RAÍZES DO OCULTO – 1ª Parte

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Henry Steel Olcott

 

 

 

Este estudo se constitui da 1ª parte de uma pequena coletânea de fragmentos garimpados na interessantíssima e muito bem escrita obra Raízes do Oculto (A Verdadeira História de Blavatsky), de autoria do livre-pensador, escritor, erudito, teósofo, advogado, jornalista, co-fundador e presidente da Sociedade Teosófica Henry Steel Olcott, e traduzida por Alcione Soares Ferreira. Olcott ficou conhecido como uma das primeiras personalidades proeminentes do Ocidente a se converter formalmente ao Buddhismo. Eu, se não fosse Rosa+Cruz, de duas uma: ou não seria nada – o mais provável – ou seria buddhista.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Henry Steel Olcott nasceu em Orange, Nova Jersey, Estados Unidos, em 2 de agosto de 1832. Homem de cultura cosmopolita, advogado por profissão, típico nova-iorquino do fim do século, alcançou certo renome como jurista, ocupando cargos e desempenhando funções junto a e para o Erário de Nova York.

 

Profundamente interessado em ciência e tecnologia, não se cansava de investigar e assuntar neste campo. Durante a Guerra Civil, com a patente de Coronel, atuou intensamente junto ao Ministério da Guerra, no âmbito do apoio logístico e da coordenação de abastecimento às tropas. Em Nova York, Olcott se dedicou ainda ao jornalismo, como colaborador para diversos jornais, chegando a obter algum renome nesta atividade. E foi na condição de correspondente freelancer do New York Daily Graphic, em 1874, fazendo uma cobertura dos fenômenos mediúnicos de Chinttenden, que Olcott veio a conhecer Madame Blavatsky, que lá se achava em companhia de uma amiga. Entre os dois nasceu instantânea simpatia, que evoluiu rapidamente numa amizade duradoura e decisiva. Olcott colaborou com Helena Petrovna Blavatsky na consecução da sua obra pública, prestou-lhe inestimável colaboração na redação e publicação de Ísis Revelada, foi seu consultor e de certa forma seu protetor em questões de ordem prática e jurídica. Madame Blavatsky era, segundo o próprio Olcott e na opinião unânime de seus biógrafos, e como freqüentemente ocorre com pessoas de intensa vida espiritual ou intelectual, profundamente vulnerável aos pequenos embaraços do cotidiano. Dividiram um apartamento em Nova York, que se constituiu em certa época em um verdadeiro centro cultural e boêmio da cidade. Compartilharam outras casas em outras cidades e juntos viajaram pela Índia e pela Europa. Ao contrário, porém, do que supunham e apregoavam os críticos e observadores da época, e provavelmente grande parte da opinião pública, jamais mantiveram qualquer espécie de laço sexual ou sentimental. Em seu livro, Olcott diz mesmo que para Helena Blavatsky (na qual se agita[va] um ciclone vital na maior parte do tempo, citando as palavras de um Mestre, e que recebeu de muitos, como prêmio pelo seu altruísmo, uma selvagem ingratidão e uma cega depreciação) ele não chegou a ter um significado profundo como amigo, senão como colaborador. Sem entrar em justificativas ou em explicações mais elaboradas, devo dizer que pessoas como Madame Blavatsky não constroem mesmo amizades profundas, no sentido que uma amizade profunda é normalmente concebido. Simplesmente, não podem, porque estão acima de amizades profundas. Henry Steel Olcott não foi uma exceção; foi a regra.

 

Modestamente, o Coronel Olcott atribui-se na obra pública de Madame Blavatsky um mero lugar de colaborador. É, porém, sabido e notório que, não fora a experiência dele no plano organizacional, sua assistência técnica, os recursos financeiros que muitas vezes proveu à causa, e, ainda, seu amplo relacionamento nas esferas sociais e políticas americanas, talvez a Sociedade Teosófica não tivesse chegado a ganhar existência concreta.

 

Diferentemente de Helena Petrovna Blavatsky, Olcott chegou a testemunhar o acender das luzes do novo século – no qual os intelectuais e os cientistas do século passado depositavam infinitas esperanças. Olcott morreu em 17 de fevereiro de 1907, Adyar, Madras, na Índia, quando a Sociedade Teosófica já tinha perto de 500 sucursais em todo o mundo. Até hoje, ele ainda é recordado por muitos em Sri Lanka, e, especialmente, pelos estudantes destas escolas.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

Meu primeiro encontro com Madame Blavatsky foi um incidente bastante prosaico. Eu disse: — Permettez moi, Madame e lhe dei fogo para o cigarro. Assim, nosso conhecimento começou em fumaça, mas, suscitou um incêndio grande e permanente.

A solidariedade comum pelo lado oculto e mais elevado dos seres-aí e da Natureza se traduz pela atração de [personalidade-]alma a [personalidade-]alma, não de sexo a sexo.

Não se deve aceitar nada em confiança.1

'Eu podia produzir os mesmos fenômenos espíritas à vontade... Auxiliada por M. [Mestre Morya] e sua força, trouxe da Luz Astral os rostos de John King e de Katie King e produzi os fenômenos de materialização... No mundo invisível, existem seres, sejam eles "espíritos" de mortos, sejam elementais... No homem, há poderes ocultos capazes de fazer dele um deus sobre a Terra... Empenhei minha palavra em ajudar as pessoas no Caminho da Verdade enquanto vivesse, e manterei minha palavra.' (Helena Petrovna Blavatsky, apud Henry Steel Olcott).

O inimigo militante e preconceituoso da crença espiritual é, sabidamente, a ciência física, semidouta e materialista, com seus líderes e sectários.

'Eu posso fazer um elemental se transformar em borboleta. (Helena Petrovna Blavatsky, apud Henry Steel Olcott).2

Existe e sempre existiu uma aliança altruística ou Fraternidade dos Irmãos Maiores da Humanidade, que estão espalhados pelo mundo todo. Esta Fraternidade, porém, está dividida em duas correntes, de acordo com as necessidades da raça humana em seus sucessivos estágios de evolução. Em uma era, o centro focal desta força de auxílio mundial está localizado em um lugar; em outra era, em outra parte. Despercebidos, insuspeitados como as correntes espirituais vivificadoras do Akasha [Princípio Etérico, Princípio Original ou Substrato Espiritual Primordial, que Éliphas Lèvi denominou de Luz Astral], têm se mostrado indispensáveis para o bem-estar espiritual da Humanidade. Sua Energia Divina combinada se mantém, de idade a idade, e continuamente revigora o peregrino da Terra, que se empenha no rumo da Realidade Divina.3

Cada indivíduo, seja Adepto ou leigo, evoluiu ao longo de determinada linha do Logos, encontrando-se em identificação espiritual com almas simpáticas desta linha, ao mesmo tempo em que pode, neste plano físico, achar-se em posição antagônica com entidades de outras linhas quando encarnadas. Trata-se, por assim dizer, da razão última da assim chamada simpatia ou antipatia magnética, áurica ou física. É por isto que alguns Mestres não puderam e não trabalharam com Madame Blavatsky.

O amanhã, geralmente, traz desilusão e desgosto, quando não se tem a prudência necessária para não fazer tudo de novo.

Quando procedemos à análise dos fenômenos psíquicos de Madame Blavatsky ou a ela relacionados, descobrimos que podem ser classificados como segue: 1º - aqueles cuja produção requer um conhecimento das propriedades últimas da matéria, da força de coesão que aglomera os átomos, especialmente um conhecimento do Akasha, da sua composição, do seu conteúdo e das suas potencialidades; 2º - aqueles que se relacionam com os poderes dos dementais, quando tornados subservientes à vontade humana; 3º - aqueles em que a sugestão hipnótica cria, por intermédio de transferência de pensamento do médium, sensações ilusórias de visão, som e tato; 4º - aqueles que envolvem a arte de produzir imagens objetivas, pictóricas ou de escrita, que são criadas, primeiro, propositalmente na mente do adepto-operador: por exemplo, a precipitação de um quadro ou um escrito sobre papel ou outra superfície material, ou de uma carta, de uma imagem ou de outra marca sobre a pele humana; 5º - os relativos à leitura de pensamento e de clarividência retrospectiva ou prospectiva; 6º - os de intercâmbio de vontade entre a mente dela e as de outras pessoas vivas, fisicamente igual ou melhor dotadas do que ela própria, ou, por vezes, a subordinação da vontade dela e de toda a sua personalidade à vontade de outra entidade; e 7º - os da classe mais elevada, em que, por introspecção espiritual, ou intuição, ou inspiração – como são impropriamente chamados, não havendo diferença real de categoria, mas, apenas, de nomes ela atingia as reservas acumuladas de conhecimento humano jacentes no registro da Luz Astral.

 

 

Recreação Meramente Pictórica

 

 

Caminhos da Providência: A T D R.

Um princípio científico sustenta todas as objetivações-precipitações instantâneas de imagens previamente visualizadas ou formadas na mente do especialista: emprego de força cósmica e de matéria difusa do espaço. A imaginação é a divindade criativa oculta; força e matéria são suas ferramentas de trabalho.

 

 

Equação Benice

 

 

A sugestão hipnótica reside no fato de que o efeito inibitório sobre os órgãos da percepção do sujeito resulta de comando ou de sugestão mental.

Certas pessoas, por sua simples presença, interferem seriamente nos fenômenos [medianímicos], e a simples proximidade delas os paralisa; e tal sucede não por culpa dessas pessoas nem por qualquer atitude mental de sua parte (como falta de fé etc.), mas, em decorrência da atmosfera que as envolve. Quanto mais sensitivo for o médium, isto se tornará mais perceptível. (carta do Professor Tyndall à velha Sociedade Dialética de Londres, apud Henry Steel Olcott).

Todas as raças de espíritos elementais são passíveis de ser controladas pelo homem, quando, nele, se desenvolvem suas potências divinas inatas. Sua vontade se torna, então, uma força irresistível, ante a qual todos os seres inferiores (ou seja, qualquer força elemental, seja ela organizada em entidades ou como agentes cósmicos brutos e cegos) são coagidos a se render.

 

 

Recreação Meramente Pictórica

 

 

O espaço [e também a distância] não constitui qualquer obstáculo à transmissão de sugestões de pensamento de um Mestre para um o discípulo.

Todos os impulsos mentais transformados em palavras e em atos geram inevitavelmente as seqüências de causa(s) e efeito(s).

 

 

 

Não cabe qualquer mérito ao passo inicial, mas, se o efeito resultante for bom, quem dá o passo inicial partilhará do benefício global que o efeito vier a conferir à Humanidade.4

Geralmente, os crédulos não pedem nada mais do que pagar para serem ludibriados.

A medianimidade, em muitos casos, costuma se tornar uma prostituição psíquica.

Pensamento —› Vontade —› Força Ativa.

Em alguns sensitivos medianímicos, os fatos observados parecem indicar uma troca total de "polaridade vital" na produção dos fenômenos, acontecendo, geralmente, queda da temperatura corporal.

A Ciência Oculta admite que a matéria possa ser transportada da Terceira Dimensão para a Quarta Dimensão, e que, novamente, seja restituída à Terceira Dimensão.5

 

 

 

A matéria pode ter peso sem apresentar volume físico.

É possível se "cobrir" qualquer coisa com a máscara da invisibilidade, seja um homem, seja uma sala cheia de gente, seja uma casa, seja uma árvore, seja rocha, seja estrada, seja montanha, seja lá o que for. As possibilidades são ilimitadas.

Para a Filosofia Espiritual, o experimento psíquico está na mesma relação que, por exemplo, o experimento químico está para a Ciência Química.6

'A Filosofia Oriental da Unidade e da Evolução antecipou em muitos séculos as modernas teorias da correlação de forças e da conservação da energia.' (Failes, sob o pseudônimo de "Hiraf", apud Henry Steel Olcott).

'O isolamento é a punição da grandeza.' (X. B. Saintine, apud Henry Steel Olcott).

'A Verdadeira KaBaLa – da qual a versão judaica é apenas um fragmento encontra-se na posse de apenas uns poucos Filósofos Orientais.' (Helena Petrovna Blavatsky, apud Henry Steel Olcott).

'O Espiritismo, nas mãos de um Adepto, torna-se Magia, pois ele é versado na arte de misturar as Leis do Universo, sem transgredir qualquer delas, e, portanto, de violar a Natureza. Nas mãos de um médium inexperiente, o Espiritismo se torna feitiçaria ignorante, pois, ele abre uma porta, desconhecida para ele próprio, de comunicação entre os dois mundos, através da qual emergem as forças cegas da Natureza que se ocultam na Luz Astral, bem como espíritos bons e maus.' (Helena Petrovna Blavatsky, apud Henry Steel Olcott).

Na "Estrela da Perfeição" está registrado o segredo do problema geométrico da proporção. É, de fato, o verdadeiro cânone da arquitetura da Natureza. (George Henry Felt, apud Henry Steel Olcott).

O misterioso aparecimento e súbito desaparecimento de gente misteriosa, trazendo livros raros ao homem certo ou que lhe dão pistas úteis que o colocam na trilha certa através do pântano de dificuldades pelo qual ele se debate rumo à verdade não é uma experiência incomum.

Seria exagero dizer que todo aspirante ao Conhecimento dos Arcanos tem sua oportunidade, uma vez na vida, embora seja verdade, creio eu, que a percentagem daqueles que a têm é cem vezes maior do que as pessoas imaginam.7

Sociedade Teosófica Per Angusta ad Augusta. [Às coisas excelentes pelos caminhos estreitos. Não se vence na vida sem lutas.]

É um ato sumamente inamistoso [e ignorante] tentar fazer de qualquer ser humano um ente acima da Humanidade, sem fraquezas, manchas ou nódoas, pois, isto é impossível.

Helena Petrovna Blavatsky empregou diversas vezes elementais para produzir os mais variados fenômenos.

Quando Imaginação e Vontade agem simultaneamente podem criar e emprestar objetividade a imagens mentais recém-formadas.

 

 

 

 

O Karma, sempre, desenvolve seus pioneiros, semeadores e segadores.

É melhor ser porteiro ou mesmo algo ainda mais servil do que isso na "Casa do Senhor das Alturas", do que morar em qualquer pavilhão de seda que possa oferecer o mundo egoísta.

Existe apenas uma Primeira Causa, incriada...

Alma do Mundo – Sopro que dá e retira a forma a tudo. O Universo é sua manifestação e revelação. Vós, perante quem a luz do ser é uma sombra que muda e um vapor que se dissipa, exalais o vosso hálito, e os espaços infinitos se povoam; aspirais, e tudo o que esteve à vossa frente retorna novamente.

Para o perdão dos 'pecados', é ineficaz [e ineficiente] o arrependimento no leito de morte.8

Não pode haver perdão [remissão] para a menor das transgressões, pois, isto lançaria o Universo no caos. Deve haver compensação, equilíbrio e justiça.

Teologia [Theos (Divindade) + Logos (Palavra)]: Vontade revelada de Deus; Teosofia [Theos (Divindade) + ShOPhIa (Sabedoria)]: Conhecimento direto de Deus. A Teologia pede que acreditemos no que outrem viu e ouviu; a Teosofia ensina que devemos ver e ouvir por nós mesmos. A Teosofia ensina que, pelo cultivo dos seus poderes inatos, o homem pode ser interiormente Illuminado e adquirir, assim, o Conhecimento de suas Faculdades Divinas.

A censura e o elogio dos ignorantes têm igualmente nenhum valor.

Afirmar que a mediunidade e a condição de Adepto são coisas compatíveis, e que qualquer Adepto se deixaria guiar ou comandar por espíritos desencarnados, é um absurdo só comparável a dizer que os Pólos Norte e Sul estão em contato entre si.

'Todas as coisas do Plano Objetivo têm suas imagens revertidas no Plano Astral.' (Helena Petrovna Blavatsky, apud Henry Steel Olcott).

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Isto significa simplesmente o seguinte: ou passamos pessoalmente pelas experiências ou nada feito. As experiências dos outros, autênticas ou não, são dos outros, e, seja como for, não são transferíveis, como as nossas também são intransmissíveis para quem quer que seja. Enfim, demonstrações psíquicas podem até ajudar um pouco, entretanto, não formam ninguém em coisa nenhuma.

2. Henry Steel Olcott comprovou esta transformação. Todavia, o inseto não era real, mas, ilusório. Em outra ocasião, Madame Blavatsky materializou dois grandes cachos maduros de uvas pretas, tipo Hamburgo. Quanto a isto, eu gostaria de rapidamente comentar que o ilusionista inglês Dynamo (nascido Steven Frayne; 17 de dezembro de 1982), em algumas de suas mágicas e de seus ilusionismos, pode ser – apenas pode ser e nada além de pode ser – que, entre outras possibilidades, manipule elementais para operar certas transformações impressionantes. Esta especulação só poderia ser confirmada ou contestada se soubéssemos exatamente quem foi seu amado avô, Ken Walsh (a quem Dynamo se refere como grandpa) que o introduziu, ainda garoto, no mundo da mágica.

3. Isto é como tenho dito: na maioria das vezes, sem sabermos ou termos consciência objetiva dos fatos (porque as idéias pintam na nossa cuca e pensamos que são nossas), somos psiquicamente ajudados, e esta ajuda, quando efetivamente acontece, geralmente, se faz por intermédio da Lei da Assunção, já que, usualmente, não há intermediação visível destas entidades. Mas, Aqueles-Que-Podem jamais farão qualquer coisa por nós, pois, isto não teria o menor cabimento, ou seja: os Mestres Ascensos e os Adeptos não interferem com o carma de ninguém. Se estivermos com frio, quem deverá cortar lenha e fazer uma fogueira somos nós. Mas, lamentavelmente, a maioria das pessoas, por indolência e preguiça mental, prefere morrer de hipotermia.

4. Aqui, eu gostaria de propor o seguinte pensamento para reflexão: se tudo é Um, se somos todos um, então, o mérito pessoal, individual, seja lá pelo que for – em termos rigorosamente místicos e estritamente metafísicos – não existe, ou seja, não se sustenta. As desgraças e as dores das guerras e os benefícios e as conveniências da paz, por exemplo, são como um grande guarda-chuva sobre as cabeças de todos nós. Mérito e demérito, agonia e êxtase, saúde e doença, pauperismo e riqueza, fome e saciedade, xenofobia e simpatia (solidariedade, fraternidade e tolerância) etc., na verdade, não existem como coisas isoladas, pessoais; fazem parte da coletividade humana (carma coletivo terreno), e, por extensão, do Universo (carma universal). A coisa é mais ou menos como aquilo já discuti em outros textos: enquanto um ser do Universo padecer, todos os seres do Universo padecerão. Enfim, tudo faz parte de tudo, todos partilham tudo. Reconheço que este argumento pode ser contestado com exemplos de assassinatos, pedofilia, traficâncias, vandalismos, tiranias, injustiças, favoritismos, crueldades, e por aí vai, mas, um ou mais pontos aparentemente fora da curva não alteram a regra – que pode ser resumida em necessária ascensão para relativa reintegração.

 

Pontos Aparentemente Fora da Curva

 

5. Na realidade, a Ciência Oculta conhece a Lei que permite operar este transporte. Talvez, isto explique o funcionamento dos denominados buracos de verme ou buracos de minhoca (em inglês, wormhole, também conhecido como Ponte de Einstein-Rosen e Buraco de Verme de Karl Schwarzschild) – característica topológica hipotética (para a ciência) do continuum espaço-tempo, em essência, um "atalho" através do espaço e do tempo. Um buraco de verme possui ao menos duas "bocas" conectadas a uma única "garganta" ou "tubo". Se o buraco de verme for transponível, a matéria poderá "viajar" de uma boca para outra, passando através da garganta. Embora (para a ciência) não exista evidência direta da existência de buracos de verme, um continuum espaço-tempo contendo tais entidades costuma ser considerado válido pela Relatividade Geral. Enfim, o intercâmbio dimensional para a matéria é possível; todavia, há um limite para isto. A Hipótese Interdimensional (Interdimensional Hypothesis, IDH ou IH) é uma idéia avançada defendida por ufólogos, como Jacques Fabrice Vallée, que admite que objetos voadores não identificados (OVNIs) e eventos relacionados envolvem visitações de outras realidades ou dimensões, que coexistem separadamente ao lado de nossa própria. É uma alternativa para a hipótese extraterrestre, que também afirma que os OVNIs e os denominados seres extraterrestres (ETs) são manifestações modernas de um fenômeno que tem ocorrido ao longo da história humana registrada, que em épocas anteriores foram atribuídas a criaturas mitológicas ou sobrenaturais. Quanto a isto, quem sabe se possa pensar também em civilizações muito mais adiantadas do que a nossa, e que remanesçam em planos distintos no interior da própria Terra. California... Cascade Range... Mount Shasta... Lemúria! No Mount Shasta (Monte Shasta) ocorre um estranho acontecimento: nos últimos 60 anos, as geleiras quase que dobraram de tamanho, e isto por causa de uma coisa que deveria derretê-las – o aquecimento global. A maior das geleiras tinha pouco mais de 3.000 metros de extensão. Hoje, tem 900 metros a mais, e cresce 15 metros por ano. Isto se deve ao aumento de 30% das nevascas no lugar.

 

Buraco de Verme

Buraco de Verme
Diagrama Integrado de Karl Schwarzschild

 

6. Como se pode comprovar, por exemplo, que o metal sódio reage violenta e explosivamente com a água? Fazendo a experiência: Na + H2O —› NaOH + [H]. Como se pode comprovar que é possível dobrar ao meio sete vezes uma folha de papel? É difícil, mas, se tentarmos dobrá-la, conseguiremos. Quem não conseguir, peça ao Sansão; ele conseguirá. Como se pode comprovar a veracidade de uma Lei Mística? Se for possível e exeqüível, demonstrando-a. Mas, há coisas que são indemonstráveis, como, por exemplo, a quadratura do círculo – um problema proposto pelos antigos geômetras gregos, consistindo em construir um quadrado com a mesma área de um dado círculo servindo-se somente de uma régua e um compasso, em um número finito de etapas. Para tudo há um limite, até para o próprio Universo, que é finito, porém, ilimitado. Aqui, quero abrir um parêntesis para comentar que não existe essa esdruxulice de espiritualismo ocidental e espiritualismo oriental, como admitiu Henry Steel Olcott; só há um espiritualismo. Se diferenças existem entre os dois, elas estão em nossas cabeças, isto é, na perspectivação das coisas, decorrente e conseqüente de... Apenas isto.

 

A impossível quadratura do círculo

 

7. Acredito que ninguém esteja inteiramente só ou desacompanhado, mas, só o mérito e o esforço pessoal poderão oportunizar vôos a lugares, digamos assim, normalmente vedados aos meramente curiosos, nefelibatas e indignos. Na verdade, conforme já comentei em outra oportunidade, o mérito e o esforço pessoal são apenas dois lados de um triângulo, cujo terceiro lado é a necessária oportunidade. O que não é oportuno não acontece, porque, simplesmente, não existe o tal do por acaso.

8. O arrependimento sincero sempre tem algo embutido de eficaz e de eficiente e, como causa, sempre produz algum efeito, mas, não para perdão de 'pecados'. Quanto a mim, não quero ser absolvido de nada, até porque não existe absolvição; todavia, quero ter todas as oportunidades possíveis para corrigir os meus erros e transmutar a minha ignorância – que é sesquipedal.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.nicabm.com/nicabmblog/
rewiring-the-brain-for-health-with-computers/

http://borboleta-preta.blogspot.com.br/
2011/11/conceitos-de-nonagrama.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Quadratura_do_c%C3%ADrculo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Shasta

http://en.wikipedia.org/wiki/
Interdimensional_hypothesis

http://en.wikipedia.org/wiki/Wormhole

http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_de_minhoca

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
Dice_analogy-_1_to_5_dimensions.svg

http://photobucket.com/

http://gledwood4.blogspot.com.br/
2013_05_01_archive.html

http://www.layoutsparks.com/pictures/smoke-6

http://www.geekextreme.com/funny-randomness/
animated-gifs-by-artist-paolo-ceric-13245

http://pt.wikipedia.org/wiki/Akasha

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dynamo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Steel_Olcott

http://www.multiajuda.com.br/livro.php
?id=13610&n=Ra%EDzes+do+Oculto

 

Música de fundo:

The Shadow of Your Smile
Compositores: Johnny Mandel (música) & Paul Francis Webster (letra)
Intérprete: Stevie Wonder

 

Direitos autorais:

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