Este
estudo se baseia no artigo Noé
e sua Admirável Arca, de autoria de Manly Palmer Hall.
Breve
Biografia
Manly
Palmer Hall (Peterborough, Ontario, 18 de março de 1901 –
29 de agosto de 1990, Los Angeles, California) foi um místico e
autor canadense de mais de cem livros, dentre eles The Secret Teachings
of All Ages: An Encyclopedic Outline of Masonic, Hermetic, Qabbalistic
and Rosicrucian Symbolical Philosophy, que ele publicou aos 25 anos
de idade.
Em
1934, Hall fundou a Philosophical Research Society, em Los Angeles,
EUA, dedicada ao ideal de buscar soluções para os problemas
humanos.
Uma
biografia mais detalhada está disponível em:
http://www.christianrosenkreuz.org/mph_biografia.htm
NOÉ
E SUA ADMIRÁVEL ARCA
Todas
as passagens da Bíblia têm muitas interpretações,
pois, ela foi escrita como a chave de todas as coisas e não meramente
como explanação de um único Mistério. Por
exemplo, quando estudamos a parte que fala da história de Noé
e da Sua Arca, estamos lidando com uma alegoria duodécupla. Muitos
mistérios da Bíblia não foram ainda compreendidos
pelos mais adiantados estudantes, e não o serão totalmente
até que a mente humana atinja proporções cósmicas.
Alegoria
Duodécupla
A
Bíblia é um livro secreto e continuará secreto até
que o próprio homem, pela purificação de seus corpos
e o equilíbrio de sua mente, tenha fornecido à espada de
seu espírito o poder de cortar o Nó Górdio e, para
isso, o Irmão Leigo precisa despender anos e talvez vidas tentando
desatá-Lo.
Alexandre, o Grande, Cortando o
Nó Górdio
(Pintura do Século XIX)
A
verdadeira obra oculta não é secreta, pois, ninguém
está proibido de estudar e de dominar as Leis da Natureza, mas,
até termos nos preparado pelo serviço e pelo altruísmo,
seremos incapazes de compreender a grandeza, a pureza e a justiça
do Plano Universal.
A
Bíblia é um livro secreto pela mesma razão que o
estudante nada pode ver além do mundo físico ou nos livros
sagrados até que tenha desenvolvido olhos internos para ver e apreciar
as realidades ocultas. Robert Green Ingersoll (Condado de Yates, 11 de
agosto de 1833 —
Dobbs Ferry, 21 de julho de 1899) foi perfeitamente correto quando disse
um Deus [interior]
honrado
é a mais nobre Obra do homem, pois, enquanto Deus
for imutável segundo o conceito que d'Ele fazemos, Ele será
para nós limitado pelos nossos próprios ideais, e os mistérios
em Seus livros sagrados estarão velados aos olhos daquele que só
vê com a visão física.
Retornemos
ao livro do Gênesis, que contém a história da Arca
e o Dilúvio, e leiamos os capítulos sexto, sétimo,
oitavo e nono. Alguns pontos ficarão mais claros se o estudante
ler esses capítulos antes de continuar a leitura deste artigo.
Primeiro,
consideremos o Dilúvio. Em todas as religiões do mundo encontramos
referência a ele e todas concordam com a época aproximada
em que ele ocorreu. O estudante de religiões comparadas certamente
irá se lembrar da grande inundação que submergiu
o que restava do continente Atlante, cerca de nove mil anos antes de Cristo.
Todas as inundações anteriores cobriram apenas uma parte
da Terra, e o pesquisador é forçado a procurar em outro
lugar pela Grande Inundação ou Olvido de que se fala na
Bíblia. Encontramos que a antiga palavra usada para inundação
não significa necessariamente água, mas, sim, olvido ou
esquecimento.
Uma
das grandes Leis da Natureza é a Lei da Periodicidade, em outras
palavras, a Lei de Ação e Repouso.
Sabemos
ser necessário ao homem dormir todas as noites para se refazer
de seus grandes gastos de energia durante o dia. Sabemos que cada doação
tem que ser balanceada por um recebimento. É o mesmo com o Uni[multi]verso
como é com o homem. Chega a ocasião em que o mundo precisa
descansar, após cada grande dia de manifestação.
A isso se chama Noite dos Deuses. Nessa oportunidade, todos os planetas
e sóis retornam ao Todo Universal [que
nunca teve princípio nem terá fim].
(Simbolicamente)
Podemos
observar esse processo acontecendo nas grandes nebulosas no céu.
É então que Deus, o Criador, cessa de se manifestar por
um período de tempo, antes de tornar a enviar globos nos quais
deve se processar o desenvolvimento do homem. É quando Noé,
representando o Deus de nosso Sistema Solar, e seus três filhos,
representam a tríplice trindade, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo, flutuam sobre o Olvido, carregando, com eles, todos os embriões
de todas as coisas criadas que foram recolhidas para o seio do Ilimitado.
Quando
os mundos voltam a ser manifestos novamente, estes seres são encaminhados
para os globos com cujas vibrações estejam afinados.
[É exatamente neste sentido que tenho afirmado que aquelas personalidades-alma
que, vibratoriamente, não puderem acompanhar esta Onda Evolutiva
Terrena serão temporariamente afastadas do Sistema Solar para um
outro sistema. Dentre estas, há as não-entidades
absolutas, denominação dada pelo Mestre
Kut Hu Mi, cujo destino será inteiramente outro: serão
remodeladas.] O processo é o mesmo
que é usado para o Eu, que contém em si todos os Átomos-sementes
dos corpos inferiores. O Eu é a Substância Espiritual que
reveste a Arca; os três filhos de Noé são os Átomos-sementes
dos corpos inferiores e as esposas são os pólos negativos
desses Átomos. Noé é a mente. A Arca com os Átomos-sementes
flutuam na matéria mental, antes da descida novamente dos Átomos
na matéria, por meio da Lei do Renascimento. Nas histórias
maçônicas, está mencionado um cabo-reboque que liga
a Arca com a Terra. Isto o estudante conhece como sendo o Cordão
Prateado, que liga o Espírito ao corpo.
Sabemos
que o Espírito é eterno, não pode morrer. Os animais
que são guiados para dentro da Arca representam a vida de todos
os Reinos que foi retirada para dentro de Deus, e lá permanece
até que planos de consciência sejam desenvolvidos, para que
a vida neles se manifeste.
Então,
a história da Arca é a história do Eu, construindo
os corpos que, quando completados, vão dar a Ele consciência
em todos os Planos da Natureza. Os três filhos de Noé, como
já foi dito, são os três corpos inferiores. Para que
o homem funcione em qualquer Plano da Natureza, ele precisa ter um corpo
sintonizado com o Plano no qual se manifesta. A perda de consciência
significa que o veículo que sintoniza o Espírito com aquele
Plano foi retirado. Desde que os três corpos inferiores tenham sido
construídos, o Eu sempre tem um veículo de expressão
e nunca perde consciência em nenhum plano da Natureza.
Os
animais da Arca representam, assim, os vários poderes do homem,
que são levados com ele, vida após vida, na arca viva do
próprio ser. A única janela na Arca representa o Olho Espiritual,
através do qual o homem superior contempla os corpos abaixo dele.
Quando
o mundo (os corpos ) novamente entra no ser, a Arca vai repousar no topo
do Monte Ararate. Isto é a cabeça do homem ou o lugar alto
no corpo. Lá, no seio frontal, o Eu se assenta e as forças
Dele, descendo outra vez, habitam o corpo.
Monte
Ararate
(Visto de Khor Virap, Armênia)
Quando
a pomba, o mensageiro, traz o raminho de acácia de volta para o
Homem Superior, então, Ele sabe que os corpos inferiores retornariam
à vida, e que será possível descer da Arca e com
Eles trabalhar. Isto mostra que os altos ideais e as forças animais
transmutadas podem novamente ir a todos os lugares da Terra e prosseguir
com seu trabalho.
A
primeira coisa que Noé fez quando saiu da Arca foi construir um
altar para o Senhor e, sobre esse altar ele construiu uma fogueira e fez
sacrifícios a Deus. Cada um de nós, que seguir seus passos,
terá de fazer o mesmo. O altar que ele construiu para Deus foi
seu próprio corpo purificado e, diante Dele, ele e todos os seus
filhos fizeram reverência. O fogo sobre o altar foi o Fogo Espiritual
Interno, aceso por Noé por meio de seus atos e de seus pensamentos.
O sacrifício por ele feito sobre o altar foi o das paixões
e emoções inferiores de sua vida.
Então,
o arco-íris apareceu no céu e a promessa foi feita pelo
Todo-poderoso a Noé que, por todo o tempo que o arco lá
permanecesse, jamais haveria outra inundação. Esta é
uma alegoria admirável, especialmente quando nos lembramos que
o arco-íris é feito das três cores primárias:
o azul do Espírito, o amarelo da mente e o vermelho do corpo. Estas
são as cores da Tríplice Trindade do homem: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo.
(Simbolicamente)
Assim
que estes Três Princípios estejam equilibrados no homem,
formando em suas combinações todas as demais cores, nunca
mais haverá outro Olvido. Enquanto o coração, a mente
e o corpo estiverem unidos, tudo irá bem. Mas, se apenas uma dessas
cores desaparecer, a escuridão envolverá o Eu, em cujo templo
foi cometido o erro. O tríplice caminho que leva a Deus é,
entretanto, apenas um. Se nós amamos com todo nosso ser, e permitimos
que a nossa mente e o nosso corpo sigam sem uso, estamos tirando o nosso
arco-íris do céu. Se sabemos todas as coisas e não
temos amor, nada conquistamos. Se temos conhecimento e amor, mas nos descuidamos
das ações de nossas mãos e de nossos corpos no trabalho
diário, nada conquistamos.
Neste
arco-íris, vemos o Tríplice Cordão Prateado que,
quando se parte, o corpo está morto. A morte é o resultado
da cristalização, quando o corpo se torna por demais pesado
para ser carregado pelo Espírito. Então, ele é descartado,
e um outro é adquirido. É o mesmo com os pensamentos e as
emoções. Eles podem ser elevados e etéreos, embora
sempre práticos. Se eles não o são, o arco-íris
se quebra e o olvido, provocado pela discórdia e pelas incertezas,
envolve o Eu, e torna o caminho da vida muito mais difícil do que
deveria ser.
A
Lei da Analogia é a chave que abre muitos segredos. Nos mundos
e nos indivíduos, a Natureza age da mesma maneira. Assim como é
com os menores, assim é com os maiores. Se desejarmos ser aqueles
que se elevam acima das inundações do olvido e desejarmos
flutuar sobre o caos na Arca de nossas próprias [personalidades-]alma,
será necessário construirmos esta arca como a Natureza constrói
a grande Arca Cósmica, isto é, pela elevação
da consciência e o aperfeiçoamento dos sempre mais elevados
veículos de expressão. Isto é feito se vivermos,
diariamente, uma vida de serviço, de reflexão e de amor,
cada um destes na mesma medida e, sempre, com o único ideal de
manter aceso o Fogo do Altar de Deus.
O
Fogo no Altar do Deus de Nossos Corações
(Simbolicamente)
—
Se,
como disse Robert Green Ingersoll,
e é mesmo a mais pura e cristalina verdade,
um Deus
[interior] honrado
é a mais nobre Obra do homem,
eu pergunto: haverá desonra ignóbil e desobra maiores do
que,
todos os dias, fabricar e alimentar um demônio corrupto,
e envergonhar os Verdadeiros Deuses e toda a Humanidade?
Talvez, a de fabricar e alimentar um demônio corruptor?
Ou um demônio retrogressivo e medievalista?
Um demônio anticientificista, antivacinista e antitudo?
— Haverá
desonra ignóbil e desobra maiores do que,
todos os dias, fabricar e alimentar
um demônio mentiroso e embromador?
Um demônio desirmão e outrofóbico?
Um demônio intolerante e preconceituoso?
Um demônio antidemocrático?
Um demônio anti-republicano?
Um demônio antiveridicidade?
Um demônio antiprobidade?
Um demônio antidignidade?
Um demônio da injustificabilidade?
Um demônio castrador do Progresso?
Um demônio castrador da Liberdade?
Um demônio castrador da Paz e da Beleza?
Um demônio castrador do Bem e do Amor?
Um demônio castrador da Luz e da Compreensão?
Um demônio castrador da solidariedade?
Um demônio castrador das reais possibilidades?
Um demônio castrador das autênticas esperanças?
Um demônio castrador dos lídimos ideais?
Um demônio castrador da unimultifraternidade?
Um demônio fabricador
de ?
Um demônio divulgador de news?
Um demônio promesseiro
de milagres inexeqüíveis?
Um demônio promitente
de curas impossíveis?
Um demônio prometedor–›descumpridor de tudo?
Um demônio que vive tomando-lá-dando-cá?
Um demônio que vive tomando-cá-dando-lá?
Um demônio que vive dando-cá-tomando-lá?
Um demônio que vive dando-lá-tomando-cá?
Um demônio que só leva vantagem,
às custas da dor e da desgraça alheia?
Um demônio terrorista contumaz?
Um demônio arruinador e vandalizador?
Um demônio devasso e despudorado?
Um demônio pedofilizador de ímpuberes?
Um demônio estuprador de mulheres?
Um demônio poluidor/destruidor do meio ambiente?
Um demônio massacrador de animais?
Um demônio idealizador da escravização?
Um demônio construtor de mais-valia?
Um demônio edificador de mais-trabalho?
Um demônio desfrutador do orçamento secreto?
Um demônio sacana amparado pelo foro privilegiado?
Um demônio que se locupleta de informações de cocheira?
Um demônio nepote acólito de um cruel e poderoso?
Um demônio destruidor e genocida?
Um demônio fazedor de órfãos e de viúvas?
Um demônio, enfim, não-entidade
absoluta?
Adolf
Hitler e Vladimir Vladimirovitch Putin
(Dois demônios
destruidores, genocidas e fazedores de órfãos e de viúvas)
Jorge
Videla e Augusto Pinochet
(Mais dois demônios
destruidores, genocidas e fazedores de órfãos e de viúvas)
Idi
Amin Dada e Slobodan Miloševic
(Outros dois demônios
destruidores, genocidas e fazedores de órfãos e de viúvas)
Otto
Adolf Eichmann e Josef Mengele
(Por último, mais dois demônios
destruidores, genocidas e fazedores de órfãos e de viúvas)