Um
ratinho estava quietinho e encolhidinho em sua toquinha. Do lado de fora,
um gatão miava chorosamente: — Miau, rinhau, miau...
O tempo
passava e o ratinho continuava ouvindo: — Rinhauiau, miau, rinhau...
Depois
de algum tempo, já com muita fome, o ratinho ouviu: — Au!
Au-au! Au! Au-au-au! Au!
Então,
o ratinho, espertíssimo, deduziu: «Se há um cachorrão
lá fora, o gatão foi embora.»
Saiu
disparado em busca de comidinha. Nem bem havia saído da sua toquinha,
o gatão vapt-vupt-crau!
Inconformado,
já na boca do gatão com bafo de oncinha, perguntou: —
Pô, seu gatão! Que sacanagem é essa? Você latindo
como um cachorrão?
Solerte,
o super-gatão respondeu: — Meu bom almocinho: hoje, nesse
mundo globalizado, quem não falar pelo menos dois idiomas morre de
fome.
tiro... É pedra...
É
o mundo globalizado.
É
o frade-de-pedra.
É
o homem mascarado.
peta, petarolas.
É
a morte infame!
É
o sangue... Padiolas.
É
a vida no arame!
o mundo: desconexo!
É
a fome: sem sentido!
É
o homem: perplexo!
Na
orelha, só bramido.
o medo de viver.
É
a Terra... Maculando...
É
andança... Vir-a-ser...
É
o tempo... Escoando!
a Senda Interior!
Coração...
illuminado!
Aonde
foi aquela dor?
Isso
é coisa do passado!
sso
é coisa do passado!
Aonde
foi aquela dor?
Coração...
Abençoado!
É
a LLuz Interior!