Sem a existência da Lei Universal da Reencarnação (Lei da Necessidade), a existência individual e a vida social seriam contrárias à moral, à justiça e à eqüidade. E assim, a origem das mazelas pessoais e das diferenças sociais só pode ser compreendida, só pode ser explicada e só pode ser justificada pelas compensações reencarnatórias – retribuições e ajustes educativos. Enfim, o destino (futuro) de cada personalidade-alma é relativo e está atrelado à(s) vida(s) passada(s) vivida(s). Por isto, são irmãs gêmeas a Lei da Reencarnação e a Lei da Causa e do Efeito. Enfim, como disse Papus, a vida social é o resultado matemático das existências anteriores... A Lei da Reencarnação não é uma invenção do cérebro humano, não é uma criação bastarda de uma imaginação em delírio; está escrita no Livro da Vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo se constitui de uma pequena coletânea de fragmentos garimpados na obra A Reencarnação (a Evolução Física, Astral e Espiritual; o Espírito Antes do Nascimento e Depois da Morte), de autoria de Papus, pseudônimo do médico, escritor, ocultista, Rosacruz, KaBaLista, Maçom e fundador do Martinismo moderno Gérard Anaclet Vincent Encausse (Corunha, Espanha, 13 de julho de 1865 – Paris, França, 25 de outubro de 1916).

 

 


Para que haja Libertação é preciso haver Compreensão.

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

A reencarnação era um ensino secreto de todos os templos da Antigüidade. Primitivamente, no antigo Egito, era dada como uma parte da Iniciação aos Grandes Mistérios, e, posteriormente, sempre fez parte dos ensinamentos de todas as escolas esotéricas.

A reencarnação é a volta do Princípio Espiritual em um novo envoltório carnal. Para um ser humano, este envoltório é sempre um corpo humano. Mas, poderá reencarnar quer no mesmo planeta em que viveu sua última existência, quer em um outro planeta.

A duração do tempo que se passa antes de voltar à Terra é um fator pessoal que depende de muitas circunstâncias.

Antes reencarnar em num planeta, o Ser Espiritual consente na perda da memória das existências anteriores.

Não se deve confundir reencarnação e metempsicose, pois, o homem não retrograda e o espírito não se toma nunca espírito de animal, salvo no Plano Astral, no estado genial; mas, isto é um mistério.

O Corpo Físico é um tríplice apoio, apoiando três princípios e possuindo três centros, nos quais cada um destes três princípios tem particularmente seu domínio. 1º) Princípio dos Instintos – inteiramente físico e que tem seu domínio no ventre; 2º) Princípio dos Sentimentos e das Forças Astrais – tem seu domínio no peito com o plexo solar como centro; e 3º) Princípio do Mental e das Forças Espirituais – tem seu domínio na cabeça.

O mecanismo do pensamento se reduz a três grandes divisões: 1ª) recebe as sensações que quais pertencem à sensibilidade; 2ª) transforma estas sensações em idéias, fixando-as ou as enviando aos centros volitivos da inteligência e da memória; e 3ª) emite ao exterior, na forma de atos ou de palavras, o resultado da transformação das idéias através dos centros volitivos: vontade.

O cérebro – como o Corpo Físico – é um suporte, não um criador.

A Força Nervosa é a origem de todo o funcionamento dos centros psíquicos, participando tanto nas funções superiores do pensamento como nas funções mais simples de assimilação ou da função das diferentes glândulas.

O cérebro recebe sensações de formas, sabores, odores, luz e harmonia, e cada uma destas sensações é percebida por um órgão especial e diferenciado para esse fim.

A idéia constitui apenas o resultado da digestão cerebral. Assim como a finalidade da digestão abdominal é transformar os alimentos procedentes do exterior em substância humana, a finalidade da digestão cerebral é a transformação das sensações procedentes do mundo exterior em elemento psíquico pessoal ou idéia. Na verdade, a idéia é um campo pessoal que cada um marca de acordo com sua própria natureza.

 

 

Se cada um tem o seu Coração,
em cada um, há uma realização.

 

 

O ser humano se relaciona com o mundo físico através da sensação, e se relaciona com outros planos através do sentimento, de um lado, e através da intuição ou iluminação interior, por outro.

Tudo está entrelaçado, e nenhum plano pode ser estudado sem os outros.

O Espírito ou a própria consciência dará à sensação, no momento de sua transformação em idéia, a marca do individualismo humano na qual se produz esta transformação. A idéia produzida terá uma luz particular, em função do caráter do Espírito que controla o cérebro.

A sensação é transformada de três diferentes maneiras: 1ª) é vitalizado nos neurônios sob a influência da tensão nervosa que atua nos órgãos puramente físicos – aspecto anátomo-fisiológico; 2ª) é digerida pela inteligência, que soma e em seguida subtrai, que faz a soma dos totais anteriores ou multiplicação, e, finalmente, a eliminação dos resíduos ou divisão, com assimilação do quociente, o que se transforma em imagem mental, em idéia pessoal; a sensação se “verbifica” e sofre a influência da Força que Illumina qualquer homem que venha a este mundo; e 3ª) é coletada também neste plano da inteligência e se encontra sujeita à Illuminação do Espírito. Adquire a cor da luz característica do homem de carne em que se encarna um pouco de Espírito Divino. Quando o Espírito está no cérebro de um aflito, a idéia é de cor roxa escura, quando se trata de um cérebro entusiasmado pela presença de Deus da Verdade ou inclusive da torrente do Amor Universal, esta idéia é totalmente branca, tal como a luz do Sol. VITA-VERBUM-LUX: estas são as três chaves das forças que descem do alto para transformar um estímulo do mundo exterior em uma pequena chama bruxuleante: a idéia humana.

Toda sensação se torna uma imagem mental ou uma idéia. Esta idéia poderá ser trabalhada imediatamente pela imaginação – faculdade que mistura, associa, dissocia e agrupa as idéias. Por outro lado, esta idéia poderá ser fixada e imobilizada na memória, onde, algum dia, a imaginação irá buscá-la. Quando a idéia sai do âmbito da inteligência, passa para o campo da vontade e se converte "idéia-força" – uma imagem dinâmica que poderá afetar os órgãos motores do corpo, os quais poderão projetá-la e fixá-la fora.

Sensação —› Imagem Mental Sensível ou Idéia —› Idéia Transformada pela Imaginação ou Idéia Fixada na Memória —› Idéia-força ou Clichê de Volição —› Acionamento dos Órgãos Motores (laringe) —› Idéia Exteriorizada pela Palavra (linguajem articulada) ou Idéia Fixada pelo Gesto (desenho, hieróglifo, escrita).

Ao acionar o âmbito da vida universal encarnada em nós, a Sensação se transformará, através de sua ação sobre o Plano do Sentimento, em um caráter totalmente diferente, que pode ser um sentimento de Amor ou de Ódio. Finalmente, ao exercer sua ação sobre o Espírito Divino encarnado em nós, sob o Plano do Consentimento, a Sensibilidade vê nascer a impressão da Verdade ou do Erro, correspondente a este elevado nível.

A Embriaguez Intelectual da Verdade só poderá ser conseguida nos Planos Superiores.

 

 

Embriaguez Relativa

 

 

O Corpo Físico é a evolução da Terra em forma humana para uma existência.

Os minerais produzem os ossos, o que corresponde ao Elemento Terra dos antigos; os vegetais produzem os músculos e os órgãos vegetativos – o Elemento Ar dos antigos; os animais produzem os neurônios e os nervos: o Elemento Fogo dos antigos, contendo neles também a Força Nervosa. Finalmente, os líquidos orgânicos correspondem ao Elemento Água dos Antigos. Desta forma, o corpo humano tem como origem a evolução dos corpos animais e dos estados anteriores.

Uma lei oculta, denominada Lei de Repetição, quer que os clichês sejam representados três vezes na Espiral Evolutiva, em momentos diferentes e cada vez em um plano mais elevado da Espiral. Esta Lei se reproduz durante a gestação, no seio da mãe, do Corpo Físico, o qual reproduz em suas formas exteriores as formas animais, através das quais suas células passaram antes de terem a honra de fazer parte de um Corpo Físico humano. E assim, o Corpo Físico pertence a uma família animal da qual veio a maior parte de suas células, depois de uma evolução astral.

O fenômeno da morte [ou transição] tem por característica a tendência de cada um dos princípios que constituem o ser humano em voltar ao seu plano.

O Corpo Físico sendo um animal, em geral resultado da síntese de uma evolução terrestre especial, as alimentações excepcionais destinadas a favorecer um dos seus centros particulares, só devem ser temporárias. Assim, o vegetarianismo é necessário, mas, só um mês em três meses; de resto, nunca é total, pois que, em cada aspiração, engolimos, infelizmente, milhares de seres vivos que são absorvidos, nem sempre completamente, em nossos pulmões. É, pois, por um sentimentalismo anticientífico que se pode julgar que o Corpo Físico evoluciona por meio do vegetarianismo.1

Tudo é inteligente e o Espírito Divino circula por toda parte.

A criança ao nascer, por sua primeira inspiração, abandona as influências astrais de sua mãe, e fixa em seus pulmões o astral terrestre, ligando-se pela respiração à atmosfera de nosso planeta, que está em relação direta com os raios solares.

Durante a vida, o problema moral consistirá unicamente em saber se as forças astrais de que dispõe o ser humano serão postas mais a serviço do instinto ou a serviço do Espírito. Há, aí, uma evolução ou uma involução das influências astrais pela vida física, da qual resulta a criação dos envoltórios astrais que agirão após a morte. Para falar como os místicos, criamos nosso “Carro da Alma”, tal como o denominava Pitágoras e o designa claramente São Paulo.

Durante a vida, pelo manejo das forças astrais postas à nossa disposição, criamos todas as tendências evolutivas e involutivas da nossa astralidade futura.

Após o descanso astral, mais ou menos prolongado, conforme o ser que deve reencarnar, quando o momento desta reencarnação chega, o Corpo Astral futuro difere do Corpo Astral precedente, conforme a conduta na vida anterior do Espírito encarnado.

Para os egípcios, o ser humano encarnado era composto de um corpo Khat, de um duplo astral Kha e de um espírito Khou. Depois da morte, o nome dos princípios mudava: a parte física tomava o nome de Bi, a parte astro-vital tomava o nome de Ba e a parte astro-espiritual tomava o nome de Bai.

Reencarnação normal: acontece depois de um tempo de evolução astral mais ou menos longo. Reencarnação anormal: acontece quase sempre imediatamente, como conseqüência, por exemplo, de um suicídio ou por causa de uma execrável vida terrestre. Reencarnação forçada: prisão do espírito em um astral dinamizado pela magia, e que, por sua vez, se acha preso em um corpo tirado da decomposição pela mumificação.

 

 

Caput Mortuum
do
Caput Mortuum

 

 

Após a morte, cada um dos princípios que constituem o ser humano voltam ao seu plano: o Corpo Físico volta ao Plano Físico, o Corpo Astral, ao Plano Astral, e o Espírito ao Plano Espiritual ou Divino.

O tempo de estada nos planos invisíveis não pode ser determinado; é essencialmente individual.

Há casos em que o espírito pode animar ao mesmo tempo corpos diferentes em vários planetas.

O espírito, sendo essencialmente ativo, continua sua ação após a morte: combina, imagina, trabalha sem cessar, e, inconscientemente, os deuses inferiores, que estão presos a ele, fabricam sob sua influência o Corpo Físico futuro da sua reencarnação humana e os corpos dos reinos animal, vegetal e mineral que acompanharão esta reencarnação.

No Plano Astral, o olhar é motor, e tudo é posto em movimento pelo olhar. Este movimento, se for necessário, é mantido pela Luz pessoal do operador.

No Plano Astral, tudo é luminoso sob um fundo azul-escuro, e cada objeto como cada ser possui sua luz própria.

No Plano Astral, quanto mais um ser é elevado na hierarquia natural, mais a luz que irradia é intensa.

No Plano Astral, o deslocamos se dá pelo impulso da vontade.

Tudo o que foi adquirido durante uma existência fica adquirido. (Sublinhado meu).

Com exceção da morte por suicídio,2 a sensação da morte não é dolorosa nos casos em que se segue a evolução normal. Esta sensação é análoga à que se sente em um barco que desliza sobre a água; daí a Barca de Ísis, a Barca de Caronte e todas as idéias mitológicas que traduzem para o povo na Antigüidade as sensações do Plano Astral.

A reencarnação poderá se fazer em qualquer planeta de qualquer sistema.

Reencarnação Grande Sacrifício.

A perda de memória é indispensável para o ser que reencarna, isto para evitar o suicídio na Terra. Se quiséssemos que o homem guardasse com segurança a memória das existências anterior, seria preciso lhe tirar a faculdade do suicídio.3

'Natura non facit saltus.' A Natureza não dá saltos.

 

 

 

 

Até mais ou menos a idade de sete anos, tem lugar uma existência dupla, ou seja, a personalidade que reencarnou vive em dois planos: aquele do qual veio e aquele no qual agora está.4

No ser humano, de maneira geral, sucedem-se três fases características: a incredulidade, a rebelião e a formação da personalidade.

As Leis Universais da Evolução são as mesmas para todos os seres humanos.5

Não há nada mais inútil do que tentar forçar alguém a assimilar uma determinada idéia, se não há suficiente evolução para que a idéia possa ser concertadamente compreendida.6

 

 

 

 

Em média, o homem vive dez vezes sete anos, evolucionando por períodos setenários.

Podemos modificar nosso 'destino'? Sim. Mais do que podemos, devemos. O presente serve exatamente para que modifiquemos o nosso 'destino'.7

Em resumo, a coisa é mais ou menos assim: 1° – agonia terrestre; 2° – morte terrestre e nascimento no mundo espiritual; 3° – constituição dos órgãos astroespirituais; 4° – Vida Espiritual, participação indireta na vida terrestre e constituição dos futuros órgãos físicos pela criação de seus clichês astrais; 5° – aparição das provas da futura encarnação, aceitação livre e voluntária [ou não] de todas estas provas; pedido [ou não] de reencarnação; 6° – agonia espiritual, absorção dos fluidos do 'Lethes' (esquecimento) e descida para a Terra [ou para um outro sistema]; e 7° – nascimento terrestre [ou em outro sistema] e constituição progressiva dos órgãos do Corpo Físico [ou de um corpo equivalente].

Fisicamente, uma doença pode modificar os Corpos Físicos durante três gerações, senão mais. Astral e espiritualmente, esta modificação poderá se estender até sete gerações, como muito justamente o diz a Escritura.

Depois de mim, o fim do mundo. Para quem pensa assim, determina, sem saber, o seu próprio 'destino'. Quis que não houvesse outro mundo; e, portanto, para ele, não haverá. Morreu rodeado de falsa consideração terrestre, nunca fez bem durante a sua vida, senão a si próprio. Foi um cancro social, e, por isto, o Plano Divino está fechado para ele. Como descendente de si próprio, se for o caso, receberá, ao reencarnar, os interesses negativos do capital de provas que constituiu. Sofrerá, pois, na segunda geração, tudo aquilo de que quis fugir.

Se o homem tivesse consciência de tudo o que deverá resgatar, nem mesmo quereria começar a vida física, e se suicidaria imediatamente.

Sem querer estabelecer uma regra geral, pode-se dizer que o ser-aí-no-mundo que se suicidou conscientemente não é reconhecido como morto pela Natureza. É o terrível Suplício de Tântalo:8 tem sede e fome sem ter órgãos físicos para realizar seus desejos, tem necessidades atrozes de sono sem órgãos físicos para descansar seu espírito, volta, em momentos de raiva terrível, ao seu corpo frio, e muitas vezes, de volta ao túmulo, entra em seu cadáver e o move. Freqüenta as reuniões espiritistas e os centros de orações, pedindo auxílios a todos os corações compassivos, mas, é somente no dia em que o destino havia determinado sua morte real que se dará a libertação. (Grifo de Papus; sublinhado meu).

Resignação Chave para evitar as terríveis reencarnações anormais.9

Pela mumificação, os antigos egípcios encantavam o astral – a que chamavam de Duplo – por meio de cerimônias que precediam a introdução da múmia em seu túmulo, e, por este encantamento, prendiam o duplo à múmia, impedindo, assim, uma parte da evolução espiritual. O espírito realizava no Plano Divino uma série de funções que normalmente deveria realizar, porém, a reencarnação era adiada por muito tempo.

Durante a vida terrestre, fabricamos nosso futuro 'destino'.

As séries ascendentes e descendentes [desencarnação e reencarnação] por que passa o Espírito só são perceptíveis para ele, e não agem sobre o progresso geral do Universo.10

Entre as (re)encarnações, o Espírito Imortal goza do estado de felicidade correspondente ao ideal que criou durante sua (re)encarnação.

É preciso que o ofendido ore pelo ofensor.'Pai, perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores.'

Uma explicação esotérica do Teorema de Pitágoras: Pitágoras aprendeu com os chineses que o Número do Destino é o 5, o Número da Vontade Humana é o 4 e o Número da Providência Divina é o 3. Portanto, é preciso que, na Terra, se faça a união astral, isto é, dois quadrados de 3 e de 4, de tal sorte que 3 x 3 = 9 [Fiat Voluntas Tua em nós posta em ação] e que 4 x 4 = 16 [fiat voluntas mea transmutada em Fiat Voluntas Tua]. Enfim, 9 + 16 = 25, para equilibrar o quadrado do poder fatal 5 x 5 = 25. [compensações obrigatórias derivadas dos desejos, das cobiças, das paixões etc.]

 

 

 

 

Todas as provações e todas as compensações são estritamente adaptadas à nossa resistência. Cada prova se apresenta sucessivamente três vezes sob a forma de um clichê astral que age no nível da nuca (na base do quarto ventrículo), local onde desembocam todos os centros sensoriais conscientes do ser humano.

Um ser que desencarnou, uma vez que chega ao outro plano, passa a utilizar novas faculdades para comunicar seu pensamento; porém, estas novas faculdades não o fazem esquecer o que foi adquirido em sua última encarnação, com o qual o ser desencarnado conserva a memória da última língua terrestre que falou. Mas, pouco a pouco, esta memória se obscurece, para só tomar a aparecer na próxima encarnação.

Pode-se ter a intuição de ter vivido em tal ou qual época, de que se viveu neste ou naquele país, mas, de maneira geral, não teremos jamais certeza absoluta do ser exato que se foi na Terra.

Não é incomum que os partidários da Doutrina da Reencarnação guardem os grandes personagens da História para reencarnar a si mesmos, enquanto conservam, geralmente, os assassinos, os criminosos e os grandes caluniados para fazer reencarnar em seus inimigos.

É triste ver homens inteligentes acusar aqueles a quem não compreendem ou de quem não gostam de praticar magia negra ou de serem vilões reencarnados. Há escolas de ocultismo que têm o cacoete malsão de acusar escolas rivais de trabalhar com magia negra. Isto é uma gigantesca tolice, como a de determinar a reencarnação anterior de um homem, sendo, ao mesmo tempo, uma prova de ignorância e uma injúria feita às Leis Universais.11

Basicamente, a Doutrina da Reencarnação – que é uma das chaves áureas do mundo espiritual – penetrou nos meios populares de um modo intenso sob a influência do Espiritismo e da Teosofia.

Ao se discutir ou ensinar as coisas esotéricas, quando é o caso, jamais se deve ferir a consciência de quem quer que seja, evitando sempre o escândalo, seja físico, seja mental.

Os ignorantes só poderão ter o salário dos ignorantes; os avisados sempre terão o salário dos que Sabem.

A Verdadeira Iniciação produz paz e alegria, jamais tristeza ou mal-estar.

Estamos aqui para combater e lutar [o Bom Combate]. Todo indivíduo que abandona o combate, esperando não fazer mais nada, é rapidamente levado da Terra.

'O que nasceu certamente deverá morrer, e o que morreu certamente deverá renascer.' (Bhagavad Gita, apud Papus).

'Da sensação nasce o desejo, e, deste desejo, a prisão aos objetos existentes. Esta sede de viver, esta vontade de viver, basta, no momento da morte, para prender o homem a uma nova existência. Por esta reprodução de existência, volta o nascimento, e com ele todo o seu cortejo de males: decrepitude, velhice e morte.' (Resumo do Budismo, por G. de Lafont, apud Papus).

'Se a alma já habitou na Terra antes do nascimento corpóreo, por que não existe em cada um de nós a lembrança das vidas anteriores? A resposta a esta pergunta me parece bem simples: é porque as condições que presidem a renovação da memória não são realizadas.' (Gabriel Delanne, apud Papus).12

O Verdadeiro Revelador dos Mistérios é o Deus Interior de cada um.

Aquele que Sabe perdoa [compreende] e ora [auxilia = muda o que pode ser mudado ou, como disse Papus, vai para os campos separar os grãos para melhorar as colheitas futuras].

O céu está onde o homem pôs seu Coração.

 

 

 

Carma Adquirido; Carma Retribuído

 

 

 

Cada qual constrói

– com inanidade ou expertise

o Carro da sua Alma.

E daí: retardação ou catálise.

 

Somos os arquitetos

da ponte para o que há de vir.

O hoje é o pai-mãe do devenir.

 

Nada será suprimido.

Isto seria uma violação!

Muda pombinha! Muda arlequim!

 

O Universo não escolhe;

devidamente, tudo será cumprido.

O tempo... Que tempo?

Carma adquirido; carma retribuído.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Essa questão do vegetarianismo (e também do veganismo) é uma opção estritamente pessoal. Ninguém é melhor ou pior do que ninguém apenas por ser ou por não ser vegetariano ou vegano. Isto é uma besteirada infundada. Eu, por exemplo, sou vegetariano, e, mesmo assim, às vezes, não consigo aturar as coisas que penso, que falo e que faço. Como todo mundo, tenho meus maus momentos. O próprio Tenzin Gyatso, Sua Santidade o 14º Dalai Lama, um líder político-religioso admirado por crentes de todas as fés, disse em uma entrevista: — No princípio dos anos de 1960, tornei-me vegetariano, e durante quase dois anos fui vegetariano em sentido estrito. Mas, depois, contraí hepatite, e o meu corpo se tornou amarelo – os olhos, as unhas, tudo ficou amarelo. Tornei-me, de fato, a imagem viva de Buddha, mas, por razões de doença, não de espiritualidade. Foi por isto que voltei à minha antiga dieta, e durante uns tempos era vegetariano um dia e não-vegetariano outro. Desde o ano passado, a minha cozinha é totalmente vegetariana. Mas, isto não significa que eu seja um vegetariano completo, porque quando visito locais diferentes e o hotel põe carne sobre a mesa, eu como. Ocasionalmente, como comida não-vegetariana. O resto do tempo, vegetariana. Ajuda-me a diminuir o tamanho da barriga. Enfim, parece que o próprio Senhor Buddha não era estritamente vegetariano. Mas, o senhor Adolf Hitler, segundo dizem, era. Seja como for, a coisa é exatamente como está no Evangelho de Mateus, XV, 11: Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas, aquilo que sai da boca. Isto é o que torna o homem imundo.

2. Sobre o suicídio, disse Helena Petrovna Blavatsky: O suicídio é o pior de todos os crimes e terrível em seus resultados. A morte voluntária é a deserção de nosso posto atual e o abandono dos deveres de que estamos incumbidos, assim como a intenção de evitar as responsabilidades cármicas. O suicídio, seja qual for o motivo, sempre implicará na criação de novo carma [duríssimo].

3. Isto se justifica, pois, imagine o que seria recordar de todos os equívocos e de todas as crueldades das vidas passadas! Se, muitas vezes, nos envergonhamos e nos arrependemos do que fizemos nesta vida, o que sentiríamos se, de repente, recordássemos o que fizemos em vidas anteriores, quando, presumidamente, éramos mais ignorantes? A lembrança de encarnação passadas, se for o caso, só deve acontecer através de um processo Iniciático, mas, mesmo assim, não é recomendável para aqueles que não alcançaram um determinado nível de Conhecimento Místico. Seja como for, para ascensionar e seguir em frente, não é necessário recordar vidas passadas nem se preocupar com a reencarnação. Hoje, estamos aqui, e é aqui, agora, que devemos nos esforçar para melhorar. O que foi feito, o que não foi feito, o que deveria ter sido feito e o que não deveria ter sido feito é história, que não poderá ser mudada. Mas, o futuro, sim, este pode e deve ser constuído agora, aqui.

4. Considerando que o nascimento ou a morte em um plano é a morte ou o nascimento em outro, durante algum tempo, psiquicamente, o ser que (re)nasce/(re)morre vive, por algum tempo, simultaneamente, em dois planos. Como disse Papus, no estado de infância, existe um laço astro-espiritual entre os diversos planos pelos quais o espírito [a personalidade-alma] passou. Isto, portanto, vale tanto para quem morre na Terra ou em não-sei-onde e vai para não-sei-onde quanto para quem vem de não-sei-onde para a Terra ou para não-sei-onde. Seria interessante que você pesquisasse e lesse o Evangelho (apócrifo) da Infância de Jesus. No mínimo, você se surpreenderia com os relatos ali contidos. Folclore? Lenda? Pode ser. Mas, também pode não ser.

5. Na verdade, como não poderia deixar de ser, todas as Leis Universais são as mesmas para todos os seres humanos. Sem exceção; nem de um lado nem do outro. O que acontece é que o acesso e/ou a utilização consciente das Leis Universais dependem do estado evolutivo/vibratório de cada um. A faculdade inata, congênita, de determinados indivíduos manifestarem, digamos assim, certos poderes específicos está, em geral, diretamente vinculada com suas vidas passadas. Todavia, pelo estudo, pela dedicação e pelo mérito, todos nós haveremos de poder tudo. Por quê? Porque tanto quanto estamos no Um o Um está em nós.

6. Além do que, proselitismo, catequese ou apostolado é uma chatice do caramba.

7. De outro modo, para que serviria a encarnação?

8. Na Mitologia Grega, Tântalo foi um mitológico rei da Frígia ou da Lídia, casado com Dione. Ele era filho de Zeus e da princesa Plota. Segundo outras versões, Tântalo era filho do Rei Tmolo da Lídia (deus associado à montanha de mesmo nome). Teve três filhos: Níobe, Dascilo e Pélope. Certa vez, ousando testar a onisciência dos deuses, roubou os manjares divinos e lhes serviu a carne do próprio filho Pélope em um festim. Como castigo, foi lançado ao Tártaro (na Ilíada, de Homero, o mitológico Tártaro é uma prisão subterrânea tão abaixo do Hades quanto a Terra é do céu), onde, em um vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar nem a sua fome nem a sua sede, visto que, ao se aproximar da água esta escoava, e ao se erguer para colher os frutos das árvores, os ramos se moviam para longe de seu alcance sob a força do vento. A expressão suplício de Tântalo se refere ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém, inalcançável, a exemplo do ditado popular: Tão perto e, ainda assim, tão longe. Eu costumo denominar esta circunstância de pesadelo de repetição.

9. Resignação é pouco. Vou acrescentar: generosidade, temperança, eqüidade, diligência, paciência, humildade, probidade, desprendimento, serenidade, caridade, solidariedade, misericórdia, fraternização, trabalho, trabalho, trabalho... Et cetera. Na realidade, não sei se a resignação ajuda efetivamente em alguma coisa. Penso que, dependendo da situação, resignar-se é um ato de covardia ou de acomodamento (conformismo). Bem, o que eu sei é que as coisas só mudarão, se nos empenharmos para que mudem, seja no aspecto pessoal, individual, seja em âmbito coletivo (local, nacional e internacional). Todavia, lutar por mudanças não significa depredar, incendiar, devastar, vandalizar, saquear, matar... As melhores armas para mudarmos socialmente as coisas são: o nosso exemplo pessoal, diálogo (argumentação) e muita saliva. Isto é exatamente o que venho tentando fazer há anos. Mas, ninguém deve esper(anç)ar que as coisas mudem de uma hora para a outra ou se magoar se as coisas não mudarem mesmo. Devemos, sim, fazer; devemos tentar mudar. Devemos ofertar o nosso melhor. E só. Por outro lado – e isto é importantíssimo! – não devemos esquecer que as mudanças e os fatos, basicamente, só poderão acontecer pela conjugação de dois fatores: circunstância oportuna (ocasião azada) + mérito (merecimento). Nada se modifica no peito e na raça. Porrada só gera desgraça.

 

 

 

 

10. O Universo não progride nem regride, não aumenta nem diminui, não bigbangueia nem bigcruncheia; o Universo é-o-que-é. Progredir? Para onde? Regredir? Para onde? Aumentar? Para onde? Diminuir? Para onde? Explosão de um átomo primordial? Qual átomo? Colapsar? Por quê? É meio difícil compreender isto, coisa que nem os físicos entendem lá muito bem, mas, o Universo muda e se movimenta tão-só em Si-mesmo. Como o Universo poderia mudar e se movimentar em outra coisa que não fosse Ele-mesmo? O Universo não muda para nem se movimenta porque, apenas muda e se movimenta. Se não mudasse e não se movimentasse em Si-mesmo, entropizaria e deixaria de ser Universo. Mas, isto é impossível de acontecer, porque o que é absolutamente isotrópico não pode deixar de ser absolutamente isotrópico ou, de repente, se tornar anisotrópico, ainda que certas propriedades específicas possam, temporariamente – no tempo que não é Tempo – em alguns pontos do Universo, existir apenas em forma latente, inativa, virtual ou potencial, como é o caso, por exemplo, da mostardeira, que está oculta, em potência, na semente de mostarda, que têm cerca de 2 mm de diâmetro e têm cores que vão do branco-amarelado ao preto. Ora, quando uma semente de mostarda se transforma em uma baita mostardeira, por acaso o Universo incha ou aumenta de tamanho? E quando alguém morre e o seu corpo é cremado, por acaso o Universo desincha ou diminui de tamanho?

11. Isto é profundamente lamentável, mas, é mais comum do que se possa imaginar. Eu não vou citar nomes, mas, se você consultar a Internet (Google) – que acabou se tornando o mais efetivo e o mais utilizado veículo difamatório do Planeta – irá facilmente encontrar fundadores de sociedades presumidamente iniciáticas e/ou esotéricas tentando desacreditar e acusando outras fraternidades e ordens místicas de praticar magia negra e outras coisas menores degradantes. E o que é pior, em certos casos, divulgando descaradamente ensinamentos das fraternidades que consideram suas adversárias, que não deveriam ser profanados. Só que há uma coisa muito interessante: tristemente, estas sociedades presumidamente iniciáticas e/ou esotéricas sempre marcaram passo e nunca foram lá das pernas. Eu só posso repetir as palavras do Crucificado (Evangelho de Lucas, XXIII, 34): Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem ainda que eu saiba que não existe qualquer tipo de perdão para nada, e que tudo haverá de ser educativamente compensado. Isto tudo, para mim, é um verdadeiro filme de horror!

12. Há uma possibilidade que, geralmente, não costuma ser comentada a respeito da deslembrança de encarnações passadas na Terra. Isto está relacionado com a possibilidade verossímil de ser a primeira vez que uma dada personalidade esteja encarnando na Terra. Se e quando isto acontece, a personalidade não poderá se lembrar do que não aconteceu, pois, ela nunca passeou por aqui, mas, poderá acontecer que ela se lembre de ter existido e de ter vivido em outros planos ou em outros planetas, por assim dizer, de outros sistemas cósmicos, ou até, quem sabe, de outras dimensões. Afinal, os planetas, de modo geral, nada mais são do que escolas de aprendizado. Mas, por favor: vamos tratar de não queimar a mufa com essa coisa de reencarnação. O que interessa é o hoje, o agora, pois é hoje, agora, que precisamos compreender um pouquinho para mudar um tiquinho. Ficar nessa fermentação mental de reencarnação não leva a absolutamente nada. Acho até que, em certas situações, interfere negativamente um pouco. Reencarnação pra cá, reencarnação pra lá, e tudo acaba ficando do jeito que está.

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A2ntalo

http://amandalovesmovies.com/

http://foresta-gif.webnode.com/zwierz%
C4%99ta/os%C5%82y/strona-2/

http://www.ced.ltd.uk/feature-stones/
rockery/firebird-rockery.htm

http://www.newgrounds.com/art/
view/golfinho/luigi-walk-cicle

http://media.photobucket.com/

http://www.vegetarianismo.com.br/sitio/index.php?
option=com_content&task=view&id=753&Itemid=55

http://www.americanas.com.br/linha/
279649/brinquedos/bonecos

http://www.magazineluiza.com.br/boneco
-mike-grow/p/1809707/br/bnco/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Papus

http://www.sca.org.br/uploads/news/
id484/A%20Reencarnacao%20Papus.pdf

 

Música de fundo:

Gayatri Mantra
Interpretação: Anuradha Paudwal

Fonte:

http://m.mp3clan.com/mp3/anuradha_.html

 

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