PENA CAPITAL

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

I

 

O que pode ser mais desumano,

o que pode ser mais contra-humano,

do que a inflicção da pena capital?

 

 

II

 

O que pode ser mais embolorado,

o que pode ser mais medievalizado,

do que a aplicação da pena capital?

 

 

III

 

O que pode ser mais impiedoso,

o que pode ser mais desamoroso,

do que a injunção da pena capital?

 

 

IV

 

O que pode ser mais primitivo,

o que pode ser mais coercitivo,

do que a imposição da pena capital?

 

 

V

 

O que pode ser mais infamante,

o que pode ser mais degradante,

do que a imputação da pena capital?

 

 

VI

 

Seja um santo, seja um assassino,

um excomungado ou um Pequenino,

 

 

VII

 

Mas, talvez, isto só possa ser atinado

depois que o Eu Interno tiver descolado.

 

 

VIII

 

E isto, cordialmente, muito me entristece,

O que poderia ser fraternização vira lodaçal.

 

 

IX

 

em matadores todos nos tornamos.

Como justificar um homicídio legal?

 

 

X

 

Todos e quaisquer matadores são suicidas;

todos e quaisquer matadores são fratricidas.

Não há ascensão à Esfera Quadridimensional!

 

 

XI

 

 

Enfim, quem somos nós? Quem somos nós?

Um pó entre zilhões de zilhões de outros pós.

Apoiar a pena capital é festejar o irracional.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Observação:

Todos respiramos o mesmo ar, sim, mas não somos iguais. Temos derivações cósmicas distintas, o que gera compreensões dessemelhantes e, muitas vezes, [con]vivências discordantes. Superlativamente por isto é que devemos nos esforçar para sermos fraternalmente tolerantes. Portanto, julgar (e condenar) o outro é uma mixórdia fedorentérrima de malquerença boçal com boçalidade malquerente. O dia em que a Humanidade compreender que os chamados crimes são estímulos patológicos geralmente inconscientes, que normalmente vêm de longe, simplesmente não infligirá mais penas (que só fazem mudar para pior) aos ditos criminosos, e tratará espiritual e medicalmente todos os delinqüentes como tendo alguma espécie de transtorno, algum tipo de distúrbio ou alguma modalidade de doença mental. Não esqueçamos de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, um em cada cem seres humanos é, em maior ou menor grau, portador de transtorno de personalidade anti-social ou tem personalidade psicopática. E aí? Até quando iremos pôr na cadeia e/ou matar estes irmãos? Não faço por menos: isto é mesmo uma mixórdia fedorentérrima de malquerença boçal com boçalidade malquerente. Bandido bom não é bandido morto! De todos somos alunos; somos professores de todos. Para todos nós, só há um Caminho: Ad Rosam per Crucem; ad Crucem per Rosam.

 

 

 

 

Página da Internet consultada:

http://zuandooplaneta.blogspot.com/
2009/04/enforcamento-urgente.html

 

Fundo musical:

Stille Nacht, Heilige Nacht
Letra: Joseph Mohr
Música: Franz Xaver Gruber

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://AllHolidaysMusic.com/fathers_eyes.html