Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

O pecado foi matreiramente arquitetado

para poder ser vendida a absolvição.1a

O perdão foi ladinamente maquinado

 

 

Os diaboli foram engendrados

para manter puxado o freio de mão.

Cælum et infernum foram forjicados

para conservar a liberdade sob bridão.

 

 

 

 

 

O Arrebatamento2 foi instituído

para engambelar os debilitados.

O milagre inexplicável foi servido

para anestesiar os alquebrados.

 

 

Salvamento não há; se houvesse,

obrigatoriamente seria categórico.

Admitir o erre como se fosse esse

é dar como real o que é alegórico.3

 

 

 

 

 

Leis Cósmicas: sistema e ordem;

harmonia, coerência e conjunção.

Leis humanas: dessistema e desordem;

dissonância, incongruência e divisão.

 

 

Eu sei que é extremamente penoso

um livramento raciocinado e imediato;

mas, o ser-no-mundo só será vitorioso,

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1a e 1b. De maneira geral, os pagamentos não são praticados de forma direta; mas, normalmente, são feitos de forma indireta (óbolos, dízimos, patrocínios, donativos, ofertas especiais, doações, testamentos, auxílios, transferências etc).

2. O conceito de Arrebatamento está presente em algumas interpretações da escatologia católica, inclusive o Dispensacionalismo (doutrina teológica e escatológica católica que afirma que a segunda vinda de Jesus Cristo será um acontecimento no mundo físico, envolvendo o Arrebatamento e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a Batalha do Armagedon e o estabelecimento do Reino de Deus na Terra). O Arrebatamento é uma interpretação de vários livros bíblicos, como por exemplo o Apocalipse, Livro da Revelação dada ao apóstolo João sobre o futuro da Humanidade. Trata-se de um momento no qual Jesus resgataria os salvos e escolhidos para o Reino dos Céus – a Nova Jerusalém – deixando na Terra os demais seres humanos que não O aceitaram como Salvador. De acordo com a maioria das pessoas que advogam esta tese, haverá, após o Arrebatamento, um grande caos na Terra durante 7 anos (3 anos e meio de falsa paz e 3 anos e meio de guerras), com o governo do Anticristo (líder político mundial), do Falso Profeta (líder religioso ecumênico) e da Besta (o deus da religião do futuro). Este período é chamado de Grande Tribulação. Após os sete anos, Jesus voltaria novamente junto com os salvos para reinar no nosso Planeta por mil anos. Após o milênio, irá acontecer o Juízo Final e a construção do novo céu e da nova Terra. Segundo algumas interpretações de certas passagens bíblicas - tais como a Primeira Epístola aos Tessalonicenses, IV, 13 - 17, I Coríntios XV, 51 52 e Evangelho de Mateus, XXIV, 40 - 41 - alguns textos bíblicos apresentam esta doutrina como uma realidade que impulsiona a fé e a esperança em um futuro sem dores, sem tristeza e sem morte. Esta seria a grande verdade, pois todos os católicos têm uma esperança bendita na manifestação da glória de Deus. A exegese católica não crê em um Arrebatamento nestes termos e tampouco nos mil anos literalmente falando, que, para a mesma, consistiriam no lapso de tempo entre a Ascensão de Jesus e os tempos em que vivemos, mas, na Parúsia, que é a segunda vinda de Jesus Cristo no final dos tempos e sua manifestação gloriosa ao mundo para julgar pessoalmente cada homem segundo sua fé e suas obras e a história humana. Os justos seriam salvos e gozariam a Vida Eterna, a criação será renovada e os maus serão condenados à eternidade sem Deus – que é o inferno. O Antigo Testamento também faz referência ao Arrebatamento de Elias, não sendo muito claro o significado deste acontecimento. O conceito popularizou-se em anos recentes, tanto pelo avanço do esforço missionário protestante quanto pela difusão de obras de ficção, das quais a mais notável é a série Deixados Para Trás.

3. Alegoria é um modo de expressão ou de interpretação usado no âmbito artístico e intelectual, que consiste em representar pensamentos, idéias, qualidades sob forma figurada e em que cada elemento funciona como disfarce dos elementos da idéia representada. Filosoficamente, é o método de interpretação aplicado por pensadores gregos (pré-socráticos, estóicos etc.) aos textos homéricos, por meio do qual se pretendia descobrir idéias ou concepções filosóficas embutidas figurativamente nas narrativas mitológicas. Teologicamente, é o método de interpretação das sagradas escrituras usado por teólogos cristãos antigos e medievais, em que se almejava a descoberta de significações morais, doutrinárias, normativas etc., ocultas sob o texto literal. Enfim, uma alegoria é uma figura de linguagem, mais especificamente de uso retórico, que produz a virtualização do significado, ou seja, sua expressão transmite um ou mais sentidos que o da simples compreensão literal. Diz-se b para significar a. Uma alegoria não precisa ser expressa no texto escrito: pode dirigir-se aos olhos e, com freqüência, encontra-se na pintura, na escultura ou em outras formas de linguagem. Embora opere de maneira semelhante a outras figuras retóricas, a alegoria vai além da simples comparação da metáfora. A fábula e a parábola são exemplos genéricos (isto é, de gêneros textuais) de aplicação da alegoria, às vezes acompanhados de uma moral que deixa claro a relação entre o sentido literal e o sentido figurado.

De repente, fiquei tomado por uma dúvida existencial: será que já havia maçã no paraíso? Laranja-lima eu sei que não havia, pois é uma criação humana – é um enxerto da laranja com a lima. Melancia quadrada (que não sai por menos de US$ 130, podendo chegar a US$ 200) também não; esta maluquice quem fez – há quase 30 anos! – foi o agricultor Takashi Yamashita, de 82 anos, atual diretor da seção de melancias da cooperativa agrícola de Zentsuji (Kagawa), na região de Shikoku, no Japão. Vantagem da melancia quadrada: permite que seja melhor guardada na geladeira. Pode? Mas, quem comeu esta Citrullus lanatus disse que não tinha nada de ispicizê*. Estava mais para ispiciá* porque o sabor nem se parece com melancia, estando mais para o pepino. Então deve ser mesmo uma pepilancia ou um melampino!!! É para ser guardada em geladeira mesmo; não é para ser depositada em um gazofilácio.

* Isto é coisa do Petrucio Mello, que criou neologismos na TV quando foi jurado dos programas de auditório do José Abelardo Barbosa de Medeiros, do Édson Cury, do Flávio Antônio Barbosa Nogueira Cavalcanti e do Senor Abravanel. Ispiciá é regular, ispicibê é bom e ispicizê é ótimo.

 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

Law And Order (Mike Post)

Fonte:

http://www.midi-karaoke.info/21b668c5.en.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegoria

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/arrebatamento

http://blog.espol.edu.ec/taka/

http://images.google.com.br