tormento

ouvir idéias nobres que causem mau humor.

 

Os (im)perdoáveis conseguem tolerar

ouvir falar em liberdade.

E menos conseguem suportar

quem propõe eqüidade.

 

Assim como quem sai na chuva é pra se queimar2,

os conscientes do mundo

têm o dever de não desistir e de jamais se calar.

 

Quanto mais azedo for o estrebuchamento,

um pensamento fecundo

haverá de funcionar sempre como alimento.

 

 

 

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Notas:

1. Pensamento de Paul Valéry (1871-1945).

2. Frase de Vicente Matheus (1908-1997), que foi presidente do Corinthians e empresário de sucesso. Dentre as inúmeras tiradas de Vicente Matheus, conta-se que, certa vez, ele foi até o gabinete de um prefeito, mas foi barrado pelo seu secretário.

Seu Matheus — disse o secretário — acho que o prefeito não vai poder atendê-lo. Está com um pessoal que veio de Brasília...

Ora, deixa de bobagem! Vai lá e fala pra ele que eu vim de Mercedes! — respondeu Vicente Matheus bem-humorado.

Como citei Vicente Matheus, concluirei esta nota (quase) parafraseando uma outra frase sua: Nós místicos temos que que nos esforçar muito para sermos completos, como os patos que são aquáticos e gramáticos. Mas o que é ser completo misticamente? É simplesmente procurar harmonizar pensamentos, palavras e atos. Não adianta pensar uma coisa, dizer outra e fazer uma terceira. E por que aquático e gramático? Porque o interior deve ser o reflexo do exterior, e vice-versa. All The Way. E quanto aos (im)perdoáveis, só eles próprios, por esforço pessoal, poderão desmontar e transmutar o (im) para se converterem em autoperdoáveis.

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.sala32.bluehosting.com.br/

http://www.tiras.blogger.com.br/tiras_silencio.gif

Música de fundo:

All The Way (Sammy Cahn & James Van Heusen)

Fonte:

http://www.wilstar.com/jukevicfontaine.htm