Sem
dúvida, toda acumulação, para fins de autoconhecimento,
é um obstáculo à continuação do descobrimento
do Eu Interior, e é esta acumulação que nos faz pensar
positivamente [comparativamente].
Portanto,
precisamos nos libertar do ego, pois, quando não houver mais uma
entidade que acumula, encontraremos o Verdadeiro Estado Criador. Só
a mente livre é criadora, e nenhuma liberdade poderá haver
enquanto armazenarmos experiências, porque aquilo que se acumula se
torna o centro do ego –
de um ego que pensa positivamente. O pensar positivo é resultado
da acumulação. E assim, enquanto estivermos acumulando, juntando
e guardando, nossa mente sós pensará em termos relativos [comparativos]
ao que deve fazer e como fazê-lo, e, nestas condições,
nosso Eu Interior nunca poderá ser livre, pois, todo o processo do
nosso pensar está baseado nas acumulações do passado,
nas experiências do passado, passado que nada mais é do que
a soma de todas as acumulações, a soma de todas as influências,
a soma de todos os condicionamentos da nossa mente. O grande problema é
que achamos que, quanto mais adquirirmos conhecimentos, quanto mais acumularmos
experiências, quanto maior for o nosso 'background', tanto maior será
a nossa capacidade de solucionar os problemas que surgem. Mas, é
exatamente o contrário. Então, preste muita atenção
nisto: só poderemos compreender completamente um problema, se e quando
o nosso Eu Interior estiver tranqüilo, o que só acontecerá
quando não houver mais compulsão de espécie alguma,
ou seja, quando entrarmos no SILÊNCIO em SILÊNCIO TOTAL. [In:
Viver Sem Temor,
de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
—
De
montão, acumulei, colecionei e juntei,
e fiquei na mesma e na mesma fiquei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e, progressivamente, eu me amesquinhei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e copiei, plagiei e imitei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e só dores e grilhões amontoei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e bulhufas acrescentei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e cada vez mais minorei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e cada vez mais labirintei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e o espaço-tempo inventei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e o aquarelado descolorizei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e o ilimitado limitei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e cada vez mais hipotisei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e – do nada – o Universo engendrei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e um 'Big Bang' teológico mirabolei.
Big
Bang
—
De
montão, acumulei, colecionei e juntei,
e – por nada – o Universo arrasei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e um 'Big Crunch' terminativo mirabolei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e um 'Big Rip' terminativo mirabolei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e um 'Big Freeze' terminativo mirabolei.
Big
Freeze
— De
montão, acumulei, colecionei e juntei,
e a morte térmica do Universo mirabolei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e um deus sentado em um trono fantasiei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e mil e dois demônios inventei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e o Dia do Juízo punitivo arquitetei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e de cagaço em cagaço me borrei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e uma paranóia fabriquei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e nem um tiquinho avancei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e tão-só retrogradei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e nem um pouquinho ascensionei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e tão-só ajoelhei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e tão-só empobrei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e tão-só me ofusquei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e tão-só me embaralhei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e tão-só me equivoquei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e não me libertei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e nunquinha Silenciei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e não aprendi a Lei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e só em asnices acreditei.
—
De
montão, acumulei, colecionei e juntei,
e minha vida coisifiquei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e com o meu cérebro abdominal pactuei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e um zé-dos-anzóis-carapuça me tornei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e a LLuz não
vislumbrei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e da Noite Negra não me livrei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e pifei um lheguelhé-não-sei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e no Plano Astral acabei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e no Plano Astral milênios morei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e, um dia, reencarnei.
De montão, acumulei, colecionei e juntei,
e a acumular, colecionar e juntar recomecei.
E por acumular, colecionar e juntar,
prisioneiro de mim mesmo continuei!
O
Labirinto da Acumulação
Música
de fundo:
The
Sound of Silence
Composição: Paul Simon
Interpretação: Pentatonix
Fonte:
http://mp3-top.info/104000-
pentatonix-the-sound-od-silence.html
Páginas
da Internet consultadas:
https://www.shutterstock.com
https://audiokarma.org/forums/index.php
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