E DECIDI BICAR O MEU RABO!

 

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Para quase todos os povos antigos, a serpente era aceita como um símbolo de Sabedoria ou da salvação. A antipatia que o Cristianismo sente em relação às serpentes é devida à incompreensão da alegoria do Jardim do Éden. [Uma alegoria é um modo de expressão ou de interpretação usado nos âmbitos artístico e intelectual, que consiste em representar pensamentos, idéias e qualidades sob forma figurada, em que cada elemento funciona como disfarce dos elementos da idéia representada, e foi um método de interpretação aplicado por pensadores gregos (pré-socráticos, estóicos etc.) aos textos homéricos, por meio do qual se pretendia descobrir idéias ou concepções filosóficas embutidas figurativamente nas narrativas mitológicas. Nas Filosofias Antiga e Moderna, particularmente autores como Platão (428/427 a.C. – 348/347 a.C.) e Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900) recorreram a esta forma de expressão com o intuito de apresentar tropologicamente idéias e concepções intelectuais.] A grande questão que a Bíblia não explica é: se o Senhor Deus declarou que todas as criaturas que Ele havia criado, durante os seis dias da criação, eram boas, como as serpentes poderiam ser malévolas? Sejam quais forem as afirmações em contrário, a serpente é o símbolo e o protótipo do Salvador Universal [Natura Naturans ou Natureza Criadora (conceito spinoziano)], que redime o mundo ao proporcionar à criação [Natura Naturata ou Natureza Criada (conceito spinoziano)] o conhecimento de si mesma e o reconhecimento do bem e do mal [através do autoconhecimento (Compreensão —› Libertação)]. Enfim, por que Cristo [por intermédio do Mestre Jesus] ensinava a seus Discípulos que fossem astutos como as serpentes? Mais adequadamente, as serpentes simbolizam a imortalidade e o renascimento. A serpente com a cauda na boca [Ouroboros ou Oroboro ou ainda Uróboro] é o símbolo da eternidade, porque, nesta posição, o seu corpo não tem começo nem fim, de tal sorte que a cabeça e a cauda representam, respectivamente, o pólo positivo e o pólo negativo do Circuito Vital Cósmico. [In: Os Ensinamentos Secretos de Todos os Tempos, de autoria de Manly Palmer Hall.]

 

 

Caduceu

Caduceu

 

 

Ouroboros

 

 

Bordejei por ceca e Meca,

e até no Ver-o-Peso, de Belém.

Fui chichimeca, fui tolteca,

e fui um asteca também.

 

 

Mercado de Ferro do Ver-o-Peso

Mercado de Ferro do Ver-o-Peso (Belém, Estado do Pará, Brasil)
(Arte feita em vetores por José Vasconcelos Paiva)

 

 

Fui rabino e abeliano,

espírita e bom budista.

Fui católico e abecedariano,

e, por um tempo, fui sufista.

 

Com , fui um furtador,

e bifei muito no Petrolão.

Em procissão, já carreguei andor,

porém, sempre fui um maganão.

 

Na Roma Antiga, eu fui escravo;

já no Brasil, eu fui feitor.

Fui impávido e fui ignavo;

em cada existência de uma cor.

 

 

Escravização

 

 

Na Inquisição, fui Torquemada;

na 'Gloriosa', fui Brilhante.

Em Kampala, fui Don Dada;

no , fui calcinante.

 

Nasci homem e nasci mulher,

nunca lembrando do tempo ido.

Ora mau-caráter, ora bom caráter,

ora imoderado, ora abstido.

 

 

Faces

 

 

Mas, antes, muito antes,

fui pirita e fui cagalheta.

Fui urtiga e fui marantes,

e fui juriti e borboleta.

 

Subi, desci, fui e vim.

Ri, chorei, amei e sofri.

Disse não e disse sim.

Espiei, entretanto, nada Vi.

 

 

Cegueta

Cegueta

 

 

Eu errava e compensava,

mas, não aprendia a lição.

Nascia e desencarnava,

mas, o mandão era o dragão.

 

Protoplasmático, hiperbóreo,

lemuriano e atlante.

Hoje, ariano simplório,

sempre no inferno (de Dante).
(
Lasciate ogni speranza, voi ch'intrate!)

 

 

Atlântida

A Mítica (?) Atlântida

 

 

Por milênios eu andei,

ora um zé, ora um nababo.

Mas, ontem, disse Eu S(h)ei,

porque decidi bicar o meu rabo!

 

 

 

 

Agora, vivo para ajudar

quem está murcho na caverna.

Ensino a todos a se libertar:

essa é minha tarefa externa.

 

Sei que não há salvação

para dúzia de compungidos.

Há, sim, educativa compensação

pelos detrimentos cometidos.

 

 

 

Nada virá sem compensação:

esta é uma Lei Universal.

Nada virá sem compreensão:

esta é outra Lei Universal.

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

The Matrix (Main Title)
Composição: Don Davis

Fonte:

https://hydro.fm/t/2552354563-don_davis/
14527759890155878030-main_title/

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.presentation-process.com/

http://www.alexdeaton.com/faces

https://www.behance.net/

https://www.reddit.com/

https://www.vectorstock.com/

https://hoi4.paradoxwikis.com/German_Reich

http://paivaalfa1.blogspot.com/2019/

https://www.pinterest.fr/pin/690739661573228666/

https://www.designboom.com/

https://en.wikipedia.org/wiki/Shape_of_the_universe

https://www.teepublic.com/

https://www.altoastral.com.br/

https://simbolismo.net/caduceu/

 

Direitos autorais:

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