A QUESTÃO DO PATRIOTISMO

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma gravíssima questão que vem amesquinhando a Humanidade é o patriotismo. Somos diligentemente estimulados a ser patriotas pelos livros escolares, pelos jornais e por outros meios de propaganda, que nos incitam ao egotismo racial, pelo culto aos heróis nacionais e pelo ensino de que a nossa pátria e a nossa maneira de vida são melhores do que as dos outros. E, desde a infância até a velhice, este espírito de patriotismo alimenta a nossa vaidade. As asserções, constantemente repetidas, de que pertencemos a um certo grupo político ou religioso, que somos desta ou daquela nação, lisonjeiam nossos insignificantes egos, enfunando-os como velas e nos predispondo, no fim, a matar ou a morrer pela nossa pátria, pela nossa raça ou pela nossa ideologia. Tudo isto é tão insensato e desnatural! Ora, por certo, os entes humanos são mais importantes do que as fronteiras nacionais e ideológicas. O espírito separatista do nacionalismo está se alastrando como um incêndio pelo mundo todo. O patriotismo é cultivado e sagazmente explorado pelos que buscam expansão, poderes mais amplos, mais riqueza, e todos nós tomamos parte neste processo separatista, uma vez que, intimamente, também desejamos tais coisas. A conquista de outras terras e de outros povos provê novos mercados, não só para mercadorias, mas, também, para ideologias políticas e religiosas. Devemos considerar todas essas expressões da violência e do antagonismo com a mente livre de preconceitos, isto é, com uma mente não identificada com nação, raça ou ideologia alguma, e que procura compreender o que é verdadeiro. Há grande alegria em ver as coisas claramente, sem sofrer influência das idéias e dos preceitos dos outros, tais como dos governos, dos especialistas ou dos eruditos. Uma vez compenetrados realmente de que o patriotismo é um obstáculo à felicidade humana, não teremos de lutar contra essa falsa emoção em nós, porque ele se desvaneceu para sempre. Enfim, o nacionalismo, o espírito patriótico e a consciência de classe e de raça são características do ego, e, por conseguinte, fatores de separação. Afinal de contas, o que é uma nação senão um grupo de indivíduos que vivem juntos por motivos econômicos e de autoproteção? Do medo e do espírito aquisitivo de defesa própria, surge a idéia de “minha pátria”, com suas fronteiras e suas barreiras alfandegárias, idéia essa incompatível com a fraternidade e com a unificação dos seres-humanos-aí-no-mundo. [In: A Educação e o Significado da Vida, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

 

 

Bandeiras

 

 

 

Um novo tempo está pintando,

e está bem próximo o quando.

Não vigerá na Nova Estrada.

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

Le jour de gloire est arrivé...

L'étendard sanglant est levé...

Não farão mais nenhum sentido,

porque o dividido estará unido.

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

O'er the ramparts we watched...

Oh, say, does that star-spangled...

Não mais empolgarão corações.

Não mais incitarão

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

Washingtonianos... Mexicanos...

Tricordianos... Zimbabuanos...

Realizaremos que somos um.

Degredado não haverá nenhum.

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

Sim, um novo tempo está vindo,

e a separatividade já está indo.

Terá fim essa podre xenofobia.

Terá fim essa torpe homofobia.

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

Acabará o maldito feminicídio.

Acabará o cruento animalicídio.

Acabará a mesquinha mais-valia.

Acabará a demoníaca pedofilia.

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

Acabará a nefanda corrupção.

Acabará a infanda malversação.

Acabará o perverso terrorismo.

Acabará o medieval patriotismo.

Não temos só laços nacionais;

somos todos seres universais.

 

 

 

ONU

 

 

 

Observação:

 

Presidente Jair Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro

 

Óbvia e filosoficamente, eu não posso concordar com este lema (± semelhante a Brasil, ame-o ou deixe-o, uma das propagandas do Regime Militar de 1964, dita e redita por adultos e crianças, ostentada em objetos e adesivada nos vidros das janelas dos automóveis), uma mistura de Positivismo patriótico com fideísmo afótico (privado de luz), divisa exaustivamente repetida pelo, hoje, Excelentíssimo Senhor Presidente da República. Isto não pode dar certo, porque as duas sentenças constitutivas do lema são incompatíveis entre si. E por que são incompatíveis entre si? Porque Brasil acima de tudo é uma afirmação exclusivista, separatista e particularista, e a idéia de um Deus (qualquer Deus) deve, minimamente, revelar unicidade, uniformidade e identidade, e não pode, de forma alguma, ser superior, sublime e transcendente, e – religiosamente inalcançável, inatingível e inacessível – estar acima de todos nem acima de nada. Foram coisas esquisitas, extravagantes e excêntricas como estas que, por exemplo, geraram, primeiro, os tribunais públicos contra a heresia, depois, a inquisição [(hoje, Congregação para a Doutrina da Fé (Congregatio pro Doctrina Fidei)] e, finalmente, todos os regimes de força e excepcionais pelo mundo afora. Com todo respeito ao meu Presidente, que, sinceramente, penso que esteja muito bem-intencionado e que tenha propósitos francos, cordiais e verdadeiros, vou ajustar espiritualmente este lema: Brasil, irmão de todos os países; Deus em nossos Corações. Ninguém torce mais do que eu para que o Governo do Sr. Jair Messias Bolsonaro dê certo. Para o bem do povo brasileiro, espero que sua equipe de Governo ajude o Presidente a botar o Brasil descarrilado nos trilhos, particularmente o Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, um homem bom, simpático, culto, experiente e amigo pessoal do Presidente, que em recente entrevista ao Jornal das Dez, apresentado pela GloboNews, educativa e muito corretamente, afirmou algo mais ou menos assim: — Não gosto das expressões sociedade civil e sociedade militar; isto é uma incoerência total. Não existe isso. Nós todos somos cidadãos brasileiros; nós somos uma sociedade única, integrantes da sociedade brasileira. Por tudo isto, respeitosa e refletidamente, redigi esta observação.

 

Brasil

 

Para concluir esta observação e para reflexão de todos, reproduzirei um excerto da obra A Educação e o Significado da Vida, de autoria de Jiddu Krishnamurti: O nacionalismo é o pai da guerra. Em todos os países, os Governos, secundados pelas religiões organizadas, estão nutrindo o nacionalismo e o espírito de desunião. O nacionalismo é uma doença, e nunca promoverá a união mundial. Não podemos adquirir saúde através da doença; precisamos, em primeiro lugar, nos livrar da doença... Porque somos nacionalistas e estamos prontos a defender nossos Estados soberanos, nossas crenças e nossas conquistas, vivemos perpetuamente armados. A propriedade e as idéias se tornaram mais importantes para nós do que a vida humana, e, por isto, há constante antagonismo e violência entre nós e os outros. Para manter a soberania da nossa pátria, estamos destruindo nossos filhos. Rendendo culto ao Estado, que nada mais é do que uma “projeção"’ de nós mesmos, e estamos sacrificando nossos filhos à nossa própria satisfação. O nacionalismo e os Governos soberanos são as causas e os instrumentos da guerra.

 

Música de fundo:

Hino da Independência do Brasil
Compositores: Dom Pedro I (música) & Evaristo da Veiga (Letra)

Fonte:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2484

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Map_of_Brazil_with_flag.svg

https://www.youtube.com/watch?v=j6LsVYuAckM

https://www.boletimdaliberdade.com.br/blogdoassinante/2018/03/04/se-bo
lsonaro-fosse-de-direita-sua-plataforma-nao-seria-brasil-acima-de-tudo/

http://www.animatedimages.org/

https://www.crossed-flag-pins.com/

http://bestanimations.com/

http://bestanimations.com/Flags/USA/USA.html

 

Direitos autorais:

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