(O
Tabuleiro da Vida)
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Mutatis
mutandis,
somos
todos isômeros.
Mutatis
mutandis,
somos
todos tautômeros.
Mutatis
mutandis,
somos
todos falíveis.
Mutatis
mutandis,
somos
todos iludíveis.
Mutatis
mutandis,
somos
todos vulneráveis.
Mutatis
mutandis,
somos
todos pecáveis.
Mutatis
mutandis,
somos
todos incrimináveis.
Mutatis
mutandis,
somos
todos responsáveis.
Mutatis
mutandis,
somos
todos insuficientes.
Mutatis
mutandis,
somos
todos transigentes.
Mutatis
mutandis,
somos
todos egoístas.
Mutatis
mutandis,
somos
todos triunfalistas.
Mutatis
mutandis,
somos
todos antropólatras.
Mutatis
mutandis,
somos
todos gastrólatras.
Mutatis
mutandis,
somos
todos dançarinos.
Mutatis
mutandis,
somos
todos peregrinos.
Ora,
se somos todos
dançarinos
e peregrinos,
por
que temos todos
momentos
tão adulterinos?
Se
somos todos
um
com a Unidade,
por
que temos todos
Se
somos todos
filhos
do mesmo Um,
por
que temos todos
sempre que alijar algum?
Se
somos todos
caminhantes,
por
que não sermos todos
tolerantes?
Se
vivemos todos
diversificados invernos,
por
que não sermos todos