Rodolfo
Domenico Pizzinga
Querido
Santa Claus
Claus,
você sabe, eu já não sou mais criança.
E
nos meus quase 64 anos de andança,
vi
diversas coisas que me comoveram
e
outras tantas que muito me entristeceram.
Vi
bondade, beleza e consolação,
mas
também vi malvadeza de montão.
Vi
muito desprendimento e amor,
mas,
de arremessão, vi gigantesco desamor.
Vi
impavidez e otimismo,
mas
também vi doentio pessimismo.
Vi
voluntariado e tolerância,
mas,
perplexo, vi exacerbada ganância.
Vi
desprendimento e desinteresse,
mas
vi também muita manobra por interesse.
Vi
catolicidade sincera em muitos corações,
mas,
infelizmente, vi fraudes e embromações.
Vi
alguns inimigos se tornarem amigos,
mas,
atônito, vi figueiras que não davam figos.
Enfim,
vi coisas que me deram muito prazer,
mas
vi mil assimetrias que me fizeram sofrer.
Esta
carta, Claus, não é uma lamentação;
antes,
sim, é uma urgente solicitação.
Neste
Natal – muito mais do que presentes –
você poderia dar um jeitinho em nossas mentes.
Não
precisa ser muito, só um poucadinho;
afinal,
há quem esteja vivendo um torvelinho.
Quem
sabe, bom Claus, uma natalina limpança
catalise
um inusitado changement
na chibança!