A palavra educação vem do latim 'educo', que significa extrair, educar, dar de si. Significa, então, que a forma mais elevada de educação é aquela que mais evoca, e por meio da qual o indivíduo se expressa ao máximo, desenvolvendo sua própria natureza. Nesse sentido, o sistema educacional contemporâneo, no entanto, está concebido para atender às necessidades das massas e, conseqüentemente, é injusto com o indivíduo, pois, não estimula o esforço individual de cada intelecto. A teoria do ensino moderno se baseia em grande parte no esforço de instruir o aluno sobre o que pensar, em vez de como aprender a pensar. [Um simples exemplo disto é o Teorema de Pitágoras, que é muito mais do que simplesmente que em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos.] [In: A Cultura da Mente (The Culture of the Mind), de autoria de Manly Palmer Hall.]

 

 

 

 

Geralmente, é ensinado que isso é assim e aquilo é assado, mas, não o porquê. [Ibidem.]

 

 

 

 

Por outro lado, ainda prevalece um espécie de atitude inquisitorial do ensino, que paralisa a iniciativa, mas, que é de vital importância para o progresso científico e filosófico da Humanidade. [Ibidem.]

 

 

 

 

Existem duas causas básicas que produzem letargia mental. A primeira é produzida por uma mente poderosa que, ofuscando os intelectos ao seu redor, como sóis cercados por planetas ou satélites negativos, faz com que os outros, instintivamente, aceitem suas conclusões como superiores às deles. A segunda. ainda prevalecente, é que a atitude científica é de extremo ceticismo e crítica. Qualquer um que seja tolo o suficiente para discordar das descobertas das mentes eminentes, será objeto de perseguição implacável. [Só mesmo uma pessoa desassombrada, franca e direta como eu, por exemplo, que meto o pau no e no absurdo genocídio ucraniano, nesse tal de Big Bang e nos seus parentes (Big Crunch, Big Freeze, Big Rip e Morte Térmica do Unimultiverso), nos inexistentes Pecado Original, céu, inferno e purgatório e na recente lenda brasileira do jacaré, pode enfrentar qualquer situação constrangedora olho no olho e de cabeça em pé. Mas, eu enfrento porque não tenho nada a ganhar nem tenho nada perder, nem, muito menos, penso ou quero ganhar nada nem posso perder nada. Bem, eu sempre fui assim, mesmo quando tinha alguma coisa a ganhar ou poderia perder alguma coisa, isto é, antes de me aposentar como professor universitário federal e de empijamar meu pijama branco de bolinhas vermelhas.] [Ibidem.]

 

 

 

 

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se não prioriza a educação do seu povão?

 

 

 

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se a educação é tratada como coisa de enésima categoria?

 

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se há falta de igualdade de oportunidades
entre as diversas camadas da sociedade?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se a aprendizagem não é igualitária?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se milhares de crianças e adolescentes
não estão matriculados em escolas?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se os números do analfabetismo permanecem altíssimos?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se há violência contra professores de
escolas do ensino fundamental e médio?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se há um deficit considerável e crescente
no que diz respeito à estrutura das escolas já existentes,
na quantidade de instituições, sobretudo nas periferias,
na formação dos professores e nos equipamentos de tecnologia?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se não existe um mínimo de consenso, sequer,
no reconhecimento das necessidades educacionais prementes e
na escolha das soluções que elas parecem impor de forma inevitável?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se ainda prevalece o alheamento
a que foram relegados os professores no País?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se os professores foram convertidos
numa espécie de “formiga-operária”, da qual se espera
apenas uma produção estereotipada, obtida por vias rotineiras?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se a classe docente, muitas vezes,
é silenciada e neutralizada no próprio nascedouro,
permanecendo mais ou menos inútil para o resto da sociedade?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se não é estimulada a produção pedagógica original,
que leve em conta as peculiaridades
das instituições educacionais brasileiras
e as nossas possibilidades de explorar
modelos pedagógicos modernizados?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se continuam a prevalecer mecanismos irracionais
de avaliação produzidos pelo influxo poderoso
das camadas conservadoras na vida educacional?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se ainda continuam a prevalecer uma variedade de
necessidades educacionais não atendidas pelo sistema de ensino,
uma tendência malsã ao mau aproveitamento dos recursos
educacionais disponíveis, a persistência de critérios antidemocráticos na distribuição das oportunidades educacionais e as razões psicossociais e socioculturais do mau funcionamento das instituições escolares?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se os anseios de crescimento econômico e de desenvolvimento social
não estão amparados em planos de uma reconstrução educacional?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se os líderes governamentais e religiosos
decidiram educar apenas a elite e não a população,
como meio de controlar o poder.

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se o objetivo continua sendo preparar os alunos
para a grande indústria produtiva em série e não educar?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se a educação brasileira não oferece uma formação de qualidade?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se o MEC criou uma estrutura paralela
controlada por lobistas inescrupulosos,
que vendem vantagens para obtenção de verbas do
Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE)?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se foi criada no MEC uma estrutura paralela de poder,
com o objetivo de obter propinas e vantagens ilícitas
das prefeituras de todo o País?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se foi criado um gabinete paralelo que controla
a agenda e as verbas do MEC?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se, desde o início do ano passado, as verbas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), para a
construção de escolas, creches e fornecimento de equipamentos e
serviços de educação, envolve um pesado tráfico de influência,
de tal maneira que as prefeituras, para conseguir ter
seus pleitos atendidos pelo Ministério da Educação,
precisam aceitar as condições propostas pelos intermediários?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se os prefeitos que conseguem o atendimento de suas demandas
precisam retribuir com dinheiro vivo, barras de ouro,
contratos de compra de Bíblias e apoio para eventos pentecostais,
promovendo cultos e contribuindo para a construção de igrejas?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se o Estado é laico, mas, é pedido apoio para a construção de igrejas?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se uma das moedas de troca nas barganhas dos lobistas
é a criação de facilidades para a expansão de
grupos pentecostais nos municípios beneficiados?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se o lobby e os interesses financeiros estão acima da educação?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se diversos prefeitos têm narrativas semelhantes
de cobranças de dinheiro vivo e de outros
pedidos de “ajuda” a projetos religiosos, em troca
da satisfação de suas necessidades na área educacional?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se foram confirmados pedidos de propina,
que variavam de R$ 15 mil a R$ 40 mil, além da compra
de bíblias para financiar projetos de instalação de igrejas?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se foi pedido R$ 15 mil para interferir a favor do município,
e também uma barra de um quilo de ouro para obter verbas
para construção de escolas e creches?

 

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se o foco do MEC parece estar orientado para a destruição do
Estado laico e não para a melhoria do ensino?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se, no País, o objetivo da educação não é a educação?

 

— Como o meu tão querido Brasil
poderá se tornar concertado, próspero, digno e independente,
se o mundo civilizado avança em progressão geométrica
e nós capengamos em progressão aritmética?

 

 

 

 

 

 

Como brasileiro, esta é a minha maior tristeza!