Esteja  no  mundo,  mas  não  pertença  a  ele.   (Elisabeth  Leseur).

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

Música de fundo: Noite Feliz

Fonte: http://www.planetaamorepaz.hpg.ig.com.br/MidisFestivas.htm

 

 

 

O Natal tem diversos significados,

Porém muitos permanecem ignorados.

Uma das vertentes é o Historicismo;

Mas há a dos Costumes e a do Idealismo.

 

Jesus, em qualquer uma das divisões,

É o Confirmador das antigas Visões.

É o Messias pré-anunciado,

Esperado, amado e festejado.

 

Todos aguardavam a Sua Vinda.

Encarnação Sagrada, Vinda benvinda.

Sob Sua Sacrossanta orientação

Todos queriam alcançar a salvação.

 

Seu nascimento é admitido como imaculado,

E Sua Mãe estava isenta de pecado.

Contudo, Jesus teve irmãos carnais,

E todos com nascimentos naturais.

 

Entretanto, se seu nascimento foi virginal,

Vale menos do que sua Consciência Espiritual.

Manifestou Ele, na Terra, o Espírito Santo2,

Para transmutar a dolor e o desencanto.

 

Mas, não podemos nos esquecer

De que todo e qualquer ser

Será sempre uma manifestação dual

De um ser divino ou espiritual.

 

 

25 de Dezembro — Data da Alegria?

Ou 6 de Janeiro — Festa da Epifania?3

O fato é que a Santa Natividade

Sempre ensejou uma Grande Festividade.

 

Mas, 6 de Janeiro foi preterida,

E 25 de Dezembro foi escolhida.

Este é o Dia do Sol da Retidão

Que deve calar fundo em cada coração.

 

Honra a Mithra — Deus da LLUZ!

Honra a Jesus — Luz da LLUZ!

Assim, todo esse belo sincretismo

Expressa o mais profundo Misticismo.

 

 

Mas, Aquilo que alguém venera

Para muitos vale menos do que hera.

Não que estes sejam sacrílegos ou ateus,4

Mas cada qual tem seu próprio Deus.

 

Porém, se a harmonia é encontrada

Em uma Deidade qualquer venerada,

Isso não é de modo algum prejudicial.

não deve motivar a prática do mal.

 

Considerar, assim, Jesus um Ser Eminente,

— E símbolo de um ideal transcendente —

É elevar o que há de melhor em cada natureza,

5 do BEM e da BELEZA.

 

Por último, devemos sempre nos lembrar:

Christus opera em outro Plano ou Patamar.

Na Terra, Jesus foi seu Primeiro Instrumento,

Para pôr cobro a todo e qualquer sofrimento.

 

(Mas tudo depende de nós!!!)

 

 

 

O  NATAL  E  A  HISTÓRIA  DE  CRISTO  CONTAM-SE  ENTRE  OS  MAIORES  IDEAIS  ESPIRITUAIS  QUE  O  HOMEM  LOGROU  ATINGIR.   (Ralph  M.  Lewis).

 

 

NOTAS

1. Este ensaio foi baseado no artigo Natal – Seu Significado, de autoria de Ralph Maxwell Lewis, 2º Imperator da AMORC, e publicado na Revista O Rosacruz, Dezembro de 1977, volume XX, nº 2. Todavia, o texto é de minha única e inteira responsabilidade, estando a AMORC e o Autor isentos de qualquer responsabilização ou ônus pelo seu conteúdo.

2. Cristo Cósmico.

3. Segundo Harvey Spencer Lewis, 1º Imperator da AMORC para este Segundo Ciclo Iniciático, na obra A Profecia Simbólica da Grande Pirâmide (Biblioteca Rosacruz, volume V, Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.), ... o interior da Grande Pirâmide... revela a época e o período da ocorrência de vários acontecimentos notáveis da história da Humanidade... O dia do nascimento de Jesus – o Cristo – ... teria lugar em 4 de Outubro (calendário gregoriano) do ano 4 a. C. ... [e] a data da Crucificação... é 5 de Abril do ano 30 de nossa Era. [O livro foi escrito antes de 5 de Fevereiro de 1962, portanto faz referência a Era da Pisces.].

4. Em alguns ensaios anteriores fiz referência ao fato de que o Ateísmo é a porta mais próxima do Misticismo. Dificilmente um religioso (pior se for fanático) poderá entender que deve projetar e construir seu Deus Interior. O ateu (não confundir jamais com materialista), por outro lado, não tendo qualquer tipo de vinculação religiosa, está mais apto a reconhecer que, in potentia, possui em seu interior os mecanismos e as chaves para dar início ao Processo de harmonização com seu Ser Interno. Se, no primeiro caso, prevalece a escravidão, no segundo, viceja a liberdade. Por último, desejo fazer alguns comentários com base em um artigo que li recentemente de autoria de Elisabeth Leseur ( – née Arrighi – Escritora, nascida em 16 de Outubro de 1866 em Paris, Irmã Leiga da Arquidiocese da Capital Francesa): Oriente e Ocidente – Alternativas Espirituais ao Materialismo Científico. O que tenho observado há mais de quarenta anos é que, de maneira geral, o ateu não repele ou nega o valor intrínseco do indivíduo; este procedimento preconceituoso é geralmente praticado, aberta ou veladamente, por religiosos, para os quais só estão 'salvos' os membros de suas respectivas confrarias. Rosacruzes como eu estão condenados a assar no inferno para o resto da eternidade e mais seis meses. O que os preconceituosos esquecem é que, como afirma Leseur, existem realidades internas que são as causas do que se expressa exteriormente. Isto não admite qualquer exceção: vale para o crente, para o místico, para o materialista, para o Iniciado e para o ateu. Outra passagem interessante do artigo é a que aborda a questão da 'salvação', que é tida por muitos religiosos como sendo mais coletiva do que individual. A própria autora recorda a passagem do Evangelho de João (18: 36): Meu reino não é deste Mundo. Tudo isso porque as religiões e seus confrades costumam, como adverte Elisabeth Leseur, interpretar a Bíblia da mesma maneira que o materialismo científico interpreta o Mundo Físico: através dos cinco sentidos. Além disso, continua a Autora, muitas igrejas limitam a existência do homem atribuindo-lhe uma curta vida na Terra. As decisões que tomar aqui irão afetá-lo por toda eternidade. Irão afetá-lo, sim, mas não ad infinitum, mas apenas e enquanto os equívocos não forem compreendidos e alquimizados. Para concluir esta nota, que está longa, transcrevo dois fragmentos do ensaio referido para reflexão de todos. Concordar ou discordar do pensamento da Autora é privilégio de todos nós.

CONCEITO DE CRISTO

É de ressaltar como as duas filosofias [oriental e ocidental] diferem em relação ao conceito do Cristo. Muitos ensinamentos orientais permanecem silenciosos sobre este assunto. Algumas filosofias orientais, especialmente aquelas que são divulgadas no Ocidente, reconhecem Jesus como um Grande Mestre que obteve a Consciência Crística ou Iluminação, semelhante à que foi alcançada por Krishna ou Buda. Eles ensinam que a devoção a Jesus, excluindo outros grandes Mestres, limita desnecessariamente um aspirante à verdade. Se a verdade é universal, os Mestres, através da história, são igualmente dignos de serem estudados. De fato, quanto mais amplamente o assunto for estudado, de fontes diferentes, mais facilmente se chegará à compreensão completa da verdade. [Concordo, em termos, com esta afirmação. Penso que a Verdade jamais poderá ser conhecida in totum. Admito que o peregrinar do ser se processa de forma assintótica, e, no que concerne à Verdade, a Illuminação se faz passo a passo, de verdade relativa em verdade relativa, ou seja, o que alguém admite como verdade em um dado tempo, em outro, pode ser completamente alterado, ou, ainda, ajustado e ampliado. Afinal, o que caracteriza o Universo e o ser não é o movimento? Se isto é um fato, nada pode estar pronto e acabado, ainda que o Universo seja – isto significando que Ele é; não será e nem foi. Sanctus Augustinus (354-430,31) – um Doutor da Igreja que jamais se isolou em uma torre de marfim – em suas Confessiones (Confissões), tentou resolver esse paradoxo da razão, admitindo três presentes: presente do passado, presente do presente e presente do futuro. Sanctus Augustinus, em sua privilegiada sabedoria, deixou escrito: Ama, e faze o que quiseres.

O conceito acima apresentado – prossegue a Autora – indica uma falta de compreensão em relação à evolução espiritual de nosso Planeta. É possível chegar-se a certas conclusões, mas, se não forem considerados todos os fatores, não importa quão lógicas as conclusões possam parecer — elas serão errôneas porque elementos relevantes foram omitidos.

O fator esquecido nas filosofias orientais é o Cristo. Cristo não foi o homem Jesus (grifo meu); Ele não é simplesmente um estado elevado de consciência ou um conceito abstrato. Cristo é um ser divino, autoconsciente — o mais elevado Iniciado da onda de vida arcangélica. É o representante do Deus Pai: o "Verbo" que "se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14). Sua encarnação no corpo de Jesus foi única na história do Mundo. Isto proporcionou à Humanidade condições de dominar o Mundo Físico, transmutar o corpo físico e, finalmente, conquistar a própria morte. [Isto significa projetar, construir e fixar o Mestre-Deus individual durante a(s) encarnação(ões)].

CRISTO, REGENTE DA TERRA

A entrada de Cristo na Terra, na hora da Crucificação, tornou-O o Regente da Terra. Este acontecimento foi o impulso espiritual mais importante na evolução do nosso Planeta. Antes da Vi[n]da de Cristo, o Regente da Lua, Jeová, havia guiado nosso Planeta de fora. Ele tomou as forças solares espirituais e projetou-as indiretamente para a Terra, porque a Humanidade ainda não era capaz de suportar os raios espirituais vindos do Sol. Assim, deu à Humanidade religiões tribais, nacionais e raciais que incluem o Budismo, o Hinduísmo, o Shintoismo, o Taoísmo, o Confucionismo, o Zoroastrismo, e todas as outras religiões orientais. Com a chegada de Cristo, a Humanidade recebeu o primeiro impulso espiritual vindo do Sol. Deste então e anualmente, o Espírito de Cristo entra em nosso Planeta no Equinócio do Outono (Hemisfério Norte), "nasce" no centro da Terra no Natal, "morre" e é "ressuscitado" nos Mundos Superiores na Páscoa, trazendo um impulso espiritual mais forte do Sol — a Fonte de toda Vida e Luz em nosso Sistema Solar. Todos estes acontecimentos cósmicos são muito importantes para serem ignorados por qualquer filosofia que pretenda conduzir os homens para Deus. [Para a libertação de todo e qualquer antropomorfismo – forma de pensamento comum a diversas crenças religiosas que atribui a deuses, a Deus ou a seres sobrenaturais comportamentos e pensamentos característicos do ser humano].

Somente através das forças solares trazidas pelo Cristo é que poderemos entrar na condição etérica da próxima Era. Mesmo os povos Orientais, depois de passarem por uma fase de materialismo, provavelmente terão de dar um novo passo no seu desenvolvimento espiritual e responder às vibrações mais elevadas do Cristo. [Passagem da Era de Pisces para a Era de Aquarius: 5 de Fevereiro de 1962.].

A Autora conclui seu texto com esta sentença lapidar: Não sabemos todo o bem que fazemos, quando fazemos o bem. Bem, eu li o texto completo de Elisabeth Leseur porque um Querido Irmão gentilmente mo enviou por e-mail. Quando ele examinar este, que hoje disponibilizarei no Website Pax Profundis, pode ser que resolva divulgá-lo integralmente. Repetir, e repetir novamente, é o processo de ensino-aprendizagem mais concertado que se pode utilizar. Às vezes as pessoas precisam examinar 490 vezes um tema para compreendê-lo. Não há nenhum demérito nisso.

5. Se você não apontou o mouse para a , volte lá no texto, aponte e aguarde alguns instantes. Quem pesquisar encontrará facilmente o significado das cores. San Leo di Montefeltro... fortaleza na qual esteve encarcerado o Conde Alessando di Cagliostro... o velho... tinha se demorado muito na cela de Cagliostro... um maço de rosas sobre o duro leito de tábua... amarrado com três fitas: preta, branca e vermelha... As cores iniciáticas da tradição... (CAPRI, Pier. As profecias do Papa João XXIII. 2ª edição. São Paulo: DIFEL, 1976, pp. 29 e 30.).