O MÉDIUM ELETRÔNICO

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

OS NOVOS MÉDIUNS


(Os Canais Abertos de Televisão
Destroem a Capacidade de Pensar)

por

Carlos Cardoso Aveline

 



O que é ser médium?

A Teosofia combate todas as formas de mediunidade. Ela define como médium aquela pessoa que deixa a sua cabeça, o seu próprio cérebro e a sua consciência ser ocupados e dominados por uma inteligência alheia.

Na maior parte dos casos, esta inteligência externa utiliza e manipula livremente a consciência do indivíduo com o objetivo de atingir os seus próprios fins, que – diga-se de passagem
raramente são legítimos.

Deste ponto de vista, o telespectador
o cidadão que assiste os canais abertos de televisão é um 'médium', isto é, um in-consciente, alguém que desiste de ser responsável pelos seus próprios sentimentos e pensamentos.

Uma diferença básica entre o médium espírita e o 'médium' televisivo é que, no segundo caso, não existem percepções extra-sensoriais
além do conhecido efeito hipnótico. O ponto central em comum é que nos dois casos o cidadão renuncia à sua autoconsciência.

A cabeça do espectador
assim como a consciência do médium espírita é ocupada por pensamentos, imagens e raciocínios inteiramente alheios, mas, neste caso, do 'médium' televisivo, as imagens e os pensamentos são produzidos com objetivos comerciais e para servir os interesses de grupos econômicos, cujo poder tem como base sofisticadas técnicas de dominação mental à distância. Para o 'médium' da mídia o 'pai-de-santo' é o aparelho de televisão.

 

 

 

 



Teosofistas e estudantes de Filosofia têm podido observar que as pessoas sujeitas à 'mediunidade' fabricada pelos canais abertos de televisão ficam, em grande parte, incapacitadas para todo e qualquer pensamento profundo
seja filosófico ou não.

Em seguida, tais indivíduos
sem sequer saberem que a sua capacidade intelectual foi gravemente reduzida por meios artificiais pensam, com freqüência, que a Teosofia e a Filosofia são 'demasiado teóricas' ou 'excessivamente abstratas' ou 'complicadas'.

A verdadeira causa de tal dificuldade de pensar sobre a vida ou de compreender Filosofia está em um amplo processo
[individual e] coletivo de dominação mental para fins comerciais. Trata-se da obstrução operacional das conexões cerebrais profundas, através de correntes de conexões cerebrais superficiais que não possuem valor próprio nem significado real, e que são induzidas de fora para dentro por meios eletrônicos.

Uma vez, porém, interrompidos o hábito e a dependência da televisão, observa-se que em pouco tempo desaparece, no cidadão, a forte deficiência intelectual induzida pela dominação eletrônica da sua mente e das suas emoções.

O 'médium' eletrônico readquire, então, contato com suas próprias emoções. É reduzido, em sua consciência, o nível de ansiedade, que vinha sendo estimulada artificialmente. O indivíduo recomeça a pensar por si mesmo. Ele volta à vida. Ele já não é apenas um fantoche. Não é um fantasma dominado por programações eletrônicas.

Em seguida, o estudo da Filosofia e da Teosofia passam a ser reconhecidos por ele como compreensíveis. A alma do indivíduo desperta. Ele deixa de ser um objeto para ser
cada dia mais o sujeito e o diretor da sua própria vida.

 

Fonte: http://www.filosofiaesoterica.com/

 

 

 

 

 

 

Minha opinião:

Guardadas as devidas proporções, eu concordo com o teor deste texto. Entretanto, há muita coisa boa na televisão, principalmente na TV a cabo, particularmente nos canais 33 (National Geographic), 40 (Globo News), 51 (Discovery Channel), 69 (Animal Planet), 82 (The History Channel), 85 (Discovery Science) e 86 (Discovery Civilization) da NET. Quanto ao que o autor denomina de 'médium' televisivo, a coisa não é bem assim, porque tanto não é possível tirar leite de pedra quanto não é possível fazer uma vaca cagar um paralelepípedo. Ou seja: o estudo da Filosofia e da Teosofia não é para qualquer um. Por exemplo: eu estudei atentamente toda a Doutrina Secreta de Madame Blavatsky e o Arqueômetro de Saint-Yves D’Alveydre, e só entendi parcialmente estas obras. Incompetência minha? Talvez; mais correto, contudo, seria dizer pouca ou fraca Illuminação. A compreensão dos mistérios do Universo é muito lenta e, certamente, é para poucos. E continuará sendo para poucos, mesmo que se esforcem. Então, como é possível que se queira que o povão deixe de assistir a uma telenovela para estudar Filosofia, Teosofia, Rosacrucianismo, KaBaLa, Antroposofia, Martinismo, Logosofia et cetera e tal? Mesmo ler a Bíblia é muito difícil porque esta obra embute aspectos e conceitos parabólico-alegóricos, historiográficos, cabalísticos e iniciáticos, e, não fora isto, a própria linguagem, em muitos casos, é velada e intrincada. Basta, por exemplo, refletir sobre o número 666: no Livro da Revelação, XIII, 18 significa uma coisa (É aqui que está a sabedoria. Quem tiver inteligência, calcule o número da besta. Porque é o número do homem; e o número dela é seiscentos e sessenta e seis); e no Terceiro Livro dos Reis, X, 14 quer dizer outra inteiramente diferente (E o peso de ouro, que era levado a Salomão todos os anos era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro). Como é possível que se queira que o povão deixe de assistir a um jogo de futebol para ler a Crítica da Razão Pura, a Crítica da Razão Prática ou a Crítica do Juízo de Immanuel Kant? A paz perpétua, a boa vontade e o imperativo categórico kantianos estão longe de ser compreendidos. Como é possível que se queira que o povão deixe de assistir ao Domingão do Faustão para ler os épicos clássicos Ramayana e Mahabarata? Quem não inveja? Quem é igual para com todos? Quem é suficientemente sábio para não se lamentar nem pelos vivos nem pelos mortos? Como é possível que se queira que o povão deixe de assistir ao Caldeirão do Huck para se debruçar sobre a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein? Quem consegue entender que as leis que governam as mudanças de estado, em quaisquer sistemas físicos, tomam a mesma forma em quaisquer sistemas de coordenadas inerciais. Quem consegue entender que a luz tem velocidade invariante igual a c em relação a qualquer sistema de coordenadas inercial? Quem consegue entender a falta de simultaneidade e a contração dos comprimentos? Agora, que há muita gente que não quer fazer o menor esforço para tirar o pé da lama, inclusive quem se diz esoterikos, isto há, sim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu gosto de viver na base da descautela...

E você não tem nada com isto.

Eu gosto milhões de ver telenovela;

o que você e seu umbigo têm com isto?

 

Eu gosto do Big Brother e do Faustão...

E você não tem nada com isto.

Adoro o Huck e o seu lindo Caldeirão;

o que você e seu umbigo têm com isto?

 

Antigamente, eu sempre via o Chacrinha...

E você não tem nada com isto.

Eu também não perdia o Clube do Bolinha;

o que você e seu umbigo têm com isto?

 

Com a minha cuca e o salário que ganho,

eu só posso mesmo é ver televisão.

E não pense você que eu me acanho

por causa desta indescolável fissuração.