Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

O RATINHO

 

Um ratinho estava quietinho e encolhidinho em sua toquinha. Do lado de fora, um gatão miava chorosamente: — Miau, rinhau, miau...

O tempo passava e o ratinho continuava ouvindo: — Rinhauiau, miau, rinhau...

Depois de algum tempo, já com muita fome, o ratinho ouviu: — Au! Au-au! Au! Au-au-au! Au!

Então, o ratinho, espertíssimo, deduziu: «Se há um cachorrão lá fora, o gatão foi embora

Saiu disparado em busca de comidinha. Nem bem havia saído da sua toquinha, o gatão vapt-vupt-crau!

Inconformado, já na boca do gatão com bafo de oncinha, perguntou: — Pô, seu gatão! Que sacanagem é essa? Você latindo como um cachorrão?

Solerte, o super-gatão respondeu: — Meu bom almocinho: hoje, nesse mundo globalizado, quem não falar pelo menos dois idiomas morre de fome.

 

 

 

 

 

 

 

 

tiro... É pedra...

É o mundo globalizado.

É o frade-de-pedra.

É o homem mascarado.

 

peta, petarolas.

É a morte infame!

É o sangue... Padiolas.

É a vida no arame!

 

o mundo: desconexo!

É a fome: sem sentido!

É o homem: perplexo!

Na orelha, só bramido.

 

o medo de viver.

É a Terra... Maculando...

É andança... Vir-a-ser...

É o tempo... Escoando!

 

a Senda Interior!

Coração... illuminado!

Aonde foi aquela dor?

Isso é coisa do passado!

 

sso é coisa do passado!

Aonde foi aquela dor?

Coração... Abençoado!

É a LLuz Interior!

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Águas de Março (Tom Jobim)

Fonte:

http://www.geocities.com/HotSprings/Villa/3170/

Website consultado:

http://www.vialattea.net/esperti/fis/caos/

Informação:

Recentemente, mantive uma correspondência via e-mail com um querido amigo e Irmão, e ponderei: Temos que trabalhar muito, pois as coisas estão se complicando. Entre outros assuntos, ele me perguntou: A que você se refere, Frater? Bem, tenho observado e sentido claramente que, de uma forma nunca antes vista, tanto a harmonia planetária quanto as próprias relações interpessoais estão se deteriorando como se fosse em uma espécie de 

 

 

 

Penso que, sinceramente, ou a Humanidade redireciona já seu comportamento global ou Ela mesma se incumbirá de não encontrar uma solução concertada para as desarmonias que criou. Porém, no final das contas, tudo é bom. É como escrevi no poema: Aonde foi aquela dor? Isso é coisa do passado!

Resolvi, assim, responder ao e-mail do meu Irmão escrevendo este poema-metáfrase. A metáfrase é óbvia e o poema é dedicado a esse Irmão.