NÃO-ME-TOQUES

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam freqüentemente usadas como sinônimas. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós. (Jane Austen).

 

O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação. (Fernando Pessoa).

 

O sábio, mesmo na opulência, permanece modesto. (Muslah-Al-Din Saadn).

 

O que torna insuportável na vaidade dos outros é quando ela colide com a nossa. (François de La Rochefoucauld).

 

Vaidade: homenagem de um palerma ao primeiro imbecil que aparece. (Ambrose Gwinnett Bierce).

 

A vaidade não se refere à opinião que alguém tem de si mesmo, porém, aquela que ele deseja que os outros tenham dele. (William Hazlitt).

 

A vaidade é o feminino do orgulho. (Jacinto Benavente y Martínez).

 

Há muitas pessoas a quem a vaidade faz falar grego, e, até, por vezes, em uma língua que nem elas entendem. (Nicolas Malebranche). [Quanto a isto, quem, por acaso, ainda não viu, particularmente na televisão, alguns presumidos religiosos (mais para fajutos do que para qualquer outra coisa) falando em uma linguagem esquisitética, que nem eles mesmos entendem? E não entendem, como ninguém pode entender, claro, porque o que dizem não faz o menor sentido nem tem o menor cabimento, uma vez que, simplesmente, é uma linguagem sacanocrata-histérico-esquizofrênica. E tudo com uma finalidade maldita só: faturar dindim dos fideístas ululantes, nefelibatas e ± bem-intencionados, que, por sua vez, adoram negociar com deus, e tentar levar uma vantagenzinha. Por isto, não são bem-intencionados, mas, ± bem-intencionados]

 

 

 

 

A vaidade é sempre vulgar e desprezível. (Mariano José Pereira da Fonseca, 1º e único Visconde com grandeza e Marquês de Maricá).

 

Mas, o que são os vaidosos senão os que temem a sua nudez? O que são os vaidosos senão os que evitam o retrato da sua alma, para não lhes mostrar só tormento e debilidade? (Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa; nome literário: Agustina Bessa-Luís).

 

 

 

 

 

 

 

Se há alguém no mundo que me deixa doente, cansada e entediada, é o tipo de ocultista técnico e acadêmico [cheio de não-me-toques, mandingueiro e presunçoso]. Outro tipo que me incomoda é o do tolo que acredita estar em contato com os Mestres, e fala misteriosamente das comunicações que recebeu Deles. (In: Autobiografia Inconclusa, e Alice Ann Bailey).

 

 

 

 

 

 

— ou um excelente canalizador,

e canalizo, sim, com perfeição.

Sou um eminente profetizador,

e profetizo, sim, com exatidão.

 

 

O Fim Está Próximo!

 

 

— Sou um notável mandingueiro,

e dou nó em pingo d'.

Sou um admirável mandraqueiro,

e dou pingo em nó de .

 

— Sou um médium com lucidez,

e meu guia é o pai fininho.

Sou um psicógrafo nota dez,

e psicografo tudo certinho.

 

— Sou um ocultista treinado,

e mirabolo variabilidades.

Sou um cabalista preparado,

e sei cabalar oportunidades.

 

— Sou mago e amarro o caneta;

desmancho tudo o que dá medo.

Como alquimista, sou porreta;

mudo o 'nigredo' em 'rubedo'.

 

— Tenho 987.654.321 poderes,

e converto xixi em vinho.

Tenho desconhecidos saberes,

e faço pulga virar passarinho.

 

— Falo línguas extranaturais

– que ninguém entende nem eu.

Executo prodígios fenomenais,

e transmuto em tufão um aliseu.

 

 

 

 

— Sou o favorito do pajé arara,

e aprendi a sumir do mapa.

Sou chela do mestre baquara,

e ele me disse: — Tu serás papa.

 

— Sou um adepto elevado,

e entendo bem os mistérios.

Sou um altíssimo iniciado,

e conheço todos os sortilégios.

 

— Sou um sensitivo versado,

e sei a verdadeira verdade.

Sou um receptivo escolado,

e desentorto a anormalidade.

 

— Sou um infalível ressurgido,

e zerei todo o meu 'karma'.

Sou um santo reaparecido,

e sou feito de puro 'dharma'.

 

— Sou um poderoso iluminado,

e farolizo a escuridade.

Sou um prestigioso realizado,

e mando brasa à vontade.

 

— Sou um ente intemporal,

e faço chover no deserto.

Sou um ente muito especial,

e faço o longe ficar perto.

 

— Sou um lídimo abençoador,

e perdôo pecados e abençôo.

Sou um genuíno aperfeiçoador,

e desatordôo e aperfeiçôo.

 

— Tornei-me um clarividente,

e vejo tudo, até no escuro.

Tornei-me um clariaudiente,

e ouço tudo, até atrás do muro.

 

— Sou um proficiente levitador,

e levito na terra e no mar.

Sou um competente transmitidor,

e transmito o que você precisar.

 

— Sei que sou um escolhido,

e, um dia, serei arrebatado.

Sei que sou um preferido,

e, in æternum, serei preservado.

 

— Sou um espírito elevadíssimo;

por favor, não me toques.

Sou um espírito sapientíssimo;

por favor, não me baldroques.

 

— Sou um ente infalível;

por favor, não me contradigas.

Sou um ente impreterível;

por favor, não me desdigas.

 

— Sou o imperador da cocada;

faço coco virar marmelada.

Sou o vice-rei da marmelada;

modifico marmelo em cocada.

 

— Quem mexer comigo, dança.

Se caçoar de mim, eu amolego.

Se mentir pra mim, balança.

E se tenta fugir, eu pego.

 

— Sou um baita falsificador,

e nisso eu sou pé-de-boi.

Sou um senhor empulhador,

e eu só arrumo cu-de-boi.

 

— Quem quiser acreditar,

agradeço mui penhorado.

Quem qui$er colaborar,

agradeço mui emocionado.

 

— Eu prometo que farei

uma oração por você.

Eu prometo que pedirei

um milagre para você.

 

 

 

— Eu prometo... Mas, não cumpro!

 

 

 

Música de fundo:

That Old Black Magic
Compositores: Harold Arlen (música) & Johnny Mercer (letra)
Intérprete: Frank Sinatra

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=S7w7S6pzGZI

 

Páginas da Internet consultadas:

http://gifimage.net/

https://www.123rf.com/

http://life-theory.ru/golova-skeleta-10097/

https://pngtree.com/

https://uproxx.com/

http://blog.colourfulrebel.com/

https://dribbble.com/

https://giphy.com/

 

Direitos autorais:

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