Rodolfo
Domenico Pizzinga
Essa
nova ortografia
é
uma defunta porcaria.
O xexé
não irá aceder
e o puto
não terá prazer.
Sem
acento na plateia
e sem
um tônico na ideia,
eu, que
estou nos -enta,
só
aguento com
pimenta.
No
caso do sequestro,
quem gozou
foi Sinestro.
Doravante,
um malfeitor
sequestrará
sem-trema-pôr.
Já,
se você gosta de pizza,
com Allium
cepa
e linguiça,
genuflita
e ore na almocela,
para não
a entalar na goela.
Aqui,
dirão: fenômeno!
lá,
articularão: fenómeno!
Essa airada
dupla grafia
sempre
gestou ingresia.
E
quem era anti-semita
foi elevado
a antissemita!
Mas,
e as contrarregras?
Como (ver)terão
as regras?
No
cafona e no mignon,
este Acordo
só dá frisson.
E o
Poeta Ferreira Gullar1
disse
que só irá prejuizar.
Ora!
Chiem os lingüistas!
Muitos,
da língua artistas,
sufocados,
irão continuar,
na frutas-pães,
a hifenizar.
Mas,
não se deve prolatar
que abnuir
seja emburrar.
É
somentemente
um protesto
com esse
changer
funesto!
Eu
sou de pouco sonhar,
porém,
ando a pesadelar.
Outro
dia, um circunflexo
deu de
catucar meu plexo!
Pior
foi o raio do trema:
queria
me impor um enema!
Não
suporto arroz com mel;
mimo
caldo-de-cana + pastel.
Por
aqui, vou epilogando;
amei esse
brincar brincando.
Se quiser,
você pode argüir,