OBRA-PRIMA

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Qual seria a Obra-prima de um ser-humano-aí-no-mundo? Só há Uma: a sua Libertação. Mas, isto é tão difícil e envolve tantas e tantas coisas, que o Mestre Ascensionado Tibetano Djwhal Khul, na primeira metade do século passado, destilando Amor e Solidariedade por todos os poros, telepatizou dezenas de livros, para que Alice Ann Bailey os divulgasse para nós, que, de maneira geral, só gostamos de olhar para a nossa depressão cutânea localizada no centro do abdome, formada a partir da cicatriz do corte do cordão umbilical, e só pensamos em legislar em causa própria. Que se danem as depressões cutâneas localizadas no centro do abdome, formadas a partir da cicatriz do corte do cordão umbilical, dos outros; eles que se virem e que legislem para eles!

 

E assim, apesar de não me considerar mais-que-tudo em relação a ninguém, porém, pensando e agindo de maneira um pouco diferente, digo: obrigado, obrigado, obrigado aos dois – à Alice e a DK – em meu nome (que significa pouco ou quase nada) e em nome da Humanidade (que significa muito ou quase tudo). E já que falei em Humanidade, aqui vai um aforismo categórico de Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg, 12 de fevereiro de 1804): Age de modo que consideres a Humanidade, tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outra, sempre como fim, nunca como simples meio.

 

E como considero que a Obra-prima de um ser-humano-aí-no-mundo seja a sua (relativa) Libertação, lembro de como Miguel Torga, pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha (Vila Real, 12 de Agosto de 1907 – Coimbra, 17 de janeiro de 1995) concluiu o seu Poema Liberdade:Liberdade, que estais em mim, Santificado seja o Vosso Nome. Isto me determina a comentar, mais uma vez, que é baldo tentar encontrar ou alcançar a Liberdade do lado de fora, em não sei onde, por não sei qual método; Ela está dentro de nós, em nosso Coração.

 

 

Liberdade! Liberdade!
Onde estás que não te encontro?
Liberdade! Liberdade!
Onde será o Grande Encontro?

 

 

Bem, agora, pense um pouquinho no que disseram:

Georges Benjamin Clemenceau (1841 – 1929): O homem absurdo é aquele que nunca muda.

Heráclito de Éfeso (aproximadamente 535 a.C. – 475 a.C.): Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio.

Eurípedes (480 a.C. – 406 a.C.): Tudo é mudança; tudo cede o seu lugar e desaparece.

Luís Vaz de Camões (1524 – 1579 ou 1580): Lei é da Natureza/Mudar-se desta sorte o tempo leve:/Suceder à beleza/Da Primavera, o fruto; à calma, a neve;/E tornar outra vez, por certo fio,/Outono, Inverno, Primavera, Estio.

Ludwig Borne (1786 – 1837): Nada é tão duradouro como a mudança.

Um tal de R. D. Pizzinga: Seja como for, querendo ou não querendo, doendo ou cocegando, acabamos mudando. Mas, é melhor mudar por bem do que por mal!

 

 

 

 

 

 

 

Señor Pancho Villa y La Cucaracha
(Que no tiene, que le falta, marihuana que fumar)

 

 

 

Mensalei e petrolei,

mas, não me Libertei!

Falsifiquei e fraudei,

mas, não me Libertei!

Dos bertoldos vantajei,

mas, não me Libertei!

Dos ineptos me abundei,

mas, não me Libertei!

Dos 'zerolhufas' tudo tirei,

mas, não me Libertei!

Dos ceguinhos afanei,

mas, não me Libertei!

Os sem-terra explorei,

mas, não me Libertei!

A 'fingerprint' troquei,

mas, não me Libertei!

Juntei e amontanhei,

mas, não me Libertei!

Peitei e prevariquei,

mas, não me Libertei!

Iludi e amesquinhei,

mas, não me Libertei!

Surrupiei e adicionei,

mas, não me Libertei!

Foroprivilegiadei,

mas, não me Libertei!

Para mim só legislei,

mas, não me Libertei!

Autoridades subornei,

mas, não me Libertei!

Usurpei e escravizei,

mas, não me Libertei!

Defraudei e enganei,

mas, não me Libertei!

Os emigrados expulsei,

mas, não me Libertei!

Mil muralhas levantei,

mas, não me Libertei!

 

 

 

 

Duas torres derrubei,

mas, não me Libertei!

Atentados pratiquei,

mas, não me Libertei!

Hereges descabecei,

mas, não me Libertei!

Adversários fuzilei,

mas, não me Libertei!

Vários Tibetes anexei,

mas, não me Libertei!

 

 

 

 

Culturas genocidei,

mas, não me Libertei!

666 bombas detonei,

mas, não me Libertei!

O Congresso afrontei,

mas, não me Libertei!

Um juiz esculhambei,

mas, não me Libertei!

O Direito menoscabei,

mas, não me Libertei!

A probidade desprezei,

mas, não me Libertei!

A indecência selecionei,

mas, não me Libertei!

A tiranos me associei,

mas, não me Libertei!

Torturadores abriguei,

mas, não me Libertei!

Sociopatas defensei,

mas, não me Libertei!

Holocaustos amparei,

mas, não me Libertei!

 

 

 

Um gatinho apedrejei,

mas, não me Libertei!

Um colibri 'bodoquei',

mas, não me Libertei!

Um aedes vivisseccionei,

mas, não me Libertei!

Cetáceos assassinei,

mas, não me Libertei!

Um islamita magoei,

mas, não me Libertei!

Um judeu prejudiquei,

mas, não me Libertei!

Um budista depreciei,

mas, não me Libertei!

Um cigano importunei,

mas, não me Libertei!

Um quiquiqui arremedei,

mas, não me Libertei!

Um perneta rasteirei,

mas, não me Libertei!

Um 'gay' preconceituei,

mas, não me Libertei!

Uma prostituta rebaixei,

mas, não me Libertei!

Um pedófilo escornei,

mas, não me Libertei!

Uma lésbica vilipendiei,

mas, não me Libertei!

Conspiratas planejei,

mas, não me Libertei!

Guerras incentivei,

mas, não me Libertei!

mas, não me Libertei!

A Magos Negros me aliei,

mas, não me Libertei!

 

 

 

 

O Plexo Solar aleitei,

mas, não me Libertei!

O lá-de-baixo incensei,

mas, não me Libertei!

Xenofobias estimulei,

mas, não me Libertei!

Vim, parti e retornei,

mas, não me Libertei!

Fui vassalo e já fui rei,

mas, não me Libertei!

U'a 'cucaracha' fumei,1

mas, não me Libertei!

Lança-perfume cheirei,

mas, não me Libertei!

Um ecstasy degustei,

mas, não me Libertei!

 

 

Ecstasy

 

 

Ecstasy

 

 

Uma rocha cachimbei,

mas, não me Libertei!

Com a heroína viajei,

mas, não me Libertei!

Com o daime me encantei,

mas, não me Libertei!

U'a carreirinha nariguei,

mas, não me Libertei!

U'a balinha chupei,

mas, não me Libertei!

Um 'big' porre tomei,

mas, não me Libertei!

A Ponte não divisei,

e não me Libertei!

 

..........................

 

Confessei e comunguei,

mas, não me Libertei!

Declarei e assegurei,

mas, não me Libertei!

Beneficiei e dizimei,

mas, não me Libertei!

De cruzadas participei,

mas, não me Libertei!

Ladainhas declamei,

mas, não me Libertei!

Rosários murmurei,

mas, não me Libertei!

Pro deserto me mandei,

mas, não me Libertei!

Santo Antão imitei,

mas, não me Libertei!

Mãe Teodora venerei,

mas, não me Libertei!

Celibatário me tornei,

mas, não me Libertei!

O veganismo adotei,

mas, não me Libertei!

Ambientalista virei,

mas, não me Libertei!

A Deus me entreguei,

mas, não me Libertei!

Insone, jejuei e rezei,

mas, não me Libertei!

Ajoelhei e implorei,

mas, não me Libertei!

Muitíssimo me ciliciei,

mas, não me Libertei!

Quis mudar; fraquejei.

E, não me Libertei!

Não desisti. Continuei.

E, não me Libertei!

De fideísmo cambiei,

mas, não me Libertei!

À velha religião voltei,

mas, não me Libertei!

mas, não me Libertei!

 

 

 

 

Quem eu fui? Não sei!

Quem eu sou? Não sei!

Quem eu serei? Não sei!

 

..........................

 

Para o Interior olhei!

A Cruz desaparelhei!

Na Santa LLuz entrei!

Tudo mudou. Eu mudei!

E... Então, me Libertei!

Agora, sou! Agora sei!

Agora... Sei-sou a Lei!

 

 

 

 

 

 

 

 

_____

Nota:

1. Durante a Revolução Mexicana (conflito armado que teve lugar no México, com início em 20 de novembro de 1910 e término em 1º de junho de 1920), a palavra cucaracha era uma gíria usada para se referir à marihuana ou cigarro de marihuana.

La cucaracha, la cucaracha,
ya no puede caminar.
Porque no tiene, porque le falta,
marihuana que fumar.

 

Música de fundo:

La Cucaracha
Interpretação: Charlie Parker
Fonte:

http://mp3fast.org/charlie-parker
-la-cucaracha-11262595.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://m.gifmania.com.es/

http://libraryofjuggling.com/

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/mudanca/40

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/mudanca/20

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/mudanca/10

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/mudanca

http://memuk73.deviantart.com/

http://demo.maps101.com/

http://citadino.blogspot.com.br/2009/09/bergen
-belsen-um-campo-de-convalescenca.html

http://www.breitbart.com/

https://clipartfest.com/

http://superawesomevectors.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecstasy

https://clipartfest.com/

http://blackmagicspellsremoval.com/?p=1

http://clipart-library.com/sombrero-cliparts.html

http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/
2009/06/barata-tonta.html

https://pt.wikipedia.org/
wiki/La_Cucaracha

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.