NATAL
DE 2017
Rodolfo Domenico
Pizzinga
É
Natal sempre que deixares Deus amar os outros através de
ti. Sim, é Natal sempre que sorrires ao teu irmão
e lhe ofereceres a tua mão.
Madre
Teresa de Calcutá
Quando
nos recordamos dos Natais passados, na maioria das vezes, descobrimos
que são as coisas mais simples –
não
as grandes ocasiões
–
que nos oferecem os maiores momentos de felicidade.
Bob Hope
Uma
boa consciência é um Natal contínuo.
Benjamim Franklin
O
Natal é um tempo não apenas de alegria,
mas, também, de reflexão.
Winston Churchill
O
Natal não é um tempo nem uma temporada,
mas, um estado de espírito. Valorizar a paz e a boa vontade,
ser abundantemente misericordioso, é ter o verdadeiro espírito
do Natal.
John Calvin Coolidge, Jr.
Sugestões
de presentes para o Natal: para seu inimigo, perdão. Para
um oponente, tolerância. Para um amigo, seu Coração.
Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda
criança, um exemplo bom. Para você, respeito.
Oren Arnold
Ah,
o Natal... Ouço pessoas criticarem o consumismo desenfreado
que toma as pessoas nesta época, cujo significado se perdeu
entre árvores, brinquedos e Papai Noel. Certo, tudo certo...
Mas, eu prefiro lembrar que neste final de ano, devido ao famigerado
consumismo, milhões de empregos foram gerados e milhões
de pessoas puderam resgatar um pouco de sua dignidade. Prefiro lembrar
que neste momento, por conta do dinheiro extra que receberão,
muitos pais e mães de família poderão oferecer
uma mesa mais farta aos seus filhos. E que devido à alta
propaganda de solidariedade que se faz nesta época, crianças
carentes poderão ganhar, sim, algum brinquedo. Prefiro lembrar
que muitas pessoas tomadas pelo espírito disseminado nesta
época mover-se-ão à caridade e à solidariedade
com o próximo. E que você... Você poderá,
enfim, dar e receber o abraço daquelas pessoas que você
gosta, mas, que, por falta de “motivo” para abraçar,
ficou contido até agora... Ah!, como Deus escreve certo por
linhas tortas! O que era para ser “apenas” a celebração
do nascimento de Jesus, se universalizou em uma celebração
de Fraternidade e de Amor. Bem ou mal, o Amor está em toda
parte! E se, ainda assim, você não quiser celebrar
esta data, não tem problema: quero lhe convidar a fazer como
se fossem Natal todos os seus dias!
Augusto Branco
O
sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
E
é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por
mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A
cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a Saudade mais perto.
Fernando
Pessoa
Observação:
Neste
último verso, tomei a liberdade de digitar Saudade
com letra S
maiúscula, porque só posso entender, aqui, que o Poeta
estivesse a se referir à Saudade Metafísica, que só
a Compreensão suaviza. E, por isto, vou acrescentar:
Sinto tão longe o
passado;
sinto a Saudade tão perto.
É Dia de brunir o Quadrado
e de trocar incerto por certo.
É
Dia de colorir o incolor.
É Dia de perdoar ofensas.
É Dia de Amar com Amor.
É Dia de Illuminar
densas.
É
Dia de transmutar a Cruz.
É Dia de Unimultiplicidade.
É Dia de encontrar a LLuz.
É Dia de OM-pluriunidade.
Unimultiplicidade OM-pluriunidade
|
s miracùli
não existem,
mas, surpresinhas acontecem.
Amarguras, às vezes,
bipartem,
mas, subitamente,1
desaparecem.
alvez, no ano que vem,
o terrorismo acabe tendo
um fim
e a execrável corrupção
também.
E o nigredo se torne carmesim.
s de araques não existem,
mas, de repentes acontecem.
Desconsolos, às
vezes, insistem,
mas, subitamente, desaparecem.
alvez, no ano que vem,
possamos todos receber
a 1ª Iniciação,2
e acabe esse pantafaçudo
vai-e-vem:
ora
, ora
, ora sim, ora não.
s prêmios3
não existem,
mas, merecimentos acontecem.
Desgostos, às vezes,
subsistem,
mas, subitamente, abrandecem.
alvez, no ano que vem,
a Boa Vontade4
acabe prevalecendo
e seja afastada a negra
nuvem,
que tanto vem nos constrangendo.
s imprevistos não existem,
mas, ocasionalidades acontecem.
Aflições,
às vezes, resistem,
mas, subitamente, adormecem.
alvez, no ano que vem,
entendamos que 1 –
1 = 1 e 1 + 1 = 1.
Quem sabe, no ano que
vem,
descubramos que nós
somos todos Um.
s inesperados não existem,
mas, fortuitidades acontecem.
Imbróglios, às
vezes, eletrocutem,
mas, subitamente, adormecem.
alvez, no ano que vem,
nos tornemos mais desapegados.
Quem sabe, no ano que
vem,
nos tornemos mais solidarizados.
s adventícios não existem,
mas, intercadências
acontecem.
Desesperos, às
vezes, intermitem,
mas, subitamente, adormecem.
alvez, no ano que vem,
se reúnam os
com-
e os sem-apodos.
Quem sabe, no ano que
vem,
o
pinte
pelaí para todos.
______
Notas:
1. Na realidade, não
existe esse negócio malcozido de subitamente (que equivale a por
acaso). As coisas vão indo... Vão indo... Vão indo...
E acabam fondo.
Geralmente, o que acontece é uma harmonização interna
(temporária ou permanente) – incônscia, maquinal ou involuntária
– que, com jeitão de
miracùlum, muda (provisória ou definitivamente)
um putrefato da bola em bom de cachola, a inépcia de um alvar em
exemplo a se elogiar ou uma descomunal dromunda* em irmandade profunda.
Também é possível que mude Patropi
petrolãozado em Brasil nobilitado. Enfim, como, muitas
vezes, o que foi harmonizado torna a se desarmonizar, o que é alcançado
se perde, e tudo volta a ficar como dantes no Quartel de Abrantes ou como
outrora, quando se usava Brilhantina Glostora.
* Dromunda = Espécie
de embarcação de guerra, notável pelo tamanho, utilizada
a partir do século IX pelos mouros, no Mediterrâneo.
Dromundas
Contemporâneas
2. Como ensinou Max
Heindel (Aarhus, Dinamarca, 23 de Julho de 1865 – Oceanside, Califórnia,
6 de Janeiro de 1919) – fundador da The Rosicrucian Fellowship
– na obra Iniciação Antiga e Moderna (O Tabernáculo
no Deserto e a Iniciação Mística Cristã),
a Iniciação
é um processo cósmico de Illuminação e de Evolução.
Por isto, as experiências de todos são semelhantes nos principais
acontecimentos... Os
Evangelhos, que relatam a História da Iniciação Mística
Cristã, contam-nos como, em uma noite, quando Cristo participava
da Última Ceia com Seus discípulos, no término do seu
Ministério, Ele se ergueu da mesa, muniu-se de uma toalha, despejou
água numa bacia e começou a lavar-lhes os pés, num
ato do mais humilde Serviço, porém, da mais alta significação
oculta. Quando ascendemos na escala da evolução, poucos percebem
que atingimos este feito porque calcamos os corpos de nossos irmãos
mais fracos; consciente ou inconscientemente, os pisamos e os usamos como
trampolins para atingir nossos próprios objetivos. Isto acontece
em todos os Reinos da Natureza. Quando uma onda de vida é conduzida
ao nadir da involução, ficando incrustada na forma de mineral,
é imediatamente apoderada por outra onda de vida ligeiramente superior,
que recebe o desintegrante cristal mineral, transforma-o em cristalóide
e assimila-o como parte de uma forma vegetal. Se não houvesse minerais
para se desintegrarem e se transformarem, a vida vegetal seria impossível.
Da mesma maneira, as formas vegetais são absorvidas por numerosas
classes de animais, são trituradas, reduzidas a uma pasta, consumidas
e transformadas para servir de nutrição a este Reino mais
elevado. Se não houvesse plantas, o Reino Animal não existiria.
Pelo mesmo princípio, na evolução espiritual, se não
houvesse Discípulos em uma esfera inferior tentando galgar os degraus
do Conhecimento [Sabedoria
= ShOPhIa]
através da instrução, não haveria
necessidade de um Mestre. Contudo, precisamos notar aqui uma diferença
muito importante. O professor cresce dando e servindo aos seus alunos. Através
deles, ele também alcança um degrau mais alto na Escala do
Conhecimento. Eleva-se, elevando-os. Não obstante, tem uma dívida
de gratidão para com eles, que é simbolicamente reconhecida
pelo lava-pés – um ato de Serviço humilde aos que o
Serviram... Todos os caminhos convergem para o Getsêmani, onde o candidato
à Iniciação fica impregnado de dor e de tristeza, que
se transformam... E depois florescem em compaixão...
O
Corpo Físico não é absolutamente o Homem Real. Tangível,
sólido e dotado de vida como o vemos, é, na verdade, a parte
mais morta do ser humano, cristalizado dentro de uma matriz de veículos
mais sutis, que são invisíveis à nossa visão
física atual. Se colocarmos uma bacia com água em uma temperatura
baixa, a água prontamente se converterá em gelo. Ao examinarmos
este gelo, encontraremos inúmeros e diminutos cristais com variadas
formas geométricas e linhas de demarcação. Trata-se
de linhas de força etérica, que estavam presentes na água,
antes desta se congelar. Do mesmo modo que a água endureceu e se
modelou à estas linhas, assim também nossos Corpos Físicos
se congelam e se solidificam ao longo das linhas de força etérica
de nosso invisível Corpo Vital que, no curso normal da vida, se encontra
emaranhadamente unido ao Corpo Denso –
esteja ele desperto ou adormecido –
até que a
morte dissolva esta ligação. Mas, como a Iniciação
implica na liberação do Homem Verdadeiro do corpo de pecado
e da morte, a fim de que possa voar muito alto nas esferas mais sutis à
vontade, e voltar no momento que desejar, é óbvio que antes
que isto possa ser alcançado, antes que o objetivo da Iniciação
se realize completamente, a engrenagem do Corpo Denso e do Veículo
Etérico, que é tão forte e rígido na Humanidade
comum, precisa ser desfeita. Como esta união é mais forte
e sentida na palma das mãos, no arco dos pés e na cabeça,
as Escolas de Ocultismo concentram seus esforços para cortar a conexão
em tais pontos e produzir os estigmas invisivelmente... INRI –
as iniciais
INRI, colocadas sobre a cruz, representam os nomes em hebraico de Quatro
Elementos: Iam –
Água; Nour –
Fogo; Ruach –
Espírito
ou Ar Vital; e Iabeshah –
Terra. Esta é
a chave oculta do Mistério da Crucificação, pois, ela
simboliza, em primeiro lugar, o Sal, o Enxofre, o Mercúrio e o Azoto
(Nitrogênio) que foram utilizados pelos antigos Alquimistas para fazer
a Pedra Filosofal, o Solvente Universal –
o Elixir
da Vida. Os dois 'Is' (Iam e Iabeshah) representam a Água Salina
Lunar: a –
em um estado
fluídico que contém sal em solução; b –
o extrato
coagulado desta água: o 'Sal da Terra'. Em outras palavras: os sutis
veículos fluídicos do ser-humano-aí-no-mundo e seu
Corpo Denso. Em hebraico, N (Nour) representa o Fogo, e os elementos combustíveis,
e o enxofre e o fósforo (os
principais) são
muito necessários à oxidação, sem os quais o
sangue quente seria impossível. O Ego, sem esta condição
de calor no sangue não poderia funcionar no Corpo, nem conseguiria
uma forma de expressão material. R (Ruach) é o equivalente
a Espírito, em hebraico, isto é, o Azoto dos Alquimistas,
que funciona na Mente Mercurial. Assim, as quatro letras INRI colocadas
sobre a Cruz de Cristo, de acordo com o relato dos Evangelhos, representam
o ser-humano-aí-no-mundo
composto, o Pensador, no momento de seu desenvolvimento espiritual, quando
começa a se libertar da cruz de seu Veículo Denso. Enfim,
na obra Iniciação Humana e Solar, publicada por Alice
LaTrobe Bateman, mais conhecida como Alice Ann Bailey (16 de junho de 1880
– 15 de dezembro de 1949), recebida telepaticamente do Mestre Ascenso
Djwhal Khul (DK), também conhecido como O Tibetano, está ensinado:
na Primeira Iniciação
(passagem da Câmara do Aprendizado para a Câmara da Sabedoria)
– nascimento do Cristo [percepção interna
consciente] – o
Centro do Coração [Anahata]
é o que é usualmente vivificado, tendo em vista
a necessidade de um controle mais efetivo do Veículo Astral e a prestação
de maior serviço à Humanidade. Na Primeira Iniciação
aprendemos a controlar o Corpo Físico.
Anahata
3. Como também
não existem castigos, punições, imposição
de sofrimentos, mortificações, queimação naquele
lugar enxofrento e diabólico etc.
4. Seqüencialmente,
primeiro, Boa Vontade, depois, Vontade para o Bem.
Observação:
Inesperabilidades, improbabilidades,
imprevisibilidades e ocasionalidades são estupefações
(sentimento de espanto diante de algo que não se espera) derivadas
da nossa ignorância. Na realidade, mesmo sem saber, nós todos
(cada um a sua maneira), estamos colaborando para que o nosso mundo se torne
melhor e mais bonito. Então, as inesperabilidades,
as improbabilidades, as imprevisibilidades e as ocasionalidades são,
de fato, construções mentais e objetivas (normalmente, inconscientes)
que acabam se materializando. Poderão nos surpreender, mas, fomos
nós que as concebemos, que as fizemos nascer e que as pusemos em
movimento. É por isto que somos responsáveis por tudo: pelo
que presta e pelo que não presta.