_____
Nota:
1. Se
isto for perfeitamente entendido, será fácil de entender também
que aquele que assassina comete suicídio, e que aquele que se suicida
comete assassinato. Logo, por exemplo, a crença em uma raça-mestra
– superior a todas as outras – divulgada e proposta pelo Nationalsozialismus
hitlerista foi uma das maiores ilusões engolidas por uma parte expressiva
da Humanidade. Basicamente, o Nationalsozialismus pregava que uma
nação é a máxima criação de uma
raça. Conseqüentemente, as grandes nações (literalmente,
nações grandes) seriam uma criação projetada
de grandes raças. A absurdeza da teoria enfatizava que as grandes
nações alcançam tal nível de supremacia devido
ao seu poderio militar, e que este, por sua vez, se origina em culturas
racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por
raças com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes,
corajosos e patrióticos. As nações mais fracas, para
os antigos nazistas e para os neonazistas, são aquelas criadas por
raças-impuras, isto é, que não apresentam as características
supracitadas e que são encontradas na quase totalidade de indivíduos
de origem germânica.
Parêntesis
histórico: Manoel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha ou
simplesmente Garrincha, (Magé, 18 de outubro de 1933 – Rio
de Janeiro, 20 de janeiro de 1983), o Anjo de Pernas Tortas, segundo
Vinícius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 –
Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980), e delegado do deus do futebol incumbido
de zombar de tudo e de todos, nos estádios, segundo Carlos Drummond
de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de
agosto de 1987), se tivesse, com as suas pernas tortas e abismal ingenuidade,
por distração, bolação ou contramão,
nascido lá, na terra da raça-mestra-ariana, se bobeasse
e não driblasse muito bem, acabaria virando churrasquinho nacional-socialista,
sem direito a bufido nem gemido. Cá no Rio e lá em Pau Grande,
ninguém iria ficar sabendo de nada, e a Elza Soares nem o teria conhecido!