Orígenes de Alexandria
(Pensamentos)

 

 

 

Orígenes

Orígenes

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Aqueles que têm acompanhado o que tenho escrito sabem que, de maneira geral, não subscrevo princípios teológicos nem teodiceicos de qualquer vertente, coloração ou natureza. Mas, não subscrevo apoiado em um exaustivo esforço argumentativo-dialético no sentido de contraditar tanto os autoritarismos igrejeiros quanto os dogmas aquarelados, sejam adocicados, sejam avinagrados, comprometido que estou, profundamente, com a busca da inatingível Verdade. Os três principais pilares dianóico (diálogo da minha personalidade-alma consigo mesma) e noético-transnoético (penetração intelectiva no que pode ser microscopiado pela transrazão) que aplico em minhas especulações reflexivas são: 1º) nada é indiscutível, nada é irrefutável, nada é irrespondível; 2º) nada deve ser aceito sem que possa ser questionado, e, sempre que possível, deve ser confirmado pela experiência pessoal; e 3º) só a experiência pessoal liberta. Entretanto, para que possamos ancorar nosso pensamento em uma base sólida e estável precisamos conhecer as mais diferentes correntes de pensamento. Samba de uma nota só, em termos musicais, é lindo; mas, nesta matéria é, no mínimo, um perigo.

 

Neste sentido, mais uma vez, estou divulgando um estudo com o qual, mística e iniciaticamente, quase não tenho afinidade. Trata-se de uma coletânea de pensamentos de Orígenes de Alexandria, um teólogo cristão e filósofo neoplatônico grego e patrístico do terceiro século da era cristã.

 

Entretanto, ainda que eu desaceite a existência de qualquer tipo de inferno, entre tantas coisas que não aceito, fiquei comovido com a seguinte afirmação de Orígenes: A apocatástase é a restauração final de todas as coisas em sua Unidade absoluta com Deus. A apocatástase representa a redenção e salvação final de todos os seres, inclusive os que habitam o inferno. Isto parece indicar que Orígenes admitia que a natureza onimisericordiosa de Deus, no final dos tempos, depois do apocalipse, acabaria por remir todos os pecadores e salvaria todos os seres, inclusive os condenados à danação no inferno. Meno male, ainda que fantasioso! Fantasioso porque, no mínimo, é incoerente. Incoerente porque não é educativo, isto é: não é retributivo, não é eficiente e não é eficaz. Seja como for, a tese da pré-existência da alma e a Doutrina da Apocatástase foram posteriormente condenadas no Segundo Concílio de Constantinopla, realizado em 553.

 

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Orígenes de Alexandria (185 – 253) ou Orígenes de Cesaréia ou Orígenes, o Cristão – um dos maiores escritores de toda a história da Igreja, segundo o Papa Bento XVI – foi um teólogo cristão e filósofo neoplatônico grego e patrístico nascido em Alexandria, Egito, sendo considerado um dos mais distintos pupilos de Amônio Sacas (175 – 242), o fundador da Escola Neoplatônica.

 

No decurso de uma viagem à Grécia, no ano de 230, foi ordenado sacerdote na Palestina pelos bispos Alexandre de Jerusalém e Teoctisto de Cesaréia.

 

Em 231, Orígenes foi forçado a abandonar Alexandria devido à animosidade que o bispo Demétrio, o patriarca de Alexandria entre os anos de 189 e 232, lhe devotava pelo fato de se ter feito eunuco no sentido literal e físico desta palavra. Também, contribui para esse fato o de Orígenes ter levado ao extremo a apropriação da Filosofia platônica, tendo, por isto, sido considerado herético.

 

Orígenes, então, passou a morar em um lugar onde Jesus havia muitas vezes estado: Cesaréia, na Palestina, onde prosseguiu com suas atividades com grande sucesso, abrindo a chamada Escola de Cesaréia. Na seqüência da onda de perseguição aos cristãos, ordenada pelo imperador romano Gaius Messius Quintus Trajanus Decius (201 – 251), Orígenes foi preso e torturado, o que lhe causou a morte, por volta de 253.

 

 

 

 

Fragmentos Origenianos

 

 

 

O Espírito sopra onde quer (Jo., III, 8). Isto significa que o Espírito é um ser substancial e não, como alguns afirmam, uma simples força ou atividade de Deus sem existência individual. O Apóstolo (São Paulo), depois de enumerar os dons do Espírito, prossegue: 'Um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um de acordo com a sua vontade' (1 Cor., XII, 11). Portanto, se atua e distribui de acordo com a sua vontade, é um ser substancial ativo, e não uma mera atividade ou manifestação.

 

Todo lugar é parte do Universo e o mundo todo é um templo de Deus.

 

 

 

 

Deus não pode ser entendido como corpo, mas como uma realidade transcendente apenas passível de ser palidamente compreendida como realidade intelectual e espiritual.

 

Muitos falam do Cristo; mas poucos se cristificam.

 

Por natureza, a alma é crística.

 

Deus, em sua realidade, é incompreensível e inescrutável. Com efeito, podemos pensar e compreender humanamente qualquer coisa sobre Deus, mas devemos também saber que Ele é amplamente superior a tudo àquilo que Dele possamos pensar.

 

Devemos crer que todas as coisas serão reintegradas em Deus. Isso, porém, não acontecerá num momento, mas lenta e gradualmente, através de infinitos séculos, já que a correção e a purificação advirão pouco a pouco e singularmente: enquanto alguns com ritmo mais veloz se apressarão como primeiros na meta, outros os seguirão de perto e outros ainda ficarão muito para trás. E assim, através de inumeráveis ordens.

 

Deus sempre foi Pai e sempre teve o Filho unigênito, que é chamado também de Sabedoria… Nesta Sabedoria, que sempre estava com o Pai, estava sempre contida, preordenada sob a forma de idéias, a criação, de modo que não houve momento em que a idéia daquilo que teria sido criado não estivesse na Sabedoria...

 

Cristo é o Filho unigênito do Pai.

 

Maria foi esposa com José, mas não carnalmente unida. A Mãe Deste foi Mãe Imaculada, Mãe Incorrupta, Mãe Intacta. A Mãe Deste, de qual Este? A Mãe do Senhor, Unigênito de Deus, do Rei Universal, do Salvador e Redentor de todos.

 

A apocatástase é a restauração final de todas as coisas em sua Unidade absoluta com Deus. A apocatástase representa a redenção e salvação final de todos os seres, inclusive os que habitam o inferno.

 

Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá, foi crucificado de cabeça para baixo.

 

Dedica-te à 'lectio' das divinas Escrituras; aplica-te a isto com perseverança. Compromete-te na 'lectio' com intenção de acreditar e de agradar a Deus. Se durante a 'lectio' te encontrares diante de uma porta fechada, bate e abrir-te-á aquele guardião, do qual Jesus disse: 'O guardião abri-la-á'. Aplicando-te assim à 'lectio' divina, procura com lealdade e confiança inabalável em Deus o sentido das Escrituras divinas, que nelas se encontra com grande amplitude. Mas não deves te contentar com bater e procurar: para compreender as coisas de Deus é-te absolutamente necessária a 'oratio'. Precisamente para nos exortar à 'oratio', o Salvador nos disse não só 'procurai e encontrareis' e 'batei e ser-vos-á aberta'; mas acrescentou: 'pedi e recebereis'.

 

Se as almas não existiam previamente, por que encontramos cegos de nascença que nunca pecaram, enquanto outros nascem sãos? É claro que alguns pecados foram cometidos, e, como resultado, cada alma recebe a recompensa de acordo com o seu mérito.

 

O que tona as pessoas diferentes? Por que uma nasce com boa saúde, gênio e talento, e outra nasce surda e ignorante? Seus destinos eram o resultado de seus méritos ou deméritos de alguma vida anterior.

 

Deus fará a salvação de todas as suas criaturas... Ordenou todas estas coisas de tal forma que nenhum espírito e nenhuma alma possam ser forçados contra a liberdade de suas próprias vontades a seguir uma direção diferente daquela a que suas mentes indicam, o que lhes retiraria a faculdade do livre-arbítrio.

 

A alma é sempre dotada de livre-arbítrio e a liberdade de escolha é um estímulo sempre para o bem ou para o mal, e o sentido racional, isto é, a mente ou a alma, não pode estar jamais imune de impulsos bons ou maus. É lícito crer que tais impulsos são causa de méritos e deméritos ainda antes de operar neste mundo, de modo que, por tais motivos, a Divina Providência dispôs que desde o nascimento, ou melhor, por assim dizer, já antes do nascimento, as almas sofrem alguma coisa de bom ou de mau.

 

O comportamento deve corresponder exatamente às palavras.

 

 

 

 

Não me é útil ter tido um pai mártir, se não tenho um bom comportamento e não honro a nobreza da minha estirpe, isto é, o martírio de meu pai e o testemunho que o tornou ilustre em Cristo.

 

Se Deus me concedesse ser lavado no meu sangue, de modo a receber o Segundo Batismo, tendo aceite a morte por Cristo, afastar-me-ia deste mundo… Mas, são bem-aventurados os que merecem estas coisas.

 

Assim é a Doutrina da Lei e dos Profetas na escola de Cristo: amarga é a casca, que é como a letra; em segundo lugar, chegarás à semente, que é a doutrina moral; em terceiro encontrarás o sentido dos mistérios, do qual se alimentam as almas dos santos na vida presente e na futura.

 

Eu não chamo à Lei de Antigo Testamento, se a compreendo no Espírito. A Lei torna-se um Antigo Testamento só para aqueles que a desejam compreender carnalmente. Mas para nós, que a compreendemos e aplicamos no Espírito e no sentido do Evangelho, a Lei é sempre nova, e os dois Testamentos são, para nós, um Novo Testamento, não por causa da data temporal, mas pela novidade do sentido… Ao contrário, para o pecador e para quantos não respeitam o pacto da caridade, também os Evangelhos envelhecem.

 

O mais alto nível do conhecimento de Deus brota do amor.

 

Com freqüência, disto Deus é minha testemunha, senti que o Esposo se aproximava de mim no máximo grau; depois, se afastava imprevistamente, e eu não pude encontrar o que procurava. De novo, sinto o desejo da Sua vinda, e por vezes Ele volta, e quando me apareceu, quando o tenho entre as mãos, de novo me evita, e, quando desaparece, ponho-me de novo a procurá-Lo.

 

Se alguém entrar, em qualquer momento, no Santuário, sem a devida preparação, não revestido das vestes pontifícias, sem ter preparado as ofertas prescritas, e tendo-se tornado Deus propício, morrerá… Então, para que tu possas oferecer o Sacrifício dignamente, tens necessidade de vestes puras e distintas das dos outros homens comuns, e é-te necessário o Fogo Divino.

 

Cada um de nós tem em si não só o Fogo; tem também o holocausto, e do seu holocausto acende o altar, para que arda sempre. Eu, se renuncio a tudo quanto possuo e tomo a minha cruz e sigo Cristo, ofereço o meu holocausto no altar de Deus; e se entregar o meu corpo para que arda, tendo a caridade, e obtiver a glória do martírio, ofereço o meu holocausto no altar de Deus.

 

Também hoje, se o quiserdes, nesta assembléia, os vossos olhos podem fixar o Salvador. De fato, quando dirigires o olhar mais profundo do Coração para a contemplação da Sabedoria, da Verdade e do Filho único de Deus, então, os teus olhos verão a Deus. Feliz assembléia aquela que a Escritura afirma que os olhos de todos estavam fixos nele! Como desejaria que esta assembléia recebesse um testemunho semelhante, que os olhos de todos, dos não batizados e dos fiéis, das mulheres, dos homens e das crianças, não os olhos do corpo, mas da alma, olhassem para Jesus! Impressa sobre nós está a Luz do Teu Rosto, Ó Senhor, ao qual pertencem a glória e o poder nos séculos dos séculos. Amém!

 

Sabendo, então, que tal é o final, quando todos os inimigos serão submetidos a Cristo, quando a morte, o último inimigo, será destruída, e quando o reino seja entregue por Cristo (a quem todas as coisas estão submetidas a Deus Pai), contemplaremos, desde o final, o começo de todas as coisas. Porque o final é sempre como o princípio; e, portanto, como há um fim de todas as coisas, devemos entender que houve um princípio. Assim como há um final de muita coisas, assim brotam de um princípio muitas diferenças e variedades, que uma vez mais – pela bondade de Deus, pela submissão ao Cristo e pela Unidade do Espírito Santo – são chamadas a um final, que é como o princípio.

 

Temos dito, já muitas vezes, que o Deus criador de todas as coisas é bom, justo e onipotente. Quando Ele, em um princípio, criou tudo o que desejou criar – em particular, as criaturas racionais – não teve outro motivo para criar fora de Si mesmo, isto é, de Sua bondade. Sendo Ele a única causa de todas as coisas, que haviam de ser criadas, e não havendo Nele diversidade alguma – nem mutação, nem impossibilidade – criou a todas as criaturas iguais e idênticas, pois não havia Nele mesmo nenhuma causa de variedade ou de diversidade. Contudo, havendo sido outorgadas às criaturas racionais a faculdade do livre-arbítrio, foi esta liberdade o que arrastou a cada criatura racional a se melhorar [ou não] com a imitação de Deus... Esta foi a causa da diversidade que há entre as criaturas racionais, a qual provém, não da vontade ou da intenção do Criador, senão do uso da própria liberdade.

 

O fim do mundo e a consumação final ocorrerão quando cada um seja submetido ao castigo por seus pecados; um tempo que só Deus conhece, quando Ele outorgará a cada um o que merece. Pensemos, em verdade, que a bondade de Deus em Cristo levará todas as suas criaturas a um final; até seus inimigos serão conquistados e submetidos.

 

Os que foram tirados de seu primeiro estado de bem-aventurança não foram tirados irreparavelmente, senão que foram colocados sob a regra das ordens santas e benditas, para que, se servindo de sua ajuda, sejam remodelados por seus princípios de disciplina, e, assim, possam se recuperar e ser restaurada a sua condição de felicidade. Por isto, sou da opinião, até onde posso ver, que esta ordem de raça humana foi designada para que no mundo futuro ou na era do porvir – quando será o céu novo e a terra nova, profetizada por Isaias – possa ser restaurada à Unidade prometida pelo Senhor Jesus na sua oração a Deus Pai, em nome de seus discípulos.

 

Já que a consumação final dos santos será no Reino do Invisível e Eterno, temos que concluir que as criaturas racionais tiveram um momento inicial semelhante ao que será aquele momento final, e que seu começo foi semelhante ao fim que lhes espera, que em sua condição inicial já exista no Reino do Invisível e Eterno.

 

Conseqüentemente, devemos supor que, na consumação e restauração de todas as coisas, quem alcançar um avanço gradual e ascender na escala da perfeição, chegará, na medida prevista e ordenada, àquela Terra, que representa a melhor de todas as instituições e que nenhuma adição pode ser feita.

 

O tempo da restauração não é mais um tempo entre tantos outros, ou seja, mais um século, mais um mundo circunscrito por um quinhão de tempo, mas é Deus mesmo.

 

É absurdo imaginar a natureza de Deus inativa, Sua Bondade ineficaz e indivíduos sem o Seu Reino.

 

Quanto aos que afirmam que se produzem mundos semelhantes e iguais em tudo, não sei em que prova se apóiam. Mas, se as almas são conduzidas pela liberdade de seu arbítrio e se tanto seus progressos como suas caídas dependem do poder de sua vontade, não creio que haja qualquer razão para se afirmar isto. Porque as almas não são conduzidas, ao cabo de muitos séculos, aos mesmos círculos em virtude de uma revolução determinada, de sorte que tenham que fazer ou desejar isto ou aquilo, senão que dirigem o curso de seus feitos ali onde usam a liberdade de sua própria natureza. Do mesmo modo, me parece impossível que possa se dar tal mundo em que tudo sucede na mesma ordem, e cujos moradores nasçam, morram e atuem da mesma maneira que em outro. Mas creio que possam existir diversos mundos com mínimas variações, de sorte que, por causas manifestas, o estado de tais mundos seja superior ou inferior ou intermediário com relação a outros mundos. Quanto ao número ou medida destes mundos, confesso que os ignoro; se alguém os puder mostrar a mim, eu aprenderia com muito gosto.

 

 

 

 

Sou da opinião de que a expressão que Deus é ‘todas as coisas em todos’ significa que ele é ‘tudo’ em cada pessoa individual.

 

Maria Theotókos Maria Mãe de Deus Aquela que deu à luz a Deus.

 

Se o que é mudado não falece e se a aparência apenas passa, não há aniquilação ou destruição. O que há de ter lugar é uma espécie de mudança de qualidade e de transformação de aparência.

 

Só se deve crer nas verdades ligadas às tradições eclesiástica e apostólica.

 

Esta Pedra é inacessível às serpentes, e é mais forte do que os portões do inferno. É por causa disto que as forças dos portões do Hades não prevalecerão contra ela.

 

Quando hereges nos mostram as Escrituras canônicas – nas quais o cristão crê e confia – parecem dizer: ‘Oh!, ele está restrito!’. Contudo, não cremos neles nem abandonamos a Tradição original da Igreja. Também não acreditamos em outras coisas que não nos foram trazidas pela sucessão existente na Igreja de Deus.

 

O Salvador indica Algo mais preclaro e esplêndido do que o mundo atual, e incita e anima a todos a aspirar a este Algo.

 

Em sua esfera, o céu, com sua magnitude imensa e âmbito inefável, contém tudo o que se acha debaixo dele e abraça com seu contorno grandioso os espaços de todas as esferas, de sorte que todas as coisas estão dentro dele, como a nossa Terra está debaixo do céu. E nesta esfera – a que se crê que é nomeada pelas Sagradas Escrituras como 'Terra Boa” e 'Terra dos Viventes' – estão e são escritos os nomes dos santos, esfera celeste que o Salvador prometeu aos mansos e humildes.

 

Nós pensamos que a Bondade de Deus, através da mediação de Cristo, vai trazer todas as criaturas para um só e mesmo fim.

 

Como poderia o Filho, que é a Sabedoria do Pai, ser ignorante de qualquer coisa?

 

Um é o Deus que criou e ordenou todas as coisas, aquele que do nada deu o ser ao Universo... Em segundo lugar, Jesus Cristo, vindo e nascido do Pai antes de todas as criaturas... Finalmente, o Espírito Santo associado em honra e dignidade ao Pai e ao Filho.

 

No princípio, Deus criou o céu e a Terra. Este é o começo de toda a criação. A este começo, deve se referir o fim e a consumação de todas as coisas, a saber, que o céu e a Terra possam ser o lugar e a última morada de descanso dos justos, de modo que todos os santos e todos os mansos possam herdar a Terra, já que este é o ensinamento da Lei dos profetas e do Evangelho.

 

A Escritura é inspirada porque é a Palavra de Deus.

 

A idéia de Deus está impressa tanto nas mentes mais rudes como nas mais eruditas.

 

É impossível que um Universo tão harmonioso e ordenado tenha por origem vários deuses. Desta sorte, forçoso é reconhecer que a unidade do mundo nos remete à unidade Deus.

 

Todas as coisas são partes do mundo, mas Deus não é parte do todo, pois Deus não deve ser imperfeito como a parte é imperfeita. Mas, sem dúvida, raciocínio mais profundo haveria de mostrar que, no rigor dos termos, Deus não é mais todo, nem é mais parte, porque o todo é feito de partes.

 

A espiritualidade de Deus é o fundamento de sua transcendência em relação ao mundo sensível; e sua absoluta simplicidade O situa muito acima das forças de nosso espírito.

 

Quando nossa inteligência está fechada na estreiteza da carne e do sangue se torna mais tarda e obtusa pelo contato com esta matéria, mesmo que no confronto com a matéria corpórea seja de longe superior. Todavia, quando tende às realidades incorpóreas e procura compreendê-las, tem, a custo, o valor de uma centelha ou de uma lamparina. Mas, entre as realidades intelectuais, ou seja, incorpóreas, o que é tão superior a todos, tão inefavelmente e inestimavelmente excelente quanto Deus? Por isto, a natureza de Deus não pode ser compreendida pela capacidade da mente humana, mesmo que seja a mais pura e a mais límpida.

 

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus; e esta imagem e semelhança residem na sua alma racional.

 

Deus faz certas coisas acima da Natureza, como promover o homem acima de sua natureza, transformá-lo em uma natureza superior e divina e mantê-lo nela na medida em que o homem, assim mantido, prove, por seus atos, que ele quer isto.

 

Deus nada pode fazer nem contra a razão nem contra Si mesmo.

 

A letra da Escritura não deve ser adotada se implicar no impossível, no absurdo ou se for indigna de Deus.

 

Esta matéria do corpo, que agora é corruptível, se revestirá de incorrupção quando a alma, perfeita e instruída nas provas da incorrupção, comece neste estado a se servir dela. E não o estranhes se chamamos de roupagem do corpo a alma perfeita que a causa do Verbo de Deus e de sua Sabedoria recebe aqui o nome de incorrupção. Por conseguinte, da mesma maneira que Cristo é a roupagem da alma assim também, por uma razão compreensível, a alma é a roupagem do corpo, e, em efeito, é um ornamento que vela e cobre sua natureza mortal. Isto é o que significa ‘é preciso que o corpo se revista de incorrupção’, como é necessário que esta natureza corruptível do corpo receba uma roupagem de incorrupção, uma alma que tenha em si a incorrupção por se haver revestido do Cristo, que é a Sabedoria e o Verbo de Deus. E quando este corpo, que, um dia, teremos glorioso, partícipe da Vida, então, ascenderá ao que é imortal, de modo que se fará também incorruptível.

 

 

 


 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://sochicitsscary.blogspot.com/
2007/05/threadless-anyone.html

http://www.filosofante.org/filosofante/
not_arquivos/pdf/Deus_Unico_Finito.pdf

http://www.heladeweb.net/
N2003_2004/origenes.pdf

http://www.hottopos.com/rih14/pere.pdf

http://www.programafalandodefe.com.br/
index.php?area=formacao/formacao-15

http://www.domhenrique.com.br/
index.php/cursos/298--a-trindade-santa-ii

http://www.eraclito.recantodasletras.com.br/
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http://www.saindodamatrix.com.br/
archives/2005/05/o_evangelho_de_3.html

http://www.catequesesaopio.com/
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http://jefferson.freetzi.com/
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http://site.medjugorjebrasil.com/
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http://www.ieja.org/

http://www.tiosam.net/
enciclopedia/?q=Apocatástase

http://apologticadaigrejaortodoxa.
blogspot.com/2009/07/vida-do-glo.html

http://www.filosofia.com.br/
historia_show.php?id=40

http://mb-soft.com/
believe/ttom/origen.htm

http://www.cacp.org.br/

http://www.revistafenix.pro.br/

http://blog.bibliacatolica.com.br/
tag/origenes-de-alexandria/

http://webcache.googleusercontent.com/

http://www.dec.ufcg.edu.br/
biografias/Origenes.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Or%C3%ADgenes

 

Música de fundo:

Samba de uma nota só
Composição: Newton Mendonça e Antonio Carlos Jobim
Interpretação: João Gilberto

Fonte:

http://www.belasmidis.com/Nacional/Joao_Gilberto/