NAM-MYORO-RENGE-KYO
Rodolfo Domenico Pizzinga
Satyan
Nasti Paro Dharmah.2
Não há nada superior
à verdade.
Artha3
e Kama4 são incompatíveis
com o Dharmah;
Ou seja: com a dignidade e a responsabilidade.
O
mal existe e começa irrefletidamente na mente
Pela sucumbência ao prazer e ao
egoísmo.
O viver imponderada e irresponsavelmente
Representa ignorância, abrutamento
e cousismo.5
Só
o que conhecemos e o que vemos
É que costumamos aceitar como
verdade.
Mas, permanece a questão: O
que é a verdade?
Nada
será conquistado com atos extremos.
Desejos imoderados e paixões
alucinantes
São desvios 'mortalizantes'
e obliterantes!
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1. Ouroboros = Arquétipo
do eterno vir-a-ser (a eterna transformação do eterno
mutável-imutável. Ou seja: integração
e desintegração. Ou seja, ainda: tendência temporária
à neguentropia e à entropia temporária irredutível.).
Há um provérbio hermético que ensina:
Com o homem e a mulher faze um círculo; quando juntares
a cabeça à cauda terás a Tintura completa.
Mas, quando os homens compreenderem que a Tintura
não pode ser obtida fora por intermédio de manipulações
grosseiras, o primeiro degrau da emancipação terá
sido vencido. Fora é cousismo; dentro é iluminação.
A animação abaixo, em ritmo acelerado, pretende, apenas
pictoricamente, simbolizar os conceitos de neguentropia e de entropia,
estados complementares e necessários de Planos que se manifestam
sucessivamente, por exemplo, na Terceira Dimensão; a animação,
portanto, em nada pode ser considerada semelhante ou representativa
dos entendimentos de Big Bang e de Big Crunch, que
são teológico-científicos. Em uma palavra: escatológicos.
2. Satyan Nasti Paro Dharmah
(Não Há Nada Superior À Verdade) = Antigo lema
da família de Kasi, ou Varanasi, e que também foi escolhido
pelos fundadores da Sociedade Teosófica como seu lema fundamental.
A palavra Dharmah foi traduzida no âmbito da Teosofia
como religião, mas significa, principalmente, entre outras
coisas, doutrina, lei, dever, direito, justiça, virtude, boas
obras e moralidade. Mas, só poderá viver de acordo com
o Dharmah aquele que compreende.
3. Artha
= Riqueza, vaidade, sucesso, poder etc. —› ILUSÃO.
4. Kama = Prazeres sensoriais
—› ILUSÃO.
5. Cousismo = Termo cunhado
por Leonardo Coimbra (1883-1936). Em A Luta Pela Imortalidade
(Obras Completas de Leonardo Coimbra, vol. II) deixou escrito o Filósofo
português: Tudo o que se pretende encontrar isoladamente
do lado do sujeito ou do lado do objeto é esquecimento da unidade
fundamental sujeito-objeto. O mal, ao cabo de contas, é
o cousismo do pensamento, das ações, das palavras
e do sentimento, ou como lembra Pinharanda Gomes, o mal é
a carência e a deficiência. Sant’Ana Dionísio,
na Introdução às Obras de Leonardo Coimbra,
assim resumiu o vício ou pecado cousista: ...
tendência funesta e irreprimível do homem... para considerar
como estático e definitivo, como realidade concluída
e firme de uma vez para sempre, para não dizer como coisa feita,
as próprias realidades espirituais, as idéias, os símbolos,
as estratificações jurídicas, os transitórios
preconceitos políticos ou sociais, as convenções
históricas tidas como sagradas ou invioláveis, os princípios
ou dogmas de ordem religiosa, múltiplas idéias-crenças,
tidas como inalteráveis, de ordem científica.
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Mantra:
NAM-MYOHO-RENGUE-KYO
Fonte:
http://www.verinha.de/budismo_pronuncia_do_nammyororenguekyo.htm
NAM
= Deriva
da palavra sânscrita NAMAS, e significa
devoção ou dedicação.
MYOHO = Lei
Mística. MYO = aspectos impercebidos
da vida; o universal. HO = fenômenos
perceptíveis pelos sentidos.
RENGUE
= Flor
de Lótus. Simultaneidade do MYO e
do HO.
KYO = O
sutra, o ensino, o som ou a vibração. Portanto,
também significa interligar pelo movimento.
A invocação de NAM-MYOHO-RENGUE-KYO
foi estabelecida por Nitiren Daishonin em 28 de Abril
de 1253 d. C., no templo Seitioji, na província de Awa, Japão,
e identifica a vida de um Buda que alcançou a suprema iluminação.
CONCLUSÃO
Enfim, o que se pode concluir deste
despretensioso trabalho? Em todos os lugares e em todos os tempos
o homem sempre procurou entender o que ele faz aqui neste Plano, ou
seja: qual o propósito da vida. O que é extremamente
interessante é que todas as correntes religiosas e metafísicas
sempre procuraram transferir para Aquilo que entendem como Divindade,
conceitos e categorias que representem no âmbito humano aquilo
que pode ser entendido como o summum bonum, como se a Divindade
– se ela existir como tal – pudesse depender ou mesmo
existir (se existir como pretendem os homens) em conformidade com
categorias e conceitos humanos estabelecidos por seres humanos. Em
uma palavra: antropomorfização. Estou firmemente convencido
de que só na mais absoluta independência de qualquer
forma de conceito elaborado ou de categoria criada pela mente humana
– NO MAIS ABSOLUTO E SANTO SILÊNCIO –
poderá o ente humano compreender o que a mente mortal não
compreende, nem jamais poderá compreender. E isto só
poderá se dar transracionalmente. Não há o que
metabolizar ou questionar em uma experiência transracional autêntica,
e, desta forma, a razão humana e/ou a fé religiosa não
podem interferir com o que se apreende neste tipo de experiência,
que, definitivamente, é intransferível. O que pessoas
como eu fazem quando teimosamente escrevem e divulgam textos como
este, é tão-somente tentar alertar que existe um Caminho,
e que Ele não está vedado a ninguém.
De qualquer forma, um místico,
e particularmente um Rosa+Cruz, não deve desqualificar nada
a priori. Na verdade, não desqualifica nada nem mesmo
a posteriori. Agora, que fique entendido: não desqualificar
não significa não examinar, e depois do fato examinado
não discuti-lo de maneira elevada e em uma base dialética
concertada o que lhe parecer absurdo. Tudo, então, precisa
ser discutido. Por isso, apesar de compreender (ou de admitir que
compreendo) o que está acontecendo no Iraque, por exemplo,
não posso ficar calado perante tantos absurdos. A maldade humana
não é mesmo necessária, ainda que exista. Por
isso, às vezes fico mesmo muito indignado, sem contudo me revoltar
um milímetro. Um místico pode se indignar; jamais se
revoltar! Estaria eu exagerando se denominasse de Santa Indignação
à indignação de um místico?
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