Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

asta! Nunca mais

truculência, assaltos e arrastões.

Basta! Nunca mais

incêndio de carros e explosões.

 

 

 

Basta! Nunca mais

homicídios e fratricídios.

Basta! Nunca mais

infanticídios e genocídios.1

 

Basta! Nunca mais

Nero Cæsar Germanicus.

Basta! Nunca mais

 

Basta! Nunca mais

Tomás de Torquemada.

Basta! Nunca mais

pêra2 aqui, ali e lá enfiada.

 

Basta! Nunca mais

Jorge Rafael Videla.

Basta! Nunca mais

por medo —› fechar a janela.

 

Basta! Nunca mais

Emilio Eduardo Massera.

Basta! Nunca mais

com medo —› ficar à espera.

 

Basta! Nunca mais

Orlando Ramón Agosti.

Basta! Nunca mais

de medo —› poça de xixi.

 

Basta! Nunca mais

Emílio Garrastazu Médici.

Basta! Nunca mais

tacanhice, quixotice e sandice.

 

Basta! Nunca mais

Augusto Pinochet Ugarte.

Basta! Nunca mais

canhão, alabarda e bacamarte.

 

Basta! Nunca mais

Fulgencio Batista y Zaldívar.

Basta! Nunca mais

lei marcial e golpe militar.

 

 

Basta! Nunca mais

Anastasio Tacho Somoza García.

Basta! Nunca mais

correria, serventia e fuzilaria.

 

Basta! Nunca mais

Slobodan Miloševic.

Basta! Nunca mais

limpeza étnica cruel e pique.

 

Basta! Nunca mais

Francisco Hermenegildo Franco.

Basta! Nunca mais

Guernica3, sangre y barranco.

 

Basta! Nunca mais

Harry (Sorrow?) Truman.

Basta! Nunca mais

 

 

 

 

Quando será esse nunca mais?

Quando o H. sapiens irá se libertar?

Quando, enfim, aportaremos no Cais?

Resposta: quando deixarmos de () desejar!

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. O genocídio – um tipo de limpeza étnica – tem sido definido como o assassinato deliberado de pessoas, motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e (por vezes) políticas. O termo genocídio não existia antes de 1944; ele foi criado pelo advogado polonês Raphael Lemkin (1900 – 1959) como um conceito específico para designar crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de grupos nacionais, étnicos, raciais, e/ou religiosos. O vocábulo foi criado por Raphael juntando a raiz grega genos (família, tribo ou raça) e cædere (latim – matar brutalmente). Exemplos de genocídios absurdos e brutais:

a) Genocídio de nativos na América Espanhola, séculos XVI e XVII. Mortos: 3 milhões.

b) Genocídio de nativos na América do Norte, século XIX. Mortos: 3 milhões.

c) Genocídio de Armênios durante a Primeira Guerra Mundial, 1915. Mortos: 1,5 milhões.

d) Genocídio de ucranianos na Ucrânia, 1932 a 1933. Mortos: entre 2,6 milhões e 10 milhões.

e) Genocídio de judeus na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, 1941 a 1945. Mortos: 6 milhões.

f) Genocídio de minorias no Camboja, 1975 a 1979. Mortos: 2 milhões.

g) Genocídio de minorias em Kosovo, 1991 a 1999. Mortos: 300 mil.

h) Genocídio de tutsis em Ruanda, 1994. Mortos: 800 mil.

i) Genocídio de grupos não árabes em Dahfur, de 2003 até hoje. Mortos: 400 mil.

2. A pêra era um dos muitos brinquedinhos infernais usados pelos torturadores sádico-esquizofrênico-inquisitoriais (que se diziam padres e que eram reconhecidos como indispensáveis e apoiados tanto pela Sancta Sedes Apostolica quanto pelos monarcas dos reinos onde atuavam como inquisidores). O seu nome – pêra – provém da sua forma. Este instrumento de filme de horror tem um mecanismo de parafuso que progressivamente vai se expandido até à abertura máxima dos elementos de que é feito. A pêra era forçada na boca ou no reto das vítimas masculinas e na vagina das vítimas femininas. A pêra (retal, vaginal ou oral) foi infligida nas pessoas suspeitas de sodomia, de hereticidade, de adultério, de incesto e de união sexual com satã (como se isto fosse possível). Foi também infligida em pregadores heréticos ou blasfemos. Esta tortura tem implícita em si a idéia de infligir o castigo que era oposto ao tipo de crime que a pessoa havia cometido. Os usos diferentes da pêra oral, anal ou vaginal normalmente eram determinados pelo suposto crime. Por exemplo: um acusado de praticar atos homossexuais seria torturado analmente; uma bruxa ou um blasfemo receberia a pêra oral. Já as mulheres suspeitas de adultério, de incesto ou de união sexual com satã, eu já expliquei onde ela era enfiada. O resultado desta bárbara tortura era que o interior da cavidade em que ela era introduzida – sem qualquer lubrificante, claro! – era irremediavelmente mutilado, quase sempre fatalmente. Os dentes pontiagudos no final dos segmentos serviam para melhor rasgar a garganta, os intestinos ou o útero. A amedrontante pêra é esse abre-e-fecha escabroso e arrombador aí embaixo (que não tem nada a ver com a ave passeriforme da família dos emberizídeos – ou seja, o Coryphospingus cucullatus em que o macho possui coloração vermelho-escura e topete escarlate com bordas negras, e a fêmea é parda, com partes inferiores avermelhadas).

 

 

 

 

3. Guernica é uma pequena localidade no País Basco (uma das dezessete comunidades autônomas da Espanha). Guernica foi bombardeada pelos nazistas em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, o que inspirou Pablo Picasso (1881 – 1973) a pintar sua famosa obra Guernica. Picasso pintou este quadro para retratar o estado de Guernica após o bombardeio: restos de pessoas espalhados por todos os lugares. Dizem que durante uma exposição, um oficial nazista indagou a Picasso; — Foi você quem fez isso? Ele respondeu: — Não, vocês fizeram; eu só pintei!

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://reporterdecristo.com/fotos-de-instrumentos
-de-tortura-de-cristaos-da-idade-media/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Genoc%C3%ADdio

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guernica

http://pt.wikipedia.org/wiki/Totalitarismo

 

Música de fundo:

Imagine
Composição: John Lennon
Interpretação: John Lennon

Fonte:

http://www.umnovoencontromusical.com/internacionais-J.htm