Jiddu Krishnamurti: Os princípios dialéticos representam opiniões que se opõem a outras opiniões. Os seres-humanos-aí-no-mundo, de modo geral, esperam encontrar [imitando] [o que acham que é] a Verdade a partir das opiniões [venham de onde vier, faça Sol ou faça chuva, sejam dadas por quem for]. Mas, com relação à Grande Base, no fundo, eles não estão tão interessados assim. Afinal, o que fez e o que vem fazendo o conhecimento? O conhecimento [+ ou –] apenas nos impede de perceber a Verdade, pois, não nos desembaraça das nossas miragens e das nossas ilusões. O próprio conhecimento pode ser miraginal e/ou ilusório. [In: A Eliminação do Tempo Psicológico (em inglês, The Ending of Time). Jiddu Krishnamurti e o físico estadunidense David Joseph Bohm.]

 

 

 

 

 

 

— Acho que o fundador da Dialética foi Zenão, de Eléia.

— Não. Eu penso que tenha sido Sócrates, de Atenas.
Basta você ler os diálogos maiêuticos, de Platão.

— Para mim, a Dialética se baseia na objetividade.

— Não. Estou com Kant; ela é totalmente subjetiva.

— Dialética não é o poder de argumentação?

— É e não é, pois, ela exagera no uso de sutilezas,
e se embasa nas experiências passadas.
Qualquer nova síntese depende de uma síntese pretérita.
E tudo o que é pretérito é velho e ultrapassado.
Logo, Dialética só leva a mais Dialética.

— Mas, o pensamento dialético não condiz com a realidade?

— Não, a Dialética pare idéias e tenta penetrar em novos conhecimentos,
que nem sempre são condizentes com a realidade cósmica.
Um exemplo de Dialética incondizente foi a que levou ao Modelo Ptolomaico.
Um segundo exemplo foi a Teoria da Terra Plana.
Outro exemplo foi a Teoria da Geração Espontânea ou Abiogênese.
E um último exemplo foi a Teoria do Flogisto.

 

 

 

 

— A Dialética, então, aproxima as idéias individuais das universais?

— Não. Ela tenta, porém, só aproxima lhufas de xongas.
Dialética é pensamento; pensamento é passado; passado é tempo; tempo é prisão.
Tudo isso é um grande fudelhufas da cagahouse!

— Ora, mas tudo não depende da tese, da antítese e da síntese?

 

 

 

 

— Transrazão? O que é isso?

— Um estado de consciência além da razão (que não usa a Dialética).

— Acho que o começo de tudo foi o Big Bang.

— Não. Não houve, não há nem nunca haverá começo.

— Mas, nós não nascemos? Nascer é começar.

— Não. Nós não nascemos; nós renascemos.
E também não morremos. Remorremos.
Renascer + Remorrer = Peregrinar.

— Acho que o fim de tudo será Big Crunch.

— Não. Não houve, não há nem nunca haverá fim.
Big Bang, Big Bounce, Big Crunch, Big Freese e Big Rip são invencionices.
Os cientistas adoram inventar coisas, para, depois, desinventar.
Às vezes, estas invenções são terrivelmente detrimentais, como foi o caso,
por exemplo, das bombas nucleares, no NAPALM e da Talidomida.

 

 

Vítimas da Talidomida

 

 

— Você não acha que só a Dialética iluminará a nossa caverna?

— Acho difícil. Lanterna sem pilha não funciona.

— Acho que o João de Deus está sendo injustiçado.

— Ora, segundo consta, ele cometeu delitos graves.

— Acho que o Lula está sendo perseguido.

— Ora, há provas e mais provas contra ele.
Se, de fato, forem reconhecidas como legítimas...
O que não se pode é, a priori, arbitrariamente, condenar e punir ninguém.

— Você não acha que o melhor sistema político é o Comunismo?

— Ora, qualquer regime político não mudará nada.
Nem a Democracia (ou governo do povo) mudará xongas.
Quem precisa mudar somos nós. Individualmente. Transracionalmente.
Isto se resume em: Bom Combate + Mérito.

— O Imperador Justiniano acertou ao abolir a reencarnação.

— Lá vem você de novo! As Leis Cósmicas não se abolem por decreto.
A Lei do Renascimento é irmã da Lei da Causa e do Efeito.
Havendo causa –› haverá efeito.
Havendo efeito –› haverá renascimento.
Havendo renascimento –› haverá compensação.
Tudo isto leva(rá) ao Aprendizado e à Libertação.
Só se Compreendermos nos Libertaremos.

— Um padre me disse que quem crê em reencarnação irá para o inferno.

— Ora, ninguém poderá ir para o que não existe.
O grande problema é que os líderes religiosos autonomeados do mundo
estabelecem dogmas, inventam rituais, instituem punições e determinam prêmios,
e os seres-humanos-aí-no-mundo crêem e a eles se escravizam.
Nada é mais aprisionador do que o fideísmo-fanatismo religioso,
e é por isto que a Humanidade, há milênios,
abandona uma religião e entra em outra,
se desvincula de um Deus para se vincular a outro.
Mas, ao longo desta Era de Aquarius, isto tudo chegará ao fim.

 

 

Dante e Virgílio no Inferno (que não existe)
(Quadro de William-Adolphe Bouguereau)

 

 

— Prefiro um deserto com Deus do que um oásis com o demônio.

— Esse deserto e esse oásis estão dentro de todos nós.

— Eu acredito em Deus, em São Longuinho, no céu e no inferno,
e me confesso e comungo todos os domingos.

— Todos nós, 'in potentia', somos Deuses.
Confessar e comungar não nos tornarão mais Deuses do que já somos.
Por outro lado, ficar repetindo o mesmo padrão...

— Que papo é esse? Deuses não matam outros Deuses.

— Matam, sim, enquanto não souberem que são Deuses,
e forem Magos Negros plexo-solarizados.

— Mago Negro é a senhora sua mãe, meu chapa.
Eu não sou Mago Negro nem aqui nem na China!

— Eu, você e as nossas mães ainda somos todos Magos Negros 'in actu'.
Os seres-humanos-aí-no-mundo, de modo geral,
ainda são todos Magos Negros. Inconscientes, mas, são.

— E, na sua opinião, isso acabará quando?

— Quando o quando deixar de ser quando e se tornar agora, já!

— Sabe de uma coisa? Estou muito satisfeito comigo mesmo.
Eu não pretendo mudar um infinitésimo na minha vida.

— É por isto que você não sai do mesmo lugar,
e continua queimando no inferno que você mesmo criou.

— Esse nosso papo foi uma grande maluquice.

— Foi, sim, porque nós somos ignorantes.

— Bem, depois da tempestade vem a bonança.
E depois da bonança vem a abastança.
Nisso, com esperança, eu tenho plena confiança.

— Esse é o problema; quem esperança não alcança!

— Olhe, se eu não acreditar, se eu não tiver esperança e se eu não esperar...

— Pois é! Você é igualzinho ao 'Pedro-pedreiro-penseiro',
que, como cantou o Chico Buarque, vive esperando.
'Esperando... Esperando... Esperando...
Esperando o Sol... Esperando o trem...
Esperando aumento, desde o ano passado, para o mês que vem...
Esperando o carnaval...
Esperando a sorte grande do bilhete pela federal...
Esperando um filho pra esperar também...
Esperando a sorte... Esperando a morte...'
Que já vem... Que não vem... Que já vem... Que não vem...
E a todas estas coisas sempre disse amém!

 

 

 

Tempestade Mental, Filha da Ignorância!

 

 

 

Música de fundo:

Die Entführung aus dem Serail
Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Interpretação: Chorus of Janissaries - Singt dem großen Bassa Lieder

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=Xsihbr9y96Q

 

Páginas da Internet consultadas: vitimas-da-talidomida

http://testandohike.blogspot.com/
2014/09/as-vitimas-da-talidomida.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Heliocentrismo

https://gfycat.com/

https://gifer.com/en/S2Bc

https://tenor.com/

https://steemit.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Inferno

https://pt.wikipedia.org/wiki/Inferno

http://www.animatedimages.org/

https://www.significados.com.br/dialetica/

 

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