O QUE É, O QUE É?

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O Silêncio

O Silêncio

 

 

 

O silêncio tem muitas variedades. Há o silêncio entre dois barulhos, o silêncio entre duas notas e o silêncio que se estende no intervalo entre dois pensamentos. Há aquele silêncio peculiar, sereno, difuso, que desce sobre os campos ao anoitecer, há o silêncio por entre o qual se ouve o ladrar longínquo de um cão ou o silvo de uma locomotiva a galgar um declive forte. Há o estranho silêncio de um templo ou de uma igreja vazia, no sertão, sem barulhos de turistas e de devotos. Há o silêncio de uma casa quando todos dormem, e sua peculiar intensidade quando despertamos no meio da noite e ouvimos o grito da coruja, no vale, e o silêncio que precede a resposta do companheiro da coruja. Há o silêncio da casa velha e vazia, e o silêncio da montanha. Há o silêncio entre dois seres humanos quando viram a mesma coisa, sentiram a mesma coisa e agiram. Há o silêncio da mente, que não se deixa perturbar por nenhum barulho, por nenhum pensamento, nem pela lufada passageira da experiência. Esse silêncio é inocente, e, por conseguinte, ilimitado. Quando na mente existe este silêncio, dele brota a ação, ação jamais causadora de confusão e de sofrimento. [Este é o Silêncio Interior – a única Estrada para a Compreensão-Illuminação.] Neste Silêncio estão contidas todas as variedades de silêncio. Este Silêncio da mente é a essência da verdadeira mente religiosa. É o silêncio dos Deuses. É o Silêncio da Terra. A mente que medita flutua neste Silêncio, e o Amor é o modo de ser desta mente. Neste Silêncio há Bem-aventurança e Alegria. [In: A Outra Margem do Caminho, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

Quem não Sabe, quando muito, apenas crê. Para muitos, o símbolo é a realidade. Para muitos, o peso da tradição é insuperável. Para muitos, a busca da permanência é uma prisão. Entretanto, o pensamento, em si, é impermanente, é variável, e, portanto, tudo o que inventa como coisa permanente é, tal como ele, impermanente. São os pensamentos (problemas, preocupações, conflitos, medos, indagações etc.) que fabricam o pensador, não o contrário. Quando não há pensamento, existe apenas o Eu. Quando não há pensamento nem palavra, a mente está, então, em uma dimensão totalmente diferente. Enfim, o que está além do pensamento é a Inocência, e o pensamento, por mais que se esforce, jamais A alcançará integralmente, porque o pensamento é sempre velho. A Inocência, tal como o Amor, é eterna, mas, para que venha e seja sentida, é necessário que a mente fique livre de todos os milhares de "ontens", com suas lembranças [boas ou más]. E a Verdadeira Liberdade é um estado em que não existem ódio, violência e brutalidade. Se não abandonarmos todas essas coisas, como poderemos perguntar e compreender o que é a Imortalidade, o que é o Amor, o que é a Verdade? [Ibidem.]

 

 

Ceguinho

 

 

 

Quem não VÊ
acha que enxerga.

Quem não ESCUTA
acha que ouve.

Quem não SE DESDOGMATIZA
acha que está salvo,
(que será arrebatado e que irá para o céu).

Quem não SENTE
acha que percebe.

Quem não CHEIRA
acha que fareja.

Quem não SABOREIA
acha que degusta.

Quem não BEBE
acha que só existe Cachaça.

Quem não COME
acha que só existe Bife com Batatas Fritas.

Quem não CAMINHA
acha que anda.

Quem não DANÇA
acha que Bailando.

Quem não ASCENCE
acha que está numa boa.

Quem não TRANSMUTA
acha que é saudável.

Quem não conhece o A .'. U.'. M.'.
acha que é poderoso.

Quem não SE EXTASIA
acha que se maravilha.

Quem não COMPREENDE
acha que sabe.

Quem não TOCA
acha que apalpa.

Quem não MEDITA
acha que Refletindo.

Quem não ADICIONA
acha que soma.

Quem não SE DESAPEGA
acha que é rico.

Quem não SE DESAFERRA
acha que só há um porto.

Quem não MORRE
acha que está vivo.

Quem não VIVE
acha que é livre.

Quem não SE LIBERTA
acha que é senhor de si.

Quem não constrói o seu Buraco de Minhoca.
acha que 'just in time'.

Quem não conhece a ALEGRIA
acha que está satisfeito.

Quem não conhece o AMOR
acha que nada é melhor do que Bunda.

Quem não conhece a LEI
acha que pode haver milagre.

Quem não conhece as CAUSAS
acha que os efeitos são castigos.

Quem não SE VACINA
acha que a existência é um Inferno.

Quem não SE ATUALIZA
acha que o mundo é um Cagalhão.

Quem não tem COMPAIXÃO
acha que as punições provêm de Deus.

Quem não conhece a LLUZ
acha que o dia é tudo.

Quem não muda de CRUZ
acha que a noite é a normalidade.

Quem não BUSCA
acha que a Saudade é natural.

Quem não corre atrás1 da INICIAÇÃO
acha que é o rei do pedaço.

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Correr atrás = Lutar o Bom Combate.

 

Música de fundo:

Just in Time
Composição: Betty Comden & Adolph Green (letra); Jule Styne (música)
Interpretação: Tony Bennett & Percy Faith and his Orchestra

Fonte:

https://archive.org/details/78_just-in-time
_tony-bennett-percy-faith -and-his-orchestra-
betty-comden-adolph-green-j_gbia0034725b

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.onthewall.com.br/mantra-om-aquarela-2

https://giphy.com/explore/fire-and-brimstone

https://twitter.com/foundcrap

https://gfycat.com

http://hervasenxa.blogspot.com

https://www.canstockphoto.com.br

https://www.canstockphoto.com.br

https://www.ifood.com.br

https://giphy.com/explore/silence

https://isinginthekitchen.com

https://www.techtudo.com.br

http://clipart-library.com/blind-man-cartoon.html

 

Direitos autorais:

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