NATAL DE 2014

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

O MÍSTICO SOL DA MEIA-NOITE*

 

 

 


sotericamente e desde épocas imemoriais, o Sol tem sido reverenciado como o Dador de Vida, porque a multidão era incapaz de ver além do símbolo material de uma grande verdade espiritual. Mas, além daqueles que adoravam a órbita celeste, que é vista com o olho físico, sempre houve e continua a haver uma pequena mas crescente minoria, um Sacerdócio Consagrado pela Virtude mais do que por rituais, que viu e vê as Eternas Verdades Espirituais por trás das formas temporais e efêmeras que revestem essas Verdades, nas mudanças de cerimonial consoante à época e aos povos a que foram destinadas originariamente. Para estes, a lendária Estrela de Belém brilha todos os anos como o Místico Sol da Meia-Noite, o qual faz penetrar em nosso Planeta, no solstício de inverno, os Três Atributos Divinos: Vida, Luz e Amor. Estes raios de esplendor e de poder espirituais inundam o nosso Globo com uma luz sobrenatural que envolve todos sobre a Terra – do mais insignificante ao mais importante, sem distinção. Mas, nem todos podem participar deste maravilhoso Dom na mesma medida. Alguns conseguem mais, outros menos. Alguns nem participam da grande oferta de amor que o Pai preparou para nós em Seu Filho Unigênito, porque ainda não desenvolveram o Ímã Espiritual - o Cristo Menino Interno - que unicamente pode nos conduzir ao Caminho, à Verdade e à Vida. Que proveito do brilho do Sol eu vou ter, se não tiver olhos para ver? Se o Cristo é meu, como posso saber a não ser através do Cristo em mim? A Voz Silenciosa dentro do meu peito é o penhor do pacto entre Cristo e eu, e, enfim, Ela confere a fé – a Força do Feito. Esta é, sem dúvida, uma experiência mística que soa verdadeira para muitos estudantes, tão verdadeira como a noite se segue ao dia e o inverno se segue ao verão. A menos que tenhamos Cristo dentro de nós, e que um maravilhoso pacto fraternal de sangue tenha sido consumado, não poderemos ter parte no Salvador, embora os sinos de Natal nunca parem de soar. Mas, quando Cristo se formar em nós, quando a imaculada concepção se tornar uma realidade em nossos próprios Corações, quando nos tenhamos prostrado aos pés do Cristo recém-nascido para Lhe oferecer os nossos presentes, dedicando a natureza inferior ao Serviço do Eu Superior, então, e só então, as festividades natalinas são compartilhadas por nós, ano após ano. E, quanto mais arduamente tenhamos labutado na vinha do Mestre, mais clara e distintamente poderemos ouvir a Voz Silente em nossos Corações, sussurrando o convite: Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve. Então, ouviremos uma nova nota nos sinos de Natal como nunca ouvimos antes, porque não há dia mais alegre do que o do nascimento de Cristo, quando Ele renasce na Terra, trazendo consigo presentes para os filhos dos homens – presentes que significam a continuação da vida física, porque sem esta vitalizante e enérgica influência do Espírito de Cristo, a Terra permaneceria fria e árida; não haveria uma nova canção da primavera, nem os pequeninos coristas da floresta para alegrar os nossos Corações à chegada do verão. A pressão gélida dos pólos Boreais manteria a Terra agrilhoada e muda para sempre, nos impossibilitando de prosseguir em nossa evolução material, tão necessária para aprendermos a usar a força do pensamento através de canais criativos apropriados. O Espírito de Natal é, pois, uma realidade viva para todo aquele que já desenvolveu o Cristo Interno. O homem e a mulher comum sentem este Espírito somente nas proximidades das festas natalinas, mas, o Místico Illuminado pode vê-lo e senti-lo meses antes e meses depois do seu ponto culminante na Noite Santa. Em setembro, ocorre uma mudança na atmosfera terrestre; uma Luz começa a brilhar nos céus. Esta Luz parece permear todo o Universo Solar, e, gradualmente, vai crescendo em intensidade, parecendo envolver o nosso Globo. Então, Ela penetra a superfície do Planeta e, pouco a pouco, se concentra no seu centro, onde os espíritos-grupo das plantas têm o seu lar. Na Noite Santa, ela alcança o mínimo de seu tamanho e o máximo de seu fulgor. Então, passa a irradiar Luz concentrada, dando nova vida à Terra para que esta prossiga com as atividades da Natureza no ano entrante. Isto é o começo do grande drama cósmico – do Berço à Cruz – que acontece anualmente durante os meses de inverno (no Hemisfério Norte). Cosmicamente, o Sol nasce na mais longa e escura noite do ano, quando o signo zodiacal Virgem – a Virgem Celestial – se situa no horizonte oriental, à meia-noite, para dar à luz o Filho Imaculado. Durante os meses que se seguem, o Sol transita pelo violento signo de Capricórnio, onde, segundo a mitologia, todos os poderes das trevas se concentram em frenético esforço para matar o Portador-da-Luz, fase do drama solar que é apresentado misticamente no episódio da perseguição movida pelo Rei Herodes, e a fuga de Jesus para o Egito a fim de escapar à morte. Quando, em fevereiro, o Sol entra no signo de Aquário – o Portador-da-Água – temos a época das chuvas e das tempestades, e, do mesmo modo que o batismo consagra misticamente o Salvador à sua Obra de Serviço, assim também a abundância de umidade que desce sobre a Terra a torna de tal maneira branda e rica, que pode produzir frutos para preservar a vida de todos os que nela habitam. A seguir, o Sol transita pelo signo de Peixes. Nesta altura, os estoques de alimentos do ano anterior já foram quase totalmente consumidos, de forma que as provisões do homem ficam escassas. Temos, por conseguinte, o longo jejum da Quaresma, que representa misticamente para o aspirante o mesmo ideal mostrado cosmicamente pelo Sol. Neste momento do ano, ocorre o
carnis levale (carnaval), o adeus à carne, pois, todo aquele que aspira à Vida Superior precisa algum dia se despedir para a Páscoa, que, então, se aproxima. Em abril, quando o Sol cruza o equador celestial e entra no signo de Áries – o Cordeiro – a Cruz se ergue como um símbolo místico que o candidato à Vida Superior precisa entender, e, em seguida, aprender a abandonar o veículo mortal e começar a escalada para o Gólgota, o lugar da caveira, e daí cruzar o limiar do mundo invisível. Finalmente, imitando a subida do Sol para os céus do norte, ele precisa aprender que o seu lugar é com o Pai e, com todo fervor, deve se elevar até aquele exaltado lugar. Assim como o Sol não permanece naquele alto grau de declinação, mas, ciclicamente, desce para o equinócio de outono e para solstício de inverno a fim de, incontáveis vezes, completar o círculo para benefício da Humanidade, do mesmo modo todo aquele que aspira se tornar um Caráter Cósmico, um Salvador da Humanidade, precisa se preparar para se oferecer incontáveis vezes como um sacrifício em benefício de seus semelhantes. Este é o grande destino colocado diante de nós. Cada um é um Cristo-em-formação, se o quiser ser, porque como disse Cristo aos Seus discípulos: Aquele que crer em Mim fará também as obras que faço, e maiores ainda. Além disto, e de acordo com a máxima a necessidade do homem é a oportunidade de Deus, nunca houve tão grande oportunidade de imitar o Cristo, de fazer as obras que Ele fez, como nos dias que correm, quando todo o continente europeu vive sob o paroxismo de uma guerra mundial, e quando o maior de todos os cânticos de Natal Paz na Terra e boa vontade entre os homens (Lucas II: 14) parece mais longe de se concretizar do que nunca. Temos em nós o poder de apressar o dia da paz ao falar, pensar e viver em paz, pois, a ação conjunta de milhares de pessoas transmite impressões ao Espírito de Raça quando a ele enviadas, especialmente quando a Lua está em Câncer, em Escorpião ou em Peixes, que são os três grandes signos psíquicos mais apropriados para trabalhos ocultos desta natureza. Usemos os dois dias e meio que a Lua transita por cada um destes signos para o propósito de meditar sobre a paz – paz na Terra e boa vontade entre os homens. Mas, ao fazê-lo, estejamos certos de não tomar partido, a favor ou contra, por quaisquer das nações conflitantes. Lembremos, a todo instante, que cada um dos seus membros é nosso irmão. Cada um merece o nosso amor tanto quanto o outro. Tenhamos em mente que o que queremos ver é a Fraternidade Universal sobre a Terra, ou seja, a paz na Terra e boa vontade entre os homens, a despeito de terem os combatentes nascido de um lado ou de outro das linhas traçadas nos mapas, ou, como eles se expressam, neste, naquele ou em qualquer outro idioma. Oremos para que a paz possa reinar sobre a Terra. Uma paz duradoura e uma boa vontade entre todos os homens, não importando quaisquer diferenças de raça, de cor ou de religião. Na medida que tenhamos êxito em formular com os nossos Corações e não apenas com os nossos lábios esta prece impessoal a favor da paz, estaremos antecipando a chegada do Reinado de Cristo, para recordar que é a Ele que estamos todos destinados na época oportuna – o reino dos céus, onde Cristo é Rei dos reis e Senhor dos senhores.

 

* Max Heindel. In: The Mystical Interpretation of Christmas (Interpretação Mística do Natal). Para ler o texto integral, por favor, dirija-se a:

http://www.fraternidaderosacruz.org/mh_imdn_port.pdf


 

 

 

Treze!

 

 

 

uem me dera poder firmar:

Não há mais míngua nem dor,

Nem se conjuga o verbo matar.

 

 

uem me dera poder sentir:

Segurança ao invés de medo,

Só encanto, nunca mais fedo,

E boas-venturanças no devir.

 

 

uem me dera poder propor:

Interrompamos já a mais-valia,

Para todos distinção e alforria,

Sempre aurora, jamais sol-pôr.

 

 

uem me dera poder saudar:

Violência virou Irmandade,

O ente-aí saciou a Saudade,

Dissipou-se todo mal-estar.

 

 

uem me dera ver iniciar:

Pax Profundis para todos,

Unidade catodos-anodos,

O 'plumbum' a transmutar.

 

 

uem me dera poder dizer:

Cristo vive em cada Coração,

Chegou ao fim a Grande Ilusão,

Já não vigoriza mais o não-ser.

 

 

uem me dera poder notar:

Acordo entre todas as nações,

Todos existindo como irmãos,

 

 

 

Non nobis, Domine, non nobis,
sed Nomini Tuo da gloriam!

 

 

 

Música de fundo:

12 Days of Christmas
Compositor: Frederic Austin
Interpretação: The Ray Conniff Singers

Fonte: http://www.stafaband.info/download/mp3/lagu_ray_
conniff_singers_the_twelve_days_of_christmas_with_lyrics/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.netanimations.net/

http://s239.photobucket.com/

http://caccioppoli.com/Gifs%20Santa%20Claus.htm

http://realfilmcareer.com/photowqdb/
free-animated-clip-art-christmas-trees

http://www.gifmania.us/

 

Direitos autorais:

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