Despretensiosa colaboração de
Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

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Este estudo teve por objetivo garimpar – substantivamente na obra As Mansões Secretas da Rosacruz (Les Maisons Secrètes de la Rose-Croix), de autoria de Raymond Bernard (19 de maio de 1923 – 10 de janeiro de 2006) – alguns ensinamentos repassados ao autor por Maha e por outros integrantes do Alto Conselho, do A... Quando foi o caso, o que foi raro, editei e acrescentei informações reveladas também na obra Encontros com o Insólito. Editar e acrescentar não significa, absolutamente, adulterar ou descaracterizar o pensamento do autor. Ora, como eu poderia cometer uma heresia destas? Enfim, se este estudo oportunizar alguns esclarecimentos e dirimir algumas dúvidas, bem cumpriu sua missão, que, aliás, não é minha, mas foi a de Raymond. Muito melhor é se ele vier a estimular aqueles que ainda não conhecem a obra do Frater Raymond Bernard que se interessem em conhecê-la. Isto seria realmente muito bom. Seja como for, como disse Raymond, as Mansões Secretas da Rosacruz não me pertencem mais, mas a vocês. Eu as transmito como uma verdade grandiosa que me foi preciosa e que será sempre cara à minha recordação. Se esta verdade encontrar a sua, se chegar ao Coração de seu Eu Profundo, terá então atingido sua finalidade e – quem sabe? – encontrado em você sua morada, sua mansão secreta, aquela de onde jorra o fluxo de seu universo, de seu mundo, de sua realidade. Em todo caso, o depósito que recebi, é a vocês, agora, que o confio. Ele foi para mim um privilégio. O que será para vocês?

 

 

 

Delimitação do Estudo

 

 

 

A obra As Mansões Secretas da Rosacruz é constituída de quatro livros. Este trabalho está delimitado apenas ao conteúdo educativo do primeiro livro (Preâmbulo, Introdução, Maha, Amsterdã, O Selo Secreto, Viena, Lisboa, Madri, Interlúdio, A Grande Vigília de Lisboa e Conclusão).

 

 

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O Autor
(Breve Biografia)

 

 

 

Raymond Bernard
(Foto: Alice Ouzounian)

 

 

Nascido em 19 de maio de 1923, em Bourg d'Oisans, Isère, na França, Raymond Bernard formou-se em direito, na Universidade de Grenoble, e dedicou-se aos negócios de sua família. Nos anos seguintes, realizou contatos com importantes ramos da tradição cavaleiresca e templária. Em 1956, é levado a deixar os negócios da família para dedicar-se à reorganização da Antiga e Mística Ordem Rosacruz-AMORC, da qual era membro desde muito jovem. Ocupou funções de Grande Mestre, Legado Supremo e membro do Conselho Supremo da Ordem. Restabelece os trabalhos da Ordem Martinista Tradicional (no Brasil Tradicional Ordem Martinista), onde assumiu as mesmas funções para as quais fora investido na Ordem Rosacruz. Participou também dos trabalhos maçônicos da Grande Loja de França.

 

Em 1988, aposentado e liberado de suas obrigações à frente da AMORC, sem romper seus laços com a mesma, fundou o CIRCES – então Círculo Internacional de Pesquisas Culturais e Espirituais – cujo objetivo era, desde o início, essencialmente humanitário e caritativo. Paralelamente a este movimento ele restitui força e vigor a uma tradição templária secreta que não havia sido jamais interrompida ao longo dos tempos – ainda que sem atividades públicas desde o início do século XX – estabelecendo assim a OSTI (Ordem Soberana do Templo Iniciático). Posteriormente, a OSTI absorveu o CIRCES, que passou a ser o seu ramo caritativo e humanitário. Eleito Grão-Mestre, em 25 de setembro de 1988, no Palácio dos Papas, em Avignon, permaneceu à frente da Ordem até 1997, quando se retirou para um merecido descanso, ao lado de sua esposa Yvonne, dedicada companheira de tantos anos e parceira de toda uma vida nas atividades tradicionais que Raymond Bernard animou. Tendo cumprido a missão que havia recebido há mais de 40 anos, Bernard, no entanto, permaneceu atento, acompanhando de perto o trabalho de Yves Jayet – eleito pelo Capítulo Geral da OSTI, e com o apoio do próprio Bernard, Grão-Mestre da Ordem. Um velador silencioso, retirado, mas ainda e sempre em atividade, dedicando seus dias aos estudos e à meditação, em harmonia com seus amigos, seus leitores e com os cavaleiros de todo o mundo.

 

Escritor profícuo e inspirado, Raymond Bernard é o autor de vários livros, hoje clássicos, dedicados às tradições sapienciais e ao esoterismo tradicional.

 

No dia 10 de janeiro de 2006, Raymond deixou o seu corpo físico – partindo em Luz para sua Grande Iniciação – encerrando, assim, a parte encarnada de toda uma obra dedicada às circunstâncias da Sagrada Iniciação.

 

Uma de suas máximas que eu mais aprecio é: Na Via Iniciática prestigiosa que seguimos, as tentações são numerosas, as quedas ocasionais e a dúvida periódica. O que se extrai deste ensinamento? Simplesmente que custe o que custar, doa o quanto doer, seja difícil o quanto for não devemos desistir jamais. Desistir é morrer um pouquinho! Nós não estamos sozinhos neste ilimitado Universo; se formos sinceros, eu não tenho a menor dúvida de que, se e quando precisarmos, seremos auxiliados, inspirados por assim dizer. Por que Aqueles Que Sabem e Podem nos deixariam abandonados e desesperados à nossa própria sorte? Eu sou um exemplo vivo desta certeza: em um dos momentos mais difíceis de minha vida projetado e fabricado por mim ainda que eu não merecesse, fui silenciosamente auxiliado. Obrigado, obrigado, obrigado. Seja como for, e nem por um segundo pensei em mim, Maha (citado por Raymond Bernard) afirmou: Ninguém, na Vida da Iniciação, será um perdedor, pois, aqueles que já têm, ainda mais lhes será dado.

 

Raymond Bernard – Grande Mestre, Legado Supremo e membro do Conselho Supremo da Ordem Rosacruz e Cavaleiro e Grão-Mestre fundador da Ordem Soberana do Templo Iniciático – faz falta, fisicamente, à sua esposa e filho, aos seus amigos, admiradores, leitores e irmãos, mas permanece conosco, em todos os Corações, em comunhão ainda mais íntima e verdadeira. Seu filho, Christian Bernard, FRC, nascido em 30 de novembro de 1951, é o atual Imperator da Antiga e Mística Ordem Rosæ Crucis (AMORC), também conhecida por seu nome em latim, Antiquus Mysticusque Ordo Rosæ Crucis. O Frater Christian foi eleito para o cargo de Imperator pelo Supremo Grande Conselho da AMORC em 12 de abril de 1990 e nele permanece até a presente data.

 

Esta biografia foi editada da fonte:

http://www.ostibr.org.br/Sobre%20RB.htm

 

 

 

 

Obras de Raymond Bernard

 

 

 

 

BERNARD, Raymond. Encontros com o insólito. Copyright © 1970 by Ancient Mystical Order Rosæ Crucis – AMORC, San Jose, California. Coordenação de Maria A. Moura, FRC. Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.

 

_____. Mensagens do Sanctum Celestial. Copyright © 1973 by Ancient Mystical Order Rosæ Crucis – AMORC, San Jose, California. Coordenação de Maria A. Moura, FRC. Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.

 

_____. Novas mensagens do Sanctum Celestial. Traduzido da 2ª edição francesa. Copyright © 1974 by Ancient Mystical Order Rosæ Crucis – AMORC, San Jose, California. Coordenação de Maria A. Moura, FRC. Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.

 

_____. Fragmentos da sabedoria Rosacruz. 2ª ed. Copyright © 1974 by Ancient Mystical Order Rosæ Crucis – AMORC, San Jose, California. Coordenação de Maria A. Moura, FRC. Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.

 

_____. As mansões secretas da Rosacruz. Copyright © 1974 by Ancient Mystical Order Rosæ Crucis – AMORC, San Jose, California. Coordenação de Maria A. Moura, FRC. Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.

 

_____. A cidadela oculta dos sábios. Tradução de Mário Willmersdorf Jr.. Revisão e supervisão do texto de Marco Antonio Coutinho. 1ª edição. Rio de Janeiro: Gnosis Editorial Ltda, 2005.

 

 

 

 

O Alto Conselho, do A...

 

 

 

 

Definido por Raymond Bernard, que o conheceu intestinamente, o Alto Conselho, do A... [que, a partir de agora, designarei apenas por A...], que é composto de Doze membros, é eterno, mas seus membros são mortais. O A... conhece o último ponto que este mundo atingirá em sua evolução e as etapas desta evolução. Embora sua ação abranja o mundo, o A... mantém a sede de suas deliberações na Europa, apesar de suas ramificações se estenderem a todo o Planeta. O papel essencial do A... é cuidar para que cada etapa seja concluída no tempo determinado, e apressar ou retardar isso, segundo o caso. Na maioria das vezes, o A... deve trabalhar para apressar. Naturalmente, ele tem os meios para influir nos acontecimentos, e ele vê para além dos incidentes, inelutáveis por culpa da Humanidade e da dificuldade que ela tem em se adaptar sem choques a novas condições. Os Membros do A... reúnem-se em colégio quatro vezes por ano, em períodos fixos. Cada membro, entretanto, fica em contato com todos os outros, quando deseja, do início ao fim do ano. O Presidente do A... não tem propriamente um título; entre os integrantes do A... é conhecido por Maha. Sua sabedoria é profunda, sua universalidade é total e sua compreensão é absoluta. O segundo, na hierarquia do A..., desempenha uma função semelhante a um secretário-geral, no seio de um governo presidencial. Ele é o braço direito do presidente e o acompanha a todos os lugares. É ele, quando necessário, que transmite aos outros membros as instruções especiais de Maha. Quanto aos outros dez membros, cada um cuida de um ramo da atividade humana: Economia, Educação, Justiça etc. Para o A... os Estados não existem como tais; só há o mundo como planeta e sua progressão uniforme através dos ciclos, com o fim de proporcionar aos homens o ambiente das experiências e dos conhecimentos que são a trama de sua progressão individual e coletiva. Portanto, não há preferência por um Estado ou por outro nos motivos que impelem o A... a agir, pois sua missão planetária diz respeito a todos os homens. Os membros do A... conhecem a 'norma geral' em dado momento, e avaliam a 'nota', por assim dizer, de cada Estado em relação à essa 'norma'. Daí resulta a intervenção, se ela for necessária, e seu grau de intensidade. Enfim, quanto a Maha, poucas pessoas o encontraram sabendo que ele era Maha. O presidente do A... dissimula sua identidade verdadeira e sua função. O A... é permanência e sua Obra é o Bem Supremo – o Svmmvm Bonvm!

 

 

 

 

Ensinamentos Derivados do

Alto Conselho, do A...

 

 

 

Amsterdã

 

 

 

É bom que o homem reaja com 'por quês?' diante de certos fenômenos ou diante dos acontecimentos que não se integram no quadro que sua compreensão edificou para seu próprio uso. Um por quê judiciosamente colocado pode abrir-lhe o caminho para o conhecimento transcendente – aquele que está além das limitações de seu intelecto e que permanece no nível da permanência do real. Mas esse por quê, mesmo dirigido a outros, é primeiramente perguntado a si próprio, e a resposta de outros nunca é satisfatória. Assim, essa resposta, freqüentemente, deve ser evitada. Bem entendido, o por quê pode ser suscitado pelo egotismo ou favorecido por uma sugestão hábil, cujos verdadeiros motivos são sempre muito claros para quem os sabe analisar. Cada qual deveria, pois, determinar a natureza real de seu por quê antes de emiti-lo. Disso tiraria um proveito decisivo para o conhecimento de si mesmo e... dos outros.

 

As verdades são relativas em relação à verdade de que o A... é uma expressão permanente e cujo dinamismo se projeta através dos ciclos por meio da interpretação do Alto Conselho; mas mesmo essa verdade, enquanto é transmitida por meio de palavras, toma em cada um a aparência da sua verdade. Ela se cerca das limitações do consciente objetivo e das reações do fenômeno. Reveste-se da vida do particular da qual ela participa desde sua fonte inefável, intangível e infinita. Toma forma dentro do indivíduo que a recebe e reveste-se, assim, dos aspectos de uma compreensão fragmentária. Permanece ela mesma sem ser mais ela mesma. Daí, que importa a interpretação humana? Esta, desde o início, reveste-se de seu próprio manto, que dará à verdade percebida sua cor e seu alcance.

 

A verdade é de todos e todos têm acesso a ela, dentro do limite de suas compreensões; de forma que a verdade de cada um é válida e não há erro, consistindo o erro somente no julgamento ou na avaliação dos outros. É por isso que uma revelação nova da verdade não deve ser reservada àqueles que se supõe podem compreendê-la, uma vez que todos a assimilarão na sua medida. O A... age segundo a verdade. Ele não a formula em princípios que, por definição, a encerrariam nas fronteiras do concreto, embora ela se tornasse uma expressão da verdade. O A... aplica a verdade. Ele estimula a Humanidade em direção a ela e a conduz, segundo as etapas estabelecidas.

 

A tarefa do A... é estafante e, nesta época de transição, não é uma obra fácil conter os erros que a Humanidade comete coletivamente, supondo que a verdade de um continente deva prevalecer sobre a de outro. O erro não consiste naquilo que certos povos consideram, em um determinado momento, a sua verdade. O erro reside na avaliação da verdade dos outros a partir de uma verdade diferente, considerada como a única válida. Através dos éons, os homens incidem no mesmo erro que parece inerente à sua natureza, mas que não o é, e que poderia ser suplantado pela adesão geral aos grandes princípios universais conhecidos de todos e dos quais o principal é, talvez, o respeito pelo pensamento do outro.

 

Conter os erres e suas conseqüências trágicas, sem, no entanto, intervir na liberdade coletiva do mundo e nas lições que devem ser tiradas de ações erradas, implica em uma vigilância ininterrupta. Meus colaboradores e eu mesmo insistimos anteriormente na liberdade concedida ao homem dentro dos limites dos ciclos estabelecidos e da sua progressão ordenada e inelutável dentro desses ciclos. Assim, cada período, como este, transitório, que a Humanidade atravessa atualmente, pode ser racional, pacífico e gradual ou, então, anárquico e torturado pelas dores e pelas lágrimas. Eis o que existe no império do homem e esse império é grande. Entretanto, a síntese que o A... deve extrair dessa liberdade nem sempre é animadora, mesmo que eu nada tenha ainda a mudar em nossas conclusões anteriores quanto ao estágio atingido no progresso cíclico da Terra.

 

A Humanidade está, de agora em diante, no nível que lhe cumpria atingir, e na próxima etapa, no novo ciclo, toda competição terá que se situar no plano da Economia mundial. Competição, é certo, pois significa movimento, e o progresso é função do movimento. A competição é um princípio universal, com a condição de que as regras baseadas na justiça e na honestidade sejam respeitadas.

 

Apesar dos recentes acontecimentos, o A..., em suas reuniões, não concluiu pelo pessimismo e não se deliberou por uma intervenção maior, mas foi reconhecido que a nova etapa começa mal... pois a Humanidade aborda o ciclo atual com suas antigas noções sobre o valor intrínseco do dinheiro. É, pois, neste campo que nossa ação vai se desenvolver de agora em diante, e a Humanidade não tardará a percebê-lo. É preciso, no novo ciclo, uma reviravolta da escala de valores, e isto implica, antes de tudo, em uma compreensão diferente do bem social. É a isto que o A... prestará atenção...

 

As fronteiras parecem cada vez mais artificiais, e é realmente o que são. Para além desses limites arbitrários definidos pelo passado histórico da Humanidade, é agora a influência das idéias que dirige o mundo, e essa influência não parará de se estender, a tal ponto que as esferas dirigentes deverão se ajustar à essa situação e dela deduzir métodos diferentes de governo. Seu papel consistirá, sobretudo, no futuro, em extrair a síntese das aspirações divergentes somente em aparência, em conjugar as diversas verdades em uma verdade social que obterá a adesão da maioria.

 

Em um último esforço, o mundo dá à luz suas novas estruturas. Os conflitos que se multiplicam provam que o homem ainda não se despojou das vestes despedaçadas de suas concepções passadas e que vive mentalmente em um ciclo morto, enquanto que o ciclo seguinte já está estabelecido. Será preciso, talvez, o grande risco para que as consciências despertem para a situação presente. Empenhamo-nos em evitá-lo, mas, mais uma vez, a Humanidade mantém o privilégio de suas próprias escolhas. Que ela possa não nos levar a conclusões tais que nos seja preciso encarar de outra forma a maneira pela qual o novo ciclo será transposto, pois, de qualquer forma, ele o será, porque essa é a Lei. Mas sabemos que, no estágio coletivo tal como está, a tomada de consciência é grande e o A... fará com que o seja mais ainda. A força unânime do bem servirá então de obstáculo para as perigosas conseqüências de uma compreensão que está tardando.

 

Engana-se aquele que crê que o nacionalismo ainda vive no coração dos homens. A idéia nacionalista pereceu na maioria, apesar das aparências. Cada homem, esteja onde estiver, vive afinado pelo diapasão do mundo. Somente o egoísmo individual ou coletivo agita sempre a Humanidade, mas mesmo esse egoísmo atua, agora, em suas comparações, em um plano que vai além das nacionalidades. Tendo por base este fato humano em seu conjunto, o A... desenvolve presentemente uma extraordinária atividade em todos os planos. Quem quer que saiba ver além das velhas estruturas que se desagregam está apto para ver o mundo novo que deve ser edificado a partir do impulso esclarecido do A..., e nada, eu o repito, nem mesmo as perigosas peripécias que são a realidade do homem, nada pode se opor ao desenrolar da etapa em andamento em direção ao fim que deve, de uma forma ou de outra, ser doravante atingido. Entretanto, é preciso ir além das aparências; o A... é sempre atuante, com mais razão ainda se a gravidade das circunstâncias o requer.

 

No novo ciclo, a educação assumirá uma importância de primeiro plano... Os movimentos tradicionais válidos e reconhecidos são, para nós, educativos, no verdadeiro sentido do termo, tanto e talvez mais do que uma formação puramente profana. A eles dizem respeito o ser e sua regeneração, isto é, o essencial em relação ao relativo e o permanente em relação ao transitório. É por isto que, para o A..., eles têm um lugar primordial no plano universal, e este exame fez parte das deliberações de nossa última reunião periódica.

 

As organizações tradicionais válidas e reconhecidas... recebem, há algumas décadas, um impulso particular. As estruturas das antigas formações exotéricas desintegram-se em toda parte e, no novo ciclo, seu papel, numa estrutura reformada, será diferente e, por comparação com o que foi, incontestavelmente diminuído. Cabe às organizações tradicionais tomar seu lugar, e isto explica porque o Alto Conselho lhes dedica tanto interesse, sem, no entanto, intervir em seja o que for de suas atividades, suas tradições ou sua vida operativa propriamente dita. Lógico, nossa vigilância leva-nos a afastar dessas organizações o perigo que constituiriam os esforços desnaturados de alguns para satisfazer as exigências de seu ego fascinado pela falsa grandeza de aparecer mais, uma vez que, se cada um é diferente do outro no caminho tradicional, todos são iguais em relação ao que é preciso adquirir. Mas aí fica o limite de nosso papel, pois a perpetuação de uma tradição é a vigilância quanto à sua pureza e à sua impessoalidade; esta é a única mola propulsora daqueles que, por um tempo, são investidos de uma responsabilidade para com essa tradição. Ora, há, no campo da educação, uma aceleração que, em última análise, constitui a maneira de ser do A..., e que, no contexto geral, tem por objetivo fazer avançar a compreensão, de tal forma que se torne um contrapeso eficaz para o início defeituoso da nova etapa de que se tratou anteriormente.

 

Em alguns meses, no plano educativo, já foi realizado um avanço importante. A partir das bases antigas em evolução, foi obtido um progresso. Cumpre, portanto, no que se refere às ordens tradicionais – o resto nos diz respeito – que, desde já, seja dada mais luz àqueles que estão em seu seio. Não poderia ser uma questão de diferenciar os estados de cada um. A Luz deve vir para todos. Ela será recebida e compreendida por aqueles que a podem receber, e os mais humildes são, na realidade de seu ser, com freqüência, mais adiantados que aqueles cuja ilusão tão grande é de se supor mais beneficiados.

 

 

 

 

Viena

 

 

 

Tudo o que é exterior ao homem só é percebido e interpretado pela sua consciência através dele próprio e das aquisições que o condicionam, pois assim é construída a natureza humana! Mas, acontecimentos são acontecimentos e fatos são fatos! Despoje-os, se quiser, das circunstâncias emocionais que impregnam seu desenrolar! Faça abstração da maneira como são relatados, da personalidade e do estilo do autor, e veja – você só – face aos fatos e acontecimentos assim desnudados, o apelo que têm sobre você e a luz nova que podem lançar em seu caminho. Uma ficção para você? Que importa se a parábola é rica de promessas para sua compreensão e sua reconciliação?

 

Todas as Mansões Secretas da Rosacruz são do mesmo grau porque todas abrigam seres que atingiram o mesmo estado pela mesma Via Iniciática exterior – a da Tradição Rosacruz. Existem Doze Mansões Secretas da Rosacruz, e cada uma delas abriga Doze Membros. Reunidas, estas Mansões, pelos cento e quarenta e quatro seres que as habitam, constituem o Templo do Espírito Santo, ou o 'Collegium Sancti Spiriti', ou, ainda, o Invisível Colégio da Paternidade Invisível da Rosacruz. A sala onde você foi recebido ao chegar é um símbolo do que representamos. Lá não se realiza qualquer ritual além da aplicação da lei Cósmica concretizada pelo símbolo da Luz e do Fogo. Esta sala – chamada Templo do Espírito Santo – simboliza nosso Colégio. Ela é sua marca tangível, o reflexo do Universo, e você notará o emprego da palavra reflexo, diferente do de réplica, com tanta freqüência utilizado erradamente para caracterizar o microcosmo humano.

 

O homem, com efeito, não é um universo em miniatura no sentido próprio do termo; ele é a aparência objetiva de uma realidade permanente e estável. É a medida do que pode compreender e expressar da realidade em que se move. É por isto que ele não é, em si mesmo, uma realidade, mas somente um reflexo, às vezes ilusório, do real.

 

Em nosso Colégio, somos, portanto, irmãos pelo conhecimento e pelo êxito dos trabalhos empreendidos em nós mesmos. Não somos regidos por qualquer juramento, qualquer estatuto e qualquer regra, pois estamos além de qualquer juramento, de qualquer estatuto e de qualquer regra. Nossa única obrigação é a disciplina hermética que observamos voluntariamente. Não temos qualquer marca exterior de reconhecimento. De que nos serviria ela, uma vez que estamos à altura de nos reconhecer imediatamente?

 

As Doze Mansões Secretas têm, cada uma, uma razão de ser particular e definida. Cada uma está ligada a uma disciplina determinada da Tradição Rosacruz em seu todo, o que significa que há, nessa Tradição, doze caminhos, ou ainda que o postulante, para poder tirar proveito da Técnica Rosacruz, deve possuir uma nota interior afinada com uma das Doze Notas que constituem o Teclado da Formação Rosacruz. Isto significa também que a Tradição Rosacruz compreende Doze Caminhos ou características dentro da mesma organização visível exterior e que, a partir do mesmo ensinamento, da mesma técnica ou método, doze resultados podem ser obtidos, correspondendo todos, em última análise, ao estado final do Rosacruz... Quem quer que esteja pronto para o Caminho Rosacruz possui, latentes, as Doze Notas ou Qualidades, mas, pelo jogo da evolução, é por uma Nota – sua Nota – que deve prosseguir em seu desabrochar.

 

As Doze Notas estão de tal modo afinadas entre si que a progressão de uma Nota acarreta, por assim dizer, a progressão harmoniosa das outras onze, ainda que estas não estejam despertas, e isto mostra a unidade subjacente em que se encontram os postulantes que avançam pelas Doze Portas de uma mesma Morada. E assim, cada uma das Doze Mansões representa uma Nota. Ela abriga realizados que atingiram o grau de Rosacruz através da Nota que ela exprime. Além disso, em cada Mansão os Doze Adeptos representam igualmente, cada um, uma Nota ou Caminho – a Nota ou Caminho que foi sua característica em sua evolução até o último grau a que ele chegou. Não há, assim, qualquer separação entre as Mansões, mas, sim, ao contrário, uma completa harmonia.

 

Para nós, não há mais personalização. Devemos incorporar nossa Nota e o fizemos. Cada um de nossos nomes especifica, assim, nossa condição ou a característica particular de nossa qualidade de Rosacruz. Entretanto, entre nós, não há qualquer diferença! Cada característica é igual às outras, pois, em todas as coisas há unidade e similitude.

 

Não é impossível chegar à condição de Rosacruz, pois o número de Rosacruzes não é limitado a cento e quarenta e quatro. O que é reduzido é o número de Mansões Secretas e aqueles que as constituem. Ora, estas Mansões são como o Coração do Corpo Maior dos Rosacruzes. Elas são, de certa forma, o elemento que vivifica este Corpo e que o controla. Ninguém atinge a condição de Rosacruz sem que sejamos informados e sem que isto fique registrado ou, por assim dizer, que reconheçamos que é assim...

 

A Corporação Maior dos Rosacruzes! Grande, é lógico, em relação ao nosso pequeno número, este pequeno número que fez com que alguns, pouco informados, acreditassem na inexistência dos Rosacruzes ou em seu número ainda mais ínfimo! O maior número, não lhe direi quantos são, é constituído pelos trabalhadores dispersos no mundo, por estes isolados que foram consagrados por seus trabalhos secretos e que, pela experiência, chegaram ao Grande Estado. Todos são, conosco, irmãos pelas obras, pelos atos, pela descoberta e pela verdadeira ciência. Façamos uma analogia: a organização exterior compreende um vasto conjunto de membros dispersos sobre a Terra e um corpo reduzido de responsáveis reunidos em pontos determinados. O mesmo ocorre com aqueles que se reconhecem em seguida somente pelo seu estado. Eles estão sobre a Terra inteira, pouco numerosos, é verdade, em comparação com a massa de aspirantes, e, em pontos só por eles conhecidos, têm suas Mansões, essas Mansões cujo papel, no entanto, ultrapassa a corporação dos Rosacruzes para se estender ao grupo mais vasto dos rosacruzes. Entretanto, onde quer que se encontrem, sejam quais forem suas ocupações no mundo, e sejam suas responsabilidades grandes ou comuns, eles estão ligados a nós, à Mansão que corresponde à sua Nota, por laços que são mais do que psíquicos, pois, com todo o seu ser verdadeiro, eles vibram com seus pares. São os verdadeiros Superiores Desconhecidos, desconhecidos do mundo, não reconhecidos por ele e ignorados de todos quanto ao que são, pois, mergulhados no silêncio, não procuram nenhuma demonstração e são homens entre os homens. Não obstante, têm a faculdade de vir à sua Mansão, se sentirem real necessidade, e um curto período de retiro permite-lhes vencer a confusão ou mesmo a amargura que por vezes suscita a existência permanente no oceano vibratório das massas perturbadas. De fato, todos devem fazer, a cada três anos, um estágio de três dias em sua Mansão e, a cada doze anos, um estágio de doze dias.

 

Evolução... O qualificativo mais mal escolhido para designar o objetivo da busca humana. Evolução... Quando se trata somente de tomar consciência, de despertar por dentro, de se voltar para si mesmo e de aí viver, aí manifestar a essência que, através de nosso universo pessoal, passará a ser nossa substância do mundo manifesto! Como se poderia caracterizar em palavras um estado que nenhuma palavra poderia conceber? Só a linguagem da consciência tomada é a experiência dessa tomada de consciência, e quem quer que tenha passado por essa experiência sem retorno reconhece que a conheceu também sem que uma palavra tivesse sido trocada. A linguagem do homem não é mais nossa linguagem, o mundo do homem não é mais nosso mundo. A cor fica ultrapassada quando a luz é conseguida, mesmo que a luz encerre nela toda a cor. Vejamos... Como sugerir o que é impossível de explicar? Olhe, nós somos o Branco, não ainda o Vermelho, e no entanto o Branco e o Vermelho são os dois lados da mesma realização. Assim, porque somos o Branco, temos acesso ao Vermelho mas, por nossa própria escolha, recusamos essa possibilidade para continuar nosso Serviço no nível que é agora o nosso. Digamos que o Vermelho, a rubificação, é o estágio daqueles que você chama de Mestres Cósmicos. O Branco, nossa qualificação, é o estágio ou estado de Rosacruz. Assim fica situado nosso nível e, no prisma do mundo, este nível, esta luz difunde-se em doze cores: sete fundamentais e cinco complementares, das quais duas são matizes e três diferentes, incluindo ao mesmo tempo o conjunto das outras. Evidentemente, é por esta difusão que o aspirante se eleva por degraus à Luz do Branco... São as Doze Notas do Teclado, os Doze Caminhos ou Características Exteriores e, sendo tudo síntese e harmonia, cada Caminho deve, para ser eficaz, compreender Doze Degraus representando as sete, duas e três cores. Assim se propaga ao infinito a Lei das Similitudes, pois o que está no alto é como o que está embaixo, mas também porque o que está dentro é como o que está fora. Daí a analogia e a unidade sob a diversidade do esoterismo e do exoterismo. O Branco encerra todas as cores e todos os Caminhos; o que emana do Branco, o que ele difunde, sua reação aos impulsos internos de suas cores, tudo isto constitui o fundamento mesmo das tomadas de consciência individuais ou, se você prefere a palavra, da evolução. O que se passa em nosso estágio de pensamento, o que forma a Obra que assumimos, age sobre o total dos graus ou estados inferiores. É por isso que, a partir dos mesmos elementos operativos, a partir de um formalismo constante, e de um ritual ou de uma iniciação exterior, por exemplo, uma realização maior e mais rápida pode ser alcançada se isto for considerado necessário, levando em conta o plano universal do qual o Vermelho, o nível dos Mestres Cósmicos, é o regulador para o que tem relação, digamos ainda uma vez, com a evolução humana ou com o seu resgate... (Grifo meu).

 

Tudo está ligado tanto no céu como na Terra, e mesmo abaixo dela. Tudo age tanto em um sentido como em outro, em um perpétuo movimento de onde explodem vida, pensamento, amor e cada sensação ou sentimento.

 

 

 

 

Tudo Está Ligado

 

 

 

 

Lisboa

 

 

 

Nestes tempos dolorosos que o mundo atravessa, em direção a problemas ainda mais difíceis, embora diferentes daqueles encontrados durante a Era agora terminada, os Rosacruzes devem prosseguir sua missão de Vigilantes Silenciosos e, com todo o seu poder, na qualidade de conclave invisível, contribuir para o sucesso da Grande Obra. Na forja, no cadinho deste mundo, tornarão a cair, numerosas, as escórias que servirão a outras estruturas para um procedimento diferente, levando, mais tarde, não obstante, quando chegar o momento, à mesma finalidade.

 

Os pólos que constituímos nos lugares respectivos em que nos reunimos em conclaves de doze, naturalmente, não são escolhidos ao acaso! São centros de força situados em pontos precisos e ligados entre si de uma maneira que só o conhecimento oculto permite compreender. Nos lugares onde se encontram nossas Mansões, há uma conjuntura de forças entre o alto e o baixo, entre a potência que emana da Terra e a que se concentra sobre ela a partir do Universo superior. Explicando melhor: para usar uma imagem, duas polaridades derramam sobre esses locais o clarão permanente de energia que empregamos no cumprimento de nossa missão, mantendo entre nossos doze centros o nível vibratório necessário e dirigindo, em nossos trabalhos coletivos, nos de nossa casa particular e também individualmente, de acordo com nossa função própria, esta energia sobre a manifestação visível da Rosacruz ou, melhor dizendo, sobre os degraus exteriores que levam à invisível Fraternidade formada pelos realizados da Rosacruz. Isto é muito importante, pois a Obra Rosacruz temporal participa desta energia por nosso intermédio, e esta é, em verdade, uma das fases mais consideráveis de nosso Serviço.

 

Nós podemos trabalhar, a partir das Altas Esferas em que moramos – Altas Esferas em razão do que representam e pelo ponto em que se encontram. Cada um de nós possui, digamos, um título correspondente à função que assume ou, o que é mais claro, à qualidade de seu Serviço individual. Mas o título não é permanente. Melhor dizendo, opera-se um rodízio segundo um ciclo de três anos. Sou atualmente o Pai Rosenkreutz. Um outro o era antes de mim e terei um sucessor. O antigo Pai permanece entre nós. Ele assume a missão que vagou por causa do rodízio que se operou quando da minha tomada de função. Farei o mesmo quando for o momento. Não há, efetivamente, em nosso nível, uma hierarquia. Somos pares. Só a qualidade da missão a ser cumprida nos diferencia. Cada qual está no seu lugar e não é possível uma missão invadir o campo de outra. O Pai, como função, representa o centro. Fica, assim, no Coração do Santuário e é, numa Mansão, o ponto focal do encontro da energia do alto e de baixo. Assim, a conjunção que se opera nas altas esferas encontra sua primeira manifestação no Pai Rosenkreutz e através dele. Nenhum dos doze teria, certamente, a idéia de interferir nesta força da missão do Pai, quando não assume essa missão. Uma vez a realização consumada e a absoluta compreensão adquirida, uma tal tentação não existe mais. Mas tudo se reproduz ao infinito em direção ao alto, assim como para baixo, e esta situação repercute no plano do manifestado onde opera a inelutável Lei da Hierarquia.

 

Neste estágio temporal, a tentação ainda existe. Ela é insidiosa e se reveste de muitas formas. Ora, em todos os escalões encontra-se a mesma noção de força e, dado o que representa esta força, é certamente útil que cada qual tome, aí, consciência de sua responsabilidade própria e de seus limites em relação à dos outros, no quadro reconhecido e aceito. O risco seria grande, tanto para um quanto para outro, de ir além de sua missão individual. Mais cedo ou mais tarde, um passo a mais acarretaria a reação fatal, irresistível, inelutável. Há uma correspondência rigorosa em todos os escalões, em todas as condições e em todas as situações da marcha do homem, depois oculta ou mística, no sentido da Iniciação Rosacruz. Assim, a correspondência é válida ao nível do indivíduo, da família e da coletividade, exatamente como no nível do adepto, da assembléia oculta ou mística e de uma Ordem consciente, reconhecida e mantida do alto por nós, como é o caso daquela de que você é membro...

 

Em certas circunstâncias críticas – uma mudança de ciclo, um ajustamento da busca Iniciática exterior a um grau mais elevado, por exemplo os Doze que então preenchem a missão de Pai reúnem-se em um centro que poderíamos qualificar de supremo. Este centro é aquele mesmo para o qual, há séculos, se retiraram os Rosacruzes e de onde inspiraram o Esforço Rosacruz durante um longo período, antes de reiniciar, chegada a hora, sua ação nas altas esferas que foram escolhidas. Nesse Centro Supremo, para sempre no Oriente, ficam permanentemente Dois Sábios, os dois maiores que nosso mundo tenha engendrado. Eles chegaram a este estágio de Absoluto através das Peregrinações humanas. São Rosacruzes no sentido infinito desta qualificação, e todos os Rosacruzes, por intermédio de suas Doze Mansões, a Eles estão ligados. Eles também nos consideram como seus pares, mas nós os reconhecemos como nossos superiores. Estes Dois Mestres encarnam, ou antes, veiculam, cada um, uma polaridade. Cada um reflete a Unidade, manifestando-A sob uma dupla polaridade, operando essa dupla polaridade como uma força sob uma de suas fases somente. Assim, tanto um quanto outro Sábio é completo em si mesmo e, no entanto, na ação oculta, um é complementar do outro. Este é, se quiser, a Androginia no sentido mais puro do termo. Esses dois Sábios formam o Centro Supremo. O lugar em que se encontram, tanto quanto eles próprios, constitui o que poderíamos chamar a Alma da Terra, ou ainda, o ponto onde penetra a Energia Universal que dá vida à Terra e a seus diversos reinos, inclusive o homem. A esse respeito, é lá que se encontram o começo da Terra e seu fim... Mas não posso ir mais longe nestas explicações sem correr o risco de dirigir seus pensamentos em uma direção errada. Creio que esta revelação, feita pela primeira vez, é suficiente em si própria e não se deve tornar um objeto de interpretação ou de discussão. É somente do interior que ela pode ser perfeitamente compreendida e apreciada. (Grifo meu).

 

Nossas Mansões são ligadas ao Centro Supremo, como são ligadas entre si, e cada um dos Doze de cada Mansão está ligado aos dois Sábios. A partir do Centro Supremo, vem o suporte e a vida que dinamiza, por assim dizer, a energia recebida e empregada, e sob esta complexidade aparente, há unidade de ação, há unidade mesma de todas as coisas – uma unidade que só se diversifica para melhor agir e atingir seu objetivo. Deus geometrizou verdadeiramente, e o mecanismo universal é perfeito, do infinitamente grande ao infinitamente pequeno e em todas as fases do visível e do invisível.

 

 

 

Teorema de Pitágoras

 

 

Nossa Grande Obra deve ser conhecida por todos aqueles que encetam o Caminho, a fim de que tomem consciência da importância de sua busca e de sua responsabilidade, pois não é mais o tempo dos mornos ou desses pretensos pesquisadores místicos que só procuram a satisfação de sua própria contemplação, e que, ousando julgar tudo, esquecem de se julgar a si próprios. Alguns dizem amar! Escute-os, veja-os! Amar é uma coisa muito diferente de sua inconsciente introversão ou de sua falsa compreensão da caridade. Há muitos chamados, poucos eleitos e os eleitos não são necessariamente aqueles que o supõem ser. A massa aumentará ainda, mas a escolha, em cada etapa, será mais rigorosa. Certamente, ninguém, na Vida da Iniciação, será um perdedor, pois, àqueles que já têm, ainda mais lhes será dado. Entretanto, o fardo será mais pesado para quem não sabe nem se sobrepujar nem ver além das aparências, quer se trate de coisas ou de seres. Nada existe em uma Ordem, seja ela qual for, nenhuma responsabilidade é assumida, nenhuma estrutura é permitida e nenhuma função é preenchida sem nosso assentimento e nosso apoio. Cada um está em seu lugar como nós mesmos estamos, e essa é a Lei – uma Lei contra a qual ninguém pode fazer nada, a não ser fazer-se em pedaços e naufragar nas quimeras de esperanças malogradas, com tudo o que isso implica de dores e, mais tarde, de arrependimento. (Grifo meu).

 

 

 

Madri

 

 

 

Que um raio brilhe da Unidade...

 

Vahos + A nostro + Noxis baï gloï... A Comunhão é uma...

 

Todas as Mansões Secretas da Rosacruz se parecem em sua disposição interior, sendo cada uma, nesse sentido, a réplica da outra, mesmo que as dimensões sejam diferentes, como também o pode ser a decoração...

 

Para nós, é comovente revelar a extraordinária engenhosidade de que o homem dá provas para reencontrar seu estado original. Tudo foi, é e será eternamente em Deus. O homem está eternamente em Seu seio. Ele o foi, ignorante de si próprio, sem consciência de o ser, inerte, por assim dizer. O 'Fiat' corresponde à sua primeira separação, isto é, a uma tomada de consciência e de individualidade bem precária que o Verbo [Verbum Dimissum et Inenarrabile] alarga em uma separação cada vez maior, até alcançar uma manifestação aparentemente independente que existe por si própria e se multiplica no esquecimento de suas origens e na nostalgia de um estado que acreditava perdido. Ao mesmo tempo, desenvolvia-se a consciência a uma percepção mais aguda, ainda que indefinida, de um inevitável retorno. O objetivo era, pois, pressentido. A suposta separação voltaria a ser Unidade, mas uma Unidade consciente, em que o estado original seria recobrado no conhecimento deste estado. Eis o objetivo da encarnação.

 

O homem, em sua realidade, jamais deixou o lugar que ocupava em Deus. Jamais perdeu seu estado original. Ele é tal qual foi eternamente, mas, sob a injunção do 'Fiat', partiu em um sonho, do qual despertará realizado, isto é, consciente. 'O Círculo estará fechado, a Obra terminada e a Fusão perfeita'. O que cumpre chamar de Caminho do Despertar reveste-se de múltiplas formas de graus infinitos, desde a simples esperança individual até o progresso comunitário em que o indivíduo se alimenta para expandir sua consciência. Cada qual transpõe cada estágio até a etapa final, que compreende Doze Caminhos.

 

Seria por demais demorado entrar em detalhes a propósito daqueles raros que, em tempos remotos, alcançaram o píncaro. É preciso render homenagem a seu santo mérito, pois são eles que, tendo reconhecido o objetivo, interromperam seu esforço final para voltar sua atenção para a planície onde serpenteava, em sua busca, a vasta coorte humana. Eles se reuniram, então, para conjugar seus esforços. Foram os primeiros Vigilantes Silenciosos, reunidos na primeira Domus Sancti Spiriti. E é neles que têm suas raízes profundas as primeiras comunidades, das quais emanaram, em seguida, escolas de mistérios, fraternidades e comunidades de todas as tradições. São eles que as inspiraram para evitar, ao homem, as provas da rude procura isolada que foi a deles. Inspiraram a idéia e só a idéia, e o homem, sobre esta idéia, edificou seus sistemas e suas técnicas. Por isto, não hesitei em louvar sua admirável engenhosidade. (Grifo meu).

 

Foi assim que, pouco a pouco, constituiu-se a Iniciação em continentes desaparecidos, que uma transmissão se operou em outros lugares e que os métodos se aperfeiçoaram para constituir, um dia, um conjunto válido, sujeito simplesmente, em seus detalhes, às flutuações do tempo e do espaço. O que fizeram aqueles que dissimularam sua personalidade verdadeira sob o nome de Christian Rosenkreutz, foi partir em busca das múltiplas formas da Iniciação autêntica, cada um seguindo um itinerário preciso. Depois, os Christian Rosenkreutz se reencontraram, reuniram suas descobertas e delas resultou a Técnica Rosacruz e os Doze Caminhos. Assim, pode-se dizer que toda a Iniciação antiga encontrava-se, desde então, reunida, sintetizada, nos Doze Caminhos. A história simbólica de Christian Rosenkreutz, isto é, os Doze Personagens que esta denominação particular encobre, é, portanto, capital na busca iniciática, pois constitui o ponto de partida de um novo ciclo. Ela é o início de um novo triângulo que recolheu todo o passado para uma viagem de nível mais elevado... Estes Doze formaram a primeira 'Domus Sancti Spiriti' deste continente, e cada um deles, em seguida, determinou ou projetou os Doze Centros onde deveriam se estabelecer, em seguida, as outras Mansões Secretas. É por esse motivo que os Doze fundadores do novo ciclo são para sempre, para nós, os Primeiros Rosacruzes. Cada Mansão Secreta leva o nome de um deles, e zela, assim, por sua herança, no caminho que apresentou em sua busca e que a assembléia original lhe atribuíra. Todos são, por assim dizer, os Santos Chefes da Rosacruz, e tudo o que foi realizado mais tarde tem neles sua fonte. Só o maior deles, depois do Périplo Sagrado, manteve o título de C.'. R.'. C.'., mas todos, no princípio, foram, repito, Christian Rosenkreutz.

 

Jacob Boehme, Paracelso e outros, muitos outros, pelo menos mais numerosos do que geralmente se reconhece, foram Rosacruzes entre aqueles que cumpriam sua missão neste mundo, sujeitos às suas exigências e respeitando suas leis cotidianas. Foram todos encarregados de um trabalho particular para a Mansão Secreta à qual estavam ligados e, embora suas obras fossem exteriormente conhecidas, são as Mansões Secretas que detêm sua Chave verdadeira. Isto, aliás, não é um fato do passado. Mesmo em nossos dias, é assim. Existem acontecimentos, realizações ou atos que ofuscam o homem a tal ponto ou que, o que dá no mesmo, parecem-lhe integrar-se tanto no quadro atual, que ele não reconhece como excepcionais ou de um valor mais alto. Basta, porém, abrir os olhos. Na base de tudo, há um elemento desconhecido. Entre tudo, há um vínculo, um fio condutor. A Unidade, inclusive aquela que representamos, age na diversidade aparente. A busca é simples, o objetivo está próximo, mas o homem está adormecido e se atormenta na pior insipidez. Veja-o, em estado de beatitude diante de pretensos mestres que se enganam a si mesmos na contemplação de imaginários poderes! Veja-o chamar esses homens de sábios e a se entregar a uma devoção pessoal que prejudicará seu desenvolvimento até que ele desperte! Veja-o, enfim, procurar sua própria fantasia e seu próprio sonho sob a máscara com que ele reveste o conhecimento ao qual aspira! Mas é preciso atravessar esta etapa, e o ritmo é sempre igual a si mesmo. Não existe qualquer atalho. É todo inteiro que o caminho da Iniciação deve ser percorrido...

 

Nenhum de nós manifesta poderes particulares; o que não significa que não os tenhamos. Mas a condição de Rosacruz não implica seu uso constante. Ser Rosacruz é ter adquirido uma maneira de ser, de pensar e de agir, pois pensar e agir são uma só e a mesma faculdade. O pensamento anima o ser e torna-se ação. Isto é o verdadeiro poder, pois se resume no emprego da energia única em condições diversas, e este emprego é voluntário, em parte. Ele é a conseqüência imediata do nível que alcançamos. É o próprio estado, e esse estado é o absoluto do conhecimento. Ora, pelo que constituímos, quem quer que se ponha em harmonia com um grau qualquer do caminho que leva a nós está, conseqüentemente, em harmonia conosco e, através de nós, com o sublime de que nos tornamos um receptáculo privilegiado. Por conseguinte, não há, em nenhum dos Doze Caminhos, neófitos ou adeptos adiantados. Uma tal distinção não existe. Há simplesmente harmonia ou ruptura dessa harmonia. A harmonia mantida pelo estudo sincero significa contato e leva ao despertar, porque uma conexão é então estabelecida com nosso plano. O Rosa+Cruz é, neste caso, um verdadeiro Rosacruz em potencial. A ruptura da harmonia significa interrupção do contato e desenvolvimento unicamente do eu intelectual e de suas miragens. A ruptura, bem entendido, é devida à exaltação do eu sob suas formas insidiosas, inclusive a da dúvida... Mas o que eu quis principalmente ressaltar, nestas observações anexas, é o laço permanente e individual que existe entre nós, Rosacruzes, e cada rosacruz, desde que este demonstre uma sinceridade verdadeira e uma real aspiração. Neste caso, ele goza de nosso influxo e jamais está só... (Grifo meu).

 

Kut-Hu-Mi é um dos maiores entre aqueles conhecidos como Mestres Cósmicos. Kut-Hu-Mi, porém, está particularmente ligado ao Caminho Rosacruz e é o nosso Hierofante. É o intermediário entre o Plano dos Mestres Cósmicos e o nosso. Ele é de outro Plano, mas está na interseção dos dois Planos. É um porta-voz nos dois sentidos, ao mesmo tempo guia e guardião. Na Pirâmide Rosacruz total, ele é o cume.

 

 

Kut-Hu-Mi

 

 

Quem conhece a Palavra não duvida que Ela esteja entre nós...

 

 

 

 

A Grande Vigília de Lisboa

 

 

 

 

Bem-aventurados aqueles que choram, pois eles serão consolados...

 

O profano deve morrer para renascer na vida superior que a Iniciação confere. Se não morrer em seu estado de imperfeição, ele interdita para si próprio qualquer progresso Iniciático. Saber morrer é, pois, o grande segredo do Iniciado, pois, morrendo, desprende-se do que é inferior, para elevar-se, sublimando-se. O verdadeiro sábio esforça-se, portanto, por morrer constantemente, a fim de viver melhor. Isto não implica qualquer prática ascética estéril, mas, se quiser conquistar sua autonomia intelectual, deverá romper com os preconceitos que lhe são caros e morrer, assim, para a sua forma habitual de pensar. Para nascer para a liberdade de pensamento, é preciso liberar-se, morrendo para tudo o que se opõe à estrita imparcialidade do julgamento. [Interpretação dada à décima terceira carta do Tarô – o arcano mudo dos santeiros da Idade Média – dada por Oswald Wirth. Apud Raymond Bernard.]

 

Arcano Treze: o Paracleto consolador que liberta o espírito do jugo da matéria. Libertação, espiritualização, desmaterialização, percepção da realidade despojada de qualquer cenário sensível, Morte Iniciática, Iniciação Integral.

 

Kyrie Elèison1... Mea culpa...

 

São quarenta e oito leis fundamentais que governam a Terra, enquanto noventa e seis regem a Lua.

 

Nossa Terra está situada em um canto bem escuro do Universo, e unicamente o Homem Interior – o Sétimo – pode raciocinar com o Absoluto!

 

Provei, como conhecedor, o suave Elixir, o complacente, o grande liberador: aquele que todos, Deuses e mortais, procuram chamando-O de mel... Bebemos o Soma, tornamo-nos imortais, Chegados à Luz, encontramos os Deuses. Que nos pode fazer agora a impiedade ou a malícia do mortal, ó imortal? Inflama-me como o Fogo que nasce da fricção, ilumina-nos... [Estância esparsa de um Hino ao Soma. Apud Raymond Bernard.]

 

O Licor cor-de-rosa, obtido através de sucessivas destilações de Alquimia, é empregado unicamente em casos extremamente especiais, como parte de um conjunto maior.

 

Quem viveu a certeza, lembra-se dela para sempre. E esta mesma certeza é transmitida a todos aqueles com quem a harmonia interior é firmada.

 

Meditações... Orações... Refeições... Emprego das Três Palavras de Poder... Recolhimento...

 

A experiência Rosa+Cruz da Consciência Cósmica dura alguns segundos e seus efeitos são permanentes no nível do Eu verdadeiro.

 

Sim, basta fazer o possível com confiança e boa vontade; todo o resto nos é dado por acréscimo.

 

Sinto que sou uma parte, uma célula de um corpo muito maior...

 

As condições estão estabelecidas, o discípulo está pronto, o Mestre pode vir... E Ele vem!

 

No centro do estrado, a aura parece tomar forma. Na realidade, é o ambiente criado pela aura, que chegou ao grau necessário de poder vibratório que permite a manifestação. Direi mesmo que aquele que subitamente parece surgir no estrado já lá estava e que tudo o que foi feito pela assembléia consistiu somente em permitir que ele fosse percebido. Alguns pensariam materializado, o que é falso... E depois, que importa! Ele lá está. Como os outros, eu o vejo. Como os outros, projeto-me nele, por assim dizer, e comungo em uma comunhão incomparável, feita de fusão, de total abandono e, no entanto, de perfeita consciência. Ah!, como é inexprimível a felicidade destes instantes! Nela se confunde o amargo arrependimento dos erros cometidos e, ao mesmo tempo, a paz do perdão obtido por uma reparação que o poder daqui efetua alhures, como se a alma desse um pouco de si própria para compensar a culpa. Quem é ele? Minha alma parece reconhecê-lo... Quem é ele? Sim, eu sei, mas meu Coração silencia e seu nome está selado com o selo da promessa. Ele é o Mestre, o Cume, o Apóstolo... Algumas filosofias diriam um dos maiores a serviço do Cristo. É tudo o que estou autorizado a desvendar...

 

Toda Chave abre, efetivamente, as portas do Eu e o Eu de um é sempre diferente do Eu dos outros – de onde resulta que o simbolismo sugere um conhecimento autêntico, incomunicável de um para outro, porque é função do grau de compreensão alcançado, e este grau é particular a cada um...

 

É importante jamais pretender alguma ação contra os empreendimentos individuais que não têm nenhum fundamento na Tradição Primordial. Esses empreendimentos devem ser considerados como uma polaridade negativa necessária que permite a escolha, e serve de experiência e de depuração ao discípulo a caminho do real. Eles são o inevitável cone de sombra que não existiria sem a luz.

 

É da oposição ou da resistência que surge o progresso. Essa resistência, aliás, é mantida dentro de seus justos limites. Os Rosacruzes os observam, e se os limites forem ultrapassados, a reação purificadora intervém. Mas uma outra resistência logo se estabelece. Tudo o que é temporal compreende a dupla polaridade de que nenhum caminho está isento.

 

O poder total não é um dom. Ele deve ser merecido, adquirido.

 

O livre-arbítrio de cada um deve ser preservado pela possibilidade de recusa ou da aceitação.

 

Cada místico sincero e verdadeiro é seguido, passo a passo, além das estruturas temporais, pelos Rosacruzes, os Mestres que chegaram ao objetivo...

 

Tenho a impressão de estar fora de mim mesmo e de ver, bem na minha frente, ligeiramente além do triângulo simbólico, dois Seres de Luz, e creio reconhecê-los. Eles têm as mãos estendidas para mim e ouço, como se viessem de mais longe ainda, as Três Palavras em que tanto meditei na minha cela e, coroando as outras, a Palavra que recebi no seio da Ordem Rosacruz — AMORC, em um determinado estágio de meus estudos. Ouço-me repetir, em voz alta, cada uma dessas Palavras. Depois, é o vazio absoluto que não posso dizer quanto durou... Abrindo os olhos, estou transtornado de surpresa: toda a assembléia está de pé e, sobre meus ombros, sinto mãos que logo constatarei serem as do Pai. Que acaba de se passar? Terei sonhado, terei sido o joguete de uma compreensível ilusão, suscitada pelo ambiente já excepcional no qual estou mergulhado desde há alguns dias, e particularmente esta noite? Como o saberia? Se alguma coisa me foi transmitida, para mim e para outros, foi no nível mais elevado de meu ser que a Transmutação ocorreu e não ignoro que, se ele tirou algum proveito, o ser exterior, em seus diferentes componentes, não pode compreender nem analisar o que o transcende a esse ponto. No entanto, sinto-me em um estado de rara calma, sem nenhum cansaço e, sem procurar a razão, sinto uma alegria sem igual no momento em que o Pai murmura: — Lembra-te!. Essas palavras contêm uma promessa e, penetrado uma vez mais pela idéia de que um grande acontecimento acaba de se produzir, respondo num sopro: —Obrigado, obrigado! — pondo-me inteiro nestas palavras e sem reter as lágrimas que meu pensamento oferece a todos.

 

Ex Deo nascimur, in Jesu morimus, per Spiritum Sanctum reviviscimus.

 


 

 


 

 

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Nota:

1. Kyrie Elèison é uma oração (como prece litânica) da liturgia cristã. Depois da reforma litúrgica, o Kyrie foi substituído, no rito romano, pela invocação Senhor, tende piedade.

 

Original (grego)
Tradução
Kyrie, Elèison
Senhor, tende misericórdia
Kyrie, Elèison
Senhor, tende misericórdia
Christe, Elèison
Cristo, tende misericórdia
Christe, Elèison
Cristo, tende misericórdia
Kyrie, Elèison
Senhor, tende misericórdia
Kyrie, Elèison
Senhor, tende misericórdia

 

 

Páginas da Internet e Websites consultados:

http://www.ostibr.org.br/index.htm

http://www.ostibr.org.br/Sobre%20RB.htm

 

Fundo musical:

Atalanta Fugiens nº 12
Compositor: Michael Maier
Sequência: Rafael Gómez Senosiain

Fonte:

http://www.classicalmidi.co.uk/maier.htm